SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Proteção Ambiental e Soberania Nacional ComportaMENTE Organizacional: disciplina e consciência ambiental nas organizações. Fabiana Regina Henriques Professora do Curso de Administração, Pedagogia e Tecnologia em Logística UNAERP UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO CAMPUS GUARUJÁ henriques.fabiana@yahoo.com.br RESUMO Este artigo tem como objetivo ressaltar o papel das organizações e de cada colaborador, antes de tudo como cidadão, na construção de um mundo melhor. As causas de proteção ambiental demandam de disciplina e da consciência de cada um. Para tanto, as reflexões acerca de ComportaMente Organizacional: disciplina e consciência ambiental fundamentaram-se nas contribuições de autores que abordam sobre o comportamento organizacional, educação ambiental nas empresas e o papel dos líderes e gestores como mediadores de ações que visam qualidade de vida aos colaboradores e sociedade geral. PALAVRAS-CHAVE: consciência e disciplina ambiental, comportamento organizacional, gestão e liderança organizacional. ABSTRACT This paper aims to emphasize the role of organizations and each employee, first of all as a citizen that they are, in the construction of a better world. The causes of environmental protection require discipline and consciousness of each one. For this purpose, there are important reflections on "Organizational Behavior: discipline and environmental consciousness" that were based on the contributions of authors who approach on organizational behavior, environmental education in companies and the role of leaders and
managers mediating actions which aim quality of life for employees and society in general. KEYWORDS: environmental awareness and discipline, organizational behavior, management and organizational leadership. Apresentação: oral 1. Introdução Nunca é demais, quando discutimos sobre assuntos relacionados à Proteção Ambiental. Atualmente há um vasto estudo sobre o assunto e uma quantidade imensa de informações a respeito. Entretanto ainda observamos que informação não resulta necessariamente em ações satisfatórias em relação aos cuidados ambientais. Os indivíduos ainda necessitam trabalhar suas mentes, desenvolver consciência e disciplina. No âmbito organizacional os temas relacionados à responsabilidade ambiental e social surgiram no final do século XX a princípio como um diferencial para as empresas que tinham sua reputação reconhecida quando divulgada sua proposta de integração social às questões ambientais. Atualmente a empresa é considerada uma das principais fontes influenciadoras da atividade humana no que diz respeito à proteção ambiental. Desta forma cada vez mais necessita modificar o foco de apenas produzir bens e serviços dentro da Lei e tornar a Gestão Ambiental parte integrante de sua estratégia de modo que se torne de fato parceira do desenvolvimento sustentável. Rompemos com a ideia de que a escola seja o principal local para se desenvolver a educação ambiental. Embora ainda importante, inclusive nas Instituições de educação básica e ensino superior que contribuem para formação intelectual e de valores humanos. Os recursos para o ensino-aprendizagem na educação para o meio ambiente se encontram também nas empresas; nas indústrias e fábricas. Hoje temos o Pedagogo Empresarial desempenhando um importante papel no desenvolvimento profissional e humano, também contribuindo como portavoz das questões ambientais nas organizações. O Pedagogo Empresarial integra a equipe de profissionais da organização; Gestores da área de pessoas ou demais áreas da organização visando desenvolver habilidades e competências para o bom desempenho do colaborador na execução das atividades profissionais alinhadas à Cultura, a Missão, Visão e Valores Organizacionais.
É importante destacar que não apenas o Pedagogo Empresarial, mas todos os Gestores, Líderes e colaboradores de todas as áreas e instâncias estão implicados neste processo e são importantes mediadores instrucionais. A educação ambiental nas organizações tem um papel fundamental na conscientização de práticas dos funcionários ao executar atividades na empresa, na sua casa e na sociedade geral. As pessoas das organizações são os protagonistas destas ações sustentáveis. 2. Objetivos O presente artigo tem como objetivo elucidar a importância da disciplina e da consciência ambiental nas organizações e destacar o indivíduo como protagonista e não como vítima das condições ambientais vividas na atualidade. O tema ComportaMente Organizacional destaca o papel das organizações de semear atitudes positivas frente ao ambiente e principalmente o papel de cada indivíduo: comportar a mente, ter disciplina, ser exemplo, praticar ações efetivas dentro das empresas e no contexto social. Para tanto, as reflexões fundamentaram-se nas contribuições de autores que abordam sobre a consciência ambiental e o papel da liderança exercida pelos gestores nas organizações. 3. Disciplina e Consciência Ambiental ComportaMente Organizacional faz uma analogia com o termo Comportamento Organizacional que é de acordo com Robbins (2005): Um campo de estudos que investiga o impacto que os indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este conhecimento para melhorar a eficácia organizacional (ROBBINS, 2005, p.6). O tema ComportaMente Organizacional: disciplina e consciência ambiental surgiu da ideia de que a mente dos indivíduos deve se comportar de modo a trazer ações positivas frente ao ambiente que vivemos. Em outras palavras, a mente humana deve desenvolver disciplina e consciência ambiental. As empresas possuem um importante papel nesse processo por ser um recorte da sociedade. Considerando que a Responsabilidade Social é um conjunto de atitudes e comportamentos individuais ou empresariais que visam o desenvolvimento sustentável do planeta, este deve ser um dos pilares do modelo de gestão das organizações. Desde 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, os programas de Educação Ambiental fazem parte dos diferentes níveis nacional, regional ou local cuja meta segundo Barbieri (2007), [...] é desenvolver uma população mundial consciente e preocupada com o meio ambiente [...]. (p.88)
Ainda, de acordo com BARBIERI (2007), a busca por soluções para problemas atuais e prevenção de problemas futuros apresenta os seguintes objetivos: a) Tornar os indivíduos conscientes e sensíveis em relação aos problemas ambientais; b) Gerar conhecimentos sobre as influências e ações humanas sobre o meio ambiente; c) Fomentar valores e sentimentos motivadores para defesa e busca de soluções aos problemas ambientais; d) Gerar habilidades para uma participação ativa; e) Oferecer condições para avaliação de medidas tomadas e aos programas de educação ambiental desenvolvido; f) Promover senso de responsabilidade e urgência com as questões ambientais e estimulação para busca de ações para soluções. Destacamos ainda dois conceitos importantes para este estudo: Ambiente e Gestão Ambiental Para Barbieri (2007), o meio ambiente é tudo que envolve ou cerca os seres vivos e as coisas. A palavra ambiente vem do latim e o prefixo ambi dá a ideia de ao redor de algo ou de ambos os lados (p.5). Assim, vimos que o meio ambiente é o ambiente natural e o artificial, o original e o alterado, o destruído e o construído pelos homens, como as áreas urbanas, industriais e rurais. O meio ambiente pode ser entendido como a própria condição da existência humana na terra. Já os termos administração, gestão do meio ambiente ou gestão ambiental, conforme apresenta Barbieri: São entendidos como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente. (BARBIERI, 2007, p.25) O papel do líder é, portanto, fundamental no planejamento e execução de atividades administrativas e operacionais realizadas com responsabilidade e consciência ambiental. Relacionado a este ponto temos a contribuição de Aguiar (2000) que conceitua a liderança como a capacidade de tomar iniciativa em situações sociais de planejar, de organizar a ação e de suscitar colaboração. (AGUIAR, 2000, p.318) Desta forma, os líderes e gestores estão implicados além de metas organizacionais no que se refere aos resultados, também devem se ocupar em desenvolver seus colaboradores para causas ambientais e sociais.
4. Conclusões O papel das empresas não resulta apenas na necessidade de resolver problemas ambientais atuais, mas de promover programas preventivos visando garantir o constante desenvolvimento sustentável. Por outro lado, os colaboradores ou cidadãos devem agir como protagonistas e não vítimas de um mundo em destruição. A consciência e disciplina deve ser mola propulsora de ações positivas frente aos cuidados ambientais. Saber, conhecer não é fazer. Somos co-responsáveis pelas dificuldades vividas na atualidade e necessitamos abandonar a ideia de que o outro ou o mundo é culpado pelo nosso mal estar e que somos sempre vítimas, como se as circunstâncias vividas não tivessem nenhuma participação das pessoas. É importante que cada um chame para si essa responsabilidade. Pratique e incentive ações em prol do planeta. O sábio Ghand nos deixou uma bela reflexão que se enquadra às reflexões apresentadas seja você a mudança que quer para o mundo. A mudança de atitude deve vir de dentro para fora, do individual para o coletivo, do simples ao complexo e esta deve ser contínua. A melhor maneira de ensinar é ser exemplo. É viver efetivamente os valores comuns a uma sociedade. Conforme apresenta Victor Hugo Kamphorst (2009), consultor socioambiental muito mais importante do que conscientizar sobre os problemas ambientais, como o aquecimento global, é preciso desenvolver o sentimento de pertencimento, ou seja, de que a pessoa é responsável pelas mudanças. Embora as questões trabalhadas não esgotem o tema, por ser amplo e emergente, espera-se que contribuam para acrescentar e manter viva a necessidade de comportar a mente, manter disciplina e realizar ações efetivas e permanentes em prol de uma sociedade melhor baseada nos aspectos biopsicossociais do indivíduo e proporcionando melhor qualidade de vida para todos. 5. Referências AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira de. Processos grupais: liderança. In: Psicologia aplicada à administração: teoria crítica e a questão ética nas organizações. São Paulo: Excellus, 1992. (p.318) BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial. 2.ed.São Paulo: Saraiva, 2007.
BERGAMINI, Cecília Whitaker. O fenômeno da liderança. In: Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1982. (p.94-107) CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria da Administração. 5 ed. São Paulo: Makron Books, 1997 KAMPHORST, Victor Hugo Kamphorst. Sustentabilidade Real. In: http://sustentabilidadereal.conectt.com.br/lists/notcias/dispform.aspx?i D=26. Acesso em: 16 de março de 2009. ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.