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Sumário 01. Elementos da textualidade 02. Dissertação Argumentativa 03. Matriz de competências para a redação do ENEM

1. Elementos da textualidade Textualidade é um conjunto de características que fazem com que um texto seja considerado como tal, e não como um amontoado de palavras e frases. Uma definição alternativa apontaria textualidade como uma premissa adotada pelo interlocutor (nessa instância o termo não é ligado ao texto, mas aos agentes do processo comunicativo), baseada em seus prévios conhecimentos estruturais e funcionais de texto, que permite através da consideração de vários fatores realizar a textualização de uma mensagem em determinada situação comunicativa. Dois blocos de sete fatores, segundo Beaugrande e Dressler, são os responsáveis pela textualidade de qualquer discurso: Fatores semântico/formal (coerência e coesão): A coerência é o que faz um texto ser lógico. Ela não está pronta no texto: deve ser construída pelos interlocutores. Essa construção depende dos fatores pragmáticos, explicados abaixo. Da mesma forma, a coesão também passa por um processo de co-construção, na medida em que o interlocutor relaciona os elementos linguísticos para dar significado ao texto. Coesão está mais ligada aos elementos linguísticos e coerência às ideias. Se o leitor conseguir textualizar o texto da maneira como o autor pretendia ao escrevê-lo, pode-se dizer que ele é coerente e coeso. Se as ideias fizerem sentido naquele contexto para o público a que se destina, o texto está coerente e coeso. Fatores pragmáticos (intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade): A intencionalidade de um texto é aquilo a que ele se propõe: qual o objetivo do que o autor está escrevendo? Em contrapartida existe a aceitabilidade: o leitor aceitará, ou seja, entenderá (ou não) aquilo que o autor pretendia comunicar por meio de seu texto? A situacionalidade é o contexto em que o texto é escrito e em que será veiculado. O autor precisa considerar as particularidades de época e de lugar

para escrever seu texto, de modo que ele fique adequado a determinada situação. Esse fator é um exemplo de como todos os outros fatores estão relacionados: o texto só terá aceitabilidade, caso ele esteja adequado à situação para a qual foi escrito. A informatividade consiste no grau de novidade que o texto apresenta. É preciso que o texto seja escrito por um motivo, ou seja, para transmitir algum tipo de informação. O leitor terá tanto mais interesse no texto - e, assim, irá aceitá-lo melhor - à medida que ele lhe fornecer informações novas. Por outro lado, se o índice de informatividade de um texto é muito alto, corre-se o risco de que haja uma rejeição por parte do leitor, que poderá não conseguir processar todas as informações colocadas ali. A intertextualidade consiste em textos conversarem entre si: são as referências, explícitas ou não, que o autor faz em seu texto. É preciso que o leitor entenda as referências que o autor faz em seu texto. É a característica segundo a qual um texto é produzido a partir de vários outros textos. Toda a bagagem cultural, intelectual e pessoal que o autor possui estarão presentes em seu texto, sob a forma da intertextualidade. A Linguística Textual (LT) começou a se desenvolver na Europa a partir do final do anos 60, sobretudo entre os anglo-germânicos, e tem se dedicado a estudar os princípios constitutivos do texto e os fatores envolvidos em sua produção e recepção. Paralelamente ao desenvolvimento dessa teoria, do final da década de 60 até nossos dias, têm se fortalecido e se ampliado, no campo da Linguística, os estudos voltados para fenômenos que ultrapassam os limites da frase, como o texto e o discurso, e interessados menos nos produtos e mais nos processos a enunciação, a interlocução e suas condições de produção. Parece propício, portanto, neste momento, retomar o conceito de textualidade e repensá-lo, levando em conta contribuições advindas de lugares diferentes, como a Análise do Discurso, as teorias da enunciação, a Pragmática, a Análise da Conversação, os estudos sobre a língua falada, que nos convidam a incluir no campo de nossas reflexões fenômenos antes não considerados como propriamente linguísticos. Para atingir esse objetivo, um bom começo pode ser fazer um rápido panorama das tendências mais marcantes no interior da própria Linguística Textual. Já em 1977, Maria-Elisabeth Conte apontou, no desenvolvimento da LT,

três momentos tipológicos, isto é, três perspectivas de estudo, mais do que três etapas cronológicas, já que muitas reflexões e discussões ocorreram até simultaneamente, embora privilegiando enfoques e objetos diferentes. 2. Dissertação Argumentativa Além de ser o tipo de texto mais exigido em provas e concursos em todo o Brasil, a dissertação também é um dos textos mais simples de se redigir. Começando pela estrutura dele e finalizando pelo tipo de linguagem empregado, é um texto que pode ser estudado e familiarizado com estudantes de diversos níveis. Para se produzir um texto dissertativo são necessárias algumas habilidades, que estão ao alcance de todos a serem adquiridas: Conhecimento do assunto a ser abordado, a fim de aplicar precisão e certeza àquilo que está sendo escrito. Habilidade com a língua escrita, de maneira que se possa fazer boas construções sintáticas, uso de palavras adequadas e relações coerentes entre os fatos, argumentos e provas. Boa organização semântica do texto, ou seja, organização coerente das ideias aplicadas à dissertação, para que as mesmas possam facilmente ser apreendidas pelos leitores. Bom embasamento das ideias sugeridas, boa fundamentação dos argumentos e provas. Para se entender o que é uma redação dissertativa, devemos distinguir os dois tipos de dissertação existentes: a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa. Dissertação expositiva como o próprio nome já sugere, é um tipo de texto em que se expõem as ideias ou pontos de vista. O objetivo é fazer com que o leitor os considere coerentes e não fazê-lo concordar com eles. Dissertação argumentativa esse é o tipo de dissertação mais comum e conhecida por todos. Nela o intuito é convencer o leitor, persuadi-lo a concordar com a ideia ou ponto de vista exposto. Isso se faz por meio de

várias maneiras de argumentação, utilizando-se de dados, estatísticas, provas, opiniões relevantes, etc. Há algumas maneiras de se organizar uma dissertação, que podem ajudar na hora de iniciar o seu texto: 01- Você pode transformar o tema em um questionamento, e ao longo do texto tentar responder da melhor maneira possível a essa questão. Ex: TEMA: O Desmatamento na Floresta Amazônica QUESTÃO ABORDADA POR VOCÊ: A Floresta Amazônica, maior floresta tropical do mundo, sofre algum dano com a frequente prática do desmatamento em seu território? OBS: Sobre o mesmo tema você pode fazer vários questionamentos, porém deve avaliar se você está apto a respondê-los e se não está fugindo ao tema principal. Após fazer essas avaliações escolha apenas um dos questionamentos e fundamente seus argumentos baseando-se nele. 02- Uma outra maneira de desenvolver o seu texto é expondo os contraargumentos, ou seja, expondo as antíteses possíveis à sua tese. Ex: TEMA: Eutanásia Tese/opinião: A eutanásia realmente deve ser proibida, pois ninguém pode violar o direito à vida. Antítese/contra-argumento: Com a legalização da eutanásia um hospital poderia estar se utilizando do espaço que um paciente desenganado está ocupando para atender a alguém que tem reais chances de sobrevivência. OBS: Cuidado para não se contradizer, ou seja, ao apresentar seu contraargumento você deve estar preparado para convencer o leitor de que ele não tem fundamentos, e deve estar munido de informações convincentes para que possa fazê-lo. Caso contrário você poderá não deixar clara a sua mensagem.

Sempre defenda um ponto de vista, pois seu objetivo é esclarecer e não confundir ainda mais as opiniões do leitor a respeito daquele assunto. No caso de temas muito polêmicos, o melhor é se isentar totalmente de opiniões e fundamentar seus argumentos em fatos, estatísticas e opiniões em massa. 03- Uma outra alternativa seria fazer uma relação entre causa e consequência, para que assim se possa ir do início ao fim do problema, olhá-lo como um todo e com isso ir construindo uma opinião. EX: TEMA: A Violência nas escolas públicas Causa: O pouco incentivo aos esportes e às artes nas escolas por parte do governo. Consequência: Os jovens passam muito tempo nas ruas, em contato com armas e drogas. OBS: *A partir da causa e da consequência apresentadas, você deverá desenvolver seus argumentos em busca de uma solução possível e coerente para o problema. Esquema de uma dissertação Introdução: No primeiro parágrafo você deverá expor o problema e o caminho a ser seguido no texto para expô-lo ou para defender algum ponto de vista a respeito dele. Desenvolvimento: Aqui se encontram os argumentos, opiniões, estatísticas, fatos e exemplos. Ao apresentá-los você deve sempre se direcionar para um lado da questão, um ângulo de visão, uma opinião específica. Essa opinião deve ser anteriormente pensada e analisada para que se possa fazer uma boa argumentação ou exposição. Conclusão: Aqui você deixa claro o objetivo da sua dissertação, expõe o ponto de vista defendido ou a conclusão da sua exposição de forma que se arremate todos os argumentos utilizados durante a construção do texto.

3. Matriz de competência do ENEM Apresentamos, a seguir, o detalhamento das cinco competências a serem avaliadas em sua redação. Nosso objetivo é explicitar os critérios de avaliação, a fim de ajudá-lo a se preparar para o Exame. Tendo em vista que o texto consiste em uma unidade de sentido em que todos os aspectos se interrelacionam para constituir a textualidade, a separação por competências apenas tem a finalidade de tornar a avaliação mais objetiva. Competência 01: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa A primeira competência a ser avaliada em seu texto é o domínio da modalidade escrita formal da língua. Você já aprendeu que as pessoas não escrevem e falam do mesmo modo, uma vez que são processos diferentes, cada qual com características próprias. Na escrita formal, por exemplo, deve-se evitar, ao relacionar ideias, o emprego repetido de palavras como e, aí, daí, então, próprias de um uso mais informal. Por isso, para atender a essa exigência, você precisa ter consciência da distinção entre a modalidade escrita e a oral, bem como entre registro formal e informal. Outra diferença entre as duas modalidades diz respeito à constituição das frases. No registro informal, elas são muitas vezes fragmentadas, já que os interlocutores podem complementar as informações com o contexto em que a interação ocorre, mas, no registro escrito formal, em que esse contexto não está presente, as informações precisam estar completas nas frases. A entoação, recurso expressivo importante da oralidade, e as pausas, que conferem coerência ao texto, são muitas vezes marcadas, na escrita, pelos sinais de pontuação. Assim, as regras de pontuação assumem também essa função de organização do texto. Na redação do seu texto, você deve procurar ser claro, objetivo, direto; empregar um vocabulário mais variado e preciso, diferente do que utiliza quando

fala; e seguir as regras prescritas pela modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. Além disso, o texto dissertativo-argumentativo escrito exige que alguns requisitos básicos sejam atendidos. Além dos requisitos de ordem textual como coesão, coerência, sequenciação, informatividade, há outras exigências para o desenvolvimento do texto dissertativoargumentativo: ausência de marcas de oralidade e de registro informal; precisão vocabular; obediência às regras de concordância nominal e verbal; regência nominal e verbal; pontuação; flexão de nomes e verbos; colocação de pronomes oblíquos (átonos e tônicos); grafia das palavras (inclusive acentuação gráfica e emprego de letras maiúsculas e minúsculas); e divisão silábica na mudança de linha (translineação). Os quadros a seguir apresentam os seis níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar a Competência 1 nas redações do Enem. Competência 02: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

O segundo aspecto a ser avaliado em seu texto é a compreensão da proposta de redação. Ela exige que o participante escreva um texto dissertativoargumentativo, que é o tipo de texto que demonstra a verdade de uma ideia ou tese. É mais do que uma simples exposição de ideias. Nessa redação, o participante deve evitar elaborar um texto de caráter apenas expositivo. É preciso apresentar um texto que expõe um aspecto relacionado ao tema, defendendo uma posição, uma tese. É dessa forma que se atende às exigências expressas pela competência 2 da Matriz de Avaliação do Enem. O tema constitui o núcleo das ideias sobre as quais a tese se organiza. Em âmbito mais abrangente, o assunto recebe uma delimitação por meio do tema, ou seja, um assunto pode ser abordado por diferentes temas. Seguem algumas recomendações: Leia com atenção a proposta de redação e os textos motivadores, para compreender bem o que está sendo solicitado. Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentadas apenas para despertar uma reflexão sobre o tema e não para limitar sua criatividade. Não copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se de que eles foram apresentados apenas para despertar seus conhecimentos sobre o tema. Reflita sobre o tema proposto para decidir como abordá-lo, qual será seu ponto de vista e como defendê-lo. Reúna todas as ideias que lhe ocorrerem sobre o tema, procurando organizá-las em uma estrutura coerente para usá-las no desenvolvimento do seu texto. Desenvolva o tema de forma consistente para que o leitor possa acompanhar o seu raciocínio facilmente, o que significa que a progressão textual é fluente e articulada com o projeto do texto. Lembre-se de que cada parágrafo deve desenvolver um tópico frasal. Examine, com atenção, a introdução e a conclusão para ver se há coerência entre o início e o fim. Utilize informações de várias áreas do conhecimento, demonstrando que você está atualizado em relação ao que acontece no mundo. Evite recorrer a reflexões previsíveis, que demonstram pouca originalidade no desenvolvimento do tema proposto.

Mantenha-se dentro dos limites do tema proposto, tomando cuidado para não se afastar de seu foco. Esse é um dos principais problemas identificados nas redações. Nesse caso, duas situações podem ocorrer: fuga total ao tema ou fuga parcial ao tema. O que é tangenciar o tema? Considera-se tangenciamento ao tema uma abordagem parcial, realizada somente nos limites do assunto mais amplo a que o tema está vinculado, que deixa em segundo plano a discussão em torno do eixo temático objetivamente proposto. O que é fuga ao tema? Enquadra-se nessa classificação a redação na qual nem o tema nem o assunto mais amplo relacionado ao tema são desenvolvidos. O que é não atender ao tipo textual? Não atende ao tipo textual a redação que esteja predominantemente fora do padrão dissertativo-argumentativo, sem apresentar quaisquer indícios de caráter dissertativo (explicações, exemplificações, análises ou interpretações de aspectos dentro da temática solicitada) ou de caráter argumentativo (defesa ou refutação de ideias dentro da temática solicitada). O que é um texto dissertativo-argumentativo? O texto dissertativo-argumentativo é um texto que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. É fundamentado com argumentos, para influenciar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencêlo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. Daí sua dupla natureza: é argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque são utilizadas explicações para justificá-la. Seu objetivo é, em última análise, convencer ou tentar convencer o leitor pela apresentação de razões e pela evidência de provas, à luz de um raciocínio coerente e consistente.

A sua redação atenderá às exigências de elaboração de um texto dissertativo argumentativo se combinar os dois princípios de estruturação: ATENÇÃO! Será atribuída nota 0 (zero) à redação que não obedecer a estrutura dissertativo argumentativa, mesmo que atenda às exigências dos outros critérios de avaliação. Você não deve, portanto, elaborar um poema ou reduzir seu texto à narração de uma história ou a um depoimento de experiência pessoal. No processo argumentativo, você poderá dar exemplos de acontecimentos que justifiquem a tese, mas o texto não pode se reduzir a uma narração, por esta não apresentar a estrutura de organização textual solicitada Os quadros a seguir apresentam os seis níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar a Competência 2 nas redações do Enem:

Competência 03: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. O terceiro aspecto a ser avaliado em seu texto é a forma como você, em seu texto, seleciona, relaciona, organiza e interpreta informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista defendido como tese. É preciso elaborar um texto que apresente, claramente, uma ideia a ser defendida e argumentos que justifiquem a posição assumida por você em relação à temática da proposta de redação. Essa competência trata da inteligibilidade do seu texto, ou seja, de sua coerência, da plausibilidade entre as ideias apresentadas. A inteligibilidade de sua redação depende, portanto, dos seguintes fatores: relação de sentido entre as partes do texto; precisão vocabular; seleção de argumentos; progressão temática adequada ao desenvolvimento do tema, revelando que a redação foi planejada e que as ideias desenvolvidas são pouco a pouco apresentadas, em uma ordem lógica; e adequação entre o conteúdo do texto e o mundo real. Resumindo: na organização do texto dissertativo-argumentativo, você deve procurar atender às seguintes exigências: apresentação clara da tese e seleção dos argumentos que a sustentam; encadeamento das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações novas, coerentes com o que foi apresentado anteriormente, sem repetições ou saltos temáticos; congruência entre as informações do texto e a realidade; e precisão vocabular. Os quadros a seguir apresentam os seis níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar a Competência 3 nas redações do Enem:

Competência 04: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Os aspectos a serem avaliados nesta competência dizem respeito à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta a sequenciação coerente do texto e a interdependência das ideias. Esse encadeamento pode ser expresso por conjunções, por determinadas palavras, ou pode ser inferido a partir da articulação dessas ideias. Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são responsáveis pela coesão do texto, porque estabelecem inter-relação de orações, frases e parágrafos. Cada parágrafo será composto de um ou mais períodos também articulados; cada ideia nova precisa estabelecer relação com as anteriores. Assim, na produção da sua redação, você deve utilizar variados recursos linguísticos que garantam as relações de continuidade essenciais à elaboração de um texto coeso. Na avaliação dessa competência, será considerado o seguinte aspecto: Encadeamento textual Para garantir a coesão textual, devem ser observados determinados princípios em diferentes níveis: Estruturação dos parágrafos: Um parágrafo é uma unidade textual formada por uma ideia principal à qual se ligam ideias secundárias. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos podem ser desenvolvidos por

comparação, por causa-consequência, por exemplificação, por detalhamento, entre outras possibilidades. Deve haver uma articulação entre um parágrafo e outro. Estruturação dos períodos: Pela própria especificidade do texto dissertativo argumentativo, os períodos do texto são, normalmente, estruturados de forma complexa, formados por duas ou mais orações, para que se possam expressar as ideias de causa-consequência, contradição, temporalidade, comparação, conclusão, entre outras. Referenciação: As referências a pessoas, coisas, lugares, fatos são introduzidas e, depois, retomadas, à medida que o texto vai progredindo. Esse processo pode ser expresso por pronomes, advérbios, artigos ou vocábulos de base lexical, estabelecendo relações de sinonímia, antonímia, hiponímia, hiperonímia, uso de expressões resumitivas, expressões metafóricas ou expressões metadiscursivas. Resumindo: na elaboração da redação, você deve, pois, evitar: frases fragmentadas que comprometam a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de ideias sem encaixamentos sintáticos, reproduzindo usos típicos da oralidade; frase com apenas oração subordinada, sem oração principal; emprego equivocado de conector (preposição, conjunção, pronome relativo, alguns advérbios e locuções adverbiais) que não estabeleça relação lógica entre dois trechos do texto e prejudique a compreensão da mensagem; emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; e repetição ou substituição inadequada de palavras, sem empregar os recursos oferecidos pela língua (pronome, advérbio, artigo, sinônimo). Os quadros a seguir apresentam os seis níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar a Competência 4 nas redações do Enem:

Competência 05: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. O quinto aspecto a ser avaliado em seu texto é a apresentação de proposta de intervenção para o problema abordado. Por isso, a sua redação, além de apresentar uma tese sobre o tema, apoiada em argumentos consistentes, deve oferecer uma proposta de intervenção na vida social. Essa proposta deve considerar os pontos abordados na argumentação. A proposta deve manter um vínculo direto com a tese desenvolvida no texto e demonstrar coerência com os argumentos utilizados, já que expressa a sua visão, como autor, das possíveis soluções para a questão discutida. A proposta de intervenção precisa ser detalhada; deve conter, portanto, a exposição da intervenção sugerida e o detalhamento dos meios para realizá-la. Deve refletir os conhecimentos de mundo de quem a redige, de modo que a coerência da argumentação será um dos aspectos decisivos no processo de avaliação. É necessário respeitar os direitos humanos, não romper com valores como cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural. Ao redigir seu texto, procure evitar propostas vagas, gerais; busque propostas mais concretas, específicas, consistentes com o desenvolvimento de suas ideias. Antes de elaborar sua proposta, procure responder às seguintes perguntas: O que é possível apresentar como proposta de intervenção na vida social? Como viabilizar essa proposta? Seu texto será avaliado, portanto, com base na combinação dos seguintes critérios: a) presença de proposta x ausência de proposta; e

b) proposta com detalhamento dos meios para sua realização x proposta sem o detalhamento dos meios para sua realização. Os quadros a seguir apresentam os seis níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar a Competência 5 nas redações do Enem REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. REDAÇÃO NO ENEM 2016 CARTILHA DO PARTICIPANTE. Brasília: MEC/DAEB, 2016.