OCEANOS, MARES E RECURSOS MARINHOS

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III CICLO DE ESTUDOS ODS - INFORMATIVO 17 IV ENCONTRO 06/2017 OCEANOS, MARES E RECURSOS MARINHOS

O D S 1 4 C O N S E R V A R E P R O M O V E R O U S O S U S T E N T Á V E L D O S O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S P A R A O D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L O meio ambiente marinho - inclusive os oceanos e todos os mares, bem como as zonas costeiras adjacentes - forma um todo integrado que é um componente essencial do sistema que possibilita a existência de vida sobre a Terra, além de ser uma riqueza que oferece possibilidades para um desenvolvimento sustentável. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os mares e os oceanos representam 71% da superfície da Terra, isto é, 360 milhões de km2, e 97% dos recursos hídricos do planeta. São uma fonte abundante de recursos biológicos e naturais, comparável ou mesmo superior às florestas tropicais, essenciais para determinar o clima da Terra. Representam sistemas muito produtivos, que reciclam constantemente os produtos químicos, os nutrientes e a água, além de se constituírem vias naturais de comunicação, transporte, comércio e geração de emprego. A costa brasileira conta com 10,8 mil quilômetros de extensão, percorrendo 395 cidades, em 17 estados. Uma imensidão azul que abriga um quarto da população brasileira em um ecossistema único com 3 mil quilômetros de recifes de corais e 12% dos manguezais do mundo. Segundo o WWF Brasil, é também um habitat com alta relevância econômica para o País, tendo no turismo, na pesca e na exploração mineral seus principais alicerces, além do grande potencial biotecnológico e energético. No entanto, destacam-se alertas importantes sobre os cuidados com essa riqueza, especialmente a poluição marinha, que vem ocorrendo cada vez com maior frequência, levando a dizimar espécies aquáticas, entre outros danos. Desde sacolas plásticas a pesticidas, todo lixo produzido, eventualmente, atinge os oceanos. Há, ainda, o derramamento de óleo, proveniente, segundo o site da Bichos Brasil, de navios (12%), e de cidades e indústrias (36%). 40% DA POPULAÇÃO MUNDIAL VIVE NUM RAIO DE 60 KM DA COSTA E 35 MILHÕES DE PESSOAS DEPENDEM DA PESCA. PORTANTO, A VIDA DE MUITAS PESSOAS DEPENDE DOS OCEANOS, QUE, EM DECORRÊNCIA DA POLUIÇÃO MARINHA EM CURSO, AMEAÇA FICAR COMPROMETIDA. O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S 0 1

O D S 1 4 C O N S E R V A R E P R O M O V E R O U S O S U S T E N T Á V E L D O S O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S P A R A O D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L Em 2013, o Brasil contava com 1.084 milhão de pescadores, responsáveis pela produção anual de 765 mil toneladas de pescados. Essa produção poderia ser ainda maior, pois, segundo o Ministério da Pesca e da Aquicultura (2013), são perdidos de 20% a 25% por mau acondicionamento dos pescados, e 40% pela defasagem tecnológica da frota. Destaca, ainda, a pesca ilegal; segundo dados da FAO (2013), apenas um quinto da pesca no mundo é declarada e legalizada. Há casos, por exemplo, em que o peixe é pescado ilegalmente na costa brasileira, levado para outros países, e depois importado pelo País. O Brasil contribui com cerca de 8% da produção de pescados no Oceano Atlântico; o governo pretende chegar a 15% (Portal Brasil, 2015). PLANETA T E R R A DE ACORDO COM O PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE (PNUMA), OS MARES E OS OCEANOS REPRESENTAM 71% DA SUPERFÍCIE DA TERRA, ISTO É, 360 MILHÕES DE KM2, E 97% DOS RECURSOS HÍDRICOS DO PLANETA. O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S 0 2

O D S 1 4 C O N S E R V A R E P R O M O V E R O U S O S U S T E N T Á V E L D O S O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S P A R A O D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L M E T A 1 4. 1 Até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes; M E T A 1 4. 2 Até 2020, gerir de forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e costeiros para evitar impactos adversos significativos, inclusive por meio do reforço da sua capacidade de resiliência, e tomar medidas para a sua restauração, a fim de assegurar oceanos saudáveis e produtivos; M E T A 1 4. 3 Minimizar e enfrentar os impactos da acidificação dos oceanos, inclusive por meio do reforço da cooperação científica em todos os níveis; M E T A 1 4. 4 Até 2020, efetivamente regular a coleta, e acabar com a sobrepesca, ilegal, não reportada e não regulamentada (INN) e as práticas de pesca destrutivas, e implementar planos de gestão com base científica, para restaurar populações de peixes no menor tempo possível, pelo menos a níveis que possam produzir rendimento máximo sustentável, como determinado por suas características biológicas; O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S 0 3

O D S 1 4 C O N S E R V A R E P R O M O V E R O U S O S U S T E N T Á V E L D O S O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S P A R A O D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L M E T A 1 4. 5 Até 2020, conservar pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas, de acordo com a legislação nacional e internacional, e com base na melhor informação científica disponível; M E T A 1 4. 6 Até 2020, proibir certas formas de subsídios à pesca, que contribuem para a sobrecapacidade e a sobrepesca, e eliminar os subsídios que contribuam para a pesca INN, e abster-se de introduzir novos subsídios como estes, reconhecendo que o tratamento especial e diferenciado adequado e eficaz para os países em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos deve ser parte integrante da negociação sobre subsídios à pesca da OMC1; M E T A 1 4. 7 Até 2030, aumentar os benefícios econômicos para os SIDS e os países menos desenvolvidos, a partir do uso sustentável dos recursos marinhos, inclusive por meio de uma gestão sustentável da pesca, aquicultura e turismo; M E T A 1 4 A Aumentar o conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologia marinha, tendo em conta os critérios e orientações sobre a Transferência de Tecnologia Marinha da Comissão Oceanográfica Intergovernamental, a fim de melhorar a saúde dos oceanos e aumentar a contribuição da biodiversidade marinha para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos e SIDS; O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S 0 4

O D S 1 4 C O N S E R V A R E P R O M O V E R O U S O S U S T E N T Á V E L D O S O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S P A R A O D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L M E T A 1 4. B Proporcionar o acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos marinhos e mercados; M E T A 1 4. C Assegurar a plena aplicação do direito internacional, como refletido na UNCLOS para os Estados membros, incluindo, quando aplicável, os regimes regionais e internacionais existentes, para a conservação e utilização sustentável dos oceanos e dos seus recursos por seus membros. O C E A N O S, M A R E S E R E C U R S O S M A R I N H O S 0 5