EDUCAÇÃO SEXUAL PARA CRIANÇAS: O PAPEL DA ESCOLA 1

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Transcrição:

EDUCAÇÃO SEXUAL PARA CRIANÇAS: O PAPEL DA ESCOLA 1 Michelle Farias Santos Santana 2 RESUMO O texto apresenta informações e reflexões a respeito da educação sexual nos anos iniciais do ensino fundamental, mostrando a importância desta temática na escola e a influência que a família exerce sobre esse assunto. Analisa também como escola e família solucionariam os presentes e futuros problemas envolvendo a sexualidade. A educação sexual deve incluir debates e reflexões sobre os papéis desempenhados por cada individuo. É importante que a criança compartilhe suas dúvidas com seus pais ou com as pessoas adultas que as rodeiam, pois ela precisa de informação e sinceridade sobre as mudanças do seu corpo. Neste sentido a escola tem um papel de fundamental importância, mas precisa dar o suporte necessário aos profissionais para que estes possam atuar com clareza diante das dificuldades e necessidades. Este estudo baseia-se numa análise bibliográfica que explica e fundamenta as peculiaridades de um trabalho contextualizado sobre a educação sexual na escola. Palavras-chave: Educação Sexual. Família e Escola. 1 Trabalho de Conclusão de Curso orientado pela Prof.ª Msc Rita de Cássia Dias Leal. 2 Acadêmica concludente do Curso de Pedagogia da Faculdade São Luís de França.

2 INTRODUÇÃO Este artigo investiga como a escola está desenvolvendo a educação sexual nos anos iniciais do ensino fundamental. Assim ajudando os educadores a lidar com as mudanças corporais que ocorrem cotidianamente no desenvolvimento infantil. Almejando quebrar tabus sobre o tema proposto que tende a ser um assunto complexo, pouco discutido na saciedade. O papel da família também deve ser considerado, já que a educação começa em casa. O interesse por esse tema foi a partir da problemática encontrada na escola e na sociedade, a cerca da maneira correta de agir diante desse assunto delicado, buscando refletir até que ponto a escola está preparada para lidar com eventuais manifestações da criança referente à sua própria sexualidade. A investigação, identificação, orientação e discussão são objetivos concretos que permeiam e organizam este trabalho com o fim de auxiliar não só na escola e o professor mais também a família. O caráter deste artigo é exploratório e descritivo, seu universo é composto pela escola pública tendo como amostra principal da pesquisa os integrantes da instituição de ensino fundamental. O estudo nos auxilia a compreender a influência da relação entre escola e família no desenvolvimento do aluno com base nas leituras efetuadas foi possível melhorar a compreensão do tema em questão. Os dados serão analisados e confrontados com as teorias a fim de subsidiar a relação desde artigo cientifico. A educação sexual é compreendida muitas vezes como um assunto só para adultos, de acordo com Catonné (2001) uma grande quantidade de mitos, preconceitos, medos e preocupações desnecessárias poderiam ser poupadas com esclarecimentos suficientes para a formação da auto-imagem infantil, isto pode ser feito por uma apresentação didática da anatomia humana, não apenas na escola, mas também em casa. A idade adequada para ser discutido este assunto não pode ser dita, tudo depende de maturação cognitiva e física da criança, pois a partir do seu crescimento e de sua evolução ela vai se descobrindo e tendo duvidas sobre seu corpo. É imprescindível ressaltar que o trabalho com crianças dos anos iniciais com esse tema é importante pois o desenvolvimento emocional e sexual acontece

3 não só em adultos, mas também em crianças, pois o crescimento psico-social acontece em todos os estágios do desenvolvimento infantil. EDUCAÇÃO SEXUAL PARA CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Sobre educação sexual muito se fala e pouco se faz, as escolas tanto públicas quanto as particulares ainda estão longe de colocar em prática a grande discussão que há em torno do assunto. Como o tema é delicado torna-se essencial a parceria com os pais, a escola consegue isso ao mostrar a importância da orientação sexual para o desenvolvimento saudável. O papel do professor é educar, discutindo a realidade com seus alunos e comunidade escolar sobre um assunto que está presente na vida de todos e por toda vida. De nada adianta se o professor e a comunidade não mantiverem uma relação de companheirismo e clareza umas com as outras. A educação sexual é um tema abordado nos PCN s (Parâmetros Curriculares Nacionais) desde 1997, que tem como objetivo garantir a toda criança e jovens brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconômicas desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania, mas são poucos os cursos de especialização ou pósgraduação para formar professores em educação sexual. É ideal que a escola e a comunidade tenham em mente que a sexualidade pode e deve ser estudada por crianças e jovens, discutindo temas bem mais abrangentes que aparelhos reprodutores, mas também dando ênfase para as doenças e a gravidez indesejada. De acordo com Barroso e Bruschini (2002) antes de ignorar a importância de a educação sexual ser iniciada, sugere-se refletir quanto à importância de se falar de sexo e educar sobre sexualidade responsável, que apesar de ser uma tarefa árdua poderá contribuir para um futuro melhor, podendo propiciar ao aluno/filho vivencias nas fases da vida no tempo certo e preparado, evitando problemas decorrentes da ausência da educação sexual e seu esclarecimento.

4 A sexualidade molda determinados comportamentos e isso desde a infância. Essa teoria teve grandes conflitos para ser aceita na época (final do século XIX) já que o assunto sexualidade é exclusivamente de adultos. Segundo Gropp (1997, p. 45): Freud dizia que a busca do prazer é uma fonte de motivação para o comportamento, o foco dessa fonte de prazer muda de acordo com a fase em que a criança se encontra: fase oral (0 a 2 anos), fase anal (2 a 3 anos), fase fálica (3 a 5 anos), fase latência (6 a 12 anos). O papel da família que desde pequeno devemos estabelecer com os filhos relação baseada na verdade. Nada de contos de ceginha ou sementinha na barriga da mãe, é claro que ninguém vai pegar um manual de anatomia para explicar a uma criança de 5 ou 6 anos como o pênis do papai penetra à vagina da mamãe. Devemos explicar as diferenças corporais entre homens e mulheres, pois assim seus filhos ficarão mais preparados para viver suas vidas de forma plena e feliz mais estarão também aptas para o aprendizado. Certamente surgirão os que são contra por achar que tocar no assunto pode antecipar o inicio da vida sexual ou que o assunto não seja tema para serem discutidas na escola, essas opiniões devem ser discutidas e reelaboradas por professores e família onde deverão ser planejadas reuniões sobre o tema. O tradicionalismo familiar pode causar muitos transtornos para processo de ensinoaprendizagem, os pais tendem a criticar qualquer planejamento que tenha incluído o tema sexo. Os alunos/filhos perdem por não ter o aprendizado sobre o seu próprio corpo, onde os mesmo tendem a ter dificuldades na vida adulta. O mundo esta no momento onde a palavra da vez é inclusão seja social, política, econômica ou educacional buscam modificar seu pensar/agir como a busca do melhor caminho. Estamos falando da importância da sexualidade para as crianças, é uma mistura de sensações físicas e emocionais muito importantes. A sexualidade nasce com as pessoas e vai desenvolvendo na medida em que vamos crescendo, atualmente considera-se a sexualidade não só como uma função por fins de reprodução, mas também, como forma de comunicação entre pessoas. Uma boa educação sexual contribui enormemente para o desenvolvimento de uma vida sexual saudável e sem conflitos. Um bom equilíbrio emocional na relação com

5 os filhos, desde cedo os pais sendo sinceros, não deixando que os mesmos se surpreendam em contradições e mentiras dando-lhes a orientação necessária. Muitas famílias costumam dá apelidos para os órgãos sexuais: florzinha, pepeca, pipi, bilal, piru entre outros, mas o importante é não deixar de ensinar os nomes científicos: pênis e vagina, porque apenas os órgãos genitais devem ter apelidos? Não se chama de nariz ou braço de outra coisa, usar nomes sérios também confere a naturalidade ao assunto. O mesmo deve ser feito na escola, quanto mais agirmos com naturalidade e seriedade o assunto será mais bem administrado. É consenso entre os educadores sexuais que desde pequenos é necessário aprender a lidar com os nomes dos genitais, mas para a família esse habito incorporadas as mudanças nem sempre é fácil. Quem trabalha com criança sempre terá um caso pra contar, descobrir o próprio corpo faz parte da tarefa de tentar entender o mundo e o prazer em manipular os órgãos é só umas das primeiras tarefas. A criança apresenta mudanças no comportamento cotidiano que podemos identificar como o florescer da sexualidade. Com a observação assídua e um acompanhamento de seus alunos/filhos poderemos constatar o momento em que estarão prontos para conhecer sobre sexualidade. É importante ressaltar que quanto mais agimos os com naturalidade e clareza sobre o assunto mais fácil ficará de incluí-lo na educação escolar e familiar. É fato que as crianças precisem de tais argumentos com clareza e sinceridade sobre as mudanças em seu corpo. Nérici (1972) afirma que é preciso que as escolas e seus profissionais construam junto com as famílias um elo e acompanhamento onde um seja continuação do outro. Precisamos formar os profissionais de forma que possam lhe dar de forma natural com qualquer acontecimento envolvendo educação sexual. É preciso investir na formação escolar dos educadores e no próprio ambiente escolar planejando com as famílias a orientação e discussão correta sobre o assunto no cotidiano escolar. Isso não ocorre muitas vezes em algumas escolas, na observação feita na escola foi constatado que os professores tendem a fugir de acontecimentos e situações que se relacionem a sexo, pois eles ainda tende a ter muitos mitos e preconceitos sobre esse tema, assim dificultando o crescimento não apenas físico, mas também, cognitivo da criança.

6 A educação sexual tem muitos conflitos com a sociedade sendo assim não debatida com pessoas em desenvolvimento, tais como as crianças que passam por mudanças freqüentemente, onde é bom ressaltar que elas tendem a perguntar o porquê de suas mudanças físicas, é de fato que o assunto não deve ser tratado a penas na escola como também em casa, no seio familiar, onde o aluno passa a maior parte do seu tempo. Tem crianças que sabem de mais e é muito precoces, outras consideradas inocentes inventam a história mais miraculosa para simplesmente não falar com clareza, ou até mesmo por não ter a educação e informação necessária para lidar com o assunto. É importante ressaltar que se não houver uma preparação dos professores tanto no sentido pedagógico, quanto no psicológico ou emocional ficará cada vez mais a aceitação dos eventuais obstáculos que o tema propõe, ressalta-se novamente a importância da ligação da escola com a família. CONSIDERAÇÕES FINAIS As crianças precisam de clareza, informação e sinceridade sobre as mudanças do seu corpo. A escola tem um papel de fundamental importância nesse assunto, mas também precisa dar o suporte necessário aos profissionais para que estes possam atuar com clareza nas dificuldades e necessidades e com ênfase nas suas potencialidades, cabe as escolas buscar parcerias junto à família, pois uma é continuidade da outra. A obrigação não é de um só profissional, mas de todos aqueles que sentem necessidade de modificações na maneira de tratar o assunto. O caminho é longo, principalmente em um país em que a educação não é levada a sério, não é prioridade para a maioria, onde as escolas públicas não oferecem condições nem tem compromisso com a educação e a especialização. Se o comodismo ainda existir, as mudanças não virão. É preciso lutar para melhorar cada vez mais e assim ao invés de ignorar, esconder, agir com maturidade e naturalidade e falar claramente, só assim romperemos as barreiras do caminho da educação sexual.

7 REFERÊNCIAS CATONNÉ, Jean-Philippe. A sexualidade, ontem e hoje. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. BARROSO, Carmem; BRUSCHINI, Cristina. Sexo e juventude: como discutir em sua casa e na escola. 8. ed. São Paulo: 2002. GROPP, Julio Aquino. Sexualidade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1997. NÉRICI, Imídeo G. Lar, escola e educação. São Paulo: Atlas, 1972