GÊNERO E SEXUALIDADE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Palavras-chave: Formação de professores. Prática pedagógica. Diversidade de gênero.
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- Marco Sabala
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1 1 GÊNERO E SEXUALIDADE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Lúcia Karla da Rocha Cunha Thatiana Peixoto dos Santos Flávia Maria Soares da Silva Universidade Federal da Paraíba-UFPB Resumo A prática pedagógica dos(as) professores(as) ainda não atende as questões de gênero e sexualidade, visto que os mesmos(as) não tem um preparo pessoal para lidar com essas questões e a educação que vivenciamos não proporciona uma formação que dê subsídios para que o(a) educador trabalhe o seu próprio preconceito e dessa forma possa ajudar os(as) alunos(as) sem interferir em suas escolhas. Pesquisas mostram que alguns docentes quando são indagados sobre questões de gênero e de sexualidade, se mostram reticentes quanto ao assunto. Por isso, precisamos formar professores(as) que sejam capazes de lidar com essas questões e fazer uma interlocução com a prática pedagógica auxiliando na formação dos alunos e no seu contexto em sala de aula. Portanto, enfocamos que a formação de professores(as) deveria incentivar debates e reflexões que gerem um olhar para o universo da escola e para a diversidade de gênero existente. Palavras-chave: Formação de professores. Prática pedagógica. Diversidade de gênero. Introdução Esta temática é de extrema importância em nossa rotina escolar, precisamos e devemos parar para refletir sobre este assunto. A escola estar em meio a grande desigualdade social em que nosso país se encontra, nela podemos encontrar uma serie de exclusão de culturas, é de grande relevância nos preocuparmos com tudo que engloba este universo, assim como a formação dos docentes para voltada para as questões de gênero e sexualidade na escola. Nos passamos por mudanças constantemente em nossa sociedade,vivemos em meio a uma cultura em que as questões de gênero são discutidas voltada para a construção social de ser mulher ou homem. As discussões precisam ser inseridas como praticas pedagógicas, que venham ter um currículo voltado para que estas questões não sejam apenas discussões e sim se tornarem atividades pedagógicas nas escolas.
2 2 Gênero e Sexualidade Podemos começar esclarecendo o conceito de gênero, que para nós é a organização social da diferença sexual. A sociedade estabelece relações entre homem e mulher, através destes, surge um padrão de comportamento considerado adequado. As questões de gênero procuram resgatar o caráter sócio-cultural, das várias possibilidades de diferenciar o masculino do feminino, de caracterizar a importância de cada um para a sociedade. Segundo Louro (1996), o conceito de gênero busca se contrapor a idéia de essência, pois aponta não para uma essência feminina ou masculina mas para processos de construção ou formação histórica, lingüística e socialmente determinados. Os acontecimentos históricos e sociais resultam hoje numa sociedade onde as questões sexuais ainda não são realizadas como práticas pedagógicas, o espaço escolar deve ser visto como local adequado para o exercício destas práticas. A sexualidade se manifesta através de várias formas: o sexo, o desejo, o amor. Sendo assim, é importante e indiscutível que haja nas escolas debates e discussões sobre estas questões, na formação de crianças e jovens, é preciso acabar com os preconceitos que existe em falar de sexualidade. A educação sexual deve ser vista como forma de reflexão voltada para a realidade de cada aluno, para que eles mesmos possam perceber a importância do conhecimento sobre estas questões. Assim como a escola, a família também é um ícone importante para que os filhos aprendam a governar o exercício da sexualidade. Muitos pais, mesmo os compreensivos, se tornam autoritários quando seus filhos se reportam a eles para tratar de questões de sexo e de sexualidades, criando assim uma barreira entre pais e filhos onde a criança acaba se convencendo que este é um assunto proibido e vergonhoso. Os aspectos aqui apresentados deixam claro que questões de gênero e sexualidade estão ligadas diretamente sendo uma influenciado pela outra, fazendo com que resultem em situações vivenciadas em nosso cotidiano. Sexualidade na Escola
3 3 O trabalho sobre sexo e sexualidade na escola, é ainda hoje uma questão inquietante para muitos. Pois há quem acredite que esse é um tema muito íntimo e que por atravessar questões de decisão moral e religiosa, deve ser tratado em âmbito familiar. Por outro lado há quem acredite que é impossível não fundir essas duas instâncias, por ser a sexualidade parte integradora dos indivíduos e da sociedade, o tema merece uma atenção especial nos programas e currículos educacionais. Pais, mães e responsáveis muitas vezes ainda se sentem perturbados ao terem que tratar desse assunto com seus filhos, talvez a repressão a que foram submetidos pode ter contribuído para sua falta de informação sobre a sexualidade. No entanto, quando famílias e escolas se preocupam com este tema, geralmente o fazem por um caráter biológico ou informativo, com temas pautados como aborto, métodos anticoncepcionais, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), e as vezes assuntos repressivos às manifestações da sexualidade. Diante dos questionamentos e curiosidades das crianças a respeito dos órgãos genitais e sobre a sexualidade, a reação de muitos professores pode ser de ignorar esses comportamentos das crianças, seja por falta de informação ou por não se sentirem a vontade com o assunto. Esse comportamento pode levar as crianças a pensarem que esse assunto não deve ser tratado com adultos, e podem procurar respostas a seus questionamentos com outras crianças da mesma faixa etária, o que pode levá-las a obter informações equivocadas. Segundo alguns psicólogos as escolas deveriam trabalhar o assunto a partir de projetos de Educação Sexual, iniciados desde a Educação Infantil. Para eles, palestras isoladas não surtem efeitos, o que funciona mesmo é trabalhar o assunto com seriedade e sem preconceitos. Segundo a obstetra Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan, organização não governamental especializada na formação de professores na área de Orientação Sexual, o professor deve refletir e relativizar as noções sobre que tem sobre sexualidade. Nessa área, educar não é passar opiniões nem valores para os alunos, mas discutir a realidade para que cada Um possa escolher seu caminho de forma responsável e consciente.
4 4 O professor deve discutir o assunto com seriedade e deve respeitar a opção sexual do outro, o ideal é que toda equipe trabalhe baseada num discurso semelhante. Formação de professores na educação sexual A escola representa um espaço onde diversidade de cultura se faz presente em valores, interesses, ideologias, crenças, atitudes e padrões de comportamento sexual. Contudo, a escola tende a homogeneizar as diversidades de cultura dentro de sala de aula, mascarando as diferenças e contradições existentes. Omitindo-se da responsabilidade de esclarecer, orientar e informar sobre assuntos que dizem respeito á sexualidade dos alunos. A educação sexual no âmbito escolar deve ser considerada como um processo de transformação e mudança, que parte de um coletivo e atinge a todos os indivíduos, cada qual com seu interesse particular. Para tanto, se faz necessário pensa uma formação de professores que compreendam um perfil pedagógico de educador voltado para as necessidades e interesses dos alunos sobre sexualidade e que, ao abordar este tema, o faça de forma consciente e profissional. A formação do professor na educação sexual devera ter o objetivo de promover informações e discussões acerca das diferentes temáticas, considerando a sexualidade em suas dimensões biológica, psíquica e sociocultural. Exercendo uma função integradora das experiências vividas pelo aluno e que inclua a sexualidade como algo natural, que está ligado a vida. Considerações finais A partir do estudo realizado, podemos perceber que as discussões e trabalhos realizados sobre gênero, sexo e sexualidade nas escolas, quando se faz ainda se dá de uma maneira muito precária. Uma vez que ao tratar de determinado assunto é
5 5 necessário discutir as implicações sociais, subjetivas e políticas da inclusão do tema da sexualidade na educação. Fica claro que para trabalhar com programas envolvendo Educação Sexual na escola se faz necessário que as pessoas envolvidas no projeto (professores, orientadores, psicólogos, diretores, etc.) se disprendam de seus próprios conceitos e preconceitos. Para que assim as crianças e os jovens se sintam livres pra realizar suas próprias escolhas. Referências BERNARDI, Marcello. A Deseducação Sexual. São Paulo: Summus, AQUINO, Julio Groppa. Sexualidade na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, MEYER, Dagmar E. Estermann. Saúde e sexualidade na escola. Porto Alegre: Mediação, BARROSO, Carmem e BRUSCHINI, Cristina. Sexo e Juventude: como discutir a sexualidade em sua casa e na escola. 7ª ed. São Paulo: Cortez, MARTINS, Ana Rita. O Assunto é Sexo: E é Sério. Revista Nova Escola. Editora Abril, ano XXIII, n.214, p.38-46, ago.2008.
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