FUCAP FACULDADE CAPIVARI DISCIPLINA: ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS



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Transcrição:

FUCAP FACULDADE CAPIVARI DISCIPLINA: ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Capivari de Baixo/SC, fevereiro de 2013

Palavras do Professor Seja bem-vindo à disciplina de Estrutura e Análise das Demonstrações Contábeis! O objetivo principal desta disciplina é tornar, essa importante Técnica Contábil, que consiste no processo de conhecimento das estruturas e análise das Demonstrações Contábeis, cada vez mais acessível a um universo de pessoas interessadas. Sendo a Contabilidade a ciência que tem por fim o registro dos fenômenos que se processam no Patrimônio das organizações, esta, a própria Contabilidade, e a análise das demonstrações por ela produzidas, configuram-se instrumentos de considerável relevância para a tomada de decisão, auxiliando no processo de planejamento e gerenciamento eficaz das organizações, proporcionando a conquista do sucesso neste cenário de constante transição e transformações que se processam no mundo dos negócios. Buscou-se a adoção e aplicação de uma linguagem clara e objetiva, além da apresentação dos assuntos numa ordem crescente e inter-relacionamento de conteúdos, visando possibilitar um aprendizado eficiente e duradouro. Queremos participar para que você tenha um ótimo estudo e êxito nas atividades! Prof. Janildo-FUCAP 2

Sumário Aula 1 Histórico, conceitos e finalidade das Análises das Demonstrações Contábeis Aula 2 Estrutura do Balanço Patrimonial 07 Aula 3 - Disposição dos elementos constitutivos do Balanço Patrimonial 12 Aula 4 Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício DRE 17 Aula 5 Técnicas ou Processos de Análise das Demonstrações Contábeis 21 Aula 6 Preparação do Balanço Para Análise 24 Aula 7 Análise Financeira Módulo I Indicador de Liquidez e Solvência 30 Aula 8 Análise Financeira Módulo II Indicadores de Estrutura de Capitais 38 Aula 9 Análise Econômica Módulo I Margem ou Lucratividade 43 Análise Econômica Módulo II Giro do Ativo 46 Análise Econômica Módulo III Retorno dos Investimentos 48 Aula 10 Análise Econômica - Outros Indicadores 50 Aula 11 Análise Vertical 53 Aula 12 Análise Horizontal 58 Aula 13 Quocientes Padrão 61 Respostas Respostas e Comentários sobre as Atividades de Auto-avaliação 65 Anexo Interpretações Isoladas dos quocientes modelo 81 Anexo Interpretações conjuntas quocientes e análises vertical e horizontalmodelo 04 85 3

AULA 01 1 Pequeno histórico da Análise das Demonstrações Contábeis Estudiosos e pensadores da área Contábil destacam que a Análise das Demonstrações Contábeis é tão antiga quanto a própria Contabilidade, cujas primeiras formas de atividades tiveram início, mais ou menos, a 4000 a.c. É evidente que, naquele período, ainda na sua forma primitiva de Contabilizar, encontramos os primeiros inventários destacados pelos pastoreios que contabilizavam seus rebanhos, sendo a análise da riqueza através da simples comparação entre dois inventários ou apurações. A análise, propriamente dita, na forma atualmente empregada surge no final do século XIX, quando banqueiros americanos passaram a solicitar às empresas que desejavam contrair empréstimos, a apresentação das Demonstrações Contábeis, especialmente o Balanço Patrimonial, surgindo, daí, a expressão até hoje empregada de Análise de Balanços. Outras razões que determinam a consolidação do uso da expressão empregada dizem respeito ao fato de que as demais demonstrações, como a Demonstração do Resultado do Exercício e o Fluxo de Caixa, em tempos anteriores eram denominadas de Balanço Econômico ou de Resultado e Balanço Financeiro, respectivamente, e, então, tudo era tratado como balanço. Nos últimos tempos, a Análise das Demonstrações Contábeis consolidou-se como instrumento de vital importância no mundo dos negócios e das finanças, exigindo dos profissionais da Contabilidade o aprimoramento constante das técnicas de avaliação dos elementos formadores desses demonstrativos. Portanto, a análise simplista dos elementos que integram, especialmente o Balanço Patrimonial, não mais poderá ser considerada como plena à satisfação do conhecimento da real situação da empresa e muito menos servirá de base para análise final, sendo imperioso uma avaliação e reestruturação preliminar de cada elemento no sentido de conhecer a real valia e capacidade que eles possuem em relação à liquidez e garantias perante terceiros, sócios e/ou acionistas. 2 Conceitos e definições da Análise das Demonstrações Contábeis Pesquisando a bibliografia disponível no mundo da literatura, vários são os conceitos que vamos encontrar de Análise de Balanços, e, assim, vamos destacar alguns autores para que possamos perceber a similaridade dos conceitos e definições. Primeiramente é importante que tenhamos clara visão de que Análise de Balanços é uma técnica de escrituração contábil e, portanto, ela exige de quem a executa, conhecimentos e habilidades no exercício da Contabilidade em si. Ribeiro (2004, p. 16), conceitua a Análise de Balanços como a arte por meio da qual são analisadas e interpretadas as principais demonstrações financeiras de uma entidade, visando fornecer informações acerca do estado de seu Patrimônio. O autor acrescenta que, pela Análise de Balanços é possível aquilatar a situação econômica e a situação financeira da entidade, pois, ela não se limita ao Balanço Patrimonial, alcançando, também, as demais demonstrações financeiras, isto é, a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, e a Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos - DOAR. 4

Iudícibus (1998, p. 20), traçando seu conceito, define a Análise de Balanços, a arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamento, se for o caso. A Análise de Balanços pode ser processada de maneira Interna e/ou Externa. 2.1 Análise Interna Consiste naquela realizada dentro da própria entidade e por colaboradores vinculados ao seu quadro de pessoal, visando auxiliar administradores e diretores no processo de tomada de decisão. Tal análise pode oferecer maior segurança em relação à sua completitude em virtude de que, sendo o processo realizado por funcionários da própria empresa, estes terão maior facilidade de coleta dos dados necessários ao desenvolvimento dos trabalhos, viabilizando inclusive acesso aos procedimentos de controles internos da entidade. 2.2 Análise Externa A Análise Externa, conforme se alto denomina, é realizada fora das dependências da entidade, por profissional estranho ao seu quadro de colaboradores, costumeiramente vinculado às instituições e/ou outras entidades interessadas na análise, tendo como objetivo informar, esses interessados, acerca da situação econômica ou da estabilidade da entidade para a concretização de relações mercantis, ampliação de negócios, concessões de créditos, financiamentos, etc... No desenvolvimento desse tipo de análise, o profissional analista tem em mãos somente as demonstrações financeiras publicadas pela entidade e contará com auxílio dos informes adicionais, constantes de relatórios de Auditores Independentes e, também, daqueles integrantes das Notas Explicativas que, por força da legislação reguladora, devem acompanhar as Demonstrações Contábeis. 3 Qual a finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis? Se tomarmos por base os conceitos e definições dos autores destacados nas duas primeiras Seções, desta Unidade, não será difícil identificar a finalidade da Análise de Balanços. Ribeiro (2004, p 17), ao discorrer sobre o assunto define que a Análise de Balanços tem por finalidade transformar os dados extraídos das demonstrações financeiras em informações úteis para a tomada de decisões por parte das pessoas interessadas. 4 Quem são os usuários da Análise das Demonstrações Contábeis Conforme destacado no histórico inicial, a Análise de Balanços, nas ultimas décadas vem ganhando papel de relevante importância no mundo dos negócios, haja vista não ser mais apenas os bancos, pioneiros na utilização dessa técnica de escrituração contábil que a utilizam, pois, são vários os usuários que a ela recorrem, seja para conhecer a rentabilidade do capital investido nas entidades e o grau de solvência para cumprimento de obrigações, seja para avaliar o seu desempenho das entidades, ou seja, cada qual possui o seu interesse específico. 5

Vamos destacar a seguir os principais usuários da Análise de Balanços e suas respectivas finalidades e/ou interesses. Bancos, Fornecedores, Administradores, Investidores, Governo, Entidades de Classe Atividade de Auto-Avaliação 1ª QUESTÃO Em no máximo 5 linhas e tendo por base o conteúdo estudado nesta aula, defina a evolução histórica da Análise de Balanços. RESPOSTA... 2ª QUESTÃO: Além dos usuários da Análise de Balanços destacados nesta aula, identifique, pelo menos, mais 1 e defina qual o interesse deste nesta Técnica Contábil. RESPOSTA... 3ª QUESTÃO; Além de ser realizada por colaboradores vinculados ao quadro de pessoal da própria entidade, que outra particularidade diferencia a Análise Interna da Externa. RESPOSTA... 4ª QUESTÃO: Além daqueles destacados no item 4 desta aula, que outro aspecto você poderia destacar como de interesse do Governo na Análise de Balanços. RESPOSTA... 6

AULA 02 Estrutura do Balanço Patrimonial 1 PATRIMÔNIO Antes de entrarmos nos estudos relativos à estrutura do Balanço Patrimonial, vamos relembrar o conceito, a composição gráfica e os elementos formadores do Patrimônio das entidades. 1.1 Conceito Conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes à determinada pessoa física ou jurídica, necessários à obtenção dos objetivos dessas pessoas. Os bens são classificados em tangíveis e intangíveis, os direitos correspondem a valores a receber de terceiros e as obrigações são as dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza, assumidos perante terceiros. 1.2 Representação Gráfica do Patrimônio Sendo o Patrimônio contemplado por duas Classes distintas, a do Ativo e do Passivo, mesmo que graficamente representado, deverá mostrar equilíbrio entre os elementos que o integram, ou seja, o valor total do Ativo deverá ser igual ao somatório dos elementos que compõem o Passivo. Assim, o lado esquerdo ou positivo contempla o ATIVO e nele vamos encontrar os bens e direitos da Entidade. Aqueles que compõem o lado direito ou negativo, isto é, que representa o PASSIVO, são elencadas as obrigações para com terceiros e, também, aquelas que a entidade tem para com seus sócios ou acionistas. P A T R I M Ô N I O ATIVO + PASSIVO - Bens... 3.000,00 Obrigações... 2.000,00 Direitos... 4.000,00 Patrimônio Líquido... 5.000,00 TOTAL... 7.000,00 TOTAL... 7.000,00 Os elementos que integram a composição gráfica do Patrimônio são representativos de uma série de contas ou elementos, conforme a seguir se define: 7

1.3 Elementos Formadores do Patrimônio 1.3.1 Bens Representa o elenco de contas ou elementos que integram essa classe de Ativos e, dentre os quais podemos citar as disponibilidades (dinheiro), materiais ou mercadorias em estoques, bens móveis e imóveis (veículos, terrenos edifícios, equipamentos industriais) utilizados nas operações da Entidade, imóveis adquiridos para fins de investimentos, etc. 1.3.2 Direitos Estes representam os títulos de investimentos que a empresa possui, ações de outras empresas, os valores a receber de clientes, os valores pagos antecipadamente, e/ou aqueles aplicados em pesquisas de produtos, e/ou de melhorias em bens de terceiros, os gastos incorridos antes do início das operações da Entidade, os créditos a recuperar de impostos, etc. 1.3.3 Obrigações Também classificáveis como EXÍGIVEL, as obrigações contemplam os valores que a Entidade deve a terceiros que com ela se relacionam. Como exemplo podemos citar os fornecedores, os salários devidos aos colaboradores, os encargos sociais e trabalhistas decorrentes da folha de pagamento, os impostos originários das vendas e do lucro, ICMS, IPI, PIS, COFINS, ISS, IRPJ, CSS, os tributos sobre imóveis e veículos automotores, os empréstimos ou financiamentos contraídos, os dividendos a distribuir aos sócios ou acionistas, etc. 1.3.4 Patrimônio Líquido Também se constituindo uma obrigação da Entidade para com seus sócios ou acionistas, este possui um menor grau de exigibilidade em relação àquelas obrigações referidas no tópico anterior, pois, estas não estão vinculadas a um determinado prazo de pagamento. Neste grupo encontraremos o Capital Social, as Reservas de Capital e/ou de Lucros. Integra ainda este grupo a chamada Situação Líquida que contempla as Reservas de Lucros ou Prejuízos Acumulados, decorrentes da apuração do resultado operacional da Entidade. O Patrimônio Líquido, incluída a Situação Líquida, também conhecido como Capital Próprio, representa o diferencial entre o valor total dos Ativos e o montante das Obrigações para com terceiros. 2 - Estrutura do Balanço Patrimonial É a Demonstração Contábil que se destina a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, a composição do Patrimônio da Entidade, num dado momento. Segundo a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 3.2, aprovada pela Resolução CFC n. º 686, de 14 de dezembro de 1990, do Conselho Federal de Contabilidade e com o Artigo 178 da Lei n.º 6.404/76 e Lei 11.638/07, o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O Ativo, representado pelos bens e direitos, compreende as aplicações de recursos, enquanto que o Passivo, representado pelas obrigações para com terceiros, compreende as origens de recursos. 8

O Patrimônio Líquido corresponde à diferença entre o Ativo e o Passivo e compreende os recursos próprios da Entidade, ou seja, os valores investidos por seus proprietários, sócios ou acionistas. O Patrimônio Líquido poderá ser positivo, negativo ou nulo. As contas, ou elementos patrimoniais devem obedecer a uma certa ordem cronológica em relação à disposição no Balanço Patrimonial. Assim, os elementos do Ativo serão dispostos em ordem crescente dos prazos esperados de realização, enquanto as contas do Passivo serão dispostas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, isto é, quanto mais rapidamente uma obrigação tiver que ser liquidada, maior será o seu grau de exigibilidade. A apresentação do Balanço Patrimonial e sua composição encontram-se detalhadas no item 1.1 e subitens deste trabalho, não havendo, portanto, necessidade de repeti-los. A escrituração do Balanço Patrimonial, como não poderia deixar de ser, acompanha a mesma formação da Representação Gráfica do Patrimônio, destacando de forma ampliada, maior visão analítica dos elementos que integram o Ativo e o Passivo, sempre em estrita observância às características estruturais de cada entidade e consideradas na elaboração do Plano de Contas. O Ativo e o Passivo representam as classes estruturais do Balanço Patrimonial e, estas seguindo a representação gráfica, são compostas por sete grupos principais e distintos entre si, conforme a seguir demonstrado. EXEMPLO 1: B A L A N Ç O P A T R I M O N I A L 1 ATIVO 2 PASSIVO 1.1 Ativo Circulante 2.1 Passivo Circulante 2.2- ATIVO NÃO-CIRCULANTE 2.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo 2.2.2 Ativo Investimento 2.2 - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE 2.2.1 Passivo Exigível a Longo Prazo 2.2.3 Ativo Imobilizado 2.3 Patrimônio Líquido 2.2.4 Ativo Intangível TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO OBS: Códigos colocados apenas para ilustração. Estes Grupos vão se decompondo de forma mais analítica e detalhada, podendo variar de empresa para empresa. Entretanto, na disposição dos Subgrupos, para posterior distribuição das contas que irão formá-los, há que se seguir uma pequena regra de disposição dos elementos do Ativo e do Passivo. Tal regra será trabalhada na seqüência desta Unidade. Porém, para uma visualização mais detalhada da estrutura do Balanço Patrimonial, veja no exemplo seguinte a disposição dos Grupos com seus respectivos Subgrupos do Ativo e do Passivo. 9

EXEMPLO 2: B A L A N Ç O P A T R I M O N I A L 1 ATIVO 2 PASSIVO 1.1 Circulante 2.1 Passivo Circulante 1.1.1 Disponível 2.1.1 Obrigações Operacionais 1.1.2 Créditos e/ou Direitos Operacionais 2.1.2 Obrigações Provisionais 1.1.3 Investimentos de Curto Prazo 1.1.4 Outros Créditos e Direitos 2.2 PASSIVO NÃO-CIRCULANTE 1.1.5 Despesas Exercício Seguinte 2.2.1 Passivo Exigível a L. Prazo 1.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE 2.2.1.1 Obrigações Operacionais L.P. 1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo 2.2.1.2 Obrigações Provisionais L.P. 1.2.1.1 Créditos e Direitos Operac. L.P 2.2.1.3 Outras Obrigações L.P. 1.2.1.2 Investimentos de Longo Prazo 2.3 Patrimônio Líquido 1.2.1.3 Outros Créditos e Direitos de L.P. 2.3.1 Capital Social 1.2.2 Ativo Investimento 2.3.2 Reservas de Capital 1.2.3 Ativo Imobilizado 2.3.3 Reservas de Lucro 1.3.4 Ativo Intangível 2.3.4 (-)Prejuízo Acumulado TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO Atividades de Auto-Avaliação. 1ª QUESTÃO: Tendo por base o conteúdo estudado nesta aula, defina qual a composição que deverá possuir o Patrimônio das entidades contábeis para a efetiva manutenção do equilíbrio. RESPOSTA... 2ª QUESTÃO: De acordo com os preceitos das Leis n.º 6.404/76, 11.638/07 e as Resoluções e as Normas Técnicas do Conselho Federal de Contabilidade, destaque as Classes e Grupos que devem integrar a estrutura do Balanço Patrimonial RESPOSTA... 10

3ª QUESTÃO: Com o auxílio das contas abaixo relacionadas elabore o Balanço Patrimonial da empresa FUCAP Capivari Baixo. Caixa R$ 30.000,00; Capital Social, R$ 50.000,00; Fornecedores R$ 18.000,00, Reservas de Lucro R$ 3.000,00; Clientes R$ 15.000,00; Estoques de Mercadorias R$ 25.000,00; Edifício sede da empresa R$ 10.000,00; Veículos R$ 7.000,00; Ações da Cia Universitópolis S/A R$ 12.000,00; Financiamento de Longo Prazo R$ 34.000,00; Salários a Pagar R$ 5.000,00; Aplicações Financeiras de Curto Prazo R$ 10.000,00 e Marcas a patentes R$ 1.000,00. ATIVO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO-CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo PASSIVO NÃO-CIRCULANTE Exigível a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Patrimônio Líquido Intangível TOTAL TOTAL 11

AULA 03 Disposição dos Elementos Constitutivos do Balanço Patrimonial 1 Elementos Constitutivos do Balanço Patrimonial No Balanço Patrimonial as contas ou elementos representativos do patrimônio serão agrupados de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação patrimonial e financeira da Entidade. 2 Da Classe do Ativo Na classe do Ativo, as contas ou os elementos patrimoniais serão classificados e dispostos em ordem decrescente do grau de liquidez ou prazo esperado de realização, isto é, quanto menor o tempo, ou mais rapidamente o elemento for transformado em recursos disponíveis, mais alta será a sua classificação no Balanço, e, portanto, quanto maior for o prazo esperado de realização, mais baixa será sua classificação no balanço. 2.1 Ativo Circulante No Ativo Circulante serão classificadas as disponibilidades, os créditos ou direitos operacionais, os investimentos de curto prazo, outros créditos e direitos e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. Os elementos integrantes deste Grupo, excluídas as disponibilidades que já representam recursos em caixa ou banco, estão vinculados ao prazo de realização, isto é, de transformação em espécie. Tal prazo refere-se ao exercício seguinte à realização do Balanço Patrimonial. Portanto, denominado de curto prazo e corresponde àquele que contempla os 12 (doze) meses posteriores ao encerramento do exercício e elaboração do Balanço Patrimonial. 2.1.1 Disponível Este Subgrupo do Ativo Circulante integra os elementos que representam os recursos financeiros disponíveis (disponibilidades) em Caixa ou Banco e as Aplicações Financeiras de resgate imediato, ou seja, de prazo não superior a 15 (quinze) dias. 2.1.2 Créditos Operacionais As principais contas deste Subgrupo são: 2.1.2.1 Clientes ou Duplicatas a Receber Representam os créditos que a Entidade possui decorrentes das vendas e/ou prestação de serviços a prazo, vencíveis durante o exercício social subseqüente, isto é, nos 12 (doze) meses seguintes à realização do Balanço Patrimonial. Esta Conta poderá estar acompanhada de duas outras que lhe reduzem o valor, chamadas contas redutoras do Ativo, que são: 12

DUPLICATAS DESCONTADAS: Esta, apesar de integrar o grupo do Ativo, classifica-se como redutora, haja vista que nela são elencados os valores que a Entidade recebe antecipadamente dos bancos, oferecendo, como contrapartida, as duplicatas emitidas contra seus clientes. PROVISÃO PARA CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA: De acordo com a legislação do Imposto de Renda, as Entidades, tendo conhecimento de que alguns de seus créditos correm o risco de não serem cobrados junto a seus clientes, poderão constituir provisão visando à cobertura eventual dessas possíveis perdas. Assim, ao serem constituídas, os valores correspondentes às perdas serão registrados como despesas a crédito de uma Provisão, que será disposta no Balanço Patrimonial, reduzindo o valor da conta Clientes ou Duplicatas a Receber. 2.1.2.2 - Estoques Conforme se intitula, este elemento contempla as mercadorias para revenda, as matériasprimas, os estoques de materiais de consumo quando em grande quantidade. Havendo produtos em estoques cujo prazo de venda ou transformação em produtos acabados seja superior a 12 (doze) meses, o valor correspondente a tal parcela poderá ser classificado no Ativo Realizável a Longo Prazo. 2.1.3 Investimentos de Curto Prazo Neste subgrupo serão classificados os direitos realizáveis a curto prazo, ou seja, durante o exercício subseqüente como, por exemplo, Títulos a Receber, Aplicações Financeiras, Ações de outras sociedades para revenda imediata, Imóveis adquiridos com o objetivo de revenda a curto prazo. 2.1.4 Outros Créditos ou Direitos Destaca os créditos e Direitos não relacionados nos itens anteriores, mas que serão realizáveis durante o exercício subseqüente à realização do Balanço Patrimonial, tais como: Impostos a Recuperar; Adiantamentos a Empregados; Adiantamentos a Fornecedores; aqueles decorrentes da alienação de bens do Ativo Permanente Imobilizado, etc. 2.1.5 Despesas de Exercício Seguinte Serão classificados neste Subgrupo os valores atinentes a desembolsos já realizados e correspondentes às despesas ainda não incorridas de acordo com o Regime e o Princípio da Competência. Trata-se, portanto, de despesas pagas antecipadamente como: Aluguéis, Seguro com cobertura por período superior ao mês em que se realizou a compra da apólice, Juros e/ou Encargos Financeiros a Apropriar, etc. 13

2.2 - ATIVO NÃO-CIRCULANTE 2.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo Diferentemente do Ativo Circulante, neste Grupo serão destacados os bens e direitos cujo prazo de realização ocorrerá após o término do exercício subseqüente à realização do Balanço Patrimonial. Poderão ser incluídos no Ativo Realizável a Longo Prazo, excetuando-se as disponibilidades de Caixa e Bancos, todo e qualquer elemento ou conta integrante do Ativo Circulante, desde que o prazo de realização seja superior a 12 (doze) meses, contados da data da elaboração do Balanço Patrimonial. Assim, poderão ser classificados neste Grupo as contas ou subgrupos de Clientes ou Duplicatas a Receber, Estoques, Títulos a Receber, Aplicações Financeiras de Longo Prazo, Impostos a Recuperar, Ações e Outros Investimentos de Longo Prazo, Incentivos Fiscais e Empréstimos às Sociedades Controladas ou Coligadas, etc. 2.2.2 Ativo Investimentos Serão classificados como Investimentos, os bens e direitos que não possuem uma destinação definida quanto ao seu uso na manutenção das atividades da Entidade ou que foram adquiridos com fim específico de aplicação duradoura, tais como: Participações (ações) de outras empresas, Terrenos, Imóveis alugados a terceiros, Obras de Arte, Ouro, etc.. 2.2.3 Ativo Imobilizado Neste Subgrupo se destacam os bens destinados exclusivamente à manutenção das atividades operacionais da Entidade, entre eles os Imóveis, Terrenos, Edifícios e Instalações, os removíveis como: Veículos, Equipamentos, Móveis e Utensílios, Equipamentos de Informática, etc... Os bens integrantes do Ativo Imobilizado possuem uma característica especial de tratamento em virtude de seu desgaste pelo uso, estando, assim, sujeitos à Depreciação. A Depreciação consiste na transferência do custo destes elementos para as contas de despesas e de resultado, agindo como se fosse um fundo a ser constituído com a finalidade de reposição destes bens. A contrapartida das despesas de Depreciação classifica-se como uma conta redutora do valor dos bens que devem ser mantidos no acervo patrimonial até a sua retirada por desuso ou alienação. Na seqüência deste trabalho veremos que a Depreciação é processada através da aplicação de certos percentuais ou taxas pré-definidas pela legislação tributária, variando de acordo com a classe dos bens. 2.2.4 Intangível No ativo permanente intangível classificaremos os bens imateriais (incorpóreo), tipo: marcas e patentes, fundo de comércio, etc. 14

3 Do Passivo No Passivo se fazem presentes às obrigações da entidade, sejam elas para com terceiros ou para com seus sócios, sendo tais obrigações divididas em 02 (dois) grupos distintos e dispostos em ordem decrescente do grau de exigibilidade, ou seja, quanto mais rapidamente a entidade tiver que cumprir um determinado compromisso, mais alto será seu assentamento no Balanço Patrimonial. 3.1 PASSIVO CIRCULANTE No Passivo Circulante serão dispostas as obrigações vencíveis ao longo do exercício subseqüente à realização do Balanço Patrimonial, ou seja, aquelas que a entidade tiver que cumprir durante os 360 (trezentos e sessenta) dias após a data do Balanço Patrimonial. Dois Subgrupos destacam-se na composição do Passivo Circulante, aquele que contempla as Obrigações Operacionais, no qual iremos classificar as contas, Fornecedores, Salários a Pagar e Encargos Sociais e Trabalhistas a Recolher, Outras Despesas contratadas para pagamento a prazo, Empréstimos e Financiamentos contraídos para liquidação a Curto Prazo, Impostos a Recolher. O Subgrupo das Obrigações Provisionadas também faz parte do Passivo Circulante e nele vamos encontrar os Provisionamento de Férias, 13º Salário e dos Encargos Sociais e Trabalhistas sobre estes, os Dividendos a Distribuir e outras Obrigações exigíveis no mesmo período, etc. 3.2 PASSIVO NÃO-CIRCULANTE 3.2.1 Passivo Exigível a Longo Prazo Conforme podemos observar, as obrigações dispostas neste Grupo são Exigíveis a Longo Prazo, isto é, a empresa somente terá que pagá-los após o término do exercício subseqüente à elaboração do Balanço Patrimonial, ou seja, após os 360 (trezentos e sessenta) dias considerados no regime de curto prazo. Poderão ser incluídas no Passivo Exigível a Longo Prazo, todas as contas ou elementos integrantes do Passivo Circulante, porém, desde que seus prazos de exigibilidades sejam compatíveis com a condição de longo prazo. As contas ou elementos costumeiramente classificados neste Grupo são os Empréstimos e Financiamentos de Longo Prazo, Obrigações de natureza judicial sem prazo definido de execução e, também, as obrigações com partes relacionadas, isto é, dirigentes, sócios e acionistas que nele deverão ser classificadas independentemente do prazo de exigibilidade. 3.2.2 Patrimônio Líquido O Patrimônio Líquido representa os direitos dos sócios ou acionistas, compondo-se não só dos investimentos por eles realizados, mas, também, dos valores obtidos pela entidade no exercício de suas operações e que, por decorrência de lei e decisão dos próprios acionistas, não devem ser distribuídos. 15

Correspondendo à diferença entre os valores do Ativo e aqueles correspondentes às obrigações para com terceiros, inscritas no Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo, o Patrimônio Líquido é integrado pelo Capital Social, Capital a Integralizar, pelas Reservas de Capital, Reservas de Lucros ou Prejuízos Acumulados. A conta Capital a Integralizar somente aparecerá no Balanço Patrimonial caso haja parcela não realizada do Capital Social, isto é, valores ainda não integralizados pelos sócios ou acionistas, situação em que esta figurará como conta redutora da conta Capital Social. Atividades de Auto-Avaliação 1ª QUESTÃO: Tendo por base o conteúdo estudado nesta aula, em no máximo 4 a 5 linhas, destaque a característica das contas do Subgrupo IMOBILIZADO, que as diferenciam das contas que devem ser classificadas nos Sub-grupo Investimento e Intangível. RESPOSTA... 2ª QUESTÃO: De acordo com os preceitos da Lei n.º 11.638/07, as Resoluções e as Normas Técnicas do Conselho Federal de Contabilidade, destaque os Subgrupos dos Grupos que integram a Classe do Ativo. RESPOSTA... 3ª QUESTÃO: Que elementos devemos classificar no Subgrupo do Ativo INTANGÍVEL? RESPOSTA... 4ª QUESTÃO: Como podemos distinguir Curto e Longo Prazo para fins de classificação das contas do Balanço Patrimonial. RESPOSTA...... 16

AULA 04 Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 1 Definição da Demonstração do Resultado do Exercício A Demonstração do Resultado do Exercício, conforme denominada pela legislação pertinente, destina-se à apuração do resultado das operações realizadas pela entidade num dado período de tempo. Esse período de tempo denomina-se exercício social e, costumeiramente, na esfera mercantil, coincide com o exercício civil. 2 Finalidade da DRE Tem, pois, a finalidade de servir de instrumento auxiliar na apuração do resultado das operações realizadas pela entidade, isto é, proporcionar o encerramento do ciclo operacional, as contas de receitas e despesas, 3 Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício Na elaboração da Demonstração do resultado do Exercício DRE serão computadas todas as receitas e despesas, os ganhos e perdas, e os lucros, ou prejuízos, decorrentes do confronto entre o somatório das entradas de receitas e aquele proveniente da totalização das saídas de recursos ou despesas. Sua estrutura apresenta a composição recomendada pela Lei das Sociedades Por Ações, Lei n.º 6.404/76 e Lei 11.638/07 e pelas Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade e deverá ser efetuada na forma dedutiva, subdividindo-se em tópicos os elementos nela refletidos. Parte-se da Receita Operacional Bruta - ROB, seguida pelas Deduções da Receita - DED, evidenciando, na seqüência, a Receita Operacional Líquida ROL, que, deduzida do Custo Operacional, ou seja dos Custos dos Produtos ou Serviços Vendidos - CO, resultará no Lucro Operacional Bruto LOB. Do Lucro Operacional Bruto LOB, serão subtraídas as despesas operacionais (despesas comerciais, administrativas, adicionado o Resultado Financeiro Líquido, resultante da relação entre as receitas e despesas financeiras incorridas no período), sendo que dessa subtração resultará o Lucro Operacional Líquido LOLI, decompondo-se, então, no Lucro ou Resultado Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social LAIR ou RAIR. Calculados e deduzidos os montantes relativos ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica e à Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, chegaremos ao Lucro Depois do Imposto de Renda LDIR, ou, Resultado ou Lucro Antes das Participações LAP. Deduzidas as Participações de Colaboradores e Administradores, chegaremos ao Lucro Líquido do Exercício ou Resultado Líquido do Exercício LLE ou RLE, ou seja, aquela parcela do lucro que ficará à disposição da empresa para eventuais aumentos de capital ou distribuição aos sócios e acionistas, ou ainda, para suportar prejuízos futuros. Finalmente será também evidenciando na Demonstração do Resultado Exercício, o Lucro Por Ação do Capital, contemplando, portanto, qual a remuneração verificada em cada cota ou ação do capital. 17

Veja no exemplo seguinte a estrutura e composição da DRE. EXEMPLO DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Período.../.../.../ a.../.../... Receitas Operacionais Bruta - ROB Vendas... (-) Deduções da Receita Bruta - DEDE ICMS s/vendas... Devoluções e Abatimentos... PIS s/faturamento... COFINS... Descontos Incondicionais Concedidos... (=) Receita Operacional Líquida - ROL (-) Custo Operacional - CO Custo das Mercadorias Vendidas... (=) Lucro ou Resultado Operacional Bruto - LOB (-) Despesas Operacionais - DO Despesas com Vendas... Despesas Gerais e Administrativas... ( ) Despesas Financeiras deduzidas das Receitas Financeiras ( ) Outras Receitas e outras Despesas Operacionais... (=) Lucro ou Resultado Operacional Líquido - ROL (-) Outras Despesas... (+) Outras Receitas... (=) Lucro ou Resultado antes da Contribuição Social e Imposto de Renda RAIR ou LAIR (-) Provisão para Contribuição Social...9%... (-) Provisão para Imposto de Renda...15%... (=) Lucro ou Resultado Líquido antes das Participações - RLAP (-) Participações - PART Participações de Empregados... Participações de Administradores... (=) Lucro ou Resultado Líquido do Exercício. RLE ou LLE A Demonstração do Resultado do Exercício, portanto, tem, pois, a função de evidenciar o relacionamento dos elementos que provocam as mutações patrimoniais dentro de um determinado ciclo de operações da Entidade, sendo através dela que se terá noção relativa ao resultado dessas operações e se o saldo é positivo ou negativo para a Entidade, isto é, se deu lucro ou prejuízo. Tendo Demonstração a finalidade de servir de instrumento auxiliar na apuração do resultado das operações realizadas pela entidade, isto é, proporcionar o encerramento do ciclo operacional, as contas de receitas e despesas, após a efetiva apuração do resultado terão seus saldos zerados de forma a proporcionar a abertura de um novo período de apuração no início de cada exercício financeiro. A Receita Operacional Bruta contempla o montante do faturamento realizado pela entidade. Os impostos e as contribuições deduzidas do faturamento são aquelas determinadas pela Legislação Tributária. As Devoluções e Abatimentos são aqueles decorrentes dos cancelamentos de vendas e dos Descontos Incondicionais Concedidos. Os Custos Operacionais são aqueles decorrentes dos gastos de geração ou transformação da matéria-prima, mão-de-obra e outros gastos fixos e indiretos em novos produtos e 18

serviços, normalmente denominados de Custos das Mercadorias, dos Produtos e/ou dos Serviços Vendidos. As Despesas Operacionais são formadas pelas Despesas Comerciais, isto é, aquelas decorrentes das vendas (comissões de vendas, salários dos vendedores, fretes para entrega dos produtos, etc.) e, pelas Despesas Administrativas (água, luz, telefone, salário de diretores e colaboradores do Departamento Administrativo, etc.). O Resultado Financeiro Líquido, conforme já destacado, consiste no resultado obtido do confronto realizado entre as Receitas Financeiras, juros e descontos obtidos, e as Despesas Financeiras (juros e descontos concedidos). O Resultado Não Operacional é formado pelas Receitas Não Operacionais, isto é, aquelas oriundas das vendas de bens do Ativo Permanente Imobilizado, deduzidas dos custos destes mesmos bens. As Alíquotas do Imposto de Renda e da Contribuição Social seguem os percentuais definidos pela Legislação Tributária, devendo também ser considerado o regime de tributação ao qual está sujeita a empresa. Atividade de Auto-Avaliação 1ª QUESTÃO: Na elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício aplica-se a forma: a( ) aditiva; b( ) dedutiva; c( ) incorporativa; d( ) exclusiva; e( ) associativa. 2ª QUESTÃO: Tendo por base a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício determinada pelas Leis n.º 6.404/76 e 11.638/07, destaque os quatro primeiros grupos de contas considerados na apuração para que se possa alcançar o Lucro ou Resultado Operacional Líquido. RESPOSTA... 3ª QUESTÃO: Quais elementos deverão ser considerados na operação para se obter o Resultado Financeiro Líquido. RESPOSTA... 19

4ª QUESTÃO: A contas de resultado da empresa FUCAP Comercial Ltda., encontra-se destacadas a seguir. Assim, com auxílio do conteúdo estudado na Seção 2 desta Unidade, elabore sua Demonstração do Resultado do Exercício. Custos das Mercadorias Vendidas R$ 30.000,00; Vendas de Mercadorias R$ 100.000,00; ICMS sobre as vendas R$ 12.000,00; Despesas com vendas R$ 20.000,00; Despesas Financeiras R$ 5.000,00; Despesas Administrativas R$ 25.000,00; Receitas Financeiras R$ 3.000,00; Frete para entrega de produtos R$ 1.000,00; DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PERÍODO.../.../... CONTAS Receita Operacional Bruta VALOR Deduções Receita Operacional Líquida Custo Operacional Lucro Operacional Bruto Despesas Operacionais Despesas Comerciais Despesas Administrativas Resultado Financeiro Líquido Receitas Financeiras Despesas Financeiras Lucro Operacional Líquido Lucro Líquido do Exercício Lucro Por Ação do Capital.../ 50.000 Ações 20

AULA 05 Técnicas ou Processos de Análise 1 Conceitos e finalidades Antes de destacarmos os conceitos e as finalidades das Técnicas ou Processos de Análise, devemos ter em mente e, de forma muito clara, que aos usuários das demonstrações financeiras, ou Demonstrações Contábeis, é interessante conhecer dois aspectos fundamentais do patrimônio, isto é, o aspecto econômico e o aspecto financeiro. Tais aspectos consistem no que os estudiosos do assunto chamam de Estática e Dinâmica Patrimonial. Por envolver o rendimento do capital investido na empresa, o aspecto econômico visa demonstrar a lucratividade e/ou o retorno proporcionado aos investidores. Já o aspecto financeiro contempla e visa demonstrar a capacidade da empresa ou entidade de poder saldar os compromissos assumidos com terceiros, ou seja, demonstra a sua capacidade ou condição de liquidez. Assim, enquanto a situação financeira da entidade é evidenciada através do Balanço Patrimonial e representa a Estática Patrimonial, a situação econômica é ressaltada pela Dinâmica Patrimonial, produzida pela Demonstração do Resultado do Exercício. Ribeiro (2008, p. 116), conceitua o Processo de Análise como as técnicas utilizadas pelos analistas de Balanços para obtenção de conclusões acerca da situação econômica e financeira da entidade ou de outros aspectos relacionados com o Patrimônio, de acordo com os interesses dos usuários. O autor define como finalidade da Análise de Balanços prestar informações sobre a situação econômica e financeira da entidade, para que as pessoas interessadas possam tomar decisões. Marion (2002, p. 21), ao discorrer acerca da finalidade da Análise de Balanços, destaca que esta Técnica de Escrituração Contábil, com o surgimento dos bancos, tornou-se instrumento de grande importância para a análise da situação econômico-financeira das empresas. 2 - Quais as Técnicas ou Processos utilizados na Análise Dentre as Técnicas ou Processos de Análise, destacamos como principais, a Análise Propriamente Dita, a Análise Por Quocientes ou Índices, a Análise Vertical, a Análise Horizontal e a Comparação com Padrões. 3 Análise Propriamente Dita Esta consiste na realização de um exame minucioso, englobando cada um dos elementos ou contas que integram a demonstração financeira objeto da análise. Através dessa técnica ou Processo o analista avalia pormenorizadamente os fenômenos que compõem cada um dos elementos ou grupos formadores do patrimônio e, procede, se necessário, a sua reclassificação, reestruturando, assim, o próprio Balanço Patrimonial. 21

4 Análise por Quocientes ou Índices Esta análise consiste na realização de estudos comparativos entre grupos de contas ou elementos formadores das Demonstrações Contábeis, através de índices e proporciona o conhecimento da relação entre cada um dos grupos do conjunto que forma o total do Patrimônio das entidades. Através desses índices ou quocientes podemos proceder à análise financeira da entidade, nele incluída a verificação da capacidade de liquidez ou solvência da entidade, assim como a composição da estrutura do todo patrimonial. Ainda, através dessa Técnica ou Processo, poderemos proceder à análise econômica das entidades, incluindo a avaliação da Margem de Lucro ou Lucratividade, do Giro do Ativo e o Retorno dos Investimentos. 5 Analise Vertical e Horizontal. A Análise Vertical e Horizontal apresentam-se em processos ou técnicas separadas e, por isso mesmo, veremos cada uma delas isoladamente. 5.1 Análise Vertical Também conhecida por Análise por Coeficientes, esta Técnica ou Processo consiste na determinação da percentualização de cada conta ou grupo de contas em relação ao conjunto patrimonial da entidade. Proporciona a verificação e avaliação do quanto percentual cada conta ou grupo de contas representa ou participa em relação ao todo patrimonial. 5.2 Análise Horizontal Podemos dizer que esta Técnica ou Processo se utiliza da Análise Vertical e da Análise por Quocientes, pois, consiste na comparação entre índices, coeficientes e outras grandezas, visando a avaliação comparativa do desempenho de cada elemento ou grupo de contas ao longo de períodos sucessivos. 6 Comparação com Padrões Conforme se alto intitula, este Processo ou Técnica de Análise consiste na comparação de quocientes, coeficientes e outras grandezas com indicadores padrões obtidos através do comportamento de um determinado grupo de entidades do mesmo ramo de atividade. 22

Atividade de Auto-Avaliação 1ª QUESTÃO: Utilizando-se do conteúdo disponibilizado nesta aula, trace seu próprio conceito de Técnica de Análise de Balanços. RESPOSTA... 2ª QUESTÃO: Através da Análise por Quocientes ou Índices podemos proceder a análise: a( ) Análise Propriamente Dita; b( ) Análise Vertical; c( ) Análise Horizontal; d( ) Análise Financeira e Econômica das entidades; e( ) Todas as alternativas estão corretas. 3ª QUESTÃO: A preparação do Balanço Patrimonial para análise será realizada com a aplicação da Técnica de a( ) Análise Vertical; b( ) Análise Horizontal; c( ) Análise por Quocientes; d( ) Análise Propriamente Dita; e( ) Nenhuma das Alternativas. 4ª QUESTÃO: Tendo por base o conteúdo estudado nesta aula, que relação podemos estabelecer entre a Análise Vertical e a Análise Horizontal. RESPOSTA:... 5ª QUESTÃO Suponha que você é Administrador contratado pelo Banco de seu Estado para realizar Análise das Demonstrações Contábeis das empresas que solicitam empréstimos à instituição. Uma das condições que você precisa avaliar e a capacidade de liquidez e/ou solvência das empresas. Qual Técnica ou Processo de Análise você utilizaria, especificamente, para esse fim? a( ) Análise Vertical; b( ) Análise Horizontal; c( ) Comparação com Padrões; d( ) Análise Por Quocientes; e( ) Todas as Técnicas são utilizáveis para essa finalidade. 23

AULA 06 Preparação do Balanço Patrimonial para Análise 1 Definição e finalidade da Preparação do Balanço Patrimonial Antes de iniciarmos a Análise das Demonstrações Contábeis e seus elementos formadores, é indispensável que tenhamos noção clara de que, sendo sua principal finalidade avaliar a situação de liquidez ou solvência, a estrutura patrimonial, a rentabilidade dos capitais e o retorno dos investimentos realizado pelas entidades, não podemos tomar como base o Balanço Patrimonial assim como ele se apresenta, de forma pura e simples. É preciso, pois, preparar o Balanço Patrimonial para análise e isso significa proceder a uma ampla reestruturação de seus elementos, de forma a permitir que este, o Balanço Patrimonial, passe a contemplar, em sua estrutura, apenas aqueles elementos que realmente ofereçam condições sólidas de fazer frente às obrigações contraídas pela entidade. 2 - Quais as razões determinantes da preparação. A impossibilidade de se utilizar o balanço patrimonial na forma apresentada, dá-se em função de que o registro dos fatos contábeis, por força da legislação reguladora, especialmente o Regulamento do Imposto de Renda, Decreto Federal n.º 3000/99, suas alterações, bem como, das Resoluções e Normas Técnicas editadas pela Conselho Federal de Contabilidade, determinam que as receitas e as despesas sejam reconhecidas na Contabilidade e, por conseguinte, no Patrimônio, no momento em que elas ocorram, independentemente do recebimento da receita e do pagamento das despesas. 3 - Quais elementos devem ser reestruturados. Estando as aplicações de recursos contempladas nos elementos que integram a Classe do Ativo, é nesta Classe que iremos encontrar os elementos capazes de oferecer maior ou menor capacidade de pagamento a esta ou aquela entidade. Portanto, a reestruturação do Balanço Patrimonial ocorrerá em maior proporção nos elementos integrantes desta Classe e ocorrerá em relação às seguintes contas e/ou elementos: 3.1 Na Classe do Ativo Na Classe do Ativo, dependendo da composição patrimonial da entidade, haverá necessidade de reestruturação em elementos de seus Grupos principais, isto é, no Ativo Circulante no Ativo Não-circulante: Realizável a Longo Prazo, Investimento, imobilizado e intangível. 3.1.1 Grupo Ativo Circulante No Grupo do Ativo Circulante começaremos a reestruturação pelo Subgrupo dos Créditos e Direitos Operacionais, nas seguintes contas: 24

3.1.1.1 Duplicatas Descontadas Esta conta ou elemento patrimonial tem, pois, a finalidade de registrar os valores pertinentes às operações que as empresas costumam fazer junto aos bancos e instituições dessa natureza, com objetivo de obter recursos para capital de giro e/ou disponibilidades financeiras para fazer frente a obrigações de curto prazo. Costumeiramente, se processam quando as empresas ou entidades possuem um grande volume de vendas a prazo e necessitam de disponibilidades de caixa. Dirigem-se, portanto, aos bancos ou instituições financeiras e negociam parte dos valores a receber de seus clientes, oferecendo como contrapartida ou, garantia de pagamento as respectivas duplicatas. Os bancos cobram uma taxa de juros pela antecipação dos recursos e depositam a diferença líquida na conta corrente da entidade. Neste momento, apesar das duplicatas passarem ao poder dos bancos, por terem sido oferecidas como garantia, não há qualquer registro na conta Clientes e/ou Duplicatas a Receber, mas, sim, um débito na conta Bancos Conta Movimento e um Crédito na conta Duplicatas Descontadas. Como o montante do valor das duplicatas ingressou na conta Banco Conta Movimento, o valor correspondente à conta Duplicatas Descontadas passa a figurar no Balanço Patrimonial na condição de conta redutora, diminuindo o valor da conta Clientes ou Duplicatas a Receber, na Classe do Ativo, Grupo Ativo Circulante. Vale lembrar, aqui, que essa situação ocorre exatamente em virtude do Regime de Competência na escrituração dos fatos, pois, não havendo recebimento dos clientes, tal fato não pode ser reconhecido e, assim, a conta Clientes também não pode ser registrada, o que ocorrerá somente quando o banco comunicar que o cliente efetuou o pagamento de sua duplicata. Dita operação figura, na verdade, como um empréstimo bancário disfarçado e, portanto, para análise, este valor deve ser deslocado para a Classe do Passivo, no Grupo do Passivo Circulante como uma obrigação da empresa ou entidade, pois, assim o será, caso os clientes não efetuem seus pagamentos nos prazos ajustados. Com tal deslocamento, a conta Duplicatas Descontadas passa a figurar no Balanço Patrimonial na Classe do Passivo, Grupo do Passivo Circulante como uma sub-conta de Empréstimos Bancários. 3.1.1.2 Provisão Para Devedores Duvidosos Tem por finalidade registrar os valores integrantes da conta Clientes e/ou Duplicatas a Receber, vencidos a mais de 06 (seis) meses e que as empresas ou entidades não possuem mais garantias de que irão receber tais valores. Essa condição encontra-se regulada pelo Artigo 43 da Lei n.º 9.981/95, disciplinados pelos Artigos 9º a 12 da Lei n.º 9.430/96 e pelos Artigos 340 a 343 do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto Federal n.º 3000/99. Constituída a Provisão Para Devedores Duvidosos, seu valor será registrado a crédito no momento do registro na Contabilidade e passará a configurar no Balanço Patrimonial como conta redutora da conta Clientes. Ora! Se seu valor foi considerado como Prováveis Perdas com Clientes, isto é, uma despesa ou perda, seu registro implicou na redução do lucro final apurado na Demonstração do 25

Resultado do Exercício e, para que a Análise de Balanço se apresente de forma eficaz, ele deverá ser diminuído do saldo das contas a receber. Esta conta também utilizada, na prática, como uma conta redutora da conta Clientes e/ou Duplicatas a Receber. 3.1.1.3 - Subgrupo Despesas de Exercícios Seguintes As contas ou elementos registrados neste Subgrupo têm, pois, a função de registrar aquelas despesas ou gastos pagos antecipadamente e que, por força do Regime de Competência não poderão ser consideradas como tal no momento em que se processou o pagamento, mas, sim, de forma paulatina na medida em que as despesas forem sendo incorridas, ou seja, vão sendo apropriadas aos resultados operacionais das empresas ou entidades em cada período de competência. Costumeiramente, classificam-se neste Subgrupo os gastos pagos antecipadamente com aluguéis, seguros, juros e etc., registrando-se os valores correspondentes como uma espécie de direito no Ativo Circulante para apropriações nos períodos ou meses correspondentes. Entretanto, tais valores por já terem sido desembolsados pela empresa não representam ou oferecem qualquer possibilidade de fazer face a uma determinada obrigação, pois não oferecem mais nenhum poder de liquidez ou possibilitarão a efetivação de um ou outro pagamento. Verificando-se, assim, a existência de saldo nas contas deste Subgrupo, os respectivos valores, na reestruturação do Balanço Patrimonial, serão reconduzidos ao Patrimônio Líquido e irão diminuir o saldo da conta Reservas de Lucro. 3.2 GRUPOS DO ATIVO NÃO-CIRCULANTE 3.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo Por força de lei, nos Balanços Patrimoniais de grande parte das empresas, é possível encontrar contas correspondentes ao registro de direitos relativos a Empréstimos Compulsórios e outros incentivos fiscais sem quaisquer garantias de recebimento e, mais ainda, com valores irrisórios em relação ao total do Patrimônio. Existindo tais valores, deverão ser deduzidos do saldo da conta Reservas de Lucro na reestruturação do Balanço Patrimonial. 3.2.2 Ativo Investimento e Ativo Imobilizado Neste Subgrupo do Ativo não-circulate a reestruturação deverá ocorrer nas contas de Depreciação, conforme veremos a seguir. 26