Slide 1 Empresa Holding como Instrumento de Proteção Patrimonial e Sucessão Familiar Auditores Independentes II Congresso Nacional de Contabilidade CONACONTABIL Slide 2 Risco Patrimonial Despersonalização da Pessoa Jurídica Diversos dispositivos legais no sistema jurídico nacional objetivam responsabilizar outras pessoas jurídicas, os sócios, acionistas ou administradores de uma determinada empresa através do instituto da Desconsideração da Pessoa Jurídica Slide 3 Questões Trabalhistas O art. 2º, 2º da CLT cria a figura do grupo econômico, tornando responsáveis solidárias todas as empresas do grupo que dirige, controla ou administra a empregadora;
Slide 4 Código Civil Art. 50 do Código Civil Em caso de abuso de personalidade jurídica, os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações serão estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica Essa situação pode ser ampliada, inclusive, no caso de falência (art. 82 da Lei de Falências nº 11.101/05). Slide 5 Código de Defesa do Consumidor O art. 28 autoriza a desconsideração da personalidade jurídica da fornecedora, para atingir a pessoa dos sócios ou das sociedades integrantes de grupos societários, quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração de lei, fatos e atos ilícitos, violação dos estatutos ou contrato social e a falência, estado de insolvência ou encerramento de atividades provocadas por má gestão; Slide 6 Responsabilidade Tributária O art. 135, inc. III, do CTN dispõe que os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado serão pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos pela empresa quando agirem com excesso de poderes, infração de lei, contrato social ou estatutos.
Slide 7 Novo Código de Processo Civil Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente Slide 8 Formas de Bloqueios ou Restrições de Bens e Direitos Penhora on line de saldos bancários e aplicações financeiras através do Bacen- Jud Penhora formal imóveis (em Cartorios) de veículos (nos Detran s) e outros bens móveis Medidas cautelares de arresto, sequestro e arrolamento (Rec Federal). Slide 9 Holding Expressão de origem inglesa, que significa segurar, manter, controlar, guardar. Não é um tipo societário. É definida em face do objeto social que explora a participação no capital de outras empresas. Pode assumir a forma de sociedade anônima sociedade simples sociedade empresária.
Slide 10 Espécies de Holding Pura objeto social restringe-se, apenas a participação no capital de outras empresas. Mista além da participação no capital de outras empresas, ela exerce a exploração de alguma outra atividade empresarial (por questões de benefícios tributários esta é a mais usada no Brasil). Familiar objetiva a concentração e proteção do patrimônio familiar para facilitar a gestão dos ativos com benefícios fiscais (ITCD por ex.), além de definir a sucessão familiar. Slide 11 Fundamentação legal da empresa Holding Lei nº 6.404/76, art. 2º 3º estabelece que a companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades, dispondo, ainda, que não prevista no estatuto social, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais. O mesmo diploma legal dispõe sobre o sistema de concentração societária através de empresas coligadas e controladas (art. 243) onde se pode inferir a existência da holding. No âmbito das sociedades de pessoas (por ex. Limitadas) os artigos 1.097 a 1.099 do Código Civil também tratam do sistema legal de controle de uma sociedade em relação a outras, defluindo a existência da holding. Slide 12 Motivos para a formação da Holding familiar Proteger o patrimônio pessoal do sócio ou acionista em face das inúmeras situações de responsabilidade solidária em relação às empresas das quais participe; Aproveitamento dos benefícios fiscais na tributação dos rendimentos dos bens particulares como pessoa jurídica, a exemplo: recebimentos de alugueis, lucros, dividendos, juros, transferência de bens, etc;
Slide 13 Motivos para a formação da Holding familiar Concentrar o patrimônio familiar para facilitar a gestão coletiva disciplinando a participação de cada membro da família Minimizar a contaminação de eventuais conflitos familiares no ambiente das empresas em face da despersonalização proporcionada pela formação da pessoa jurídica; Facilitar a sucessão hereditária especialmente em relação ao caro, lento e tormentoso processo judicial de inventário e partilha que emperra o desenvolvimento das empresas. Slide 14 Constituição de uma Holding familiar Natureza Jurídica Sociedade por Ações Mais complexas, maior proteção e sigilo Sociedade Empresária A mais usual, pela simplicidade de constituição Sociedade Simples Registro em Cartório, não está sujeita a falência Participação Societária Formação do capital entre o marido, mulher e filhos (inclusive menores) se não houver nenhum impedimento legal (regime de casamento ou outras circunstâncias) com a participação no capital delimitada pelo fundador; Slide 15 Constituição de uma Holding familiar Nos estatutos sociais já serão estipuladas livremente as regras de administração e de sucessão, atendendo-se, apenas, as restrições legais. (o fundador escolhe quem e como será gerida a empresa na sua ausência); Poderão ser estipuladas as hipóteses de doação com reserva de usufrutos, incomunicabilidade, impenhorabilidade, inalienabilidade (protege o patrimônio dos sucessores em relação a terceiros)
Slide 16 Constituição de Holding derivada de Cisão Societária Procedimento utilizado em empresas que tem interesse em proteger patrimônio de eventuais demandas judiciais; Também utilizado na preparação de sucessão familiar nas participações societárias. O processo de cisão reveste-se de formalidades previstas na Lei das S.A., tais como : Protocolo de justificativa da cisão Avaliação patrimonial da empresa cindida Nova composição patrimonial da cindida e da cindenda Não há necessidade de CND s para registro de atos societários (Art. 7º-A LC 147/2014) Slide 17 Vantagens da Holding na Sucessão Hereditária Quando os pais conferem todo o patrimônio à holding familiar, pode ocorrer a doação das quotas ou ações em favor dos sucessores com reserva de usufruto, que elimina a necessidade de inventário ou partilha; Dependendo das situações peculiares dos doadores e donatários poderá haver isenção ou não incidência do ITCD na doação; Slide 18 Vantagens da Holding na Sucessão Hereditária Essa doação pode ser feita com cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade que protegem o patrimônio dos sucessores em face de casamentos, dívidas futuras e prodigalidade; As regras de administração do patrimônio já estarão estabelecidas no contrato da holding segundo a vontade dos pais, o que elimina o litígio sobre a posse e a administração da herança;
Slide 19 Vantagens da Holding na Sucessão Hereditária Em caso de inventário ou partilha quando não ocorre a doação em vida, é possível a conjugação com testamentos e o que vai ser inventariado serão as quotas ou ações da sociedade, pelo valor contábil e não pelo valor de mercado dos bens que compõem o ativo da empresa. Neste caso o pagamento do ITCD será realizado pelo valor nominal das quotas ou sobre o quinhão que for apontado em balanço especial levantado para esse fim; Na Holding é possível evitar que sucessores não desejados pela família tenham acesso ao patrimônio do sucedido, através de cláusula contratual prevendo a indenização do respectivo quinhão em condições mais favorecidas. Slide 20 Proteção Patrimonial Quando não há a figura da Holding, os bens (móveis e imóveis) dos empresários ficam sujeitos a penhora, alienações judiciais. Com a figura da Holding, os bens não são atingidos diretamente a não ser em casos extremos (fraudes, desvio patrimonial em situação de insolvência, etc), quando pode ocorrer a despersonalização jurídica da Holding; Numa Holding, o que se torna passível de penhora são os frutos e rendimentos que as quotas ou ações irão produzir, ou as próprias quotas ou ações, conforme preceituam os art. 1.026 e 1.031 do Código Civil. Slide 21 Transferência dos bens particulares para a Holding Ocorre por meio de conferência na constituição ou aumento de capital social, sem necessidade de escritura pública em cartório; Não há incidência de imposto de renda sobre ganho de capital se os bens forem transferidos pelo valor constante da declaração IRPF Também não há incidência do ITBI relativo aos imóveis entregues para a formação do capital social ou que resultarem de cisão, fusão ou incorporação, nos termos do art. 156, 2º, inc. I, da Constituição Federal.
Slide 22 Vantagens tributárias da Holding Os lucros e dividendos recebidos são isentos de imposto de renda e contribuições se já foram tributados na empresa investida. Se for do tipo mista, terá as receitas oriundas de outras atividades tributadas normalmente. Lucro Presumido Aluguéis Pessoa Física... 27,50% Pessoa Jurídica... 11,33% Economia... 16,17% Slide 23 Vantagens tributárias da Holding Na transferência de imóveis feita mediante cisão, também não há incidência do imposto inter vivos ou sequer necessidade de escritura pública, o que pode desonerar sensivelmente a operação; Na sucessão hereditária, o recolhimento do imposto causa mortis é realizado sobre o valor das ações ou quotas do sócio que normalmente é histórico e não sobre o valor de mercado, como seria em caso de inventário dos próprios bens. Slide 24 Conclusão Verifica-se claramente grandes vantagens na constituição da holding, podendo-se sintetizálas em dois aspectos principais: para proteger o patrimônio pessoal e familiar; por ser a forma mais eficaz de se fazer a sucessão hereditária com a proteção patrimonial dos sucessores e das empresas do grupo.
Slide 25 Contatos, dúvidas e sugestões Daniel Salgueiro 82 2121 0000 d.salgueiro@uol.com.br