XXVII Cngres de la Asciación Latinamericana de Scilgía. Asciación Latinamericana de Scilgía, Buens Aires, 2009. Segurança pública em regiões de frnteira.. Leis que amparam e desamparam a atuaçã de serviçs públics em regiões frnteiriças. Sandr Carls Gnçalves, Paul Cassaneg Junir, Caren Rssi y Mári Rezende Huez. Cita: Sandr Carls Gnçalves, Paul Cassaneg Junir, Caren Rssi y Mári Rezende Huez (2009). Segurança pública em regiões de frnteira.. Leis que amparam e desamparam a atuaçã de serviçs públics em regiões frnteiriças. XXVII Cngres de la Asciación Latinamericana de Scilgía. Asciación Latinamericana de Scilgía, Buens Aires. Dirección estable: http://www.aacademica.cm/000-062/334 Acta Académica es un pryect académic sin fines de lucr enmarcad en la iniciativa de acces abiert. Acta Académica fue cread para facilitar a investigadres de td el mund el cmpartir su prducción académica. Para crear un perfil gratuitamente acceder a trs trabajs visite: http://www.aacademica.cm.
Segurança pública em regiões de frnteira. Leis que amparam e desamparam a atuaçã de serviçs públics em regiões frnteiriças Sandr Carls Gnçalves UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA sandrcarls6@gmail.cm Paul Cassaneg Junir UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA pauljr@unipampa.edu.br Caren Rssi UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA caren.crdeir@unipampa.edu.br Mári Rezende Huez UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA rezendehuez@yah.cm.br Intrduçã O espaç cmpreendid entre s limites e as frnteiras nacinais nrmalmente é bjet de inúmeras divergências. Estes lcais sã pnt de encntr de culturas, uss e leis algumas vezes diametralmente pstas. Ainda, existe uma grande diferença entre estes terms, impelind uma necessidade de recnfigurá-ls na presente épca. Pis, enquant vcábul limite carrega um significad de separaçã, uma vez que demarca até nde vai a sberania ds estads, sem apresentar vida própria e nem mesm existência material, nde nã está ligad inclusive a presença de pessas; Frnteira está relacinada à integraçã, na medida em que é uma zna de interpenetraçã mútua e de cnstante manipulaçã de estruturas sciais, plíticas e culturas distintas, send uma área cmpartilhada, mldada pr uma - 1 -
história cmum, carregada de ambigüidade, pis a mesm temp em que impede, permite ultrapassar. Nrmalmente para a demarcaçã de frnteiras eram utilizads ris, mntanhas, entre utrs acidentes gegráfics. Prém, cresciment e frtaleciment ds estads truxeram cnsig uma disputa pr territóris, frçand s limites e, em cnsequência dist as frnteiras, para entrn de centrs urbans, quand nã acntecia de vilas u pvads serem criads apenas cm entrepst cmercial u para servir cm demarcaçã das frnteiras. Cm passar ds ans, este fenômen casinu a criaçã de verdadeiras Cnurbações Binacinais, ppularmente cnhecidas cm cidades-gêmeas, fazend cm que realidades difusas, algumas vezes cntraditórias, se estabelecessem em uma mesma faixa de terren. Neste âmbit, uma interessante área de estud diz respeit a cnurbaçã chamada Frnteira da Paz, frmada entre a cidade brasileira de Santana d Livrament e a cidade uruguaia de Rivera, que cnvivem dividind um espaç cmum, fisicamente ininterrupt. Trazend cnsig inúmeras peculiaridades e dificuldades para a vivencia nessas cmunidades, cm a falta de legislaçã específica e de frmalizaçã das tarefas de cperaçã realizas na frnteira. Uma das áreas que é mais atingida pr este fenômen é a segurança publica, que pr questões de sberania ds Estads tenta respeitar s limites impsts, prcurand circunscrever sua prática a perímetr de sua cidade, que nem sempre é pssível, fazend cm que entes de segurança venham a desempenhar suas tarefas em terren "estrangeir", desabrigads das leis que amparam seu fici, estand, a mesm temp que cumprem as leis, desamparads pr elas. Assim, este trabalh tem pr bjetiv de estud, uma instituiçã que usualmente realiza seu trabalh ns dis lads da linha demarcatória, e que se encntra nesta situaçã inusitada, Crp de Bmbeirs das cidades de Santana de Livrament e de Rivera. 2. A Frnteira da Paz Na regiã sudeste d Ri Grande d Sul, mais cnhecida cm regiã d Pampa, está situada a cidade de Sant'Ana d Livrament, fundada em 30 de julh de 1823, caracterizada pela frte ecnmia agrária até s dias atuais. Já, n an de 1928, Uruguai havia cnquistad sua independência d Brasil, e em 1843 país fi dividid em dis: sul e nrte. A nrte d Uruguai, em 1867 fi criada ficialmente a cidade de Rivera. Entã fi pedid às autridades que fsse mudada a planta da cidade para junt de Santana, mesm assim as praças principais das duas cidades estã distantes uma da utra, pis a Igreja e a Prefeitura, marcas d gvern, mantinham a separaçã de ambas as cidades. - 2 -
As distâncias das capitais e a dificuldade de cmunicaçã cm utras cidades, levaram a ppulaçã de Sant'Ana a prcurar seus vizinhs uruguais, descnhecend s limites nacinais. [...] As duas cidades estavam quase cladas uma na utra, vivend cm se fssem uma só, igualmente distante de suas capitais, igualmente esquecidas pr elas. (ALBORNOZ, 200-) Cnsiderand que as cidades de Santana d Livrament e Rivera, a partir de entã, cnvivend em um espaç cmum, fisicamente ininterrupt, uma linha divisória, Parque Internacinal. A praça que divide Brasil e Uruguai fi criada em 1943 unind esfrçs de ambas as partes. Psterirmente a frnteira ficu ppularmente cnhecida cm Frnteira da Paz. A relaçã entre estas cidades é largamente enaltecida pr pesquisadres e escritres lcais, tant brasileirs quant uruguais, destacand as particularidades da vida nestas plagas, cm a história da frmaçã de Santana d Livrament (CAGGIANI, 1952, 1992; ALBORNOZ, 200-), de Rivera (BARRIOS PINTOS, 1963, ALBORNOZ, 200-), cmentand aspects cm a industrializaçã (ALBORNOZ, 2000), ctidian das cidades (ZAS RECAREY, 1985; ASEFF, 2003), as frmas de cmunicaçã (GUTIERREZ-BOTTARO, 2002) a frmaçã cultural (MARTINS, 2002; ASEFF, 2006), às práticas sciculturais (MÜLLER, GERZON & EFRON, 2007). Tend sid cnsiderada umas das regiões mais pungentes da América Latina, cm grande aprte de capital internacinal (ALBORNOZ, 2000, CHELOTTI, 2006), e de uma agitada vida cultural, cm manifestações intelectuais e artísticas (ZAS RECAREY, 1 ; ASSEF, 2006 2 ). A frnteira Livrament-Rivera trnu-se muit mais uma área de inter-relações d que de limite entre dis países, havend assim, pssibilidades de cmplementaçã e relações de parentesc e amizade entre ambas as ppulações e países. 3. Metdlgia Para dar inici à pesquisa, fi realizad um questinament cm integrantes d Crp de Bmbeirs das cidades de Santana d Livrament e Rivera, Brasil e Uruguai respectivamente. Este tinha cm bjetiv traçar as características ds bmbeirs, cnheciment da prfissã e cmpreender as atitudes, cnheciment sbre ampar legal e atividades ds bmbeirs de um cidade transpassada a linha divisória. 1 O autr pssui texts que falam sbre manifestações de cunh artístic acntecidas n âmbit da cnurbaçã nas décadas de ur : La Plaza Internacinal e histria de um arenal e Arriba el telón: el Internacinal en escena 2 A autra realizu pesquisas sbre as frmas de lazer e bemia da década de 30, em Santana d Livrament e Rivera, versand sbre s grandes salões e festividades que atraiam turistas, persnalidades, artistas e autridades das grandes capitais da América latina. - 3 -
O questinári cntinha 13 (treze) perguntas abertas e fram aplicads a 4 bmbeirs da cidade de Santana d Livrament Brasil e 4 bmbeirs da cidade de Rivera Uruguai. Os questináris d lad brasileir fram aplicads n dia 03 de mai de 2009 n Crp de Bmbeirs da cidade de Santana d Livrament, e s questináris d lad uruguai fram aplicads n dia 04 de mai de 2009, n Crp de Bmbeirs da cidade de Rivera. 4. Análise ds resultads Nesta seçã ptu-se pr realizar uma divisã para apresentaçã das perguntas. Primeiramente serã apresentas as características ds bmbeirs de ambs s países, psterirmente serã apresentas as perguntas e respstas quant as temas definids. 4.1 Características Crp de Bmbeirs de Santana d Livrament, Brasil e Crp de Bmbeirs de Rivera, Uruguai. Tabela 01 Ttal d efetiv, idade e temp de serviç bmbeirs brasileirs Efetiv Nº bmbeirs Idades Média de Temp de Média temp peracinal entrevistads idades serviç de serviç 19 4 38, 46, 25 e 41 37,5 ans 18, 26, 3 e 18 16,25 ans Fnte: Pesquisa Cm pde-se ntar pela tabela acima, fram 4 bmbeirs entrevistads em Santana d Livrament, tds cm média de idade de 37,5 ans, atuand em média 16,25 ans na prfissã. - 4 -
Tabela 02 - Ttal d efetiv, idade e temp de serviç bmbeirs uruguais Efetiv Nº bmbeirs Idades Média de Temp de Média temp peracinal entrevistads idades serviç de serviç 15 3 36, 40 e 29 35 ans 12, 20 e 10 14 ans Fnte: Pesquisa Cm já explicad na metdlgia, 4 bmbeirs fram entrevistads na cidade de Rivera, tivems um descarte. Cm pde-se bservar a média de idade ds 3 bmbeirs é de 35 ans cm média de atuaçã na prfissã de 14 ans. 4. Perguntas e respstas Crp de Bmbeirs de Santana d Livrament, Brasil e Crp de Bmbeirs de Rivera, Uruguai. Nesta seçã fi realizad um cmparativ entre ambas as guarnições de Crp de Bmbeirs, dentr de suas percepções, esclhas, cnheciment e atitudes, demnstrad nas tabelas abaix: Tabela 03 Missã da carreira e suas diferenças para país vizinh Missã O que é ser Experiência da Diferença nas bmbeir atividade de características das bmbeir, crrências de realizada d utr bmbeirs lad da frnteira Crp de Cmbate a incêndis Ajuda humanitária e Tds tiveram Smente um citu, Bmbeirs de e salvament de amr a prfissã mair numer de Santana d vidas crrências de Livrament - Brasil incêndi flrestal, em Rivera. Mas n geral, nã há. Crp de Prteger vidas Vcaçã para Tds tiveram Nã pssuem Bmbeirs de humanas e prteger as pessas Rivera - Uruguai prpriedades Fnte: Pesquisa Cm pde-se bservar, a missã de ambas as guarnições sã bastante parecidas, a cntrári da pergunta sbre que é ser bmbeir, nde até cert pnt, sã diferentes visões, pis - 5 -
d lad brasileir é citad a ajuda humanitária e amr pela prfissã, e d lad uruguai é citada a vcaçã para prteger pessas. É ntóri também, que tds s bmbeirs entrevistads, de ambs s países, tiveram experiência da atividade de bmbeir n país vizinh. E na questã sbre haver diferenças nas características das crrências ds bmbeirs, n geral pde-se dizer que nã, tdas as crrências sã parecidas, e smente um bmbeir brasileir citu mair númer de crrências de incêndi flrestal na cidade de Rivera. Tabela 04 Cnheciment legal sbre trabalh em zna de frnteira Cnheciment de Se slicitad d utr O que leva a crrer riscs? existência de ampar lad da frnteira, cm legal atuam? Crp de bmbeirs Tds cnhecem que nã Trabalham cm se em Amr a prfissã; de Santana d existe ampar legal seu país estivesse Questões humanitárias; Livrament - Brasil Salvar patrimônis; e Auxiliar clegas d utr país Crp de Bmbeirs Tds cnhecem que nã Trabalham cm se em Salvar vidas; de Rivera - Uruguai existe ampar legal seu país estivesse Salvar patrimônis; Auxiliar s clegas d utr país; e A certeza de que s clegas d utr lad da frnteira, fariam mesm Fnte: Pesquisa Na tabela acima é analisad que tds s bmbeirs entrevistads pssuem cnheciment da inexistência de lei que ampare seu fici d utr lad da linha divisória d país. Também pdese perceber que s bmbeirs de ambs s lads trabalham cm se estivessem em seu país, n cas de estarem n país vizinh, caracterizand cumpriment de suas funções mesm lcalizad em utra pátria, que também ns leva a crer que esteja ligad cm a pergunta seguinte que leva a crrer riscs?, nde s respndentes d lad brasileir afirmam que amam sua prfissã e que também sentem-se mvids a auxiliar s clegas d país vizinh, nde esta ultima também faz parte da respsta ds bmbeirs uruguais que ainda afirmam que têm a certeza de que s clegas brasileirs fariam mesm. Também respndem que crrem riscs para salvar vidas. - 6 -
5. Cnclusã Muit tem-se falad cm relaçã a cmérci exterir, relações internacinais e, mdernamente, da glbalizaçã. Ouvims que este prcess traz cnsig mdificaçã de prcesss, assimilaçã de nvs uss, cnheciment de nvas culturas, entre utras. Frçand pr muitas vezes cnvívi cm nvas e diferentes praticas, em um mund marcad pela diversidade. Uma dinâmica interessante de se bservar neste ínterim diz respeit a cnhecer s lcais nde relacinament e diversidade sã inevitáveis, lcais nde a glbalizaçã apenas fez tácit um acnteciment implícit desde muit. Cm a cnurbaçã binacinal apresentada neste artig, a frnteira da paz, entre a cidade brasileira de Santana d Livrament e a uruguaia Rivera, que vivem esse prcess glbalizante, desde a década de 60. O pnt de estud deste trabalh diz respeit a frma cm a segurança publica é vista neste tip de regiã cmpletamente esquecida pelas legislações federais, que teimam em descnsiderar apel das ppulações frnteiriças. Para tant, ns utilizams de uma pesquisa cm crp de bmbeirs das cidades de Santana d Livrament e Rivera para entender psicinament de ambas as guarnições sbre trabalh de ajuda à cmunidade que é desenvlvid ns dis países, na Frnteira da Paz. - 7 -
6. Referências ALBORNOZ, V. Armur, uma apsta n Pampa. Santana d Livrament: Pallti, 2000. ALBORNOZ, V. Frnteira Gaúcha: Santana d Livrament. Memrial d Ri Grande d Sul. Cadern de História, N 36. 200-. ASEFF, L. C. Memórias Bêmias: Histórias de uma cidade de frnteira. Flrianóplis, 2006. Dissertaçã (Mestrad em História) Prgrama de Pós-Graduaçã em História, Universidade Federal de Santa Catarina. BARRIOS PINTOS, A. Rivera en el ayer. De la crónica a la histria. Mntevide: Editrial Minas Talleres de Gráfica Berchesi S.A., 1963. CAGGIANI, I. Caderns de Santana. EDIGRAF... CAGGIANI, I. Municípi de Livrament: História. [s.l.;s.n.], 1952. p. 159. GUTIERREZ-BOTTARO, S. E. El fenómen del bilingüism en la cmunidad frnteriza uruguay-brasileña de Rivera.. In: CONGRESO BRASILENO DE HISPANISTAS, 2., 2002, San Pabl. Prceedings nline... Assciaçã Brasileira de Hispanistas, Available frm: <http://www.prceedings.sciel.br/sciel.php?script=sci_arttext&pid=msc0000000012002000100053&lng =en&nrm=abn>. Acess n: 30 Oct. 2008. MARTINS, M. H. (Org.) Frnteiras culturais: Brasil Uruguai Argentina. Prt Alegre: Ateliê Editrial, 2002. ZAS RECAREY, H. Cerr del marc: 30 acuarelas de una rivera que fue. Mntevide: Imprenta Panamericana, 1985. - 8 -