seus Impactos sobre a Agricultura

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Transcrição:

Federação da Agricultura do Estado de São Paulo O Biodiesel no Brasil e os seus Impactos sobre a Agricultura Fábio de Salles Meirelles Presidente da FAESP e do SENAR/SP Vice-Presidente da CNA

O Biodiesel e a Agricultura Biodiesel é um combustível renovável produzido a partir de óleos vegetais e álcool. Desta maneira, sua produção baseia-se na agricultura sustentável. Matérias- Primas Produto Sub-Produto Óleo Vegetal Reação + Álcool Biodiesel + Glicerina Química Principais Fontes de Óleos Vegetais: Soja, Girassol, Amendoim, Algodão, Palma/Dendê, Colza/Canola, Coco, Macaúba, Mamona, Abacate, Pequi, Babaçu, etc. Álcool: etanol (cana-de-açúcar) e metanol.

Espécies Oleaginosas com Potencial para a Produção de Biodiesel e Consumo de Diesel no Brasil, por Região

Rendimento de Alguns Vegetais na Produção de óleo Espé cie Conteúdo de Óleo na Matéria-Prima Re ndimento P e rce ntua l (%) (Ton. Óleo / ha) De ndê 20,0 3,0-6,0 S oja 17,0 0,2-0,5 M a m ona 43,0-45,0 0,5-0,9 Ba ba çu 66,0 0,1-0,3 G ira ssol 38,0-48,0 0,5-1,9 Am e ndoim 40,0-43,0 0,6-0,8 Colz a /Ca nola 40,0-48,0 0,5-0,9 Algodão 30,0-40,0 0,1-0,2 Enquanto a produtividade de dendê é de 20 a 25 toneladas, resultando numa produção de 4 a 5 toneladas de óleo por hectare, a soja produz de 200 a 500 Kg de óleo por hectare.

Vantagens ECONÔMICA e COMERCIAL: Redução das importações de diesel mineral cada 5% de biodiesel misturado ao diesel mineral garantirá uma economia de mais de US$ 350 milhões/ano; Desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva, gerando expansão da produção e efeitos multiplicadores em toda a economia nacional; Aproveitamento dos créditos de Sequestro de Carbono, de acordo com o estabelecido no Protocolo de Kyoto, para comercializar no mercado internacional. AMBIENTAL: redução da emissão de gases que causam efeito estufa e chuva ácida; SOCIAL: grande potencial de geração de postos de trabalho, tanto na agricultura quanto na indústria; TECNOLÓGICA: O Brasil pode consolidar sua liderança em tecnologia para o agronegócio tropical, constituindo uma plataforma com poder de induzir inovações em vários segmentos de C&T; ESTRATÉGICA: Assentado num agronegócio pujante e na proteção ambiental, o Brasil pode se inserir mais ativamente no cenário global, conquistando maior poder de barganha e, porque não, gerando superávits com biodólares ao invés de petrodólares.

Desvantagens Algumas desvantagens têm sido atribuídas ao biodiesel, como a maior viscosidade e o eventual custo elevado. No entanto, essas questões estão sendo resolvidas pelas pesquisas e, além disso, as vantagens apresentadas suplantam em grande medida as desvantagens.

Importância para a Agricultura Fixação do homem no campo; Diversificação da produção agrícola; Valorização de espécies nativas com grande capacidade de produção de óleo; Geração de postos de trabalho e renda; Criação de novos mercados para as oleaginosas e fortalecimento da produção agrícola nacional.

Biodiesel no Mundo A produção e a pesquisa de biodiesel está distribuída pelo mundo. Citam-se alguns exemplos: Alemanha Maior produtor mundial de biodiesel, com mais de 1000 postos comercializando biodiesel; França Segundo maior produtor europeu. Atualmente os ônibus urbanos franceses utilizam uma mistura de 30% de biodiesel; EUA Está desenvolvendo um projeto para uso de biodiesel nas grandes cidades, com a finalidade de reduzir a poluição, mas a utilização ainda não é obrigatória como na Europa; Argentina Criou um plano de competitividade para o biodiesel, com desoneração tributária e outros incentivos; Malásia Maior produtor mundial de óleo de dendê, com produtividade de 5.000 Kg de óleo por hectare. Está implantando um projeto que visa extrair as vitaminas A e E, a fim de reduzir os custos de produção do biodiesel.

Mercado de Óleos Vegetais Produção e Exportação de Óleos Vegetais (milhões de toneladas) PRODUÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS (milhões de Toneladas) Produto Mundo Brasil Quantidade (%) Quantidade (%) S oja 30,98 30,6% 5,20 90,8% De ndê/p a lma 28,67 28,3% 0,12 2,1% Algodã o 3,78 3,7% 0,19 3,4% Ame ndoim 4,98 4,9% 0,03 0,5% Gira s s ol 9,12 9,0% 0,06 1,0% Colza 14,02 13,8% 0,02 0,3% Coco 3,31 3,3% 0,00 0,0% P a lmis te 3,55 3,5% 0,01 0,2% Outros 2,82 2,8% 0,10 1,7% To tal 101,23 100,0% 5,73 100,0% Brasil produz 5,7% do total mundial. EXPORTAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS (milhões de Toneladas) Produto Mundo Brasil Quantidade (%) Quantidade (%) S oja 9,25 24,6% 2,500 98,4% De ndê/p a lma 20,42 54,4% 0,001 0,0% Algodã o 0,18 0,5% 0,036 1,4% Ame ndoim 0,27 0,7% 0,003 0,1% Gira s s ol 2,45 6,5% 0,002 0,1% Colza 1,24 3,3% 0,000 0,0% Coco 1,79 4,8% 0,000 0,0% P a lmis te 1,49 4,0% 0,000 0,0% Outros 0,48 1,3% 0,000 0,0% To tal 37,57 100,0% 2,54 100,0% Brasil exporta cerca de 6,8% do total mundial.

Biodiesel no Brasil 1982: Programa de Óleos Vegetais (OVEG) altos custos impediram o uso comercial; 2002: Criação do Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico do Biodiesel (PROBIODIESEL) Decreto Presidencial de 02/07/2003 Instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial encarregado de apresentar estudos sobre a viabilidade de utilização de óleo vegetal Biodiesel como fonte alternativa de energia; Decreto Presidencial de 23/12/2003 Instituiu a Comissão Executiva Interministerial encarregada da implantação das ações direcionadas à produção e ao uso de óleo vegetal; Portaria da Casa Civil de 19/01/2004 Designando os membros para compor o grupo gestor, que é a unidade executiva da Comissão Executiva Interministerial; Portaria ANP Nº240 de 25/08/2003 Estabeleceu que a utilização de combustíveis não especificados no País ficam sujeitos à autorização prévia da ANP. Esta agência fica também encarregada de autorização a produção, testes e o uso experimental de combustíveis não especificados em frotas cativas e em processos industriais. Portaria ANP Nº255 de 15/09/2003 Estabeleceu a especificação do biodiesel puro (B100) a ser adicionado ao óleo diesel automotivo para testes em frotas cativas. A proporção máxima a ser utilizada na mistura será de 20% (B20).

Projetos do Legislativo Biodiesel no Brasil PL N o 6983/2002 Dep. Mendes Thame: prevê utilização de B5 a partir de jan/2004 e B15 com adição de 5% de álcool anidro a partir de 2006. PL Nº2578/2003 Dep. Durval Orlato: prevê a utilização de 3% de biodiesel (B3), incrementando gradualmente até alcançar 15% (B15); PL Nº526/2003 Dep. Rubens Otoni: institui de maneira progressiva a utilização de Biodiesel, iniciando com a mistura mínima de 5% (B5); PL Nº3373/2004 Dep. Ronaldo Vasconcellos: prevê a utilização de combustíveis de queima limpa para motores que operem por período longo de tempo próximos a pessoas e com potencial de dano à saúde. PL Nº3368/2004 Srs membros do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica: estabelece a mistura de no mínimo 2% de oléo vegetal no óleo diesel (B2), no território nacional.

Biodiesel no Brasil A Produção e a utilização do biodiesel está sendo testada em vários estados brasileiros: São Paulo: produção de biodiesel a partir de soja, amendoim, girassol e resíduos de frituras. O projeto que tem o nome de Biodiesel Brasil, conta com a participação de 19 indústrias, 6 universidades, redes de fast-food, restaurantes universitários, dentre outros. Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte: produção de biodiesel de mamona; Bahia: produção de biodiesel a partir de dendê e gorduras residuais; Mato Grosso: produção de biodiesel de soja; Pará: produção de biodiesel de dendê; Rio de Janeiro: produção de resíduos do refino dos óleos vegetais destinados à indústria alimentícia, além de dendê e óleos de frituras usados; Paraná: testes com biodiesel de soja, girassol e nabo.

Impactos na Agricultura Premissas das simulações: 9 Realizados para misturas de 2% e 5% de biodiesel de dendê (palma) no diesel mineral consumido no Brasil; 9 Os impactos na área plantada e na produção das matérias-primas selecionadas, em cada uma das simulações, por definição metodológica, representam os resultados da utilização exclusiva dessas fontes; 9 As estimativas de geração de empregos foram baseadas nos coeficientes Equivalente-Homem-Ano da Fundação SEADE e no Modelo de Geração de Empregos (MGE) do BNDES (Empregos Pós-Porteira).

Impactos na Agricultura Simulação do impacto da adição de 2% de biodiesel de dendê (B2) no diesel mineral consumido no Brasil: Descrição Cana-de-açúcar Dendê Dem anda de Matéria-prima (ton) 1.290.909 2.953.600 Acréscimo de área (ha) 18.867 140.648 Acréscimo de área (%) 0,37% 172,58% Novos postos de trabalho no campo 1.541 35.162 De acordo com o Modelo de Geração de Emprego do BNDES, os empregos no campo seriam acompanhados da geração de mais de 127 mil empregos pós-porteira, entre diretos, indiretos e criados pelo efeito-renda.

Impactos na Agricultura Simulação do impacto da adição de 5% de biodiesel de dendê (B5) no diesel mineral consumido no Brasil: Descrição Cana-de-açúcar Dendê Demanda de Matéria-prima (ton) 3.227.273 7.384.000 Acréscimo de área (ha) 47.166 351.619 Acréscimo de área (%) 0,92% 431,45% Novos postos de trabalho no campo 3.853 87.905 De acordo com o Modelo de Geração de Emprego do BNDES, os empregos no campo seriam acompanhados da geração de mais de 316 mil empregos pós-porteira, entre diretos, indiretos e criados pelo efeito-renda.

Considerações Finais Há uma grande perspectiva de aumento do consumo mundial de biodiesel crescimento da preocupação com as questões ambientais; No Brasil: expansão da produção agrícola e geração de postos de trabalho no campo; O biodiesel representa o desenvolvimento de um novo mercado para os óleos vegetais e álcool etílico, conferindo maior estabilidade a essas cadeias, principalmente quanto aos preços; Importância de investimento na pesquisa e produção de biodiesel a partir de oleaginosas não tradicionais, com maior rendimento de óleo (mamona, pequi, dendê, babaçu etc); É fundamental a realização de estudos mais aprofundados para avaliação da viabilidade econômica da produção e do consumo final do biodiesel;

Considerações Finais Necessidade de políticas públicas para a implementação efetiva do programa de biodiesel: - Carga tributária diferenciada, estimulando a competitividade; - Implementação de programas de sensibilização da sociedade e incentivo ao uso de combustíveis limpos; - Garantia de desempenho dos motores alimentados a biodiesel; - Assegurar a regulamentação da produção do biodiesel, visando padronização e garantia de qualidade; - Estímulo à pesquisa para o desenvolvimento de novos usos e mercados para os subprodutos da produção do biodiesel, como farelos e glicerina;

Considerações Finais Para que o biodiesel torne-se um vetor de desenvolvimento, gerando empregos, renda e energia em bases sustentáveis, é importante que se implante uma política ampla, levando em conta as dotações regionais, as culturas melhor adaptadas, a infra-estrutura existente e, também, que se garanta a produção/distribuição do biodiesel em todas as regiões brasileiras. A regulamentação do biodiesel no Brasil deve contemplar as atividades ligadas à agricultura familiar sem, com isto, excluir as atividades empresariais e a premissa de que o sucesso do projeto de biodiesel dependerá da sua consistência e viabilidade técnico-econômica. O biodiesel estimulará o desenvolvimento nacional. Ao traçarmos uma linha imaginária sobre o mapa do Brasil, partindo do Porto de Itaqui no Maranhão à fronteira entre Brasil e Peru, por onde passará um corredor bioceânico, conectando-nos ao Pacífico, e depois estendendo-se pelo Centro-Oeste até alcançar o importante Porto de Santos, podemos pensar que, integrando todos os segmentos econômicos e a pesquisa científica nestes eixos, será gerado uma ampla integração social e desenvolvimento econômico.