31. A DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
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- Eduarda Coelho Quintão
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1 31. A DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA A demonstração de fluxos de caixa é um mapa de fluxos que releva a entradas e as saídas de caixa, durante um exercício. A Demonstração de fluxos de caixa é estruturada em 3 actividades operacionais, investimento e financiamento. As demonstrações de fluxos de caixa podem ser apresentadas por 2 métodos alternativos: pelo método directo e pelo método indirecto. Pelo método directo, a DFC descreve os valores brutos dos principais componentes dos recebimentos e pagamentos; estes valores são obtidos a partir dos registos da contabilidade, por 2 vias alternativas: Adopção de rubricas apropriadas em subsistemas contabilísticos criados para esse efeito; Ajustamento das rubricas de demonstração de resultados. Demonstração de fluxos de caixa Recebimentos de clientes Pagamentos a fornecedores Pagamentos ao pessoal Fluxos gerados pelas operações Pagamento do imposto sobre o rendimento Fluxo de actividades operacionais (1) Actividades de investimento Imobilizações corpóreas Investimentos financeiros Imobilizações corpóreas Fluxos das actividades de investimento (2) Actividades de financiamento: Aumentos de capital Juros e custos similares Dividendos Fluxos das actividades de financiamento (3) Variação de caixa e seus equivalentes (4)=(1)+(2)+(3) Caixa e seus equivalentes no início do período Caixa e seus equivalentes no fim do período Pelo método indirecto, o resultado líquido do exercício é corrigido de forma a serem eliminados os custos e os proveitos que não determinaram saídas e entradas de dinheiro, respectivamente.
2 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - DFC A Demonstração dos fluxos de caixa é uma das peças do conjunto das demonstrações financeiras previstas no POC. A directriz contabilística nº 14 enquadra e orienta a construção de uma D.F.C. PARA QUE SERVE UMA DFC? De uma forma simples pode-se afirmar que a DFC regista a origem dos recebimentos e o destino dos pagamentos realizados numa empresa durante um determinado período de tempo (em geral um ano ou um semestre). Ou seja, uma DFC descreve a forma como a empresa gera e utiliza o dinheiro num dado intervalo de tempo. UM DFC É UM DIÁRIO DE CAIXA, COM UMA NOVA ESTRUTURA? A CAIXA E OS EQUIVALENTES DE CAIXA NUMA DFC A Caixa de uma DFC tem um âmbito mais alargado do que a conta Caixa do POC. Numa DFC, são utilizadas 2 designações, Caixa e Equivalentes a caixa. A rubrica Caixa engloba o numerário e os depósitos bancários imediatamente mobilizáveis. A rubrica Equivalentes a caixa compreende: Outros depósitos bancários Investimentos de curto prazo que possam: o Ser convertidos em numerário no prazo máximo de 3 meses a contar da sua constituição ou aquisição; o Durante esse período não haver riscos significativos do seu valor ser alterado. Descobertos bancários (overdraft). A DFC É UMA ALTERNATIVA Á DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE FUNDOS (DOAF E DVFC)? A DOAF e a DVFC registam a variação ocorrida no fundo de maneio entre 2 períodos consecutivos. (Na DVFC o Activo circulante é comparado com o Passivo de curto prazo e na DOAF, o Activo fixo é comparado com os capitais permanentes). A DFC regista os recebimentos e pagamentos realizados num período temporal, facultando informação numa perspectiva diferente. Não representa, por isso, uma alternativa ao DOAF e à DVFC.
3 A DFC e as Demonstrações de Resultados Durante um exercício, nem todos os proveitos são recebimentos e nem todos os custos correspondem a pagamentos. Por essa razão, o resultado líquido e a variação de Caixa apresentam valores diferentes, podendo mesmo ter sinal contrário. Num dado exercício, uma empresa pode ter reforçado as disponibilidades e ter prejuízo ou ter perdido dinheiro tendo lucro. A DFC e a Demonstrações de Resultados fornecem informações distintas. Durante um período de tempo, a demonstração de Resultados dá informação sobre o desempenho económico da empresa e DFC regista as entradas e as saídas de dinheiro. A circunstância de uma empresa apresentar um determinado lucro não determina que disponha do dinheiro correspondente a esse lucro. Pelo regime do Acréscimo, reconhecem-se os proveitos quando são obtidos e os custos quando são incorridos, independentemente do seu recebimento ou pagamento. COMO SE ESTRUTURA UMA DFC? Os recebimentos e os pagamentos registados numa DFC são classificados em função das actividades que os originaram. São 3 as actividades consideradas numa DFC, ACTIVIDADES OPERACIONAIS, ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO e ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO. A DFC evidencia ainda a variação ocorrida EM CAIXA E SEUS EQUIVALENTES, entre o início e o fim do período. A disposição das componentes da DFC é feita pela ordem seguinte: ACTIVIDADES OPERACIONAIS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO VARIAÇÃO DE CAIXA E SEUS EQUIVALENTES Representam os pagamentos e os recebimentos associados à actividade normal da empresa Recebimentos de vendas e prestações de serviços, pagamentos de compras de bens e serviços, pagamentos de remunerações e encargos, pagamentos e recebimentos de imposto relacionados com a actividade operacional, recebimentos relativos a royalties, honorários, comissões e outros proveitos, etc.
4 Os fluxos de caixa determinados pela compra e venda de títulos transaccionáveis são classificados como actividades operacionais. São também consideradas actividades operacionais aquelas que não possam ser consideradas actividades de investimento ou de financiamento. Actividades de investimento São actividades de investimento os pagamentos e os recebimentos inerentes à aquisição e alienação: De imobilizações corpóreas e incorpóreas, bem como de outros activos de longo prazo. Os pagamentos associados a activos fixos auto-construídos e a custos capitalizados são incluídos nesta categoria de actividades. De aplicações financeiras não consideradas como equivalentes a caixa. Incluem-se nesta categoria de actividades os pagamentos e recebimentos relativos: À aquisição e alienação de partes de capital, obrigações ou outras dívidas; Ao investimento e desinvestimento em edifícios e terrenos não afectos à actividade operacional. São consideradas actividades de investimento: Os juros e dividendos recebidos uma vez que representam um retorno de investimentos. Os adiantamentos e empréstimos concedidos e os correspondentes reembolsos. Os pagamentos e recebimentos inerentes a contratos de futuros, opções e swaps desde que não sejam considerados como actividades operacionais ou de financiamento. Quando um contrato for contabilizado com cobertura de uma posição identificável, o fluxo de caixa correspondente deve ter a mesma classificação da posição coberta. RUBRICAS DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO NA DFC. ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO: Investimentos Financeiros Imobilizações Corpóreas Imobilizações Incorpóreas Subsídios para investimentos Juros e proveitos similares Dividendos Empréstimos aos sócios Investimentos Financeiros Imobilizações Corpóreas Imobilizações Incorpóreas Empréstimos aos sócios Fluxos das actividades de investimento (2)
5 Actividades de financiamento São actividades de financiamento: Os recebimentos por empréstimos obtidos - qualquer que seja o prazo ou a forma como se representam, e os pagamentos dos juros e amortizações desses empréstimos incluem-se as amortizações em contratos de locação financeira. Os recebimentos por constituição ou reforço do capital realização de capital, prémios de emissão e prestações suplementares - e os pagamentos de dividendos e pagamentos por redução de capital, aquisição de acções (ou quotas) próprias e amortização de acções (ou quotas). ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO: Aumentos de capital, prestações suplementares e prémios de emissão Subsídios e doações Venda de acções e quotas próprias Cobertura de prejuízos Empréstimos dos sócios Amortização de contratos de locação financeira Juros e custos similares Dividendos Reduções de capital e prestações suplementares Aquisição de acções e quotas próprias Empréstimos dos sócios Fluxos das actividades de financiamento (3) MODELOS PARA APRESENTAR A DFC. OS MÉTODOS DIRECTO E INDIRECTO A directriz contabilística nº 14 descreve 2 modelos alternativos para apresentar a DFC, suportados em 2 métodos alternativos - O MÉTODO DIRECTO E O MÉTODO INDIRECTO. A diferença dos 2 modelos está na forma como são apresentadas as actividades operacionais. As actividades de investimento e de financiamento têm o mesmo formato nos 2 modelos.
6 MÉTODO DIRECTO MÉTODO INDIRECTO O MÉTODO DIRECTO As actividades operacionais são discriminadas por pagamentos e recebimentos, em termos brutos, evidenciando o modo com a empresa gera e utiliza os meios de pagamento. ACTIVIDADES OPERACIONAIS: Recebimentos de clientes Pagamentos a fornecedores Pagamentos ao pessoal Fluxo gerado pelas operações Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento Outros recebimentos/pagamentos relativos à actividade operacional Fluxos gerados antes das rubricas extraordinárias Recebimentos relacionados com rubricas extraordinárias Pagamentos relacionados com rubricas extraordinárias Fluxos das actividades operacionais (1) O MÉTODO INDIRECTO Por este método, o fluxo das actividades operacionais é determinado corrigindo o valor do resultado líquido do exercício dos efeitos seguintes (no período contabilístico considerado): Variações de existências Variações de dívidas a terceiros Variações de dívidas de terceiros Acréscimos ou diferimentos relacionados com pagamentos passados ou futuros Rubricas não relacionadas com caixa amortizações, provisões, impostos diferidos, diferenças de câmbio não realizadas, resultados não distribuídos de associadas e interesses minoritários.
7 Rubricas a que correspondem fluxos de actividades de investimento ou de financiamento. ACTIVIDADES OPERACIONAIS: Resultado líquido do exercício Ajustamentos: Amortizações Provisões Resultados financeiros Aumentos das dívidas de terceiros Diminuição das dívidas de terceiros Aumento das existências Diminuição das existências Aumento das dívidas a terceiros Diminuição das dívidas a terceiros Diminuição dos proveitos diferidos Aumento dos acréscimos de proveitos Diminuição dos custos diferidos Aumento dos acréscimos de custos Ganhos na alienação de imobilizações Perdas na alienação de imobilizações
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