DIREITO ADMINISTRATIVO. Ricardo Alexandre

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Transcrição:

DIREITO ADMINISTRATIVO Ricardo Alexandre

PREPARATÓRIO TCE-SP Para estudar os Princípios da Administração Pública é preciso recordar o Ordenamento Jurídico Brasileiro, que é composto por um conjunto de normas, como a Constituição Federal, as Leis Complementares, Leis Ordinárias, Resoluções do Senado e do Congresso e Medidas Provisórias. Todo esse ordenamento jurídico é composto por normas, doutrinalmente divididas em Regras e Princípios. Ao se falar em Princípios, tradicionalmente se associa à normas abstratas, que estabelecem finalidades e diretrizes a serem perseguidas, como exemplo, se tratando de Administração Pública, eficiência, porque norteia a administração para que ela busque a finalidade da maneira mais eficiente possível. Regras tratam de situações mais concretas, como exemplo, para fazer a contratação de uma obra com o valor acima de R$15.000 é necessário fazer uma licitação, nesse caso, é uma regra. Sendo assim a regra não é uma diretriz, porque trata de casos específicos determinando as soluções que devem ser aplicadas. Tanto os Princípios quanto Regras são Forças Normativas, sendo de observância obrigatória. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio violado, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Se o princípio apresenta as diretrizes básicas, determinando que devesse agir com moralidade e eficiência. Caso não aja dessa forma é posto em risco todo o ordenamento jurídico. O específico mandamento obrigatório é considerado, doutrinalmente, como regra. Existem dois Princípios Basilares no Regime Jurídico da Administração, são eles: Deve ser lembrado que a Administração Pública se submete a um conjunto de regras jurídicas que regem a atuação, que são diferenciadas do regime jurídico que estão sujeitos os particulares. A consequência é um conjunto de prerrogativas e sujeições. 1

A Supremacia do Interesse Público sobre o interesse privado realiza prerrogativas inimagináveis à administração. Enquanto a Indisponibilidade do Interesse Público causa restrições, possuindo como ideia que o interesse público é indisponível, porque o recurso pertence ao Estado. Apesar de ser interesse secundário, o Patrimônio Público deve ser defendido pelas autoridades administrativas, porque também indisponível ao interesse público. (2014/VUNESP/DPE-MS/Defensor Público) A expressão regime jurídico-administrativo é utilizada para designar o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração Pública e que não se encontram nas relações entre particulares. Como dito anteriormente, particulares são diferentes, como no caso, a prerrogativa de desapropriar um imóvel depende do Poder Público, mas não depende dos particulares. São prerrogativas as Restrições que estão sujeitas à Administração Pública e não se encontram nas relações entre particulares. Supraprincípios de Direito Administrativo Características do princípio da supremacia do interesse público: a) Princípio implícito na Constituição Federal: não há nenhum dispositivo constitucional que determine que o interesse público se sobrepõe ao privado. b) Chamado também de princípio da finalidade pública; c) Consiste na primazia do interesse público primário (coletivo) sobre o interesse privado (individual); d) Inspira o legislador e vincula a autoridade administrativa em toda a sua atenção. e) Dá origem a certas prerrogativas da administração pública; f) Dele decorre o caráter instrumental da administração pública; g) Não se constitui em princípio absoluto, devendo conviver harmonicamente com os demais princípios constitucionais e com as garantias e direitos fundamentais; h) Não se aplica às relações da Administração regidas pelo direito privado. Características do princípio da indisponibilidade do interesse público: a) Princípio implícito na Constituição Federal; b) Impõe uma série de restrições (sujeições) à conduta administrativa; c) Conteúdo: a Administração Pública não pode abrir mão de alcançar o bem comum (interesse público primário) nem de conservar o patrimônio público (interesse público secundário); d) Consequências práticas: proibição de alienar bens públicos enquanto afetados à finalidade pública, restrições à alienação de bens públicos, necessidade de concurso público para admissão de pessoal; necessidade de licitação para celebração de contratos administrativos; proibição de renúncia de receita, salvo autorização legal etc.; e) A indisponibilidade do interesse público aplica-se à Administração Pública, e não ao Parlamento no exercício da função legislativa; f) A indisponibilidade do interesse público gera como consequência lógica a submissão da Administração Pública a uma série de outros princípios (legalidade, continuidade do serviço público, igualdade dos administrados, controle da atuação administrativa, publicidade etc.). Os Princípios Constitucionais da Administração Pública são aqueles expressamente previstos no art. 37 da Constituição Federal: 2

Princípio da Legalidade: Princípio da Supremacia da Lei (primazia da lei ou da legalidade em sentido negativo): Administração não pode contrariar o disposto na lei. Princípio da Reserva Legal (ou da legalidade em sentido positivo): Administração só pode agir segundo a lei. O negativo tem sentido de proibição. Visto sob a ótica dos particulares, o Princípio da Legalidade no enfoque das relações primárias está autorizado. Enquanto para a Administração, está proibido. Para o particular a ausência de lei é a autorização, ou seja, o que não está juridicamente proibido está juridicamente facultado. E para a administração pública se não houver autorização a atitude não pode existir. Legalidade Exemplos de aplicação prática do princípio da legalidade: a) Não pode ser exigido exame psicotécnico em concurso público sem que tal fato esteja expressamente previsto em lei (STF, 1ª T., AI 677.718 AgR/DF) Subordina os atos administrativos vinculados: é aquele que cuja prática a Autoridade Administrativa não tem direito de atuação. Condiciona os atos administrativos discricionários: são aqueles que a Autoridade Administrativa possui atuação. 3

Princípio da Impessoalidade Possui três princípios imprescindíveis: a) Finalidade pública: a ideia que o Poder Público tem que buscar a consecução do bem comum da finalidade pública. b) Isonomia: tratar todas as pessoas de forma igualitária. c) Imputação ao órgão ou entidade administrativa dos atos praticados pelos seus servidores: a imputação é a ideia básica que tudo que a Administração Pública faz é imputado ao órgão ou entidade administrativa que o praticou por meio de seus servidores. (2016/VUNESP/Prefeitura de São Paulo SP/Analista Fiscal de Serviços) Esse princípio acaba completando a ideia já analisada de que o administrador é um executor do ato, que serve de veículo de manifestação da vontade estatal e, portanto, as realizações administrativo-governamentais não são do agente político, mas da entidade pública em nome da qual atuou (José Afonso da Silva). O autor, na conceituação supra, está tratando do princípio constitucional da Administração Pública denominado princípio da impessoalidade. Princípio da Moralidade Também conhecido como Moral Jurídica, são os princípios éticos extraídos da disciplina interna da administração. Moralidade Requisito de validade do ato administrativo. Conduta imoral Conduta Ilegal Invalidade do respectivo ato Controle da moralidade administrativa: a) Administrativo (autotutela): deve cuidar da legalidade dos atos e, caso haja erro, deverá anular. b) Judicial. 4