LUDOTECA E O BRINCAR NA INFÂNCIA: UM OLHAR À LUZ DA PERSPECTIVA SÓCIO HISTÓRICA

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LUDOTECA E O BRINCAR NA INFÂNCIA: UM OLHAR À LUZ DA PERSPECTIVA SÓCIO HISTÓRICA Resumo BARROS, Marta Silene Ferreira1 - UEL-PR LEITE, Sandra Regina Mantovani2 - UEL-PR Grupo de Trabalho - Educação, Arte e Movimento Agência Financiadora: PROEXT 2013 - MEC O presente artigo foi desenvolvido como parte dos estudos realizados pelos colaboradores do Programa Ludoteca, vinculado à Universidade Estadual de Londrina - UEL. O Programa apresenta como finalidade principal evidenciar a importância do espaço lúdico, bem como das atividades lúdicas para o desenvolvimento saudável das crianças por meio das interações sociais com os outros. Nesse espaço, a partir do brincar, do brinquedo, jogos e brincadeiras as crianças podem desenvolver suas potencialidades, aprender se socializando e com isso elevando seu nível de desenvolvimento cognitivo, emocional, social, afetivo, psicomotor. A questão que norteia a pesquisa é a seguinte: Até que ponto o Programa Ludoteca-UEL pode contribuir com um brincar da criança possibilitando seu desenvolvimento na sua totalidade? Nesse trabalho focalizamos a análise na Teoria Histórico Cultural, preconizada por Lev S. Vygostsky e seus colaboradores, perspectiva teórica que orientará o artigo a qual considera a relação do brincar como um aspecto importante no desenvolvimento infantil. Far-se-á de maneira sucinta um breve histórico dos espaços existentes no mundo e Brasil, como lugar que proporciona a criança vivências lúdicas sob diferentes formas, também se discute o brincar e sua importância no desenvolvimento infantil na perspectiva sóciohistórica. Assim o brincar é analisado nesse trabalho como um objeto científico. O resultado da pesquisa evidencia que o brincar é essencial para o desenvolvimento infantil e imprescindível à formação da personalidade e inteligência da criança. Palavras-chave: Ludoteca-UEL. Brincar. Brinquedo. Jogos e brincadeira. Desenvolvimento infantil. 1 Doutora em Educação: Didática, Teorias de Ensino e Práticas Escolares pela USP-SP. Professora Associada do Departamento de Educação, Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina (UELPR). Coordenadora do Programa de Extensão Ludoteca - UEL. Realiza estudos sobre Práticas educativas com bebês, O brincar na Infância; Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil. E-mail: mbarros_22@hotmail.com 2 Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina UEL-PR. Professora Assistente do Departamento de Educação, Curso de Pedagogia. Coordenadora do Projeto Infância e Ludicidade: Oficinas e Vivências. Colaboradora do Programa Ludoteca. Realiza estudos acerca da Infância, Ludicidade e Organização do Trabalho pedagógico E-mail: sandramantovani@sercomtel.com.br

26181 Introdução Este trabalho tem como finalidade discutir o espaço da Ludoteca como importante para o desenvolvimento da criança, bem como o brincar como elemento importante ao desenvolvimento da criança. O Programa além dos vários objetivos tem como finalidade evidenciar a importância do espaço lúdico, bem como das atividades lúdicas para o desenvolvimento saudável das crianças por meio das interações sociais com os outros. A problemática que permeia a pesquisa é a seguinte: Até que ponto o Programa Ludoteca-UEL pode contribuir com um brincar da criança possibilitando seu desenvolvimento? Nesse trabalho focalizamos a análise na Teoria Histórico Cultural, preconizada por Lev S. Vygostsky e seus colaboradores, perspectiva teórica que orientará o artigo a qual considera a relação do brincar como um aspecto importante no desenvolvimento infantil. Assim o texto será organizado em dois momentos: No primeiro momento analisará o contexto histórico em que foram criadas as primeiras Ludotecas e brinquedotecas no Brasil e em outros países e quais objetivos estiveram vinculados à ideia do espaço criado para a criança. No segundo momento, traremos algumas contribuições da visão sócio histórica acerca do brincar à luz da perspectiva Histórico Cultural. Dessa forma, apoiados nos pressupostos teóricos de Vigotsky e de alguns de seus seguidores, tratamos de repensar o resgate da brincadeira infantil, caracteristicamente humana, cuja gênese, está na necessidade crescente da criança de dominar o mundo dos objetos humanos (LEONTIEV, 1988). Ludoteca: considerações históricas Alguns estudiosos como: Cunha (2010); Atkinson (2011); Kishimoto (2011) discutem o tema da Brinquedoteca em uma visão internacional e nacional. As autoras analisam desde o que é esse espaço, para que serve, o seu funcionamento, bem como as diferentes formas de brincar. Historicamente o termo brinquedoteca surgiu na década de 30 do século XX nos Estados Unidos em Los Angeles, a princípio o objetivo era possibilitar o acesso aos brinquedos por meio de empréstimos. Essa ideia foi disseminada para outros cantos do mundo como na Europa na década de 60 do século XX, especificamente nos países como Suécia, Bélgica e França. Em todos esses países se denominava de uma forma o espaço. Na Suécia por exemplo o espaço chamava-se Lukotec (Lucoteca), criado por volta de 1963, com o

26182 objetivo de atender às crianças com brinquedos educativos, bem como estimular por meio dos brinquedos crianças com necessidades especiais. Na realidade a estimulação era o eixo do trabalho nesse espaço. Em 1967, na Inglaterra surgem as Toys libraries (Blibliotecas de brinquedos). Observa-se com isso que a função da brinquedoteca começa se estabelecer com um cunho tanto educativo, como terapêutico. Em 1987, em Toronto no Canadá ocorreu o primeiro evento para se discutir o papel social da brinquedoteca. Com as discussões que permearam nesse evento chegou-se a conclusão que a função da brinquedoteca era muito mais complexa, uma vez que não apenas servia para emprestar brinquedos às crianças, mas se trabalhava no apoio às famílias, na estimulação e socialização das crianças, no resgate da cultura por meio dos brinquedos e brincadeiras. Nesse evento, ao se discutir as várias funções e trabalhos realizados no espaço da brinquedoteca, avaliou-se que o nome não contemplava tais funções e no Canadá após essas discussões o nome foi mudado para Centro de Recursos às famílias. No Brasil na década de 70 (1971) do século XX, esse processo de implantação de um espaço como os referidos acima iniciou-se com as APAEs, com crianças com necessidades especiais, em que se realizou uma exposição de brinquedos pedagógicos, primeiramente para o conhecimento de pais de crianças com necessidades especiais, profissionais e acadêmicos. Em 1973, esse movimento que tinha como objetivo realizar o rodízio de brinquedos e materiais educativos deu-se o nome de Ludoteca. Na realidade funcionava como uma biblioteca circulante. Em 1981, é criada a primeira Brinquedoteca brasileira na escola Indianópolis no Estado de São Paulo, com a finalidade de se valorizar o brincar. Logo após em 1984 se criou a Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABB) cuja preocupação central era a de disseminar a ideia do brincar por meio das brincadeiras em todo o país. Nota-se que desde o surgimento dos primeiros espaços houve um avanço no sentido da valorização de ambientes que proporcionam à criança momentos de brincar livremente, por meio de jogos e brincadeiras. Conforme estudiosos que defendem o brincar como importante no desenvolvimento da criança, os jogos e brincadeiras adquirem outra dimensão em termos de relevância até mesmo científica, uma vez que se constata que a criança que brinca sua condição se eleva nos aspectos sociais, físicos, cognitivos, afetivos dentre outros.

26183 Assim na Ludoteca a criança tem a possibilidade de experenciar diversas atividades lúdicas, as quais proporcionam um maior conhecimento de si, do outro. Na relação com o brinquedo a criança desenvolve características tipicamente humanas, bem como funções psíquicas como a sensação e percepção. E por meio da imaginação, criação representa o mundo em que vive. Nesse sentido, quanto mais enriquecedor e estimulador for o mundo da criança, maior será o seu nível de aprendizagem e desenvolvimento. Na Universidade Estadual de Londrina o Programa de Extensão Ludoteca começou a ser idealizado no ano de 1988, com a arrecadação de brinquedos, em 1990 foi cedido um espaço em anexo a Biblioteca Central da Universidade. A Ludoteca UEL é um Programa de Extensão, que tem como objetivo trabalhar junto com os acadêmicos vinculados a diferentes áreas do conhecimento e seus supervisores em seus projetos, interessados pelo brincar e brincadeiras lúdicas no contexto educativo não formal da UEL. (SILVA; BARROS; LEITE, 2012, p. 279). O espaço Lúdico Ludoteca UEL possibilita o acesso ao lúdico e o desenvolvimento da sociabilidade, habilidades criativas e expressivas como: pintura, desenho, jogos, construção de brinquedos, leitura, dramatização, entre outras essenciais para o desenvolvimento infantil. Esse espaço lúdico possibilitou, também, o acesso ao brinquedo e brincadeira ás crianças de escolas públicas e particulares de diferentes camadas da sociedade e faixas etárias. (SILVA; BARROS; LEITE, 2012, p. 279). O Programa de Extensão Ludoteca esta disposto a desenvolver com crianças de diferentes contextos sociais de Londrina e região, atividades lúdicas. Atividades estas que ajudam no desenvolvimento infantil, a Conscientização sobre a importância do lúdico para o desenvolvimento humano é fundamental, já que muitas vezes o brincar e o brinquedo são percebidos como supérfluos (SILVA; BARROS; LEITE, 2012, p. 280). O programa Ludoteca UEL sempre teve como filosofia básica dois aspectos fundamentais, o primeiro de possibilitar ás crianças frequentadoras do espaço o acesso a livre escolha do brinquedo/brincadeira, em situação de mediação, e o segundo aspecto o de priorizar o enfoque interdisciplinar, possibilitando reflexões e discussões de temas relacionados ao lúdico. (SILVA; BARROS; LEITE, 2012, p. 280). O brincar é a principal intenção do Programa, é também tema de pesquisas de docentes e discentes que participam do programa. Dessa forma ressaltando sempre a importância da brincadeira no processo de desenvolvimento infantil. O brincar é essencial para o desenvolvimento do ser humano, contribuindo no desenvolvimento físico, intelectual,

26184 afetivo e social da criança. O lúdico e o prazer estão muito próximos um do outro contribuindo para o desenvolvimento de habilidades e na construção de conhecimento. O brincar e sua importância no desenvolvimento infantil na perspectiva sócio histórica Conforme o dicionário online da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1988) o termo brincar significa divertir-se, proceder levianamente, distrair-se, agitar-se. Embora a ideia do brincar durante muito tempo tenha se relacionado à distração ou ocupação do tempo ocioso, ligado a questões do senso comum, atualmente, estudos científicos nesse campo tem sido desenvolvidos no sentido de evidenciar a relevância do brincar para o desenvolvimento saudável da criança na sua totalidade. No entanto, mesmo com várias investigações sendo realizadas sobre o brincar, convivem-se ainda hoje na academia com ideias depreciativas de pesquisadores que consideram o objeto do brincar na infância como menos importantes do que outros objetos de estudos. Pela imaturidade intelectual fragmentamos conhecimentos importantes, ora superestimando um em detrimento de outros. Nesse sentido, por muitos anos o brincar, objeto de estudo importante foi compreendido pela academia, sociedade e família como um fator irrelevante no processo escolar da criança. Porém nesse ensaio se valoriza o brincar tão específico da infância como fator imprescindível à vida da criança. A importância do brincar acontece porque é brincando que a criança desenvolve e exercita suas potencialidades, possibilitando à mesma desafios em que se provoca o funcionamento do pensamento, alcançando níveis de desempenho que só por intermédio das ações, por motivações intrínsecas conseguem. Quando se fala da brincadeira e do seu papel no desenvolvimento infantil emergem, entre outras, duas questões: a primeira é o modo como a própria brincadeira surge ao longo do desenvolvimento da criança, isto é, a gênese da brincadeira. E a segunda refere-se ao papel que essa atividade desempenha no desenvolvimento, ou seja, o que significa essa atividade nesse estágio de desenvolvimento da criança.

26185 É importante observar que, segundo os estudos realizados por Leontiev (1988), um dos colaboradores de Vygotsky a brincadeira infantil na pespectiva Históricocultural consiste em uma atividade tipicamente humana. Elementos de atividade lúdica podem ser encontrados em certos tipos de animais superiores, porém o brinquedo infantil, mesmo em uma idade precoce, como o período pré-escolar, fase em que surgem os primeiros rudimentos do brinquedo infantil, em nada se assemelha com a dos animais. [...] a brincadeira da criança não é instintiva, mas precisamente humana, atividade objetiva, que por constituir a base da percepção que a criança tem do mundo dos objetos humanos, determina o conteúdo de suas brincadeiras. (LEONTIEV, 1988, p. 120). O surgimento da brincadeira no estágio pré-escolar se deve ao desejo da criança em ocupar o lugar do adulto, conforme Leontiev (1988), esse é o motivo da brincadeira, a razão pela qual a criança brinca. De acordo com Leontiev (1988), a criança pré-escolar brinca porque socialmente ela se vê desafiada a dominar um mundo humano do qual ela vem se tornando consciente ao longo de seu desenvolvimento. No decorrer do seu desenvolvimento há uma expansão progressiva da quantidade de objetos humanos, incluindo aqueles com os quais ela pode operar e opera, como aqueles com os quais os adultos operam e que a criança ainda não é capaz de operar, devido a sua incapacidade física e psíquica para fazê-lo. Por isso cada vez mais ela recorre à atividade lúdica, tornando-a a atividade principal desse estágio. Isso não significa que a brincadeira se tornará a atividade predominante, até mesmo porque a criança pré-escolar não brinca mais do que três ou quatro horas por dia, uma vez que a questão não é a quantidade de tempo que o processo ocupa, mas em que ele atua. Assim, Leontiev (1988, p. 64) entende por atividade principal aquela caracterizada pelos três atributos a seguir: 1- Ela é a atividade em cuja forma surgem outros tipos de atividade e dentro da qual eles são diferenciados. Por exemplo, a instrução, no sentido mais estreito do termo, que se desenvolve em primeiro lugar já na infância pré-escolar, surge inicialmente no brinquedo, isto é, precisamente na atividade principal desse estágio do desenvolvimento. A criança começa a aprender de brincadeira. 2- A atividade principal é aquela na qual processos psíquicos particulares tomam forma ou são reorganizados. Os processos infantis da imaginação ativa, por exemplo, são inicialmente moldados no brinquedo e os processos de pensamento abstrato, nos estudos. 3- A atividade principal é a atividade da qual dependem, de forma intima, as principais mudanças psicológicas na personalidade infantil, observadas em um certo período de desenvolvimento. É precisamente no brinquedo que a criança, no período pré-escolar, por exemplo, assimila as funções sociais das pessoas e os padrões apropriados de comportamento.

26186 Para Leontiev (1988, p. 122) a atividade principal é [...] aquela em conexão com a qual ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico da criança e dentro da qual se desenvolvem processos psíquicos que preparam o caminho da transição da criança para um novo e mais elevado nível de desenvolvimento. O papel dominante do brinquedo na idade pré-escolar é reconhecido praticamente por todos, mas para dominar o processo do desenvolvimento psíquico da criança nesse estágio, quando o brinquedo desempenha um papel dominante, não é, certamente, suficiente apenas reconhecer esse papel da atividade lúdica. É necessário compreender claramente em que consiste o papel capital das brincadeiras, as regras do jogo, e de seu desenvolvimento. Nesse sentido, avalia-se que o brincar traz em si muitas vantagens para a criança na sua constituição enquanto ser humano, lhes possibilitando experiências que contribuirão seu desenvolvimento. Para Vygotsky (1998) o homem constitui-se enquanto ser social e necessita do outro para desenvolver-se na sua capacidade psíquica. Acreditamos que muitos dos déficits de aprendizagem em alguns níveis de escolaridade podem estar relacionados ao não brincar. A criança necessita brincar, pois esse é um dos meios essenciais pelos quais a criança aprende a conhecer o mundo, bem como aprende a lidar com situações novas. Para Vygotsky (1998), a criança em contato com o objeto lúdico e situações de jogos e brincadeiras experimenta uma circunstância privilegiada entre sua ação e o significado que adquire da mesma. O contato com os objetos lúdicos (brinquedos) possibilita às crianças criarem um mundo de fantasias, imaginação, aprendizado e de conhecimentos de si e do mundo em que estão inseridas. Tais brinquedos estão disponíveis no decorrer da história e no cotidiano da criança e podem ser utilizados de maneira: recreativa, educativa e interventiva. A brincadeira é o lúdico em ação, sua importância se dá em todas as etapas da vida, não apenas na infância, porém na infância se torna essencial, pois envolve a internalização de conceitos e princípios que possibilitam aprendizagens diversas. O Brincar possibilita às crianças o desenvolvimento da imaginação por meio das representações que fazem da realidade que vivem. Assim, a criança ao brincar imagina e cria situações na brincadeira que são importantes a sua aprendizagem e desenvolvimento. A imaginação é um instrumento que permite às crianças relacionarem seus interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que elas pouco conhecem. É uma forma de conhecer o mundo dos adultos que já existia antes mesmo de nascerem. As crianças por meio

26187 do brincar expressam a maneira como reflete, pensa, organiza, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo à sua volta. Segundo Oliveira (1995) contribui afirmando que, na situação imaginária constituída na brincadeira, a criança define a atividade por meio do significado do brinquedo. O brincar de ser motorista, envolvendo ônibus e passageiros, por exemplo, e não pelos elementos reais concretamente presentes, como as cadeiras da sala onde está brincando, o tapete, o vaso, etc. Concordando com as concepções de Vygotsky, a criança se relaciona com o significado em questão, com a ideia, e não com o objeto concreto que está ao seu alcance. O brinquedo fornece, assim, uma situação de transição entre a ação da criança com objetos concretos e as suas ações com significados. Fator importante, como já discutido anteriormente, para o desenvolvimento da criança. Um exemplo de como a criança brinca usando a imaginação é o jogo de casinha, de enfermeiro, de professor. Nessas formas de brincadeiras e jogos a criança reproduz maneiras de agir que lhe foi ensinada, seja por um adulto experiente ou até mesmo por uma criança que tenha vivenciado essas experiências. Ao reproduzir modos de agir a criança parte não de um tipo particular como, por exemplo, de professor, mas de um tipo geral em que realiza ações que observou nas diferentes vivências com professores. O mesmo pode-se dizer das outras representações. A criança ao brincar experimenta diversos papeis sociais, funções sociais generalizadas. É por meio da observação do mundo adulto que a criança internaliza formas de agir, pensar, sentir. A brincadeira se constitui um elemento de aprendizagem em que possibilita à criança conhecer o mundo, para que mais tarde possa desenvolver ou experenciar esses comportamentos na vida real. É mister também salientar que a brincadeira é importante porque por meio dessa atividade a criança aprende a subordinar-se a regras das situações. Nesse sentido a criança começa a ter contato com regras, haja vista que na sociedade a mesma começará a observar que as regras e normas existem em todas as instâncias. A regra serve para a organização da vida em sociedade. Vygotsky (1998) ao desenvolver seus estudos sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento evidencia que é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos.

26188 Um exemplo da relação simbólica da realidade humana por meio do brincar é discutido por Rossler (2006, p. 57), quando evidencia que por meio do jogo a criança assimila, compreende e aprende a viver no mundo humano, social em que está inserido. E ainda na sua análise o autor traz uma análise do brincar com o objeto quando evidencia que: Ao brincar com um martelo, a criança não realizará com essa ferramenta nenhum grande trabalho, a não ser na sua própria imaginação. Todavia, estará se apropriando de seu significado social, de seu uso, de algumas habilidades e aptidões físicas e psíquicas (psicomotoras, por exemplo), aprendendo, assim, a manuseá-lo, ainda que precariamente. Ao brincar de dirigir um carro, ainda que totalmente no mundo da fantasia, estará na realidade, apropriando-se do significado social desse instrumento humano, bem como do significado social do comportamento de guiar, além de algumas habilidades e propriedades básicas desse comportamento como virar a direção olhar o retrovisor, frear etc. (ROSSLER, 2006, p. 57). Conforme o autor acima referido, é na infância que a criança tem a oportunidade de conhecer o mundo por meio do brincar. Nessa fase a brincadeira desempenha um papel fundamental na dinâmica de apropriação e objetivação de formação do indivíduo. Nessa perspectiva as autoras Arce (2006) e Martins (2006) ao discutir os papeis sociais representados pelas crianças na brincadeira, e a influência dessa atividade na formação da personalidade da criança, dá uma relevância ao aspecto do brincar especialmente o jogo de papéis. Assim cabe ao adulto possibilitar essa vivência à criança a fim de que a mesma se eleve no conhecimento do mundo objetivo, o qual é histórico e cultural. Considerações finais Essa pesquisa acerca brincar como elemento importante no desenvolvimento da criança, se mostra relevante visto que inúmeras investigações tem demonstrado que a criança que brinca se desenvolve de maneira sadia em vários aspectos da vida. Com a realização desse estudo se observa que sobre este objeto ainda se necessita de muitas pesquisas, pois pensar as necessidades das crianças a partir de elementos importantes ao seu desenvolvimento envolve pensar o brincar e as mediações com as crianças de maneira intencional. Pensar as atividades lúdicas para infância implica desenvolver variadas formas de brincadeiras e jogos, bem como a aproximação de brinquedos. É por meio do brincar que a criança conhece sua realidade e lhe possibilita na interação social outros níveis de compreensão do real.

26189 Assim, as atividades lúdicas desenvolvidas na ludoteca-uel tem possibilitado às crianças conhecerem diferentes brinquedos, brincadeiras e jogos. Sendo atividades relevantes e normais da infância percebe-se que tais atividades elevam as funções psíquicas elementares em que a criança nasce dando um salto qualitativo no desenvolvimento das funções psíquicas superiores. Estas funções dão condições para que a criança se estabeleça enquanto sujeito humano nas suas vivências como ser social. Vygotsky teve grande contribuição com estudos relacionados ao desenvolvimento infantil em que estão implícitos a noção de brincar, brinquedo, brincadeiras e jogos como atividades que satisfaz necessidades de cada fase da vida da criança de acordo com seu nível de desenvolvimento. Assim, a cada nova necessidade vai surgindo também novas possibilidades de brincar conforme a demanda da própria criança. REFERÊNCIAS ARCE, A. A brincadeira de papéis sociais como produtora de alienação no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. In: ARCE, A.; DUARTE, N. (Orgs.). Brincadeiras de papéis sociais na educação infantil: as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonin. São Paulo: Xamã, 2006. ATKINSON, P. Uma breve história das brinquedotecas. In: OLIVEIRA, V. B. (Org.). Brinquedoteca: uma visão internacional. São Paulo: Vozes, 2011. CUNHA, N. H. S. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São Paulo: Maltese, 2010. FERREIRA, A. B. H. Dicionário Aurélio básico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. KISHIMOTO, T. M. A brinquedoteca no contexto educativo brasileiro e internacional. In: OLIVEIRA, V. B. (Org.). Brinquedoteca: uma visão internacional. São Paulo: Vozes, 2011. LEONTIEV, A. N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In: VIGOTSKI, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988. MARTINS, L. M. A brincadeira de papéis sociais e a formação da personalidade. In: ARCE, A.; DUARTE, N. (Orgs.). Brincadeiras de papéis sociais na educação infantil: as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonin. São Paulo: Xamã, 2006. OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. 3. ed. São Paulo: Scipione, 1995.

26190 ROSSLER, J. H. O papel da brincadeira de papéis sociais no desenvolvimento do psiquismo humano. In: ARCE, A.; DUARTE, N. (Orgs.). Brincadeiras de papéis sociais na educação infantil: as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonin. São Paulo: Xamã, 2006. SILVA, A. T. T.; BARROS, M. S. F.; LEITE, S. R. M. 50 anos da pedagogia FFCL / Londrina e UEL 1962 a 2012. Londrina: UEL, 2012. VYGOTSKY, L. S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In:. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.