Congresso Nacional de História da Universidade Federal de Goiás Campus Jataí (1.:2010:Jataí,GO)

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1 Congresso Nacional de História da Universidade Federal de Goiás Campus Jataí (1.:2010:Jataí,GO) Cadernos de Resumos e Programação do I Congresso Internacional do Curso de História da UFG/Jataí - Gênero, Poder e Cultura. Organizador por Marcos Antonio de Menezes. Jataí: CAJ, Cadernos de Resumos e Programação Tema: Gênero, Poder e Cultura História do Brasil 2. História Cultural 3. Congresso-História 4. Historia Política 5. História e Gênero. I. Menezes, Marcos Antonio de. ISSN:

2 Pôster PRÁTICAS E SABERES PROFESSORES A RESPEITO DA SEXUALIDADE INFANTIL: CONHECENDO A REALIDADE DE JATAÍ GO Aluna: Kênia Eliane de Oliveira - UFG Orientadora: Profª. Drª. Elis Regina da Costa - UFG A sexualidade se tem apresentado como uma dimensão humana essencial, e deve ser entendida na totalidade dos seus sentidos como tema e área de conhecimento. Para que isso ocorra é necessário inicialmente conceituarmos sexo e sexualidade. Sexo pode ser entendido como a forma biológica que se determina pela genitália, na questão de gênero é visto como: feminino e masculino. Já sexualidade vai além das partes ou do complemento biológico do ser humano. A sexualidade é uma marca, uma característica que é estabelecida e está presente na cultura e história do homem que é sexuado. É o que afirma Nunes e Silva (2006, p. 73) A sexualidade transcende à consideração meramente biológica, centrada na reprodução e nas capacidades instintivas. Não se pode negar que a sexualidade faz parte da vida do indivíduo desde que nasce, e o acompanha por toda a vida. A todo o momento o ser humano vive sua sexualidade. Tanto a criança quanto o adulto é um ser sexuado e, portanto vive a sua sexualidade no espaço em que esta inserida ou que atua. A sexualidade infantil ainda se caracteriza como uma temática complexa de ser abordada, mesmo transcorridos cem anos dos estudos de Freud (1905) sobre este tema. De fato, na atualidade poucos conseguem aceitar o fato de que a criança seja sexuada. Tal concepção fechada e restrita sobre o tema é consequência de uma educação autoritária, rígida e cheia de tabus. É difícil para pais e professores aceitar a sexualidade das crianças e lidar de maneira espontânea com suas manifestações.

3 Para Zoing (2008), essa dificuldade que pais, responsáveis e professores possuem em lidar com a sexualidade da criança é devido ao confronto que o adulto sofre com sua própria infância. A sexualidade infantil confronta o adulto com sua própria infância perdida, colocando-o diante de um impasse: reconhecê-la, podendo acompanhar as crianças em seu percurso subjetivo, ou negá-la, para não se deparar com suas frustrações, conflitos e desejos infantis (tese de doutorado, ZONING, 2008, p. 77). Nos escritos de Ribeiro (1996), se verifica que a construção da sexualidade da criança é fundamentada também na concepção de gênero ser menino e ser menina formada pelo meio cultural, das experiências afetivas vivenciada pela criança, ou seja, o meio em que se encontra inserida acaba por refletir as estruturas cognitivas e afetivas que será construída no decorrer de seu processo e desenvolvimento. O ser humano nasce sexuado e desde bebê se inicia seu autoconhecimento, de forma natural e espontaneamente. A sexualidade é construída durante as primeiras experiências afetivas do bebê. Quando a criança nasce à sua percepção é sensorial, todo contato com seus pais ou cuidadores passa a compor as primeiras sensações sexuais e emocionais. Tais experiências serão a base para a construção dos vínculos afetivos e do desejo de aprender. Para Silva (2006) é sempre importante ouvir atentamente as perguntas das crianças e responder corretamente, mas se por acaso não souber a resposta, a verdade é a melhor solução. Quando se conversa abertamente sobre questões ligadas a sexualidade, o responsável ou educador tem a oportunidade de desvendar as dúvidas e preconceitos existentes na fala da criança, só que é necessário paixão e audácia para que isso ocorra. Freud (1905) em seu trabalho apresenta a ideia de que a sexualidade surgiria na criança desde seu nascimento, hipótese essa que caminha contra a noção clássica de instinto como modelo comportamental. No conceito clássico de instinto a criança é assexuada, a sexualidade surgiria a partir da puberdade quando se iniciaria a maturação e este instinto sexual se formaria por meio de uma atração irresistível de um sexo sobre o outro que se

4 completaria pela união sexual. Mais detalhadamente segundo Freud (1977, p135): A opinião popular tem ideias muito precisa a respeito da natureza e das características e do instinto sexual. A concepção geral é que está ausente na infância, que se manifesta por ocasião da puberdade em relação ao processo de chegada da maturidade e se revela nas manifestações de uma atração irresistível exercida por um sexo sobre o outro; quanto ao seu objetivo presume-se que seja a união sexual, ou pelo menos atos que conduzam nessa direção (FREUD, 1977, p. 135). Zornig (2008) relata que a sexualidade não é instintiva, pois o homem buscar o prazer de diversas formas. Segundo ela as pesquisas sobre a primeira infância derrubam a ideia de um bebe passivo, mero objeto do discurso e do desejo de seus pais por outro lado demonstra como a criança é formada através das trocas afetivas e interações que permitem ao bebê sua formação. Justificativa As creches e as escolas são espaços em que a criança está frequentando cada vez mais precocemente. Neste sentido, se faz necessário que o educador esteja preparado e possua conhecimento a respeito das questões relativas ao corpo e a sexualidade. A partir de uma perspectiva, não apenas fisiológica, mas formadora de um conhecimento emancipador e critico. Desta forma está claro a importância de um profissional preparado e seguro da temática sexualidade infantil nas series iniciais, para que se possa desenvolver um trabalho de conscientização e esclarecimento que venha firma a construção do conhecimento da criança. OBJETIVO A pesquisa será um estudo de natureza descritiva e tem como objetivos: Investigar junto aos professores da educação infantil e das series iniciais, das escolas da rede municipal e particular de Jataí- GO suas concepções e práticas a respeito das manifestações da sexualidade infantil em sala de aula, bem como analisar suas dificuldades em lidar com esta temática

5 com seus alunos. Verificar como foi tratado o tema relativo a sexualidade infantil durante a formação inicial, especificamente no curso de graduação, destes professores. Identificar se os professore conhecem as propostas de trabalho de orientação sexual vindas do Pcns e se existe projetos sobre o tema sendo desenvolvidos junto às crianças da educação infantil e das series iniciais. Participantes Os participantes serão professores que atuam na educação infantil e nas series iniciais do ensino fundamental de escolas publica e particular da cidade de Jataí GO; a amostra contará com aproximadamente 20 professores. Buscar-se-á um equilíbrio quanto ao gênero, o que diante mão se pode dizer que será difícil de alcançar, pois os profissionais da educação infantil e anos iniciais são na maioria do gênero feminino. Instrumentos de coleta de dados Será realizada uma entrevista com os educadores. Essa será estruturada, gravada, transcrita e analisada por eixos temáticos, de maneira que não haja identificação dos participantes. As perguntas que orientarão a entrevista foram feitas, por meio de leitura literária da área e algumas foram adaptadas. Análise dos dados Os dados obtidos serão estudados por analise de conteúdo, utilizando o sistema de categoria por resposta para cada questão. Pretende-se, expandir e desenvolver um sistema que expresse mais precisamente, as ideias dos participantes a respeito da sexualidade das crianças desde a mais tenra idade e seus trabalhos em cima desta temática sem sala de aula (Boruchovitch, 1999). Referências bibliográficas FREUD, NUNES, César; SILVA Edna. A educação Sexual da Criança Conceitos teóricos básicos: sexo e sexualidade. Autores Associados, Campinas - SP. RIBEIRO, Cláudia. A Fala da Criança Sobre Sexualidade Humana: o dito, o explicito e o oculto. Mercado das Letras, 1996, p. 26. SILVA, Maria C. Pereira. Sexualidade Começa na Infância: Diálogo Sobre Sexualidade: da curiosidade à aprendizagem. Silva, Maria C. Pereira (org). Casa do Psicólogo. São Paulo, 2006.

6 ZORNIG, Sílvia Abu-Jamra. Doutora em Psicologia Clinica. Coordenadora do Curso de especialização em Psicologia Clínica com Crianças da PUC Rio. As teorias sexuais infantis na atualidade: algumas reflexões, Rio de Janeiro. Disponível em: Acesso em: 05/03/2010.

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