Por: Filipe Nunes (Médico veterinário, Hifarmax) e. Carlos Relva (Eng.º Florestal e dos Recursos Naturais, Hifarmax)



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A enxameação Por: Filipe Nunes (Médico veterinário, Hifarmax) e Carlos Relva (Eng.º Florestal e dos Recursos Naturais, Hifarmax) Introdução A forma natural de reprodução das abelhas melíferas dá-se por enxameação. Esta é, um processo desencadeado pela colónia, onde um grupo de obreiras de várias idades (e eventualmente alguns zangãos) abandona a colónia mãe, seguido por uma ou mais rainhas, com a finalidade de constituírem uma nova colónia 'filha' suficientemente afastada (1 a 5 km) da colónia mãe. A colónia mãe fica com a criação pré-existente que, entre outras possibilidades, lhe permite a produção de nova(s) rainha(s) (Murilhas, 2001). Sendo a enxameação um processo normal e Figura 1: Enxame necessário à sobrevivência das abelhas melíferas (Root et al, 1990). Este processo da enxameação é geralmente praticado durante os períodos de maior disponibilidade alimentar (Primavera e Verão), pelo que está bastante associado às condições ambientais específicas de cada região. A enxameação ocorre quando as condições ambientais são óptimas, o que leva a um aumento da população de abelhas ao ponto de a cavidade do ninho que ocupam se tornar pequena. As abelhas obreiras constroem alvéolos reais de forma a promover o nascimento de novas rainhas. Antes que estas nasçam, a rainha velha com uma parte das abelhas que compõem a colónia saem para um outro local. Este tipo de enxame é denominado enxame primário e contém sempre uma rainha fecundada (Ribbands, 1953). Existe um conjunto de factores intrínsecos à colónia que determina a construção de taças reais com vista ao desenvolvimento de uma nova rainha. Após a existência de taças reais, e não apenas cúpulas, ocorre uma sucessão de eventos bem definidos que conduzem à enxameação. O desenvolvimento da rainha está dependente de causas multifactoriais baseadas em factores limitadores demográficos internos (Simpson, 1958; Winston & Taylor, 1980; Lensky & Slabezki, 1981) perante os quais as condições da colónia são muito favoráveis à formação de enxame(s), a saber: Tamanho da colónia exagerado para o espaço disponível Congestão de crias, ou seja, falta de células disponíveis para a criação; Presença de uma proporção aumentada de abelhas jovens na colónia Transmissão insuficiente das feromonas da rainha Apesar de todos estes factores serem importantes é necessária a conjugação de mais de um deles para despoletar o processo enxameatório.

A identificação da ocorrência de algum destes factores e a sua correcção atempada, normalmente, dando mais espaço (mais uma alça) ou mudando a rainha, terá a capacidade de prevenir o início da enxameação. A destruição manual pelo apicultor das cúpulas reais determina normalmente um adiamento do processo. O mesmo procedimento relativamente aos alvéolos, poderá não provoca a paragem da enxameação, uma vez que esta esteja já num ponto irreversível. A simples destruição das taças reais (momento intermédio) não garante a reversibilidade do processo. Das substâncias produzidas pela rainha são de destacar as duas feromonas mais conhecidas, o ácido 9-ceto-(E)-2-decenóico, chamado de 9-ODA e o ácido 9-hidroxi- (E)-2-decenóico (9-HDA). Estas duas feromonas têm várias funções dentro da colónia. Uma das principais é a prevenção da enxameação pelo facto de inibir a produção de realeiras (alvéolos reais), logo o desenvolvimento e criação de rainhas. Por outro lado, são um dos factores desencadeadores da enxameação, através da fraca transmissão da feromona 9-ODA pelas obreiras. Após ter sido iniciado o processo enxameatório, estas feromonas voltam a desempenhar um papel importante sobre o enxame, o 9ODA como agente atractivo das abelhas e o 9-HDA como agente estabilizador do enxame, sendo este efeito tão importante dentro da colmeia, como no enxame que se encontra fora do ninho ou em voo, sendo fundamental na coordenação do movimento e na manutenção da coesão do enxame (Morse & Hooper, 1985). No processo de enxameação, para além do papel da rainha, as abelhas também desempenham várias funções fundamentais para o sucesso do processo. As abelhas mais velhas do enxame são as responsáveis por encontrar o novo local para a construção do ninho. Uma vez seleccionado o novo local para a instalação do enxame, estas abelhas tentam comunicar o rumo às outras abelhas através de danças na superfície do enxame, sinalizando que o cacho de abelhas deve ser desfeito e deslocar-se. Neste processo é importante a feromona de Nasonov produzida pelas abelhas que tem como funções atrair abelhas da mesma espécie, atrair abelhas para formação do cacho durante o processo de enxameação, marcar e atrair para a entrada do novo ninho, identificar e conduzir o enxame até ao novo ninho, marcar e atrair as abelhas para a rainha durante o voo. Além destas funções no processo enxameatório, esta secreção é referida como tendo uma função de orientação para as abelhas desorientadas e de marcação de fontes de alimento.

Polett, Robert Fotografia Figura 1: Colónias de abelhas instalados numa árvore e numa casa. Com a captura dos enxames que saem das suas colónias podem evitar-se este tipo de situações. O processo de enxameação apresenta vantagens e desvantagens para o apicultor que poderá optar por promovê-lo ou impedi-lo de acordo com a sua situação particular. Desvantagens da enxameação: Redução drástica do número de abelhas na colónia mãe, logo uma diminuição da capacidade de trabalho e de produção durante um período de mais ou menos um mês. Por outro lado, se a enxameação for descontrolada com a saída de mais que um enxame, a colónia mãe pode ficar sem rainha e/ou com uma população de abelhas tão reduzida que não é capaz de recuperar. A enxameação é um processo difícil de evitar por parte do apicultor, existindo apenas formas de a prevenir ou de a controlar. No entanto, um descuido na época crítica leva à enxameação por parte de algumas colónias. Outro aspecto desvantajoso é o tempo necessário para visitar os apiários à procura de enxames e o tempo dispensado na sua captura. Para um apicultor profissional este processo não é economicamente rentável. Vantagens da enxameação: Muitos apicultores aproveitam a época de enxameação para aumentar o seu número de colónias ou para começar a sua actividade apícola nesta época, com a captura de algum ou alguns enxames. Os enxames primários, que saem com a rainha fecundada, têm uma elevada capacidade de trabalho e pouco tempo depois de se instalarem no novo ninho, começam a puxar cera, a depositar a reserva de mel que trouxeram, a rainha começa a pôr a bom ritmo. Assim, em pouco tempo temos uma nova e populosa colónia em plena produção. No contexto ecológico actual, em que existem uma série de factores adversos (pesticidas, varroa, nosema, entre outras doenças) à saúde das abelhas, a enxameação poderá ser utilizada por alguns apicultores, dependendo dos objectivos, como mais uma ferramenta de gestão das colónias. Porque poderá ser vista como uma nova ferramenta de gestão? A enxameação permite ao enxame deixar a colónia mãe para trás e começar de novo, cera nova, pólen novo, criação nova com uma carga de varroa muito menor e sem outras

contaminações que poderiam existir na colónia mãe e que foram deixadas para trás. Na luta contra a varroa também pode ser vantajoso, porque existe aqui um período em que se pode tratar as colónias contra a varroa, com eficácias melhoradas. Isto porque nos enxames novos as varroas existentes estão todas sobre as abelhas, uma vez que não existe criação onde possam refugiar-se dos tratamentos. Na colónia mãe existe igualmente um período em que não haverá reprodução da colónia, logo a reprodução da varroa também será interrompida, sendo uma boa altura para fazer o tratamento contra a varroa porque mais uma vez estará completamente exposta ao tratamento. No entanto, a captura de enxames nem sempre é um processo fácil para o apicultor que, por vezes, tem desafios complicado de ultrapassar. Toalhetes apanha enxames de Abelhas Para nos ajudar na captura dos enxames que saem, quer no próprio apiário ou os enxames que estão de passagem, a Hifarmax lançou um novo produto, o toalhete apanha enxames de abelhas. Empacotado numa pequena saqueta, o atrativo de enxames assemelha-se a um toalhete de limpeza e está impregnado com óleos essenciais extraídos de plantas. Para ativar o efeito, a saqueta pode ser perfurada e colocada dentro de uma colmeia desocupada, cesto ou outro recipiente adequado, ou pode ser esfregada sobre a superfície interna desse recipiente. Figura 3: Toalhete atrativo de Enxame de Abelhas, com abelhas. Segundo as palavras do Dr. Max Watkins, Director da Vita-Europa, este novo atrativo proporcionará uma ferramenta muito útil para os apicultores. Ajudará a atrair os enxames em passagem e os que se encontram nas árvores e em outros sítios de difícil acesso. Para tal basta colocar um cesto ou uma caixa caçaenxames contendo o atrativo de enxames. Este procedimento reduz também o risco dos enxames abandonarem o apiário se uma colmeia caça-enxames contiver o atrativo de forma permanente durante o período de enxameação. Caixas caça-enxames Caixa caça-enxames ou caixa-isco são as denominações que recebem as colmeias ou recipientes preparados para atrair o enxame! Estas são colocadas no campo ou no apiário de forma a atrair os enxames que se encontram de passagem ou os que acabam de sair de alguma das colónias. Na caixa convêm utilizar quadros contendo uma tira de cera alveolada com 1 a 5 cm colocada na ranhura do quadro de forma horizontal, em vez de lâminas de cera completas, para evitar a deterioração destas e caso nenhum enxame seja capturado diminuir o prejuízo. Em cada caixa devem ser colocados entre 3 a 5 quadros, com a tira de cera, ao centro da câmara, estes tornam-se importantes porque a cera também

é atractiva para as abelhas e ao entrar um enxame este começa por construir os favos nos quadros facilitando a movimentação dos mesmos e do próprio enxame. Para além da cera de abelha existem outros produtos aromáticos que são atraentes para as abelhas e costumam ser aplicados dentro das caixas caça enxames pelos apicultores, de entre os produtos utilizados, destacam-se o extracto de própolis, folhas de erva príncipe (Cymbopogon citratus), erva-cidreira (Melissa Officinalis), Ervacidreira-de-arbusto (Lippia alba) e laranjeira (Citrus sinesis). Colmeias velhas anteriormente usadas por outros enxames, são muito atraentes para abelhas em vias de enxameação (Wolf, et al 2006). Tamanho e Localização das Caixas Caça-enxames No processo de escolha do novo local para nidificar, as abelhas do mel europeias, apresentam preferência por cavidades grandes independentemente do tamanho do enxame, cavidades com um volume acima dos 20l e com preferência para as de 40l (Schmidt, & Hurley, 1995). Apresentam preferência em várias propriedades do ninho como: a altura a que se encontra do chão (melhor a cerca de 5m), a entrada com uma área a rondar os 12,5cm 2 ; a entrada do ninho numa posição que não seja no topo da cavidade e direcção da entrada para Sul. Sendo mais exigentes com as variáveis do ninho que elas não conseguem alterar e são menos exigentes com as variáveis que conseguem alterar. Preferem ninhos já anteriormente habitados por outros enxames e ninhos situados a mais de 300m Figura 4: Caixa caça-enxames. da colónia mãe. Sendo os ninhos com boa exposição e visibilidade ocupados mais rapidamente do que os restantes, por ser um aspecto que beneficia a colónia, tal como, a facilidade de defesa e higiene, simplicidade de construção do ninho, o controlo do seu microclima e a redução da concorrência pela forragem com a colónia mãe (Seeley & Morse; 2011). Na época da enxameação, é recomendável colocar as caixas caça-enxames com alguns quadros e um toalhete atraente de enxames de abelhas, num local estratégicos do apiário, de forma a facilitar a captura dos enxames que saiam do próprio apiário, e por vezes outros enxames que estão de passagem. Com estes últimos é necessário ter algum cuidado porque podem trazer alguma doença ou praga, como tal, devem ser colocados de quarentena. Será boa prática verificar as caixas caça-enxames pelo menos uma vez por semana, sobretudo na época mais activa, desta forma pode detectar-se a entrada de um enxame na caixa e assim poder transferi-lo para uma colmeia antes mesmo de este começar a construir favos. No final da época de enxameação as caixas caça-enxame

devem ser retiradas e guardadas, para não serem ocupadas por roedores ou outros animais. Conclusão No momento actual da Apicultura, e de acordo com a disponibilidade e objectivos do apicultor para as suas colónias, a enxameação (de preferência controlada no número de alvéolos e sua qualidade) pode ser encarada como uma ferramenta de gestão das colónias com bons resultados, em relação a vários factores que afectam as abelhas. No caso dos apicultores que tentam controlar ou impedir a enxameação, mas que são confrontados com ela, e tenham interesse em não perder o enxame, a utilização de caixas caçaenxames no apiário com o toalhete atrativo apanha enxames é uma boa ferramenta. Com o objectivo de ajudar e facilitar os apicultores no processo de captura dos enxames foram Figura 5: Carteira do toalhete caçaenxames. lançados os toalhetes atrativos de enxames de abelhas que ao serem colocados em caixas caçaenxames no apiário, permitem: - A captura dos enxames com muito pouco trabalho e de forma fácil e rápida, pois em alguns minutos o enxame entra na caixa escolhida para o efeito. - A redução do número de visitas aos apiários durante a época de enxameação, se for deixado em permanência um toalhete numa caixa-armadilha no apiário. - Com um pequeno investimento nos toalhetes, obter retornos significativos em mais colónias, menos tempo despendido e mais dinheiro poupado. Bibliografia Butler, C. G.; Fairey, E. M. 1964. Pheromones of the honeybees: biological studies of themandibular gland secretion of the queen. Journal of Apicultural Research, Butler, C. G.; Simpson, J. 1967. Pheromones of the queen honeybee (Apis mellifera L.) which enable her workers to follow her when swarming. Proceedings of the Royal Entomological Society, London. Free, J. B. 1980. A organização social das abelhas Apis. Edusp: São Paulo, 13, 79p. Lensky, Y., Slabezki, Y. 1981. The inhibiting effect of the queen bee, (Apis mellifera L.) footprint pheromone on the construction of swarming queens cups. Journal Insect of Physiology.

Morse, R.A.; T. Hooper eds., 1985. The illustrated encyclopedia of beekeeping. E. P. Dutton, Inc., New York. 432p. Ribbands, C. R. 1953. The behavioral and social life of honeybees. Bee Research Association, London, 352p. Root, E. R.; Root, H. H.; Root, J. A. Edt.. 1990. ABC and XYZ of bee culture. Root Publishing, 40 th Edition, 516p. Seeley, T. D., Fell, R. D. 1981. Queen substance production in honeybee (Apis mellifera) colonies preparing to swarm. J. Kans. Entomol. Soc. 54:192-196. Simpson, J. (1963). Queen perception by honey bee swarms. Nature, 99: 94-95. Winston, M. L., Taylor, O. R. 1980. Factors preceding queen rearing in the Africanized honeybee (Apis mellifera) in South America. Insects Sociaux. 27:289-304. Wolf, L.; Pereira, F.; Lopes, M.; Camargo, R.; Neto, J.; 2006. Povoamento de colmeias Schmidt, J.; Hurley, R.; 1995. Selection of nest cavities by Africanized and european honey bees, Apidologie Seeley, T.; Morse, R.; 2011. (data de consulta) Nest site selection by the honey bee,apis mellifera, Insectes Sociaux Murilhas, A.; 2001. Enxameação em Colónias de abelhas (Apis mellifera L.):-descrição, factores indutores e alguns tipos de métodos de controlo; Revista o Apicultor