UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Utilização de exercícios de musculação para alunos com Diabetes. Fernanda Regina Ramos do Prado Guilherme Henrique Costa Pereira São José dos Campos/SP 2015

2 UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO UTILIZAÇÃO DE EXERCÍCIOS DE MUSCULAÇÃO PARA ALUNOS COM DIABETES. FERNANDA REGINA RAMOS DO PRADO GUILHERME HENRIQUE COSTA PEREIRA Relatório Final apresentado como parte das exigências da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso à Coordenação de TCC do curso de Educação e Artes da Universidade do Vale do Paraíba. Orientador: Profº. Me. Cláudio Alexandre Cunha São José dos Campos/SP 2015

3 RESUMO A Diabetes melitus, conhecida apenas como diabetes, ocorre quando há uma disfunção no metabolismo de carboidratos, tem como característica o alto teor de açúcar no sangue e também na urina, sendo classificada como diabete melitus tipo I (insulina-dependente) e diabete melitus tipo II (nãoinsulino), com base de muitos estudos, é possível identificar que a prática de atividade e exercício físico vem sendo muito recomendada. Pois com a prática de exercícios físicos, a diabetes vem sendo controlada, causando uma influência positiva na glicemia, no risco cardiovascular e também no fator insulino-resistência. É possível identificar que o exercício resistido causa uma grande melhora nas funções cardiovasculares, neuromusculares, na composição corporal e nas funções metabólicas. Devido a esses fatores a musculação esta sendo utilizada como prevenção e tratamento não medicamentoso. Portanto a prática da musculação para pessoas com diabetes tipo I e II, esta trazendo muitos benefícios, principalmente no controle da glicemia e na prevenção de outras doenças causadas pela mesma. Palavras-chaves: Diabetes; Musculação; Exercícios Resistidos; Prevenção; Tratamento.

4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...5 2 JUSTIFICATIVA...7 3 OBJETIVO 3.1 OBJETIVO GERAL...8 3.2 OBJETIVO ESPECIFICO...8 4 METODOLOGIA...9 5 REVISÃO DE LITERATURA...10 5.1 Diabetes...10 5.1.1 Diabetes Melitus Insulino Dependente...11 5.1.2 Diabetes Melitus Não Insulino...11 5.2 Atividade Física e Exercício Físico...12 5.2.1 Atividades e exercícios Físicos para diabéticos...12 5.2.2 Exercícios de Musculação para diabéticos...13 5.3 Cuidados especiais...14 5.4 Benefícios da prática de musculação para alunos com diabetes...15 6 CONCLUSÃO...18 7 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA...19

5 1 INTRODUÇÃO Diabetes Melitus é conhecida como simplesmente diabetes, onde há uma disfunção do metabolismo de carboidratos, sendo caracterizada pelo valor elevado do índice de açúcar no sangue (hiperglicemia) e açúcar na urina (glicosúria) (CAMPOS, 2008). Diabetes não quer dizer que a pessoa tem que deixar de comer doces ou beber um refrigerante, ou que a pessoa irá sofrer o resto da vida, usando remédios ou se tornar uma pessoa invalida por não conseguir obter o controle da diabetes. Seja qual for o estilo de vida, pode sim manter se saudável auto-eficiente e ativo, com os benefícios que a atividade física pode proporcionar para a melhora da Diabetes (OLIVEIRA, 2008 apud MORENO, 2009). A procura por atividade física vem aumentando, principalmente os exercícios resistidos (musculação), por seus benefícios fisiológicos, psicológicos e sociais, com isso elevando a qualidade de vida (OLIVEIRA, 2008 apud MORENO, 2009). Segundo Mendes (et all, 2011), organizações internacionais indicam atividade física de uma forma geral e em particular o exercício físico. Sendo que a atividade física se refere pelo movimento do corpo realizado pelo músculo esquelético humano, aumentando o dispêndio energético. E o exercício físico refere-se a uma atividade física programada, contínua e estruturada, com objetivo de melhorar ou manter aptidões físicas. Os exercícios com pesos são mais completos entre os demais tipos de treinamento físico. Melhorando a silhueta do corpo, evitando as incapacidades motoras de idosos e sedentários, contribuindo também para evitar doenças crônicas (MATSUDO, 1997 apud CUENCA, 2008). A musculação melhora as funções metabólicas, cardiovascular, neuromuscular e a composição corporal. Por esse motivo tem sido utilizada para a prevenção e tratamento não medicamentoso (CAMBRI, 2006 apud MORENO, 2009). Lara (2009) relata que a Diabetes é um dos problemas mais importantes da saúde mundial, por ter um número elevado de mortalidade prematura e incapacitação, tendo um custo alto em seu tratamento.

6 A Diabetes é uma doença que pode causar alguns problemas, sendo eles a amputação dos membros inferiores, cegueira e entre outros (CERCATO, 2004 apud LARA, 2009). A prática da atividade física vem sendo recomendada, com bases em estudos que abordam a fisiopatologia da diabetes e a atividade física em seu tratamento (LOPES, 2009 apud NOGUEIRA, 2012). Conforme Silva (2010, apud NOGUEIRA, 2012), os exercícios resistidos podem ser benéficos na redução de LDL-C em homens e mulheres adultos, em pacientes que possuem diabetes tipo I e tipo II e mulheres prémenopausa. Essa revisão tem como objetivo demonstrar as contribuições da musculação para alunos com Diabetes e como ajudar em seu tratamento. Buscaremos entender de que maneira os exercícios propostos devem ser adaptados conforme a contraindicação de cada aluno e as complicações que podem ocorrer, tendo uma regularidade nos exercícios para obter benefícios contínuos (MENDES et all, 2011).

7 2 JUSTIFICATIVA O crescimento do número de pessoas com Diabetes vem sendo constante e a indicação da prática de atividades e exercícios físicos por parte dos profissionais da saúde, para o tratamento e prevenção da doença esta aumentando a cada dia. Sendo assim através de uma revisão de literatura, serão apresentadas respostas sobre os benefícios que a pratica da musculação podem trazer para a melhoria da doença.

8 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Demonstrar quais as contribuições que a prática de musculação pode trazer para os alunos com Diabetes. 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO - Identificar os benefícios da prática de musculação no tratamento da Diabetes. - Revelar que maneira a musculação pode ser utilizada - Analisar se ocorre à melhora em relação ao controle da Diabetes.

9 4 METODOLOGIA Para execução do estudo, foram realizadas buscas textuais em bases de dados como: Periódicos Capes, EBSCOT, Scielo, Lilacs, Domínio Público e outras do gênero. Além disso, foram realizadas buscas textuais de bibliotecas especializadas como: Biblioteca UNIVAP (Base de dados Athenas). Por fim, foram realizadas buscas em sites, cursos e palestras especializadas. Nessas bases de dados foram pesquisados / procurados artigos indexados e não indexados, livros, monografias, trabalhos de conclusão de curso, entre outros trabalhos relevantes do tema.

10 5 REVISÃO DE LITERATURA 5.1 Diabetes Diabetes Melitus é conhecida como simplesmente diabetes, onde há uma disfunção do metabolismo de carboidratos, sendo caracterizada pelo valor elevado do índice de açúcar no sangue (hiperglicemia) e açúcar na urina (glicosúria). Desenvolvendo se a partir de uma produção inadequada de insulina no pâncreas ou uma utilização não adequada de insulina das células do corpo (CAMPOS, 2008). Segundo Peirce (1999) a Diabetes Melitus é a junção de distúrbios metabólicos crônicos, sendo caracterizada pela hiperglicemia, deficiência na secreção de insulina e a diminuição da ação da mesma. Conforme Committe (2003) a patologia afeta a metabolização dos lipídeos, proteínas e os carboidratos. Sendo comuns, doenças que surgem com o aparecimento do diabetes, são elas: intolerância a glicose, resistência à insulina ou a falta de produção de insulina (FERREIRA et all, 2008). O Diabetes é uma doença metabólica, que tem como característica a hiperglicemia, que por sua vez, acarreta complicações de insuficiência dos órgãos, sendo eles, olhos, rins, cérebro, nervos, vasos sanguíneos e coração. Causando defeitos na secreção de insulina envolvendo a destruição das células beta do pâncreas e resistência a ação da insulina (RIBEIRO et all, 2006). Conforme Committe (2003) a diabetes Melitus são classificas entre Diabetes Melitus Tipo I, Diabetes Melitus tipo II e Diabetes Melitus Gestacional, (FERREIRA et all, 2008). A Diabetes melitus gestacional é caracterizada pelo o grau de redução da tolerância a glicose, que é detectada durante o período de gravidez (SILVERIO, 2011 apud WEINERT et all, 2011).

11 5.1.1 Diabetes Melitus Insulino-Dependente A Diabetes Melitus Insulino-dependente é mais conhecida como diabetes tipo I, onde o individuo faz um uso contínuo de injeções com insulina, para conseguir controlar o nível de açúcar no sangue (CAMPOS, 2008). A diabetes melitus tipo I é caracterizada pela deficiência absoluta da insulina, sendo causada na maioria dos casos por um processo autoimune que devasta as células de hormônios que são secretadas (NOTKINS, 2002). O surgimento pode ocorrer em qualquer idade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2006) sendo predominante por volta dos 11 à 14 anos. O portador do tipo I, normalmente não apresenta outra doença, sendo possível controlar a diabetes com maior eficiência e levar vida com maior qualidade, havendo também algumas restrições (SEIDL; ZANNON, 2004 apud FERREIRA et all, 2008). Conforme Campos (2008), as células beta (células que secretam a insulina do pâncreas) no diabético tipo I, são destruídas. Sendo causada pelo sistema imunológico, onde há o aumento da suscetibilidade a virosas através da célula beta ou pelo fato de ocorre a degeneração da mesma. Causando uma deficiência na secreção de insulina e injeções diárias para controlar a doença. 5.1.2 Diabetes Melitus Não-Insulino Segundo Campos (2008) a diabetes melitus não-insulino é conhecida também pelo o nome de diabetes tipo II. Sendo o tipo mais comum entre os indivíduos na fase adulta, onde a pessoa consegue controlar através de uma dieta os níveis de açúcar plasmáticos, com exercícios e em alguns casos com medicamentos via oral. No tipo II a doença aparece gradualmente, causado por anormalidades do metabolismo. Sendo eles: Secreção prejudicada ou retardada da insulina, os tecidos tem uma resistência a insulina e uma produção elevada de glicose pelo fígado (CAMPOS, 2008)

12 5.2 Atividade Física e Exercício Físico Segundo MENDES (et all, 2011), organizações internacionais indicam atividade física de uma forma geral e em particular o exercício físico. Sendo que a atividade física se refere pelo movimento do corpo realizado pelo músculo esquelético humano, aumentando o dispêndio energético. E o exercício físico refere-se a uma atividade física programada, contínua e estruturada, com objetivo de melhorar ou manter aptidões físicas. A prática da atividade física vem sendo recomendada, com bases em estudos que abordam a fisiopatologia da diabetes e a atividade física em seu tratamento (LOPES, 2009 apud NOGUEIRA, 2012). A atividade física habitual e a prática de exercício físico regular, tem benefícios que são sustentados por evidências científicas (MENDES et all, 2011). 5.2.1 Atividades e exercícios físicos para diabéticos A Atividade física é muito importante no tratamento da diabetes, por contribuir na melhora da qualidade de vida do paciente com diabetes (MERCURÍ; ARRECHEA, 2001). Estudos realizados por Campos (2008) mostram que o exercício é muito importante, pois auxilia no tratamento da Diabetes Melitus, onde ocorre a melhora no nível de glicose plasmático e sensibilidade a ação da insulina. A prática da atividade física é recomendada a todos os pacientes com diabetes, por ter uma melhora significativa, principalmente no pacientes obesos, sendo assim, considerada prioritária (RIBEIRO et all, 2006). A pratica do exercício físico vem sendo uma peça fundamental para o controle e o tratamento da diabetes, por ter efeitos positivos no controle da glicemia, no insulino-resistência e também no risco cardiovascular (MENDES et all, 2011). Em pessoas com diabetes tipo 2, a pratica de exercício físico não gera duvida sobre o benefício causado, pois ocorre a perca de peso, corrige a

13 resistência à insulina e controla a glicemia nesse tipo de diabetes, que esta ligado a obesidade. No tipo 2 por ser tratada especialmente com dieta, dificilmente ocorre hipoglicemia ou hiperglicemia (MERCURÍ; ARRECHEA, 2001). Os diabéticos podem praticar exercício, só que de uma maneira segura e efetiva, mas utilizando alguns cuidados devidos para a doença (MENDES et all, 2011). 5.2.2 Exercícios de musculação para diabéticos A musculação melhora as funções metabólicas, cardiovascular, neuromuscular e a composição corporal. Por esse motivo tem sido utilizada para a prevenção e tratamento não medicamentoso (CAMBRI, 2006 apud MORENO, 2009). Os exercícios de musculação devem ser realizados de 2 ou 3 vezes por semana em dias alternados. Para alguns diabéticos que tenha complicações cardíacas e vasculares, a quantidade mínima do exercício pode ser demasiado, por ter uma sobrecarga que causará o aumento da pressão sanguínea (SCHIL, 2006). Caso o diabético seja hipertenso é recomendável realizar exercícios de alongamento, pois ele ajuda restabelecer a pressão sanguínea através da vasodilatação e evitar exercícios isométricos por causa da vasoconstrição continua que faz aumentar a pressão arterial (CAMPOS, 2008). Umas das recomendações para a prática de exercícios resistidos (exercícios com pesos, ou seja, exercícios de resistência) são: evitar realizar a manobra de Valsava; trabalhar com fase excêntrica e concêntrica, evitando ficar mais de 6 segundos sem relaxar; Iniciar com peso de 1/2kg até 3kg, atingindo gradualmente o valor de 6 kg; realizar de 8 a 16 repetições com intervalo de 15 a 50 segundos (SCHIL, 2006). Segundo Campos (2008), para o ganho de condicionamento físico geral, é recomendado de1-3 series de 8-12 repetições para cada exercício. Para a intensidade do treinamento muscular é recomendado um aumento na

14 sobrecarga de 2 a 5% na intensidade. Sendo que a intensidade pode variar conforme o condicionamento físico de cada aluno. Para a progressão do treinamento, não é necessário apenas variar sobrecargas, números de séries ou repetições. Pode ser feita também através de técnica, maior controle dos movimentos ou pela maior amplitude do mesmo. Solicitando assim, os músculos mais eficientes. Exemplo de um programa inicial, que deve conter no mínimo um exercício para cada grande grupo muscular, como: Costas, Peitorais, Deltóides, Abdome, Quadríceps e Isquiotibiais, Gastrocnêmio e Sóleo. Iniciando esses grupos com exercícios que não exijam muita consciência corporal (CAMPOS, 2008). 5.3 Cuidados especiais Para prescrever a atividade física é necessário que seja realizada individualmente, para evitar riscos e gerar bons resultados. Já a frequência, intensidade e duração, serão recomendadas conforme a idade, grau de condicionamento físico, do controle metabólico, tempo da doença e presença de complicações causada pela a diabetes (MERCURÍ; ARRECHEA, 2001). Segundo Schil (2006) para iniciar a prática de exercícios físicos é preciso tomar alguns cuidados, como: - Verificar antes do exercício físico e após a glicemia; - Evitar a realização do exercício no período máximo de ação da insulina - Não é recomendado aplicar a insulina em lugares onde serão usados com uma intensidade maior no exercício; - Não deve realizar exercícios no dia em que a glicemia esteja superior a 250mg/dl; - Para casos de hipoglicemia, é recomendado estar sempre com bala, chocolate ou tabletes de glicose; - Para diabéticos tipo 2, recomenda-se aumentar progressivamente os exercícios diários; - A intensidade deverá ser inicialmente moderada. Entre 65% a 75% da frequência cardíaca máxima;

15 - As atividades aeróbicas, deverão ser realizadas 4 vezes por semana. Conforme Ribeiro (et all, 2006), os alunos com perda considerável da sensibilidade nos pés devem evitar caminhar, correr e outros. Sendo recomendada a realização de exercícios na posição sentada. A melhor opção para controlar a glicemia é através de uma dieta prescrita pelo nutricionista, ingerindo conforme os horários estabelecidos por ele variando sempre os alimentos, evitando ingerir gordura saturada, de preferência a alimentos ricos em fibras, exercitar após a refeição e nunca realizar com a glicemia baixa (SCHIL, 2006) Para evitar a hipoglicemia conforme Campos (2008) é necessário realizar os seguintes procedimentos: - Consumir carboidratos a cada 30 minutos de exercício; - Ingerir Carboidratos de médio/baixo índice glicêmico antes de exercícios longos; - Diminuir a dose de insulina: - na insulina de ação intermediária: diminuir de 30 a 35% no dia do exercício. insulina de ação curta e intermediária: tirar a ação curta antes do exercício. Varias dose de ação curta: diminuir a dose de 30 a 35% antes do exercício; - Evitar exercícios a noite. 5.4 Benefícios da pratica de musculação para alunos com diabetes O exercício físico ou treinos com pesos tem um papel muito importante para a população, seja ela para a melhora de desempenho, para prevenção de doenças, controle da saúde e também a melhora de estética (SIMOES, 2006). Conforme Schil (2006) e Campos (2008) o exercício resistido para o diabético tem como benefício: - A prevenção da complicação da doença; - O controle da glicemia; - Auxilia na diminuição das unidades de insulina e antidiabéticos orais; - Redução do peso corporal; - controle da pressão arterial;

16 - Aumento do colesterol (HDL); - Conforme o controle da glicemia, há uma melhora na sensibilidade nervosa, ocasionando uma prevenção das lesões de pernas e pés, circulatórias, impotência, entre outras. - Menor aglutinação de plaquetas nos sangue, diminuindo o risco de trombose; - Redução de triglicérides; - Reduz o risco de ataque cardíaco; - Sensação de bem estar. Os exercícios de musculação, prescritos a 65% da 1RM são capazes de gerar após uma sessão, uma diminuição expressiva na glicemia do diabético tipo I. Como no tratamento da diabetes é formada por métodos para controle da glicemia em valores próximos ao normal, a modalidade de exercícios resistidos vem sendo eficaz na diminuição proporcionando um controle em longo prazo. A diabetes Melitus tem como complicações a hipoglicemia que acontece de forma significativa, como forma de resposta ao exercício. Conforme Campos (2001) é recomendável a ingestão de carboidratos para que não ocorra a queda ao nível de causar a hipoglicemia no diabético (FERREIRA et all, 2008). O exercício resistido com peso é de extrema importância, principalmente em pacientes idosos no controle da diabetes, pelo o fato do que ocorre no envelhecimento, como a diminuição da massa magra, onde gera um comprometimento do metabolismo energético. A prática de musculação com peso gera o aumento da massa muscular, com consequência o aumento da força, melhorando também o controle glicêmico dos pacientes diabéticos (CIOLAC; GUIMARÃES, 2004 apud NOGUEIRA, 2010). Segundo o estudo de Nogueira (2008) o exercício resistido com peso é eficaz para o controle da glicemia, comparando com o exercício aeróbico. No resistido a glicemia estava alta no inicio do treinamento, estabilizando no final das quatro semanas de treino, já no termino da quarta semana do treino de exercício aeróbico, a glicemia que estava baixa no inicio, terminou elevada conforme o protocolo. Sendo utilizado para o teste o mesmo tipo de alimentação.

17 Conforme Simoes (2003) o treinamento resistido causou uma melhora em pacientes obesos com Diabetes Melitus tipo II, no controle glicêmico e na redução de insulina pelo fato de ter aumentado o tecido muscular, pois ele é o principal captador de glicose (NETO; GRALA, 2011).

18 6 CONCLUSÃO Desta forma o estudo permite considerar que os benefícios que a prática de exercício resistido pode trazer para pessoas com Diabetes Melitus, sendo utilizado na forma de musculação, de uma maneira eficaz para o ganho de massa magra e também o condicionamento físico. Com a realização do treinamento de um modo consciente e seguro, conforme os cuidados necessários que o diabético precisa, obtém-se auxilio de forma significativa para o controle glicêmico da diabetes, atua na redução de tratamentos medicamentosos, ganho de tecido muscular (pois ele é o principal captador de glicose), previne e controla outras doenças associadas a diabetes.

19 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMPOS, M. A.; Musculação: Diabéticos, osteoporótico, idosos crianças, obesos. Rio de Janeiro: 4ª edição: Sprint, p. 11-36, 2008. CUENCA,R. N.; BORGES, K. F.; SILVA, M. S. V.; ROMANHOLO, R. A.; Execicio resistido com pesos na redução de gordura corporal em praticantes de musculação do município de Cacoal/RO. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v2, n.10, p. 399-403, Jul/Ago. 2008. FERREIRA, B. E.; MOREL, E. A.; BRAGA, P. H. A.; Alterações glicêmicas agudas em diabéticos tipo 1 após uma sessão de exercícios resistidos. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 13 - nº120 - Maio de 2008. Site: http://www.efdeportes.com Visitado em: 15/11/2015 LARA, F. N.; O efeito agudo do exercício de força e da caminhada, na glicemia de um individuo sedentário, diabético do tipo 2. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.3, n.15, p.248-254. Maio/Junho. 2009. MENDES, R.; SOUSA, N.; REIS,V. M.; BARATA, J. L. T.; Programa de Exercício na Diabetes Tipo 2. Revista Portuguesa de Diabetes. 2011; 6 (2): 62-70. MERCURI, N; ARRECHEA, V.; Atividade física e diabetes mellitus. Diabetes Clinica Jornal Multidisciplinar do diabetes e das patologias associadas. Diabetes Clinica 04 (2001) 347-349 MORENO, D. M.; ROTA, G.; MENDES, O. C.; Limiar glicêmico durante a realização de teste incremental de exercício resistido em praticantes de musculação. Coleção Pesquisa em Educação Física v.8, n.3, 2009.

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