Direito Administrativo Brasileiro. Raquel Rivera Soldera

Transcrição

1 Direito Administrativo Brasileiro Raquel Rivera Soldera

2 Direito Administrativo Brasileiro! Conceito! Princípios! Legislação aplicável

3 Conceito É o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes, as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e imediatamente os fins desejados do Estado. Hely Lopes Meirelles É o ramo do Direito Público que disciplina o exercício da função administrativa. Celso Antônio Bandeira de Mello

4 Conceito É o ramo do Direito Público que tem por objeto órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. Maria Sylvia Di Pietro É o ramo do Direito Público voltado à análise dos princípios e das normas que disciplinam o exercício da função administrativa. Alexandre Mazza

5 Função Administrativa É a atividade exercida em caráter de subordinação à lei (princípio da legalidade), pelos agentes públicos ligados aos diversos Poderes do Estado, bem como por particulares delegados, mediante a utilização de prerrogativas instrumentais, na defesa de interesses públicos.

6 Função Administrativa! Caráter de subordinação à lei A missão fundamental da Administração Pública é defender o interesse público por meio do cumprimento da lei (princípio da legalidade). É nulo o ato administrativo que contrariar norma legal. Havendo conflito entre a lei e o ato administrativo, prevalecerá o disposto na lei.

7 Função Administrativa! Função típica do Poder Executivo! Função atípica do Legislativo e do Judiciário Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. Art. 1º da Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo)

8 Função Administrativa! Exercício por particulares Concessionários e permissionários! Prerrogativas instrumentais Conferidas aos agentes públicos que somente poderão ser usadas na defesa de interesse da coletividade: presunção de legitimidade e auto-executoriedade de seus atos, prazos processuais em dobro e em quádruplo para recorrer e contestar. Se o agente utilizar tais prerrogativas em benefício pessoal, o ato será nulo, além de sujeitar o agente a consequências penais, civis e administrativas.

9 Função Administrativa! Defesa do interesse público Interesse da coletividade, tal como definido na ordem jurídica. Defender o interesse público é cumprir a lei.

10 Princípios do Direito Administrativo Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o Direito Administrativo está alicerçado sobre duas ideias centrais: a) Supremacia do interesse público sobre o privado; b) Indisponibilidade do interesse público.

11 Princípios do art. 37, caput, CF Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...).! LIMPE

12 Princípio da Legalidade O princípio da legalidade exige que os agentes públicos somente pratiquem condutas autorizadas em lei. Bloco da legalidade : inclui princípios gerais do Direito Administrativo, emendas constitucionais, medidas provisórias, resoluções, decretos legislativos, decretos e regulamentos.

13 Princípio da Impessoalidade! O princípio da impessoalidade obriga a Administração a conferir objetividade no atendimento do interesse público, sem discriminação ou privilégios de qualquer natureza.! Chamado também de igualdade, isonomia ou imparcialidade.! Isonomia: tratar igualmente os iguais, e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.

14 Princípio da Moralidade! O princípio da moralidade obriga os agentes públicos a, além de cumprir a lei, respeitar os padrões éticos, de decoro, boa-fé, lealdade e probidade vigentes na sociedade.! A Lei nº 8.429/92 prevê punições de natureza não criminal a condutas de agentes públicos consideradas atos de improbidade.

15 Princípio da Publicidade! O princípio da publicidade obriga os agentes públicos a divulgar o conteúdo dos atos que praticam.! Trata-se da proibição de condutas sigilosas.! A divulgação apenas será proibida se houver risco para a segurança pública ou se a publicidade ofender a intimidade dos envolvidos.

16 Princípio da Eficiência! O princípio da eficiência impõe à Administração o dever de atingir os melhores resultados na sua conduta.! Só se pode falar em conduta juridicamente eficiente quando houver absoluto respeito aos deveres legais impostos ao exercício da atuação administrativa.

17 Princípios não enunciados! Princípio da Finalidade Determina que todo ato administrativo deve ser praticado visando à defesa do interesse público.! Princípio da Autotutela Significa que cabe à Administração, sem necessidade de autorização judicial, invalidar seus atos defeituosos e revogar os atos inconvenientes que pratica.

18 Princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade! Proíbe exageros na atuação administrativa.! Art. 2º, parágrafo único, inciso VI, Lei 9.784/99: adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.! Não se usam canhões para matar pardais.

19 Princípio da obrigatória motivação! Os agentes públicos estão obrigados a apresentar por escrito, as razões de fato (fundamento fático) e a base legal (fundamento jurídico) que autorizam a realização de determinada conduta.

20 Princípio da celeridade processual! O princípio da celeridade processual exige que, a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Art. 5º, inciso LXXVIII, Constituição Federal

21 Princípio da segurança jurídica! O princípio da segurança jurídica relaciona-se com a ideia de que o fim do ordenamento jurídico é garantir a estabilidade social.! Em termos práticos, tem sido utilizado para impedir a aplicação retroativa de novas interpretações dadas pela Administração a dispositivos legais e a normas regulamentares.

22 Outros princípios! Devido processo legal (art. 5º, LIV, CF);! Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, CF);! Impulso oficial dos processo administrativos (art. 2º, parágrafo único, VII, Lei 9.784/99).

23 Legislação Aplicável Contrato e Licitações Administrativas Lei nº 8.666, de (Normas gerais de licitação e contratação) Decreto nº 2.745, de (Licitação na Petrobras) Lei nº , de (Pregão) Decreto nº 3.555, de (Regulamento do pregão) Bens Públicos Lei nº , de Código Civil (Regime dos bens públicos) Decreto nº , de (Código de Águas) Decreto-Lei nº 9.760, de (Bens Imóveis da União) Lei nº 9.636, de (Regularização e administração dos bens imóveis da União) Lei nº 8.617, de (Mar territorial) Decreto-Lei nº 2.398, de (Foros e laudêmios)

24 Legislação Aplicável Intervenção na Propriedade Decreto-Lei nº 3.365, de (Desapropriação por utilidade pública) Lei nº 4.132, de (Desapropriação por interesse social) Lei nº 8.257, de (Expropriação de glebas com cultivo ilegal de plantas psicotrópicas) Decreto-Lei nº 4.812, de (Regime de requisição de bens) Decreto-Lei nº 25, de (Organiza a proteção do patrimônio histórico) Intervenção no Domínio Econômico Lei nº 8.884, de (CADE) Lei nº , de (CIDE Contribuição de intervenção no domínio econômico)

25 Legislação Aplicável Finanças Públicas Lei Complementar nº 101, de (Responsabilidade fiscal) Lei no , de (Parceria Público-Privada) Políticas Públicas Lei nº , de (Estatuto da cidade) Lei no , de (Renda mínima) Lei no , de (Bolsa Família)

26 Legislação Aplicável Responsabilidade Civil do Estado Lei nº , de (Responsabilidade do Estado e prescrição quinquenal) Lei nº 8.078, de (Institui o Código de Proteção e defesa do consumidor) Lei nº 5.869, de (Denunciação da lide, responsabilidade civil do MP e da Magistratura) Lei Complementar nº 35, de (Responsabilidade do magistrado) Lei nº 6.453, de (Dano nuclear) Lei nº , de (Responsabilidade por atentado terrorista em aviões)

27 Legislação Aplicável Controle da Administração Pública Lei nº 8.437, de (Concessão de medidas cautelares contra atos do poder público) Lei nº 9.469, de (Defesa da União e pagamentos devidos pela Fazenda) Lei nº 9.494, de (Tutela antecipada contra a Fazenda Pública) Lei nº , de (Regulamenta o precatório de pequeno valor)

28 Legislação Aplicável Processo Administrativo e Defesa Jurídica da Administração Lei nº 9.784, de (Processo administrativo federal) Lei no 4.898, de (Regula o processo de abuso de autoridade) Lei Complementar no 73, de (Advocacia Geral da União) Lei no 9.873, de (Prescrição punitiva) Decreto no 4.250, de (Representação nos juizados especiais)

29 Legislação Aplicável Remédios Constitucionais e Defesa de Direitos Fundamentais Lei nº 9.051, de (Expedição de certidão e esclarecimento de situações) Lei nº 9.265, de (Gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania) Lei nº 1.533, de (Mandado de Segurança) Lei nº 4.348, de (Normas relativas ao mandado de segurança) Lei nº 4.717, de (Ação Popular) Lei nº 7.347, de (Ação Civil Pública) Lei nº 9.507, de (Habeas Data)

30 Legislação Aplicável Improbidade Administrativa e Crime de Responsabilidade Lei nº 8.429, de (improbidade administrativa) Lei nº 1.079, de (Crimes de responsabilidade do Presidente da República) Decreto-Lei nº 201, de (Crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores) Crimes Contra a Administração Pública Decreto-Lei nº 2.848, de (Código Penal art. 92 a 359 Crimes contra a Administração Pública)