Introdução aos seguros



Documentos relacionados
Gestão de Empresas Seguradoras

FUNÇÃO FINANCEIRA DAS SEGURADORAS 3.1. A Gestão da Tesouraria. Autor: Prof. Doutor Carlos Pereira da Silva. Ano Lectivo 2007/2008

Estatísticas de Seguros

RELATÓRIO DE EVOLUÇÃO

RELATÓRIO DE EVOLUÇÃO

RELATÓRIO DE EVOLUÇÃO

ANÁLISE DE BALANÇO DAS SEGURADORAS. Contabilidade Atuarial 6º Período Curso de Ciências Contábeis

RELATÓRIO & CONTAS Liquidação

ABC da Gestão Financeira

31. A DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

IV - 2. LISTA E ÂMBITO DAS CONTAS CLASSE 8 PROVEITOS POR NATUREZA. As contas desta classe registam os proveitos correntes do exercício.

CÓDIGO DE CONTAS DO SNC

1. O Fluxo de Caixa para á Análise Financeira

EVOLUÇÃO DO SEGURO DE SAÚDE EM PORTUGAL

DADOS ECONÓMICO-FINANCEIROS

Relatório de evolução da atividade seguradora

GESTÃO FINANCEIRA. Demonstração de Fluxos de Caixa

Gestão Financeira. Trabalho Realizador Por: Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Beja. Tiago Conceição Nº Tiago Marques Nº 11904

Gestão Financeira Método de analise com recurso a rácios IESF Licenciatura Gestão Financeira Fiscal 2008/2009 Trabalho Wikipedia Rita Pinto Turma: A

ANO DE 2010 BALANÇO DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

João Carvalho das Neves

Análise Financeira. Universidade do Porto Faculdade de Engenharia Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Economia e Gestão

Acções. Amortização. Autofinanciamento. Bens

CARES - Companhia de Seguros, S.A.

Empresa Demo 1 PT

IES - INFORMAÇÃO EMPRESARIAL SIMPLIFICADA

IV.2 - LISTA E ÂMBITO DAS CONTAS CLASSE 7 CUSTOS POR NATUREZA. As contas desta classe registam os custos correntes do exercício

Relatório de Gestão 2. Balanço 5. Demonstração de Resultados por Naturezas 7. Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados 8

Linhas de Crédito PME INVESTE IV

PROMOTORES: PARCEIROS/CONSULTORES: FUNCIONAMENTO RESUMO

Relatório de Gestão 2. Balanço 5. Demonstração de Resultados por Naturezas 7. Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados 8

Enquadramento Page 1. Objectivo. Estrutura do documento. Observações. Limitações

EXEMPLO. Prática Financeira II Gestão Financeira

INFORMAÇÃO TRIMESTRAL relativa à actividade desenvolvida durante o 1º TRIMESTRE DE 2001

Análise Financeira 2º semestre

ASSUNTO : Plano de Contas para o Sistema Bancário Adaptado (Fundos de Investimento Imobiliário)

SUMÁRIO. 3º Trimestre 2009 RELATÓRIO DE EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE SEGURADORA. Produção de seguro directo. Custos com sinistros

Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados

Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Beirafundo

Informação Financeira

GESTÃO FINANCEIRA. Objectivo

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DEFIR ANGOLA

GESTÃO FINANCEIRA UMA ANÁLISE SIMPLIFICADA

ISEG Mestrado Ciências Actuariais. Gestão de Empresas Seguradoras CUSTOS E RENTABILIDADE NAS COMPANHIAS DE SEGUROS

REDE DE ENSINO LFG AGENTE E ESCRIVÃO PF Disciplina: Noções de Contabilidade Prof. Adelino Correia Aula nº09. Demonstração de Fluxo de Caixa

Assim, integram a Categoria E os rendimentos de capitais, enumerados no artigo 5.º do CIRS.

ANÁLISE DE FLUXOS A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

RELATÓRIO E CONTAS ANÁLISE ORÇAMENTAL

Contabilidade Financeira II 2008/2009

ESEIGlobal Simulador Empresarial 3ª Edição /2006 NEGÓCIOS. Ana Pestana SEGMENTO DE MERCADO CAPACIDADE FINANCEIRA.

Balanço e análise setorial

GESTÃO ESTRATÉGICA. Texto de Apoio 1. Análise Económica e Financeira

PLC Corretores Seguros SA Pág. 1 de 4 BALANÇO ANALÍTICO. Exercícios ACTIVO AB AA AL AL. Imobilizado:

ANÁLISE FINANCEIRA. Objectivo

CONTABILIDADE NACIONAL 1

PLANO SUCINTO DE NEGÓCIO

3. Evolução do mercado segurador e dos fundos de pensões

DOCUMENTOS DE GESTÃO FINANCEIRA Realizado por GESTLUZ - Consultores de Gestão

Informação Financeira

PROSPECTO SIMPLIFICADO (actualizado a 31 de Dezembro de 2008) Designação: Liberty PPR Data início de comercialização: 19 de Abril de 2004

Linha Específica Sectores Exportadores. Linha Micro e Pequenas Empresas

Balanço e demonstração de resultados Plus

ANEXO A à. Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. relativo ao Sistema europeu de contas nacionais e regionais na União Europeia

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

SEGURO CAUÇÃO COM A GARANTIA DO ESTADO

CÂMARA MUNICIPAL DE GONDOMAR. Mapas da Prestação de Contas (Anexo I)

NCRF 2 Demonstração de fluxos de caixa

PME Investe VI Aditamento

Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Imorocha

Resultado Líquido da Reditus aumenta 57,7% no 1º semestre de 2014

2ª edição Ampliada e Revisada. Capítulo 10 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

Informações Fundamentais ao Investidor PRODUTO FINANCEIRO COMPLEXO

Folha de cálculo para Plano de Negócios. 7 de Novembro 2009

Marketing e Publicidade 2ºANO 1º SEMESTRE

Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Imomar

CORRENTES CAPITAL TOTAL RECEITAS DESPESAS

Análise aos dados recentes das principais empresas do sector Cordoaria e Redes

N A P NORMA DE APLICAÇÃO PERMANENTE

Enquadramento Página 1

Contabilidade Financeira I

GLOSSÁRIO. Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários 39

C O N T A B I L I D A D E

2ª edição Ampliada e Revisada. Capítulo 6 Grupo de contas do Balanço Patrimonial

Texto a manuscrever pelo cliente: Tomei conhecimento das advertências

ASSUNTO: Plano de Contas (Caixa Central e Caixas de Crédito Agrícola Mútuo)

Fundação Denise Lester

Contabilidade e Controlo de Gestão. 5. Elaboração do orçamento anual e sua articulação. Contabilidade e Controlo de Gestão. Gestão Turística -3º ano

Relatório de Gestão. Exercício de 2014 INSTITUTO CARDIOLOGIA PREVENTIVA DE ALMADA. Audite Gestão Financeira

PLC - CORRETORES DE SEGUROS, S.A. EXERCÍCIO DE 2007 RELATÓRIO DE GESTÃO

BALANÇO PATRIMONIAL / composição 1

ANEXO AO BALANÇO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS. Exercício 2010

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA


PRODUTO FINANCEIRO COMPLEXO

Contabilidade II (LEC110)

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EM

INTRODUÇÃO. Análise Financeira. Gestão Financeira

Aviso n. o 006/2014-AMCM

COMO CALCULAR E ANALISAR A CAPACIDADE DE

Transcrição:

Universidade Técnica de Lisboa ISEG Introdução aos seguros O equíbrio financeiro e os rácios nas empresas de seguros Autor: Prof. Doutor Carlos Pereira da Silva Mestrado em Ciências Actuarias Ano Lectivo 2007/2008 1

Parte I Equilíbrio Financeiro

1. OS FLUXOS MONETÁRIOS 1. 1. Fluxos monetários ligados ao ciclo de exploração que passam por caixa 1.2.Fluxos monetários ligados ao ciclo de Investimento 1.3.Fluxos monetários ligados às operações de financiamento 2. DETERMINANTES DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO 2.1. O Fundo de Maneio 2.2. A Necessidade de Financiamento 2.3.A Noção de Tesouraria 3. O QUADRO DE FINANCIAMENTO 3.1. O quadro de financiamento nos seguros 3.1.1. Interesse do quadro de financiamento 3.1.2. Particularidades do quadro de financiamento nas empresas de seguros 4. DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO 4.1 Métodos de cálculo 4.2 O método subtractivo 4.3 Método aditivo 3

Parte II Rácios nas Empresas de Seguros

1. OS RÁCIOS NAS EMPRESAS DE SEGUROS 1.1 As características próprias do sector de seguros 1.2 Utilidade e objectivo dos rácios de análise financeira 1.3 A óptica utilizada 2. RÁCIOS DAS EMPRESAS DO RAMO VIDA 2.1 Actividade comercial 2.2 Actividade técnica 2.1.1 Análise dos resultados técnicos 2.2.2 Análise das despesas de gestão 2.3 A actividade financeira 2.3.1 Análise do resultado financeiro 2.3.2 Análise do saldo financeiro 2.4. Os rácios de estrutura financeira 2.4.1 Análise da estrutura do activo 2.4.2 Análise dos meios financeiros de cobertura 5

3. OS RÁCIOS DA EMPRESA NÃO VIDA 3.1 Actividade comercial 3.2 Actividade técnica 3.2.1 Análise das despesas de gestão 3.2.2 Análise do rácio de sinistralidade 3.2.3 Rácio combinado 3.2.4 Incidência do resseguro 3.3 Actividade financeira 3.4 Rácios de estrutura financeira 3.4.1 Provisões técnicas e solvabilidade 3.4.2. Análise da estrutura do activo 3.4.2 Necessidade de fundo de maneio 3.5 Os rácios de análise do resultado 3.6 Margem de solvência dos ramos não vida 3.6.1. Forma de Cálculo 3.6.2. O Fundo de Garantia. 3.6.3. Elementos constitutivos da margem de solvência 6

3.7. Margem de solvência do Ramo Vida 3.7.1.-Seguros directos de Capitais e Rendas 3.7.2. Seguros Complementares 3.7.3. Seguros Ligados a Fundos de Investimento 3.7.4. Operações de Capitalização 3.7.5. Elementos constitutivos da margem 3.7.6. Fundo de Garantia 4.ANEXO: 4.1. Rácios de estrutura financeira (Império) 4.1.1.Provisões técnicas e solvabilidade 4.1.2. Análise da estrutura do activo 4.1.3 Necessidade de fundo de maneio 7

Parte I Equilíbrio Financeiro

A CAPACIDADE DE FINANCIAMENTO E OS RÁCIOS NAS EMPRESAS DE SEGUROS 1. Os fluxos monetários Tal como nas empresas de produção de bens reais e nas empresas de serviços as empresas de seguros têm três tipos de fluxos monetários: 1. 1. Fluxos monetários ligados ao ciclo de exploração que passam por caixa Emissão e cobrança de prémios Pagamento de sinistros Comissões 1.2.Fluxos monetários ligados ao ciclo de investimento Reembolso de títulos/vendas de títulos Dividendos/cupões 1.3.Fluxos monetários ligados às operações de financiamento Resseguro Capital Empréstimos de longo prazo Estes fluxos influenciam a tesouraria da empresa, como expressão do equilíbrio financeiro e condicionantes da restrição da solvabilidade. 9

O equilíbrio financeiro deve gerar a liquidez suficientes para assegurar a solvabilidade a longo prazo da empresa de seguros. Qualquer movimento nas responsabilidades da seguradora repercutem-se automaticamente no activo de cobertura. Assim -a liquidez dos activos determina os fluxos de receitas futuras -a exigibilidade dos passivos está na base do fluxo de despesas futuras As companhias de seguros de vida realizam a transformação negativa porque recebem responsabilidades de longo prazo e investem em activos de duração inferior. 10

1.4. A TRANSFORMAÇÃO NEGATIVA DE MATURIDADES O fenómeno da transformação=> desfazamento de maturidades entre as aplicações e os recursos financeiros de uma mesma empresa. - liquidez dos activos por um lado, - exigibilidade dos passivos por outro lado, influenciam a estrutura financeira de, e a sua homogeneidade não é sempre perfeita. O termo de transformação é nas empresa bancárias o processo de cobertura de responsabilidades exigíveis a curto prazo (depósitos) por activos de liquidez fraca (créditos). A transformação é positiva porque se passa de maturidades curtas no passivo para maturidades longas no activo. 11

1.4. A TRANSFORMAÇÃO NEGATIVA DE MATURIDADES No caso dos seguros o mecanismo de transformação está invertido. As Companhias Vida e Riscos Diversos recolhem uma poupança de médio e longo prazo. A exigibilidade desta poupança mede-se pela taxa de rotação das provisões técnicas que é particularmente elevado no ramo vida (mais de 5 anos em média) e variável de acordo com os riscos diversos (em responsabilidade civil de 3 a 4 anos). As aplicações pelo contrário, satisfazem frequentemente critérios de liquidez certos, nomeadamente quando se trate de títulos cotados. 12

1.4. A TRANSFORMAÇÃO NEGATIVA DE MATURIDADES existem outros activos - empréstimos, os imóveis ou a tesouraria, e é conveniente mostrar em que medida o financiamento das empresas de seguros, graças à poupança de longo prazo, conduz a uma transformação negativa, através da aplicação de fundos sob a forma de activos imediatamente realizáveis. A ausência de transformação conduz a um fundo maneio permanente nulo ou negativo, uma vez que os investimentos de longo prazo já não são cobertos pelos capitais próprios ou pelas dívidas de longo prazo. Esta regra essencial da gestão financeira, historicamente concebida e imposta pelos banqueiros, corresponde à estrutura clássica do financiamento das empresas comerciais e industriais. 13

1.4. A TRANSFORMAÇÃO NEGATIVA DE MATURIDADES É paradoxal constatar que os bancos não obedeçam a um tal rigor, uma vez que a transformação positiva conduz à constatação de um fundo de maneio negativo. Em qualquer altura, o balanço de um banco de depósitos pode, a este respeito, parecer desequilibrado, uma vez que os reembolsos dos seus passivos de curto prazo não podem ser assegurados pela realização dos seus activos de longo prazo. A aplicação de uma poupança de longo prazo em activos de curto prazo parece paradoxal. No plano macroeconómico este paradoxo é atenuado uma vez que os utilizadores dos empréstimos obrigacionistas são supostos utilizar os fundos assim recolhidos, sob forma de investimentos. 14

1.4. A TRANSFORMAÇÃO NEGATIVA DE MATURIDADES No plano microeconómico, constata-se que a poupança de longo prazo é investida em activos líquidos, uma vez que mesmo no caso das obrigações, a existência de um mercado secundário é uma garantia de liquidez. Para analisar melhor esta questão vamos debruçar-nos sobre o quadro de financiamento. 15

Transformação negativa Provisões técnicas Provisões Técnicas (milhares de euros) 2003 2004 29.215.102 32.539.093 11,38% Ramo Vida 23.969.141 27.096.543 13,05% Provisão para prémios não adquiridos 56 2.334 4044,42% Provisão para sinistros 298.133 287.939-3,42% Provisão matemática 17.337.380 19.030.942 9,77% Provisão de seguros e operações em que o risco é suportado pelo tomador de seguro 6.226.156 7.642.817 22,75% Provisão para compromissos de taxa 2.546 45-98,22% Provisão para estabilização de carteira 16.023 23.509 46,72% Provisão para participação nos resultados 88.846 108.957 22,64% Provisão para riscos em curso 0 0 Ramos Não Vida 5.245.961 5.442.550 3,75% Provisão para prémios não adquiridos 1.078.892 1.113.696 3,23% Provisão para sinistros 4.055.202 4.233.983 4,41% De acidentes de trabalho 1.450.287 1.447.985-0,16% De outros ramos 2.604.915 2.785.998 6,95% Provisão para participação nos resultados 4.757 4.256-10,52% Provisão para riscos em curso 50.307 30.934-38,51% Provisão para desvios de sinistralidade 52.997 57.521 8,54% Provisão para envelhecimento 3.806 2.161-43,23% Provisões Técnicas Médio Longo prazo 21.779.562 23.661.820 16

Transformação negativa Investimentos (milhares de euros) Investimentos 2003 2004 22.281.470 24.822.300 11,40% Terrenos e Edifícios 1.233.826 1.230.611-0,26% De serviço próprio 544.429 531.909-2,30% De rendimento 671.724 696.882 3,75% Imobil. em curso e adiant. por conta 17.673 1.820-89,70% Investimentos em empresas do grupo e associadas 601.560 616.797 2,53% Partes de capital em empresas do grupo 140.923 152.953 8,54% Obrigações e outros empréstimos a emp. grupo 380.427 375.094-1,40% Partes de capital em empresas associadas 80.211 88.749 10,64% Obrigações e outros empréstimos a emp. associadas 0 0 Outros investimentos financeiros Cobertura pelas provisões técnicas médio longo prazo 20.425.000 22.963.967 12,43% Acções, outros títulos de rendim. variável e unidades de participação em fundos de investimento 3.186.612 3.474.983 9,05% Obrigações e outros títulos de rendimento fixo 16.667.961 18.556.353 11,33% Empréstimos hipotecários 20.818 36.294 74,34% Outros empréstimos 68.708 23.583-65,68% Depósitos em instituições de crédito 445.334 836.969 87,94% Outros 35.567 35.786 0,61% Depósitos junto de empresas cedentes 21.084 10.925-48,18% Investimentos relativos a seguros de vida em que o risco de investimento é suportado pelo tomador de seguro 6.186.150 7.596.725 22,80% PIB 130.576.000 135.187.000 3,53% Provisões Técnicas Médio Longo prazo 21.779.562,12 23.661.820,13 17 Grau de transformação investimentos finaceiros 1,07 1,03

2. DETERMINANTES DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO As principais determinantes são: -o Fundo de Maneio (F.M.) -a Necessidade de Financiamento (N. F.) -a Tesouraria 2.1. O FUNDO DE MANEIO O Fundo de Maneio (F.M.) é igual ao excesso de Capitais Permanentes financeiros sobre o Activo Imobilizado (incluindo a carteira de activos financeiros e as participações financeiras). É utilizado para financiar as necessidades do ciclo de exploração da empresa. 18

Activo Imobilizado F.M. >0 Capitais Permanentes - Situação Líquida - Provisões Técnicas A questão a que devemos responder é: O que são os capitais permanentes nos seguros? São os recursos financeiros que financiam de forma permanente o imobilizado da empresa de seguros. 19

Capitais Permanentes/Fundo de Maneio 2004 2003 var. 2004/2003 1. Activo imobilizado 33.426.788,00 29.273.166,00 4.153.622,00 Imobilizações incorporeas 146.435,00 149.693,00-3.258,00 Investimento externo 24.521.951,00 21.833.132,00 2.688.819,00 Terrenos e Edíficios 1.247.263,00 1.243.820,00 3.443,00 De Serviço Próprio 539.106,00 548.839,00-9.733,00 Imoveis de rendimento 706.312,00 677.165,00 29.147,00 Imobilizações em curso 1.845,00 17.816,00-15.971,00 Outros investimentos financeiros 23.274.688,00 20.589.312,00 2.685.376,00 Investimento interno 625.142,00 606.433,00 18.709,00 Depósitos em cedentes 11.073,00 21.254,00-10.181,00 Investimentos vida c/risco tomador 7.699.515,00 6.009.276,00 1.690.239,00 Provisões técnicas de resseguro cedido 583.591,00 796.641,00-213.050,00 Activo de exploração bruto 613.278,00 620.863,00-7.585,00 Amortizações e provisões -571.956,00-559.445,00-12.511,00 Outras provisões -202.241,00-204.681,00 2.440,00 4.Capitais permanentes 36.580.731,00 32.485.891,00 4.094.840,00 Capitais próprios 2.983.245,00 2.496.240,00 487.005,00 Provisões técnicas 25.233.143,00 23.171.041,00 2.062.102,00 Fundo dotações futuras 142.827,00 72.863,00 69.964,00 Depósitos resseguradores 120.614,00 122.695,00-2.081,00 Prov. Técnicas vida c/risco tomador 7.746.230,00 6.274.549,00 1.471.681,00 Provisões riscos e encargos 142.928,00 128.610,00 14.318,00 Passivos subordinados 211.744,00 219.893,00-8.149,00 Fundo Maneio 3.153.943,00 3.212.725,00-58.782,00 20

2.2. A NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO O ciclo de exploração depende da existência de um volante de capitais que compense as dívidas de curto prazo dos clientes, o que significa que permite à seguradora efectuar os pagamentos a fornecedores antes do recebimento dos clientes. A necessidade de financiamento nos seguros corresponde à diferença entre as contas devedoras relacionadas com as operações de seguros e as contas credoras do mesmo tipo: Tem-se: +/- Variação das contas de segurados e de intermediários de seguros +/- Variação das contas de resseguro +/- Variação de outros créditos e outras dívidas Raramente existe igualdade entre o Fundo de Maneio e a Necessidade de Financiamento. Mas tem-se sempre N.F.+Caixa=F.M. + Dívidas bancárias 21

Necessidade de Financiamento 2. Activo de curto prazo 1.450.632,00 2.149.659,00-699.027,00 2.1.Devedores 1.450.625,00 2.149.659,00-699.034,00 Directo 909.295,00 978.814,00-69.519,00 Resseguro 151.898,00 214.520,00-62.622,00 Outras operações 389.432,00 956.325,00-566.893,00 Subscritores de Capital 7,00 0,00 7,00 3. Passivo de curto prazo 1.009.351,00 1.728.230,00-718.879,00 3.1. Credores 459.325,00 504.813,00 167.849,00 Seguro directo 299.677,00 291.476,00 86.340,00 Resseguro 159.648,00 213.337,00-19.234,00 Estado 190.240,00 178.882,00 11.358,00 Diversos 359.786,00 1.044.535,00-684.749,00 3.Necessidade Financiamento 441.281,00 421.429,00 19.852,00 Como se pode ver o Fundo de Maneio cobre a necessidade de financiamento 22

TEMOS ENTÃO O SEGUINTE QUADRO: Activo Imobilizado Capitais Permanentes F.M.>0 Stocks+clientes+diversos Caixa Ou N.F.>0 Fornecedores+diversos Dívidas bancárias Neste caso F.M.>N.F. e o Fundo de Maneio é positivo. Significa que a empresa financia a sua exploração com capitais de longo prazo. Activo Imobilizado Capitais Permanentes Fundo Maneio<0 stocks+clientes+diversos Necessidade fundo maneio<0 Fornecedores+diversos Caixa Dívidas Bancárias A necessidade de financiamento é neste caso negativa, uma vez que a empresa financia o seu investimento longo com créditos de fornecedores. 23

2.3. A NOÇÃO DE TESOURARIA A tesouraria é o resultado da combinação das duas determinantes do equilíbrio financeiro. Na análise anterior não se consideraram as seguintes rubricas: No activo: Liquidez (Disponibilidades+ Depósitos) No passivo: Dívidas transitórias (Empréstimos bancários correntes) ORA A Tesouraria = Liquidez-Dívidas transitórias E tem-se sempre N.F.+Liquidez=F.M.+ Dívidas transitórias Ou seja Tesouraria=F.M.- N.F Esta é a igualdade fundamental do equilíbrio financeiro 24

Tesouraria = FM-NF 2.004 2.003 Variação 2004/2003 Fundo Maneio 3.153.943,00 3.212.725,00-58782 3.Necessidade Financiamento 441.281,00 421429 19852 4.Tesouraria potencial 2.712.662,00 2.791.296,00-78.634,00 5.Caixa+acr./dif 2.962.830,00 3.094.979,00-132.149,00 6. Emprést. Bancários+Ac/dif 250.166,00 303.684,00-53.518,00 7.Tesouraria real 2.712.664,00 2.791.295,00-78.631,00 A diferença de 3 é um erro!!!! 25

3. O QUADRO DE FINANCIAMENTO A análise da situação financeira impõe o estudo da evolução do equilíbrio financeiro ao longo do tempo, ou seja, como é que se realizou a igualdade fundamental do equilíbrio financeiro entre dois exercícios (vide exemplo para 2001) F.M. t = Tesouraria t + N.F. t A análise detalhada do equilíbrio financeiro é feita através do quadro de financiamento. O princípio deste quadro é simples. Basta pôr em evidência o conjunto de aplicações e recursos do exercício e afectá-los de forma a encontrar as aplicações e os recursos que estão na génese da variação do fundo de maneio. A construção do quadro de financiamento é conseguida através da comparação de duas situações de balanço sucessivas (balanço diferencial) (já com a afectação dos resultados às reservas e aos dividendos). 26

Em seguida evidenciam-se as aplicações e os recursos permanentes com a ajuda do quadro seguinte: Aplicações Aumento do activo Diminuição do passivo Variação do fundo de maneio>0 Recursos Diminuição do activo Aumento do passivo Variação do fundo de maneio<0 Uma variação do fundo de maneio em recursos significa uma diminuição no fundo de maneio do exercício. Uma variação do fundo de maneio em empregos, significa um aumento do fundo de maneio do exercício. 3.1. O QUADRO DE FINANCIAMENTO NOS SEGUROS É o quadro retrospectivo que analisa as evoluções passadas da tesouraria da empresa descreve a forma como a empresa de seguros fez face às suas necessidades de investimento, num dado período, através dos recursos financeiros que obteve da sua actividade técnica e financeira. permite, nomeadamente, avaliar os resultados da sua actividade de exploração e analisar as possibilidades de aplicação. 27

3.1.1. INTERESSE DO QUADRO DE FINANCIAMENTO A construção do quadro de financiamento tem interesse não só no que diz respeito ao equilíbrio financeiro da empresa e à avaliação da tesouraria, mas também na análise da estrutura do balanço. Mostra como os recursos disponíveis permitiram satisfazer o conjunto das necessidades financeiras. Indica os meios que permitiram ajustar os movimentos de fundos e, de forma mais geral, a maneira como se transformaram os equilíbrio financeiros. Avalia a variação da tesouraria proveniente de -operações de exploração -operações de investimento -operações de financiamento Representa de certa maneira a actividade da empresa. A Tesouraria é, com efeito, a resultante de numerosos fluxos e está sujeita ao impacte das modificações de uma ou de outra das componentes da actividade. Apresenta uma análise da evolução da estrutura do balanço devido aos efeitos dos fluxos financeiros e de exploração. 28

3.1.2. PARTICULARIDADES DO QUADRO DE FINANCIAMENTO NAS EMPRESAS DE SEGUROS A elaboração do quadro de financiamento nos seguros permite relevar os pontos seguintes: Existência de um excedente estrutural de tesouraria; Dificuldades de interpretação da noção de "necessidade de financiamento ; Interesse numa aproximação entre a evolução das aplicações financeiras e a variação das provisões técnicas, identificando uma "variação líquida aplicações e provisões técnicas". 3.1.2.1. EXISTÊNCIA DO EXCEDENTE ESTRUTURAL DE TESOURARIA Uma das características principais do sector de seguros é a inversão do ciclo de produção. Com efeito a empresa recebe os prémios antes de pagar os sinistros. Deste processo resulta um excedente estrutural de tesouraria podendo a variação do fundo de maneio ser negativa. 29

3.1.2.2. DIFICULDADE NA INTERPRETAÇÃO DA NOÇÃO DE NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO A noção de necessidade de financiamento aplica-se com dificuldade às companhias de seguros: os ciclos de produção são com efeito muito desfasados no tempo e relativamente complexos. O recurso às operações de resseguro modifica sensivelmente os fluxos de exploração. Em termos de gestão, nas sociedades de seguros, a necessidade em fundo de maneio corresponde ao conjunto de activos não aplicados. É portanto o saldo (activo-passivo) das contas de terceiros (nomeadamente prémios emitidos e não cobrados) e das imobilizações corpóreas e incorpóreas não financeiras (excluindo os imóveis de exploração). 30

3.1.2.3. INTERESSE NA CONCILIAÇÃO ENTRE APLICAÇÕES FINANCEIRAS E AS PROVISÕES TÉCNICAS. AS PROVISÕES TÉCNICAS : são cargas calculadas e são tratadas como as outras provisões para o cálculo da capacidade de autofinanciamento. OS INVESTIMENTOS : As operações de investimento reagrupam o conjunto de movimentos relativos às imobilizações incorpóreas, às imobilizações de exploração e às aplicações mobiliárias e financeiras (incluindo os activos afectos). 31

1. Quadro de Provisões Técnicas e Investimentos Provisões técnicas Investimentos Óptica Clássica As provisões técnicas são cargas calculadas. Não existe uma rubrica individualizada no quadro de financiamento. Elas são integradas (aditivamente) no quadro de financiamento As operações de investimento reagrupam o conjunto de movimentos relativos às imobilizações incorpóreas ou de exploração e as aplicações financeiras e imóveis incluindo as directamente ligadas à actividade de seguros 32

Provisões Técnicas (milhares de euros) 2003 2004 Tx. Cresc. 2003 2004 Variacão Provisões técnicas 29.215.102 32.539.093 11,38% 100,00% 100,00% (em percentagem do PIB) 22,37% 24,07% Ramo Vida 23.969.141 27.096.543 13,05% 82,04% 83,27% 1,23% (em percentagem do PIB) 18,36% 20,04% Provisão para prémios não adquiridos 56 2.334 4044,42% 0,00% 0,01% 0,01% Provisão para sinistros 298.133 287.939-3,42% 1,02% 0,88% -0,14% Provisão matemática 17.337.380 19.030.942 9,77% 59,34% 58,49% -0,86% Provisão de seguros e operações em que o risco é suportado pelo tomador de seguro 6.226.156 7.642.817 22,75% 21,31% 23,49% 2,18% Provisão para compromissos de taxa 2.546 45-98,22% 0,01% 0,00% -0,01% Provisão para estabilização de carteira 16.023 23.509 46,72% 0,05% 0,07% 0,02% Provisão para participação nos resultados 88.846 108.957 22,64% 0,30% 0,33% 0,03% Provisão para riscos em curso 0 0 0,00% 0,00% Ramos Não Vida 5.245.961 5.442.550 3,75% 17,96% 16,73% -1,23% (em percentagem do PIB) 4,02% 4,03% Provisão para prémios não adquiridos 1.078.892 1.113.696 3,23% 3,69% 3,42% -0,27% Provisão para sinistros 4.055.202 4.233.983 4,41% 13,88% 13,01% -0,87% De acidentes de trabalho 1.450.287 1.447.985-0,16% 4,96% 4,45% -0,51% De outros ramos 2.604.915 2.785.998 6,95% 8,92% 8,56% -0,35% Provisão para participação nos resultados 4.757 4.256-10,52% 0,02% 0,01% 0,00% Provisão para riscos em curso 50.307 30.934-38,51% 0,17% 0,10% -0,08% Provisão para desvios de sinistralidade 52.997 57.521 8,54% 0,18% 0,18% 0,00% Provisão para envelhecimento 3.806 2.161-43,23% 0,01% 0,01% -0,01% 33

Investimentos (milhares de euros) 2003 2004 taxa cresc 2003 2004 Var Investimentos 22.281.470 24.822.300 11,40% 100,00% 100,00% (em percentagem do PIB) 17,06% 18,36% Terrenos e Edifícios 1.233.826 1.230.611-0,26% 5,54% 4,96% -0,58% (em percentagem do PIB) 0,94% 0,91% De serviço próprio 544.429 531.909-2,30% 2,44% 2,14% -0,30% De rendimento 671.724 696.882 3,75% 3,01% 2,81% -0,21% Imobil. em curso e adiant. por conta 17.673 1.820-89,70% 0,08% 0,01% -0,07% Investimentos em empresas do grupo e associadas 601.560 616.797 2,53% 2,70% 2,48% -0,21% (em percentagem do PIB) 0,46% 0,46% Partes de capital em empresas do grupo 140.923 152.953 8,54% 0,63% 0,62% -0,02% Obrigações e outros empréstimos a emp. grupo 380.427 375.094-1,40% 1,71% 1,51% -0,20% Partes de capital em empresas associadas 80.211 88.749 10,64% 0,36% 0,36% 0,00% Obrigações e outros empréstimos a emp. associadas 0 0 0,00% 0,00% 0,00% Outros investimentos financeiros 20.425.000 22.963.967 12,43% 91,67% 92,51% 0,85% (em percentagem do PIB) 15,64% 16,99% Acções, outros títulos de rendim. variável e unidades de participação em fundos de investimento 3.186.612 3.474.983 9,05% 14,30% 14,00% -0,30% Obrigações e outros títulos de rendimento fixo 16.667.961 18.556.353 11,33% 74,81% 74,76% -0,05% Empréstimos hipotecários 20.818 36.294 74,34% 0,09% 0,15% 0,05% Outros empréstimos 68.708 23.583-65,68% 0,31% 0,10% -0,21% Depósitos em instituições de crédito 445.334 836.969 87,94% 2,00% 3,37% 1,37% Outros 35.567 35.786 0,61% 0,16% 0,14% -0,02% Depósitos junto de empresas cedentes 21.084 10.925-48,18% 0,09% 0,04% Investimentos relativos a seguros de vida em que o risco de investimento é suportado pelo tomador de seguro 6.186.150 7.596.725 22,80% 27,76% 30,60% 2,84% (em percentagem do PIB) 4,74% 5,62% 34

4. DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO O autofinanciamento representa os recursos que ficam na sociedade de seguros uma vez remunerados o conjunto de parceiros (pessoal, Estado, obrigacionistas, credores e accionistas). Este autofinanciamento serve-lhe para: financiar o crescimento substituir os meios de produção fazer face a riscos e encargos diversos O cálculo da capacidade de autofinanciamento (definido como o auto financiamento aumentado do montante de dividendos que é previsto distribuir) não toma em consideração os elementos que não têm contrapartida financeira (cargas calculadas), nem mais e menos valias de cessão (neste último caso, para evitar um duplo emprego, dado que os proveitos das cessões figuram em rubrica própria no quadro de financiamento). A capacidade de autofinanciamento inclui elementos correntes e elementos excepcionais, embora possa ser interessante isolar estes últimos quando se estuda a evolução da capacidade ao longo de vários exercícios. 35

4.1 MÉTODOS DE CÁLCULO Existem dois métodos de cálculo da capacidade de auto financiamento - o método subtractivo (método directo) - o método aditivo (método indirecto) 4.2 O MÉTODO SUBTRATIVO Este método chega ao montante da capacidade de autofinanciamento partindo dos proveitos do exercício e subtraindo o conjunto dos encargos (excepto as cargas calculadas e as cargas referentes à cessão de imobilizações). Geralmente usa-se o método aditivo: 4.3 MÉTODO ADITIVO De acordo com este método, o cálculo faz-se a partir do resultado líquido do exercício ao qual se acrescenta o conjunto das cargas calculadas. 36

O quadro seguinte recapitula o funcionamento do método: + Resultados do exercício Contas + Variação das provisões técnicas + Dotações às amortizações + Dotação outras provisões + Variação provisões riscos e encargos = Capacidade de autofinanciamento (calculada com evidenciação da variação líquida aplicações e provisões técnicas) 37

Capacidade autofinanciamento 2001 1.Resultado exercício 55.660,00 2.Variação provisões técnicas 2.761.703,00 variação da provisão riscos e encargos -8.535,00 dotação amortizações 47.333,00 outras provisões 14.647,00 3.Total variações 53.445,00 Capacidade autofinanciamento (1+2+3) 2.870.808,00 38

2001 2000 var. 2001/2000 Activo imobilizado 24.550.040 23.080.284 1.469.756 Imobilizações incorporeas 168.278 156.658 11.620 Investimento externo 19.363.131 19.261.314 101.817 Terrenos e Edíficios 1.214.150 1.190.096 24.054 De Serviço Próprio 546.361 532.594 13.767 Imoveis de rendimento 651.183 644.291 6.892 Imobilizações em curso 16.606 13.211 3.395 Outros investimentos financeiros 18.148.981 18.071.218 77.763 Investimento interno 934.879 764.957 169.922 Depósitos em cedentes 95.759 49.466 46.293 Investimentos vida c/risco tomador 3.417.268 2.347.346 1.069.922 Provisões técnicas de resseguro cedido 636.071 557.334 78.737 Activo de exploração bruto 635.418 581.993 53.425 Amortizações e provisões -421.993-374.660-47.333 Outras provisões -278.771-264.124-14.647 Capitais permanentes 26.389.472 25.229.715 1.159.757 Capitais próprios 2.253.470 3.766.685-1.513.215 Provisões técnicas 20.190.955 18.486.342 1.704.613 Fundo dotações futuras 160.961 290.571-129.610 Depósitos resseguradores 212.616 167.535 45.081 Prov. Técnicas vida c/risco tomador 3.419.364 2.362.274 1.057.090 Provisões riscos e encargos 119.302 127.837-8.535 Passivos subordinados 32.804 28.471 4.333 Fundo Maneio 1.839.432 2.149.431-309.999 39

2001 2000 var. 2001/2000 Fundo Maneio 1.839.432 2.149.431-309.999 1. Activo de curto prazo 2.179.227 1.736.779 442.448 Devedores 2.073.141 1.696.375 376.766 Directo 1.091.477 976.917 114.560 Resseguro 204.832 157.071 47.761 Outras operações 776.832 562.387 214.445 Subscritores de Capital 106.086 40.404 65.682 2. Passivo de curto prazo 1.877.297 1.036.210 841.087 Credores 529.466 472.740 253.657 Seguro directo 308.114 275.809 111.183 Resseguro 221.352 196.931 40.509 Estado 162.938 180.843-17.905 Diversos 1.184.893 382.627 802.266 3. Necessidade Financiamento (1) - (2) 301.930 700.569-398.639 4. Tesouraria potencial (FM) - (3) 1.537.502 1.448.862 88.640 5. Caixa+acr./dif 1.774.075 1.723.603 50.472 6. Emprést. Bancários+Ac/dif 236.572 274.739-38.167 Tesouraria real (5) - (6) 1.537.503 1.448.864 88.639 Variação Liquida do Fundo de Maneio(3+4) -310.000 40

Activo imobilizado Imobilizações incorporeas 11.620,00 Investimento externo Terrenos e Edíficios 24.054,00 De Serviço Próprio Imoveis de rendimento Imobilizações em curso Outros investimentos financeiros 77.763,00 Investimento interno 169.922,00 Depósitos em cedentes 46.293,00 Investimentos vida c/risco tomador 1.069.922,00 Provisões técnicas de resseguro cedido 78.737,00 Activo de exploração bruto 53.425,00 Amortizações e provisões Outras provisões var. 2001/2000 var.aplic var. recursos 2.870.808,00 Capitais permanentes Capitais próprios -1.568.875,00 Provisões técnicas Fundo dotações futuras -129.610,00 Depósitos resseguradores 45.081,00 Prov. Técnicas vida c/risco tomador Provisões riscos e encargos Passivos subordinados 4.333,00 Capacidade de auto financiamento Diferença dos capitais próprios-resultado do exercício Fundo Maneio 1.531.736,00 1.221.737,00-309.999,00 41

Parte II Rácios nas Empresas de Seguros

1. OS RÁCIOS NAS EMPRESAS DE SEGUROS 1.1 As características próprias do sector de seguros 1.2 Utilidade e objectivo dos rácios de análise financeira 1.3 A óptica utilizada 2. RÁCIOS DAS EMPRESAS DO RAMO VIDA 2.1 Actividade comercial 2.2 Actividade técnica 2.1.1 Análise dos resultados técnicos 2.2.2 Análise das despesas de gestão 2.3 A actividade financeira 2.3.1 Análise do resultado financeiro 2.3.2 Análise do saldo financeiro 2.4. Os rácios de estrutura financeira 2.4.1 Análise da estrutura do activo 2.4.2 Análise dos meios financeiros de cobertura 43

3. OS RÁCIOS DA EMPRESA NÃO VIDA 3.1 Actividade comercial 3.2 Actividade técnica 3.2.1 Análise das despesas de gestão 3.2.2 Análise do rácio de sinistralidade 3.2.3 Rácio combinado 3.2.4 Incidência do resseguro 3.3 Actividade financeira 3.4 Rácios de estrutura financeira 3.4.1 Provisões técnicas e solvabilidade 3.4.2. Análise da estrutura do activo 3.4.2 Necessidade de fundo de maneio 3.5 Os rácios de análise do resultado 3.6 Margem de solvência dos ramos não vida 3.6.1. Forma de Cálculo 3.6.2. O Fundo de Garantia. 3.6.3. Elementos constitutivos da margem de solvência 44

3.7. Margem de solvência do Ramo Vida 3.7.1.-Seguros directos de Capitais e Rendas Margem de Solvência=1º Resultado+ 2º Resultado 3.7.2. Seguros ComplementaresA margem é calculada como nos seguros Não Vida 3.7.3. Seguros Ligados a Fundos de Investimento Com risco de Investimento Sem risco de Investimento 3.7.4. Operações de Capitalização Margem de Solvência= 4% das Provisões Matemáticas 3.7.5. Elementos constitutivos da margem 4.ANEXO: 4.1. Rácios de estrutura financeira (Império) 4.1.1.Provisões técnicas e solvabilidade 4.1.2. Análise da estrutura do activo 4.1.3 Necessidade de fundo de maneio 45

1. OS RÁCIOS NAS EMPRESAS DE SEGUROS 1.1 AS CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DO SECTOR DE SEGUROS A actividade de seguros apresenta um certo número de características próprias inversão do ciclo de produção uma vez que o prémio (recebimento) é realizado antes da ocorrência da prestação (pagamento). Analisada a operação do ponto de vista individual isto é correcto. Do ponto de vista da companhia existe simultaneidade entre recebimentos e pagamentos desconhecimento, no momento do recebimento do prémio da carga real final a suportar pelo segurador. existência de um desfazamento, por vezes importante, entre a ocorrência do sinistro e a sua regularização efectiva e completa. compromisso recíproco do segurador e do segurado ao longo da vigência do contrato. 46