PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO ATRAVÉS DA HOLDING. Pós Graduação Direito de Família
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- Martín Gesser Ferreira
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1 PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO ATRAVÉS DA HOLDING Pós Graduação Direito de Família 1
2 PROF. ROGÉRIO MARTIR Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad Del Museo Social Argentino, Advogado militante e especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professor Universitário, Pós Graduação e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Sócio da Martir Advogados Associados - Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor e Consultor da Revista Filantropia. 2
3 CONCEITO DE HOLDING Holding etimologicamente significa: segurar, manter, controlar, guardar ou possuir. Não é um tipo societário. É definida em face do objeto social que explora. Tecnicamente: a participação no capital de outras empresas. Pode assumir a forma de sociedade por ações, sociedade simples ou empresária. 3
4 CONCEITO DE HOLDING Existem duas modalidade de holding: A pura, quando, do seu objeto social conste somente a participação no capital de outras sociedades. A mista, quando além da participação, ela serve à exploração de alguma atividade empresarial (é a mais utilizada no Brasil). Trata-se da sociedade cuja totalidade ou parte de seu capital é aplicada em ações de outra sociedade gerando controle sobre a administração das mesmas. Por essa forma assegura-se uma concentração do poder decisório nas mãos da empresa mãe - holding. 4
5 CONCEITO DE HOLDING Quando tratamos da sociedade (Pessoa Jurídica) que concentra o patrimônio de pessoas físicas e administra bens, não estamos exatamente diante de uma holding, mas costuma-se utilizar esta denominação. Na holding propriamente dita, essa empresa criada para administrar possui a maioria das ações das empresas componentes de determinado grupo. Essa forma de administração é muito praticada pelas grandes corporações. O que vamos estudar a seguir é a utilização da holding para a realização do planejamento sucessório, no entanto, importante conhecer as demais formatações para alongar o raciocínio. 5
6 PREVISÃO LEGAL Podemos afirmar que art. 2º, 3º da Lei 6.404/76, Sociedades por Ações, fundamenta o conceito de holding 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais. O mesmo diploma legal dispõe sobre o sistema de concentração societária através de empresas coligadas e controladas (art. 243) onde se pode inferir a existência da holding. 6
7 PREVISÃO LEGAL No âmbito das sociedades de pessoas os artigos a do Código Civil também tratam do sistema legal de controle de uma sociedade em relação a outras, defluindo a existência da holding. Controlada (art CC): I - a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maioria dos votos nas deliberações dos sócios quotistas ou da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores; II a sociedade cujo controle, referido no inciso antecedente, esteja em poder de outra, mediante ações ou quotas possuídas por sociedades ou sociedades por esta já controlada. Coligada (art CC): diz-se coligada ou filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade participe com 10% (dez por cento) ou mais, do capital da outra, sem controlá-la. 7
8 DEFINIÇÕES PRELIMINARES O primeiro passo é a escolha dos sócios e do tipo societário (S/A, sociedade simples ou empresária). Nossa recomendação é pelo tipo sociedade simples ou empresária limitada que é mais fácil de gerir, além de oferecer maior proteção quanto a ingresso de terceiros na sociedade, diante do princípio do affectio societatis Na sociedade simples, ainda existe a impossibilidade de falência; 8
9 DEFINIÇÕES PRELIMINARES Dependendo da intenções para a constituição da Holding recomenda-se que a sociedade seja estabelecida entre o marido, esposa e filhos se não houver nenhum impedimento legal (regime de casamento ou outras circunstâncias) com a participação no capital delimitada pelo(s) fundador(es) Ressalta-se que na sociedade simples não há impedimento entre marido e mulher serem sócios; Nos estatutos sociais já serão estipuladas livremente as regras de administração e de sucessão, atendendo-se, apenas, as restrições legais. (o fundador escolhe quem e como será gerida a empresa na sua ausência); 9
10 DEFINIÇÕES PRELIMINARES Poderão ser estipuladas as hipóteses de doação com reserva de usufrutos, cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade, inalienabilidade que protegem o patrimônio dos sucessores em relação a terceiros. Este é o grande segredo da constituição de uma holding, conhecer o direito societário e desenvolver cláusulas que atendam o objetivo da mesma. O estatuto social / contrato social é a alma da holding!! 10
11 DESTINAÇÃO DAS HOLDINGS Em aspectos práticos gerais a holding poderá ser destinada aos seguintes objetivos: Gestão Societária Empresarial; Administração de Bens; Substituição Patrimonial de Bens / Blindagem Blindagem aos Efeitos do Casamento / União Estável Sucessão Familiar 11
12 GESTÃO SOCIETÁRIA EMPRESARIAL Trata-se da holding pura, onde o objetivo e a gestão/administração de outras sociedade atrações da participação nas ações ou quotas sociais Possibilita maior controle administrativo. Protege a sucessão desenfreada de sócios. Viabiliza a atração e distribuição dos lucros. 12
13 ADMNISTRAÇÃO DE BENS Trata-se da holding mista, onde além de participar na composição societária de outras sociedades, administra bens ligados a mesma de forma direta. Maior flexibilização dos negócios possibilitando o controle e ao mesmo tempo a gestão direta de alguns bens que envolvem a cadeia de empresas. 13
14 SUBSTITUIÇÃO PATRIMONIAL / BLINDAGEM Compreende a substituição da pessoa física pela jurídica quanto ao respectivo patrimônio. Na constituição da holding o patrimônio pessoal e transferido para a sociedade deixando a pessoa física apenas com quotas ou ações da holding. A movimentação financeira e patrimonial é realizada em nome da holding que substitui a pessoa física nas transações comerciais / empresariais e até mesmo pessoais, gerando uma natural blindagem do patrimônio pessoal. 14
15 BLINDAGEM AOS EFEITOS DO CASAMENTO / UNIÃO ESTÁVEL Constituída a holding antes do casamento ou mesmo da materialização da união estável, o único real patrimônio existente serão as quotas sociais ou ações, bens anteriores ao ato jurídico. Após o casamento ou união estável não haverá acréscimo de patrimônio em nome da pessoa física e sim em nome da holding, logo não há o que ser partilhado (personalidade distinta). As quotas sociais ou ações serão sempre as mesmas, adquiridas antes do casamento. 15
16 SUCESSÃO FAMILIAR O raciocínio na sucessão familiar é o mesmo já estudado. Todo o patrimônio familiar está em nome da holding, sendo que os membros da família são detentores de quotas ou ações apenas. No caso de eventual inventário o objeto deste será exclusivamente as quotas ou ações. No entanto o grande objetivo é evitar o processo de inventário, uma vez que o contrato social prevê a distribuição de quotas no caso de falecimento, como se fosse a antecipação da partilha (sucessão societária) 16
17 CONTRATO SOCIAL O contrato social é a ALMA da Holding, simplesmente as regras do jogo após a constituição e vigência da Pessoa Jurídica. É ele que define a proteção patrimonial, a sucessão e regulariza a vida da pessoa física quanto a transferência e constituição de patrimônio. Serve de escritura para o aporte imobiliário de capital. Deve ser elaborado de forma técnica e com precisão. 17
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