Especial Liderança. O perfil de quem comanda a Comunicação Corporativa hoje em pesquisa inédita da Aberje. estudos de. comunicação
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1 ce cmunicaçã empresarial estuds de cmunicaçã e relações crprativas ediçã 103 an 28 ISSN Especial Liderança O perfil de quem cmanda a Cmunicaçã Crprativa hje em pesquisa inédita da
2 Think Tank O nv lbby As ações de Relações Institucinais e Gvernamentais estã na base da cnstruçã de um ambiente psitiv para cresciment crprativ. Para tant, prfissinal da área assume papel de tradutr na relaçã entre iniciativa privada e pder públic, dirimind risc de curt-circuit n prcess O cenári institucinal brasileir ds últims ans tem sid crític, e a resistência de seus pilares vem send seguidamente testada. Operaçã Lava Jat, a mair recessã ecnômica da história, impeachment, denúncias cntra um presidente n carg, intervençã federal na segurança d Ri de Janeir, greve de caminhneirs, embates n Judiciári, fragmentaçã partidária n Cngress, eleiçã presidencial plarizada. Apesar de tud, as estruturas nacinais resistiram e Brasil entra em nva fase. Incertezas persistem, prfundas tensões sciais e plíticas ainda precisam ser administradas. Pressões sbre as instituições cntinuarã a existir. Nesse cntext, líderes empresariais desafiads a desenvlver seus negócis n Brasil e manter cmprmiss cm cresciment d país fazem uma pergunta simples na frma e prfunda n cnteúd: E agra? Clca-se entã n tp das priridades de empresas e rganizações a cnstruçã de um ambiente institucinal psitiv para desenvlviment de suas atividades n país. Iss exige estratégias específicas de engajament plític, ecnômic e scial. Para pavimentar caminh d desenvlviment sustentável, dis elements sã fundamentais: relacinaments institucinais sólids e reputaçã frtalecida. Reside aí a imprtância estratégica da Cmunicaçã Crprativa. Criar e cnslidar canais de diálg cm s» Andrew Greenlees e Luiz Antni Flecha de Lima sã sócis-fundadres da FLAG Public Affairs e membrs da Diretria da Assciaçã Brasileira de Relações Institucinais e Gvernamentais (Abrig) ilustraçã: André Hellmeister_Cllages 34
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4 Andrew Greenlees e Luiz Antni Flecha de Lima Para exercer a atividade de RIG, prfissinal deve ter 91 cmpetências, incluind capacidade de planejament, visã integrada das diferentes frentes de cmunicaçã, cnheciment das estruturas d pder públic e especializaçã em plíticas públicas públics da rganizaçã deve estar na base d planejament empresarial, além de merecer tda a atençã ds líderes da cmpanhia. Nã se trata de uma cnstataçã nva. Prfissinais, estudiss e entidades da área de cmunicaçã tratam desse assunt há ans. O que ganha relevância devid a nv mment plític brasileir é uma linha específica de atuaçã alinhada à Cmunicaçã Crprativa: a atividade de Relações Institucinais e Gvernamentais (RIG). Cnhecida ppularmente cm lbby, a açã de RIG sempre existiu em mair u em menr escala nas empresas e em suas entidades representativas. A presença de prfissinais séris há ans n mercad nã impediu, n entant, que lbby passasse a ser sinônim de crrupçã. A mídia cntribuiu frtemente para essa assciaçã. Prém, s acnteciments ds últims ans n Brasil fizeram cm que a área pudesse viver hje uma espécie de renasciment, guiada pr nvas exigências de transparência e prfissinalism. Nã pr acas a atividade prfissinal de RIG fi recnhecida em fevereir de pela Classificaçã Brasileira de Ocupações (CBO), d Ministéri d Trabalh. Para exercer a atividade de RIG, prfissinal deve ter 91 cmpetências, incluind capacidade de planejament, visã integrada das diferentes frentes de cmunicaçã, cnheciment das estruturas d pder públic e especializaçã em plíticas públicas. Cnsiderand pes d Estad na vida das rganizações seja pr mei da legislaçã, da fiscalizaçã, de impsts u de questões regulatórias, as ações de RIG estã na base da cnstruçã de um ambiente psitiv para cresciment crprativ. A relaçã públic-privad precisa ganhar nva significaçã ds dis lads. O diálg deve ser basead em infrmações e arguments técnics, transparência de bjetivs e regras de atuaçã prfissinal. Muitas vezes descnheciment sbre cm funcina determinad setr da ecnmia real, de um lad, u prcess de definiçã de plíticas públicas, de utr, levam a desentendiments u mesm crises de 36
5 relacinament. O prfissinal de RIG assume entã papel de tradutr na relaçã entre a iniciativa privada e pder públic, dirimind risc de curt-circuit n prcess. Imprtante ntar que as Relações Institucinais e Gvernamentais nã se limitam a intermediar audiências entre executivs e autridades. A atividade tem caráter essencialmente estratégic: traça cenáris plític-institucinais, cntribui para a elabraçã de plíticas públicas, cnslida arguments técnics, analisa prcesss de decisã, avalia medidas legislativas, identifica pssíveis parcerias cm a sciedade civil, antecipa crises crprativas. Em suma, a atividade de RIG rienta engajament scial, plític e ecnômic de uma rganizaçã. Nã é tarefa simples. Ainda mais numa épca em que a palavra cmpliance passu a ser mantra nas crprações. RIG e cmpliance andam juntas. As ações de RIG rientam-se naturalmente para gverns, na busca de frmulaçã de plíticas públicas bem infrmadas, mas também sã fundamentais n diálg cm entidades da sciedade civil, cm sindicats, ONGs e academia. A cnstruçã de uma reputaçã crprativa sólida passa necessariamente pela existência de canais de cmunicaçã cm esses setres. O cnceit de Licença Scial para Operar (LSO), pr exempl, fundamenta-se na interface da empresa cm a cmunidade, açã que deve ser planejada e executada em bases técnicas. Parâmetrs étics e sciedade demcrática O nv mment plític-institucinal d Brasil trna ainda mais relevante a atividade de Relações Institucinais e Gvernamentais dentr das empresas e entidades representativas de setres ecnômics u sciais. Mas refrça também a necessidade de parâmetrs étics e prfissinais. O própri term RIG é cnsiderad mais mdern d que lbby, que ganhu a já referida cntaçã de atuaçã nas smbras, de ilicitude. Um element imprtante neste nv mment da atividade de RIG é sua regulamentaçã, a exempl d que crre em utrs países. A Assciaçã Brasileira de Relações Institucinais e Gvernamentais (Abrig) tem defendid a aprvaçã de uma lei que defina regras de atuaçã, na linha d que faz Prjet de Lei nº 1.202/2007, prnt para ir a vtaçã na Câmara ds Deputads. A discussã detalhada da regulamentaçã mereceria utr artig, mas vale ressaltar que espírit d text d prjet, em seu frmat atual, é de definir regras sem instituir excessiva burcratizaçã. Ns Estads Unids, pr exempl, a grande quantidade de exigências para exercíci da atividade acabu pr diminuir númer de prfissinais registrads. O imprtante neste mment é recnhecer a legitimidade da atividade de RIG e definir parâmetrs legais para sua realizaçã dentr de um ambiente de transparência e legalidade. É pssível que exista sempre uma minria que prefira caminhs ilícits ns seus relacinaments, mas esse risc nã deve se sbrepr à enrme imprtância estratégica das Relações Institucinais e Gvernamentais para cresciment sustentável das empresas e ds setres ecnômics, de um lad, e para a definiçã de plíticas públicas mdernas e eficientes, de utr. E, de frma mais ampla, para que a relaçã públicprivad saudável resulte em permanente frtaleciment da sciedade demcrática.» 37
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