Custos e Benefícios Fiscais do PSI e Empréstimos do Tesouro ao BNDES. 19 de agosto de 2010

Documentos relacionados
DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DE APOSENTADORIA - FORMAÇÃO DE CAPITAL E ESGOTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES

Panorama da Economia Brasileira

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

BALANÇA COMERCIAL US$ MILHÕES FONTE: BACEN ELABORAÇÃO E ESTIMATIVA: BRADESCO

BALANÇA COMERCIAL US$ MILHÕES FONTE: BACEN ELABORAÇÃO E ESTIMATIVA: BRADESCO 60,000 50,000 47,284 47,842 44,703 46,457 40,032 37,841 40,000 33,641

BALANÇA COMERCIAL US$ MILHÕES

Série 34 E 35 Relatório de Acompanhamento do CRI 31-jan-14

Data Moeda Valor Vista Descrição Taxa US$ 07-Jul-00 Real 0,5816 Sem frete - PIS/COFINS (3,65%) NPR 1,81 14-Jul-00 Real 0,5938 Sem frete - PIS/COFINS

DELEGACIA REGIONAL TRIBUTÁRIA DE

Perspectivas para Economia Brasileira em 2009

EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES

BALANÇA COMERCIAL (US$ milhões)

TABELA PRÁTICA PARA CÁLCULO DOS JUROS DE MORA ICMS ANEXA AO COMUNICADO DA-46/12

GDOC INTERESSADO CPF/CNPJ PLACA

COLETIVA DE MERCADO DE CAPITAIS. 3º trimestre de 2017

Análise de Conjuntura

O DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO EM JANEIRO DE 2003

DATA DIA DIAS DO FRAÇÃO DATA DATA HORA DA INÍCIO DO ANO JULIANA SIDERAL T.U. SEMANA DO ANO TRÓPICO

NOVAS MEDIDAS DE COMBATE À CRISE E ESTÍMULO AO CRESCIMENTO

MERCADO DE CAPITAIS CENTRO DE ESTUDOS DE CEMEC

Seminário GVcev Tendências e Expectativas para o Varejo de 2010

TABELA PRÁTICA PARA CÁLCULO DOS JUROS DE MORA ICMS ANEXA AO COMUNICADO DA-87/12

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

O BNDES E O FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO. Luciano Coutinho Presidente do BNDES

Série 108 Relatório de Acompanhamento do CRI 31-jan-15

Conjuntura Econômica SEMINÁRIO FENAE FUTURO DA CAIXA CENÁRIOS E DESAFIOS

Instrumentos de Política Macroeconômica

18/05/2017. Gasto Público Total no Brasil. Carga Tributária % do PIB. GASTO FISCAL NO BRASIL: crescimento e dilemas

CRÉDITO E JUROS SETEMBRO DE 2002

Safra 2016/2017. Safra 2015/2016

O Papel da Indústria de Fundos Brasileira na Promoção do Desenvolvimento Econômico Sustentado. São Paulo, 06 de julho de 2006

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

CNC - Divisão Econômica Rio de janeiro

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Índices de Preços. Em 12

Perspectivas para de dezembro de 2006 DEPECON/FIESP

3ª APRESENTAÇÃO DE DADOS SOBRE A ECONOMIA BRASILEIRA: POLÍTICA MONETÁRIA E FISCAL

Luciano Coutinho Presidente

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Perspectivas para a Inflação

Apresentação Institucional & de Resultados (até Julho)

Índices de Preços. Em 12

CRÉDITO INDUSTRIAL, TAXA DE JUROS E SPREAD BANCÁRIO O PRIMEIRO SEMESTRE DE 2002

COLETIVA DE MERCADO DE CAPITAIS. 1º trimestre de 2019

Falta de competitividade da indústria: a barreira ao crescimento

Balanço de Pagamentos

Índices de Preços. Em 12

Coletiva de Imprensa. Mercado de Capitais

O DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO - ABRIL DE 2003

OPERAÇÕES DE CRÉDITO NO BRASIL 27 de junho de 2018

INDICADORES ECONÔMICOS

meses Maio 1,23 2,82 5,41 0,79 2,88 5,58 Jun. 0,96 3,81 5,84 0,74 3,64 6,06 Jul. 0,45 4,27 6,03 0,53 4,19 6,

Apresentação Semanal. De 25 a 29 de Junho de Tatiana Pinheiro (11)

Grupo de Conjuntura Econômica. Painel de Conjuntura. 1 trimestre -2011

meses Maio 1,23 2,82 5,41 0,79 2,88 5,58 Jun. 0,96 3,81 5,84 0,74 3,64 6,06 Jul. 0,45 4,27 6,03 0,53 4,19 6,

Índices de Preços. Período

Fontes de Financiamento. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-UNICAMP

3ª APRESENTAÇÃO DE DADOS SOBRE

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

EVOLUÇÃO DO CRÉDITO E JUROS EM 2002

Workshop Financiamento da Economia Brasileira CUSTO DE CAPITAL

Spread bancário no Brasil: Tendências de longo prazo, evolução recente e questões metodológicas

III Jornada de Debates Setor Público

Coletiva de Mercado de Capitais. 1º semestre de 2017

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

A RESPOSTA BRASILEIRA A CRISE

COLETIVA DE IMPRENSA Resultados do 1º semestre de 2019

6 SEMINÁRIO ABECIP 2018

Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

ACOMPANHAMENTO PESQUISA FOCUS 28 de junho de 2019 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Universidade Federal do Piauí UFPI Campus Universitário Ministro Petrônio Portella Centro de Ciências Humanas e Letras CCHL Departamento de Ciências

ACOMPANHAMENTO PESQUISA FOCUS 1 de fevereiro de 2019 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

INDICADORES ECONÔMICOS

Março/2012. NEPOM Núcleo de Estudos de Política Monetária do IBMEC/MG

PERSPECTIVAS Antonio Carlos Borges

Letras Financeiras. Relatório Anual do Banco Central do Brasil Agosto de 2012

Agro em Questão. Financiamento para o Agronegócio: desafios e alternativas para garantir o crescimento do setor

EXPECTATIVA MÉDIA ANUAL DO MERCADO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA: PIB, JUROS, CÂMBIO E INFLAÇÃO

MUNICÍPIO DE REBOUÇAS

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

CONJUNTURA ECONÔMICA. Por Luís Paulo Rosenberg. Junho/ 2013

Nota de Crédito PJ. Novembro Fonte: BACEN. Base: Setembro/2014

CENTRO DE ESTUDOS DE MERCADO DE CAPITAIS CONTAS FINANCEIRAS CEMEC INFORMATIVO MENSAL JULHO

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO FINANCEIRA

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

NOTA DE CRÉDITO DE OUTUBRO

Por que os juros para financiamento de veículos não estão acompanhando a queda da SELIC, apesar da diminuição da inadimplência?

O impacto da crise do subprime nas variáveis macroeconômicas brasileiras

BNDES e Crédito de Longo Prazo em uma Encruzilhada: a MP 777

Retomada do Crescimento e Reformas Estruturais

Exercícios Avaliativos 1 Juros simples e compostos (5 pontos)

Balanço de Pagamentos

Workshop IBBA : Classe C

Henrique de Campos Meirelles Outubro de 2008

Análise de Conjuntura Maio/2011

Economic Research São Paulo - SP - Brasil Apresentação Semanal. De 23 a 27 de Julho de Adriana Dupita (11)

Retomada do Crescimento e Reformas Estruturais

Transcrição:

Custos e Benefícios Fiscais do PSI e Empréstimos do Tesouro ao BNDES 19 de agosto de 2010

Os custos fiscais do PSI e dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES (1 de 2) Em 2009 e 2010 o Tesouro Nacional emprestou R$ 180 bilhões com prazos variando de 20 a 40 anos e custo principal a TJLP (Leis 11.948/09 e 12.249/10) Há em princípio um custo direto para o Tesouro Nacional associado à diferença entre o custo de captação do Tesouro e a taxa de juros cobrada pela União ao BNDES Há ainda um outro ônus para o Tesouro: a equalização de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), realizado com recursos dos empréstimos em 2009 e 2010 2

Os custos fiscais do PSI e dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES (2 de 2) Dada a taxa Selic, atualmente em 10,75%, e a TJLP em 6%, há uma conta simplista para o custo direto dos empréstimos: 4,75% x saldo devedor (inicialmente em R$ 180 bilhões) durante a vigência do empréstimo Essa conta tende a superestimar o custo direto do empréstimo porque mantém para o longo prazo (30 e 40 anos) a diferença atual entre a Selic e a TJLP 3

Mas a tendência nos últimos anos mostra a redução do diferencial SELIC-TJLP Diferença entre Selic e TJLP em pontos percentuais (Cenários para Convergência entre as duas taxas) 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 4,0 2,0 0,0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Fonte: Até julho de 2010, BCB e BNDES. Obs: Considera-se os valores médios anuais 4

Os benefícios do PSI e dos empréstimos do Tesouro ao BNDES Porém os empréstimos da União ao BNDES não geram apenas custos fiscais, pois tais empréstimos: 1. Produzem lucros adicionais para o BNDES (100% da União), gerando tributos e dividendos ou capitalização do Banco 2. Estimulam o investimento e, com isso, elevam o PIB (efeito multiplicador da renda) e os impostos no curto prazo 3. Aumentam a capacidade produtiva, expandindo o produto potencial de forma permanente, e, assim, ampliam o crescimento e a arrecadação no longo prazo É ainda razoável supor que os investimentos financiados com recursos do Tesouro não seriam realizados (2009) ou o seriam apenas parcialmente (2010), pois as demais fontes de financiamento secaram, conforme mostram gráficos a seguir 5

30,0 25,0 Financiamento Externo via Títulos de Renda Fixa (Líquido) em US$ bilhões 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0-5,0-10,0 6 jan/10 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 set/09 out/09 nov/09 dez/09 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 Restrição de Crédito (1 de 2) Quebra do Bear Sterns Quebra do Lehman Brothers Fonte: Banco Central do Brasil.

Emissões Primárias de Títulos 1 e Ações (em R$ bilhões) 140,0 120,0 120 117 116 116 118 106 100,0 87 90 89 80,0 75 71 72 60,0 56 39 40 39 40 37 39 35 36 37 38 40,0 31 31 32 20,0 0,0 45 51 51 49 7 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 set/09 out/09 nov/09 dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 Restrição de Crédito (2 de 2) 1 Debêntures, Notas Promissórias, CRI e Quotas de Fundos Fonte: CVM e BCB.

Destinos dos Empréstimos Em R$ bilhões Financiamentos do BNDES (A= B + C + D) Financiamentos para Capital de Giro (giro puro) (B) Financiamentos para EXPORTAÇÕES (C) Financiamentos para INVESTIMENTOS (D) TOTAL 180,00 16,80 18,50 144,70 2009 84,50 6,00 9,40 69,10 2010 (previsão) 95,50 10,80 9,10 75,60 Fonte: BNDES. 8 8

Investimentos Sustentados com os Empréstimos 2009 2010 (previsão) Em R$ bilhões TOTAL Financiamento do BNDES para INVESTIMENTOS (A) 69,1 75,6 144,7 Valor dos INVESTIMENTOS ALAVANCADOS (B = A / 70%) 98,7 108,0 206,7 Realização dos INVESTIMENTOS sem Empréstimos (C) 0% 50% TOTAL DE INVESTIMENTOS ALAVANCADOS (D = B x C) 98,7 54,0 152,7 É lenta a recuperação dos mercados de financiamento privado ao investimento 9 9

Empréstimos, Investimentos, Renda e Benefícios Fiscais R$ bilhões correntes 250 200 180 Efeito Multiplicador 1,5 229 150 145 153 100 50 Carga Tributária Líquida Federal 20% 46 - Valor dos Empréstimos Empréstimos para Investimentos Investimentos Alavancados Elevação do PIB nominal Aumento nominal na Arrecadação Federal Elaboração: MF/SPE e BNDES 10 10

O Resultado Líquido dos Empréstimos é Positivo Estimativas de Custos e Benefícios Fiscais (a valor presente, em R$ bilhões) Custos -48,2 1 - Financiamento -30,8 2 - Equalização (PSI) -17,4 Benefícios 79,0 3 - Lucro BNDES 37,1 4 - VP da Arrecadação da União 41,9 Resultado Líquido 30,8 HIPÓTESES: 1) MULTIPLICADOR = 1,5 2)Convergência SELIC/TJLP em 2018 11

Custos e Benefícios Fiscais do PSI e Empréstimos do Tesouro ao BNDES 19 de agosto de 2010 FIM