PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA. Gustavo Loyola

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Transcrição:

PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA Gustavo Loyola

Cenário Internacional 3 Desaceleração suave nos próximos anos, mas ainda com crescimento em ritmo elevado Crescimento moderado, limitado pela necessidade dos ajustes fiscais e monetários Melhora lenta e instável, com desequilíbrios entre os países

Cenário Internacional 4 EUA 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 1,8% 2,8% 1,9% 1,8% 2,8% 2,7% 2,5% Euro 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 1,6% -0,7% -0,5% 1,0% 1,4% 1,4% 1,4% 3,4% 0,9% 0,5% 1,6% 1,5% 1,3% 1,3% 1,1% 0,3% 1,8% 2,7% 2,4% 2,1% 2,3% Asia 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 9,3% 7,7% 7,7% 7,3% 7,0% 6,8% 6,5% 6,6% 4,7% 4,4% 4,5% 5,0% 5,2% 4,5% -0,5% 1,4% 1,5% 2,0% 1,2% 1,3% 1,1% LatAm 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2,7% 0,9% 2,5% 0,6% 1,5% 1,8% 2,2% 8,9% 1,9% 4,3% -1,6% 1,0% 3,0% 3,5% 5,7% 5,5% 4,2% 3,2% 4,0% 3,9% 4,0% 4,0% 3,9% 1,1% 2,8% 3,5% 3,5% 3,6% Mundo 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 3,9% 3,2% 3,0% 3,3% 3,7% 3,8% 3,7% Fonte: FMI (Projeções: Tendências)

Crise internacional? A média de crescimento do PIB do Brasil entre 2011 e 2014 deverá ficar em 1,7%. Isto representa um desempenho... 47% inferior à América Latina 52% inferior à média global 62% inferior à América do Sul 67% inferior à Aliança do Pacífico O PROBLEMA DEVE ESTAR AQUI Fonte: FMI (elaboração Tendências)

Brasil: falta dinamismo na economia Mercado de trabalho menos aquecido Crédito cresce em ritmo mais lento Confiança em queda: consumo e investimento perdem força Inflação cronicamente acima da meta Riscos setoriais em alta (energia, petróleo)

Razões da perda de dinamismo Ausência de reformas: queda da produtividade Erros de política econômica: diagnóstico equivocado ( nova matriz ), intervenção excessiva, má gestão fiscal e protecionismo Crise externa: perdas no comércio exterior e queda fluxo de capitais

Cenário Eleitoral Pleito de 2014 é o mais competitivo desde 2002. Entrada de Marina confirma decisão no segundo turno. Dilma: favoritismo declinante. No momento, 55% de chances de vencer. Marina é o mais competitiva para enfrentar Dilma, mas sua ida para o segundo turno é incerta. Serão decisivos: SP, MG e Nordeste.

PIB Confiança baixa limita perspectiva de crescimento no curto prazo. Índices de confiança do consumidor e da indústria encontram-se próximos aos menores níveis em 5 anos. Correlação elevada entre tais indicadores e desempenho da economia sugere fraqueza do crescimento, ao menos enquanto a deterioração do sentimento não for revertida. Neste contexto, projeção para o ano foi revisada para apenas 0,6%. Para 2015, expectativa é de expansão ainda modesta, de 1,5%. Fonte: IBGE e FGV (elaboração e projeções Tendências)

Mercado de trabalho Apesar da menor geração de empregos e do quadro econômico adverso, perspectiva para a taxa de desemprego é novamente de queda em 2014, com média esperada de 4,8%. Cabe destacar que a queda decorre principalmente do comportamento atípico da força de trabalho, já que a ocupação segue exibindo baixo crescimento. Nesse sentido, menor aquecimento do mercado de trabalho também tem se refletido em ganhos mais modestos da renda e massa salarial real no período. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Consumo Expansão do consumo nos próximos anos será mais alinhada ao PIB Restrição dada pelo elevado déficit em transações correntes (ajuste via câmbio). Crescimento mais contido do crédito e da renda das famílias Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Perspectivas - Indústria Setor industrial tem exibido desempenho decepcionante. Para 2014, projeção é de queda de 2,0% na produção da indústria de transformação (PIM). Em 2015, a PIM deve mostrar modesta recuperação (+2,5%). Aspectos conjunturais e estruturais têm prejudicado setor. Dificuldades devem persistir nos próximos anos, mas comportamento também será muito afetado pela agenda do governo seguinte. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Inflação IPCA tem desacelerado nos últimos meses. Ainda assim, a inflação acumulada em 12 meses está acima do teto da meta (6,52%). Para os próximos meses, IPCA acumulado deve oscilar acima do teto da meta ao menos até novembro. Pico deve ser alcançado em setembro, com expectativa de variação de 6,7%. Projeção do ano segue em 6,3%, embora com risco de estouro da meta em dezembro a depender do câmbio. Número também contempla alguma recomposição de administrados, embora ajuste mais intenso deva ocorrer apenas em 2015. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Inflação Há mudança em curso na dinâmica entre preços livres e administrados. Processo tende a se intensificar no próximo ano. Principal incerteza refere-se ao ritmo de correção dos represamentos de preços. Maiores impactos virão dos reajustes em energia, combustíveis e transportes públicos em 2015. IPCA Livres Administrados 2013 (Q/Q-4) 5,91% 7,27% 1,52% 2014 6,30% 6,57% 5,17% 2015 6,30% 5,82% 7,77% Administrados Energia Elétrica Gasolina Ônibus urbano 2013-15,65% 6,51% 0,04% 2014 20,53% 0,87% 3,83% 2015 17,85% 9,93% 8,81% Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

Taxa de câmbio Taxa de câmbio manteve-se bem comportada desde abril, com acomodação global do dólar e atuações contínuas do Banco Central no mercado futuro. Porém, dois fatores devem alterar o equilíbrio recente. Nos EUA, os sinais crescentes de melhora da economia e a precificação dos ajustes monetários. Além do componente externo, trajetória do câmbio nos próximos meses também será muito influenciada pelo tema eleitoral, criando um quadro binário. Avanço da oposição tende a valorizar real na parte final do ano. (Q/Q-4) Fonte: IBGE (Elaboração e projeções: Tendências)

ÍNDICES DO MCC MOSTRANDO ATIVIDADE ECONÔMICA SE ENFRAQUECENDO

IACI e PIB da Construção Civil 135 200 125 180 115 160 105 95 140 85 120 75 1T2009 1T2010 1T2011 1T2012 1T2013 1T2014 100 IACI PIB Construção Civil O IACI (Índice de Atividade da Construção Imobiliária) mensura os m² úteis construídos no setor de construção imobiliária, no Brasil e para todos os tipos de obras (Residencial, Comercial, Turismo e Outros). Fonte: Tendências e CriActive - MCC (último dado: jul/14) e IBGE (último dado jun/14) * índices com ajuste sazonal

IACI Lançamento 150 125 100 75 50 25 0 jan-09 jan-10 jan-11 jan-12 jan-13 jan-14 IACI-L O IACI - L (Índice de Atividade da Construção Imobiliária - Lançamento) mensura o lançamento de obras do setor de construção imobiliária em m² úteis, no Brasil e de todos os tipos de obras (Residencial, Comercial, Turismo e Outros). Fonte: Tendências e CriActive - MCC (último dado: jul/14) * índice com ajuste sazonal

IACI - Residencial 175 150 125 o O IACI Residencial por m² útil mensura a metragem quadrada das obras residenciais construídas no Brasil. 100 75 jan-09 jan-10 jan-11 jan-12 jan-13 jan-14 IACI Residencial (m²) 175 o O IACI Residencial por unidade mensura o número de unidades residenciais construídas no Brasil. 150 125 100 75 jan-09 jan-10 jan-11 jan-12 jan-13 jan-14 IACI Residencial (unid) Fonte: Tendências e CriActive - MCC (último dado: jul/14) * índices com ajuste sazonal

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