TRABALHO COLABORATIVO DE UMA PROFESSORA ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL EM UMA ESCOLA COM EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

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Transcrição:

TRABALHO COLABORATIVO DE UMA PROFESSORA ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL EM UMA ESCOLA COM EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Josemaris Aparecida Martinelli - Universidade Estadual de Londrina Josemaris2012@gmail.com Célia Regina Vitaliano Universidade Estadual de Londrina creginav@gmail.com Eixo Temático: 5) Formação de professores na perspectiva inclusiva Palavras-chave: Educação Inclusiva. Formação de Professor. Trabalho Colaborativo. 1. Introdução O objetivo desta pesquisa foi investigar por meio da pesquisa-ação denominada pesquisa colaborativa (IBIAPINA, 2008) o trabalho colaborativo realizado pela professora especialista em Educação Especial junto aos professores das disciplinas curriculares que têm alunos com NEE no ensino comum em uma escola estadual com Educação em Tempo Integral, no município de Londrina-PR. Este estudo teve como participantes a professora especialista e quatro professores das disciplinas curriculares que tinham alunos com necessidades educacionais especiais(nee) na sala de aula. Mendes, Vilaronga e Zerbato (2014) destacam que a pesquisa colaborativa atende as necessidades dos alunos e o desenvolvimento profissional dos envolvidos e acrescenta que o trabalho colaborativo é um desafio para a pesquisa em Educação Especial: Com base em literaturas, documentos internacionais e na legislação, observamos que a escolarização das pessoas com NEE há muito é alvo de discussões. Nessa perspectiva Fontes (2009) e Mendes, Vilaronga & Zerbato (2014) afirmam que só as políticas públicas não garantem a aprendizagem dos alunos com NEE. Para tanto, faz-se necessário investir na formação do professor, bem como reorganizar a escola para educação inclusiva.

Tendo em vista a política da Educação Inclusiva (2008), propomos refletir sobre a formação do professor nesse cenário, considerando que gradativamente vem aumentando a inclusão de alunos com NEE no ensino comum. A despeito disso Capellini; Mendes (2007) afirmam que: [...] é essencial desenvolver programas de formação (inicial, contínua e especializada) para professores para que possam melhor responder às diversidades educacionais de seus alunos. Uma formação sólida que proporcione ao professor consciência crítica para auto-regular sua atividade ao ministrar aulas e avaliar os alunos e ao planejar seu trabalho. Entendemos que o objetivo da Educação Especial no ensino regular é desenvolver ações para favorecer a inclusão do aluno com NEE, atuando na organização da escola, no planejamento, na formação continuada dos professores, na elaboração e disponibilização dos recursos necessários a aprendizagem dos alunos com NEE. Além disso, que tais ações devem ser desenvolvidas pelos professores especialistas em parceria com os professores da classe comum e equipe gestora da escola de modo colaborativo. Dessa forma o que se propõe é que toda equipe escolar contribua com os conhecimentos e experiências que possuem em um processo de parceria, de colaboração e de reflexão da prática pedagógica. Considerando contexto apresentado, foram propostos os seguintes objetivo: Investigar o trabalho colaborativo realizado por uma professora especialista em Educação Especial junto aos professores das disciplinas curriculares que têm alunos com NEE no ensino comum em uma escola estadual com Educação em Tempo Integral. 2. Método Considerando os objetivos da pesquisa caracterizamos a mesma dentro de uma abordagem qualitativa, por ser um estudo complexo, de natureza social e dados descritivos. Optamos pela pesquisa colaborativa, pois a mesma permite a intervenção do pesquisador no trabalho desenvolvido pelos professores, [...] com o objetivo de transformar determinada realidade educativa (IBIAPINA, 2008, p.31). A presente pesquisa foi realizada em uma escola estadual com educação em tempo integral anos finais do ensino fundamental, no município de Londrina-Pr, teve como participante principal a professora especialista e 4 professores das disciplinas curriculares como participantes colaboradores.

No Estado do Paraná as escolas com educação em tempo integral seguem a determinação da Instrução nº 022/2012-SEED/SUED com carga horária de nove horas/aulas diárias e demanda de um professor especialista com carga horária de 40h/a semanais. A organização do trabalho da professora especialista em Educação Especial na escola com educação em tempo integral está previsto na INFORMAÇÃO Nº439/2013-SEED/DEEIN da seguinte forma: atendimento aos alunos com NEE durante 3 horas/aulas semanais na SRM Tipo I, nos últimos horários do período vespertino das segundas, quartas e sextas-feiras; 23h/a dse efetivo trabalho colaborativo na classe comum junto ao professor que têm alunos com NEE e; 14 horas atividades para estudos, planejamento, elaboração e orientação pedagógica com os professores da classe comum, perfazendo o total de 40 h/a semanais como determina a Instrução 022/12-SEED/SUED. Os procedimentos para a realização da pesquisa foram baseados na proposta de pesquisa colaborativa de Ibiapina (2008), desenvolvidos em 4 fases: apresentação e anuência para a realização da pesquisa, levantamento dos diagnósticos e necessidades, processo de intervenção e avaliação do processo de intervenção. O processo de intervenção foram desenvolvidos por meio de ciclos de estudos, práticas reflexivas; planejamento das aulas junto à professora especialista e os professores colaboradores participantes e; participação direta da pesquisadora para observação da parceria entre a professora especialista e os professores participantes na sala de aula. Para avaliação do processo de intervenção foi realizado uma entrevista com a professora especialista e aplicado um questionário aos professores participantes. 3. Resultados Os resultados obtidos por meio de questionários aplicados nas fases 1 e 3 junto aos professores participantes e as entrevistas realizada com o PE nas mesmas fases, foram organizados conforme proposta de análise de conteúdo de Bardin (1977). Os registros no diário de campo das observações e da fase de intervenção realizadas nas fases 1 e 2, foram analisados por meio de episódios significativos conforme perspectiva de investigação qualitativa. Verificamos na fase 1, por meio de entrevista com a professora especialista e aplicação de questionário aos professores das disciplinas curriculares, que a proposta do trabalho

colaborativo era desconhecida pela professora especialista e pelos professores das disciplinas curriculares participantes da pesquisa. A presença da professora especialista na sala de aula do ensino comum consistia em atender os alunos com NEE, desempenhando a função de professor de apoio e o planejamento da prática pedagógica era elaborado pelo professor da disciplina, sem a presença da professora especialista que tomava conhecimento do conteúdo que seria trabalhado quando iniciava a aula, cabendo a ela a responsabilidade de providenciar material adaptado para atender os alunos com NEE. Com base nesse levantamento, propomos no processo de intervenção, fase 2, realizar ciclos de estudos em que a professora especialista e os professores participantes discutiram textos relevantes sobre a proposta do trabalho colaborativo e documentos oficiais de políticas educacionais referente ao funcionamento da escola com Educação em Tempo Integral. Foram organizados encontros proporcionando momentos para discussão e reflexão sobre a prática pedagógica, a função da professora especialista na sala de aula como colaboradora junto ao professor da disciplina e de troca experiências. O planejamento da prática pedagógica foi importante para estabelecer à parceria entre a professora especialista e os professores participantes da pesquisa com momentos para discutir estratégias de ensino, elaborar atividades e organizar materiais pedagógicos. Com a participação direta da pesquisadora na sala de aula foi possível verificar o trabalho colaborativo sendo desenvolvido pela professora especialista junto aos professores do ensino comum compartilhando a prática pedagógica. Na terceira fase, foi realizada uma entrevista final com a professora especialista que ressaltou a importância da pesquisa colaborativa para adequar a sua função na sala de aula do ensino comum contribuindo no processo de inclusão dos alunos com NEE. Aos professores participantes foi aplicado um questionário final em que destacaram a importância da parceria entre eles e a professora especialista no planejamento, nas discussões de estratégias e na prática pedagógica na sala de aula do ensino comum para melhor atender os alunos com NEE. A análise dos resultados evidencia a relevância do trabalho colaborativo desenvolvido pela professora especialista junto aos professores das diversas disciplinas e, também evidencia a necessidade de desenvolver um trabalho colaborativo junto a gestão pedagógica da escola participante do estudo e dar continuidade ao trabalho colaborativo e à capacitação da professora especialista e dos professores com o intuito de melhorar o processo de inclusão dos alunos com NEE.

4. Conclusão Realizar a pesquisa colaborativa em uma escola com Educação em Tempo Integral permitiu constatar a necessidade de formação do professor especialista para que possa promover o apoio adequado aos professores das disciplinas curriculares, para pudessem desenvolver práticas inclusivas. A pesquisa foi determinante para ajustar a função da PE na sala de aula, desenvolvendo o trabalho colaborativo junto aos professores melhorando o processo de inclusão dos alunos com NEE, conforme determinam a proposta de escola em tempo integral do Estado do Paraná. Os resultados apresentados indicam a necessidade de desenvolver na mesma perspectiva um trabalho colaborativo junto à gestão pedagógica da escola pesquisada e dar continuidade no trabalho colaborativo desenvolvido junto a PE e aos demais professores com intuito de aprimorar o processo de inclusão dos alunos com NEE. Portanto esse seria um tema a ser sugerido para pesquisa futura. Referências BARDIN, L.. Análise do Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. CAPELLINI, V.L.M.F; MENDES, E.G.. O Ensino Colaborativo favorecendo o desenvolvimento profissional para a inclusão escolar. Educere et Educare Revista de Educação. Unioeste, Cascavel, Vol. 2, nº 4, jul./dez, p.113-128. 2007. FONTES, R. de S.. Ensino Colaborativo: uma proposta de educação inclusiva. Araraquara: Junqueira & Marin, 2009. IBIAPINA, I.M.L.M.. Pesquisa Colaborativa: Investigação, Formação e Produção de Conhecimentos. Brasilia: Líber Livro Editora, 2008. MENDES; VILARONGA, C.A.R.; ZERBATO, A. P.. Ensino Colaborativo como apoio à Inclusão Escolar. 1. ed. São Carlos: EDUFSCar, 2014. v.1. PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação / Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional. INFORMAÇÃO Nº 439/2013. SEED/DEEIN. Curitiba, 2013.. Secretaria de Estado de Educação / Superintendência da Educação Instrução nº 22/2012. Educação em Tempo Integral em Turno Único, na Educação Básica. SEED/SUED. Curitiba, 2012.