Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil Roberto de Souza Centro de Tecnologia de Edificações - CET - Brasil



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Transcrição:

Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil - 31 Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil Roberto de Souza Centro de Tecnologia de Edificações - CET - Brasil 1. CARACTERÍSTICAS DO SETOR DA CONSTRUÇÃO QUE INFLUEM NA QUALIDADE A indústria da construção difere em muito da indústria de transformação a partir da qual nasceram e se desenvolveram os conceitos e metodologias relativos à qualidade. Nos últimos anos estão sendo realizados grandes esforços no sentido de introduzir no setor da construção os programas da qualidade que já predominam em outros setores. O que acontece, é que a construção possui características próprias que dificultam a utilização na prática das teorias modernas da qualidade. Em outras palavras, a construção requer uma adaptação específica de tais teorias, devido à complexidade do seu processo de produção, no qual intervêm muitos fatores. Algumas peculiaridades da construção que dificultam a transposição de conceitos e ferramentas da qualidade aplicados na indústria, são as seguintes: 1) A construção é uma indústria de caráter nômade; 2) Cria produtos únicos e não produtos seriados; 3) Não é possível aplicar a produção em cadeia (produtos passando por operários fixos), mas sim a produção centralizada (operários móveis em torno de um produto fixo); 4) É uma indústria muito tradicional, com grande inércia às alterações; 5) Utiliza mão-de-obra intensiva e pouco qualificada, sendo que o emprego destas pessoas tem um caráter eventual e suas possibilidades de promoção são escassas, o que gera baixa motivação no trabalho; 6) A construção, de maneira geral, realiza seus trabalhos sob intempéries; 7) O produto é único, ou quase único na vida do usuário; 8) São empregadas especificações complexas, quase sempre contraditórias e muitas vezes confusas; 9) As responsabilidades são dispersas e poucos definidas; e 10) O grau de precisão com que se trabalha na construção é, em geral, muito menor do que em outras indústrias, qualquer que seja o parâmetro que se contemple: orçamento, prazo, resistência mecânica, etc. Além desses aspectos, é importante ressaltar que a cadeia produtiva que forma o setor da construção é bastante complexa e heterogênea, contando com uma grande diversidade de agentes intervenientes e de produtos parciais gerados ao longo do processo de produção, produtos estes que incorporam diferentes níveis de qualidade e que irão

32 - IV SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO DA REDE CYTED XIV.C afetar a qualidade do produto final obtido. O ciclo da qualidade, indicando as grandes etapas do processo de produção de um empreendimento de construção, encontra-se esquematicamente ilustrado na Figura 1. Observa-se por esse ciclo da qualidade, que são vários os agentes intervenientes no processo de produção ao longo das várias etapas: 1) Os usuários que variam de acordo com o poder aquisitivo, as regiões do país e a especificidade das obras: habitações, escolas, hospitais, edifícios comerciais e de lazer, rodovias, infra-estrutura, etc.; 2) Os agentes responsáveis pelo planejamento do empreendimento que podem ser agentes financeiros e promotores, órgãos públicos, agentes privados, incorporadores, além dos órgãos legais e normativos envolvidos, dependendo do tipo de obra a ser construída; 3) Os agentes responsáveis pela etapa de projeto: empresas responsáveis por estudos preliminares (sondagens, topografia, demografia, etc.), urbanistas, projetistas de arquitetura, calculistas estruturais, projetistas de instalações e redes de infra-estrutura, além dos órgãos públicos ou privados responsáveis pela coordenação do projeto; 4) Os fabricantes de materiais de construção constituídos pelos segmentos industriais produtores de insumos envolvendo: a extração e beneficiamento de minerais, a indústria de produtos minerais não metálicos (cerâmica, vidro, cimento, cal), de aço para construção e outros produtos metalúrgicos, de condutores elétricos, da madeira, de produtos químicos e de plásticos para a construção; 5) Os agentes envolvidos na etapa de execução das obras: empresas construtoras, empreiteiros, profissionais autônomos, autoconstrutores, laboratórios, empresas gerenciadoras e órgãos públicos ou privados responsáveis pelo controle e fiscalização das obras; 6) Os agentes responsáveis pela operação e manutenção das obras ao longo da sua fase de uso: condomínios, administradores de imóveis, proprietários, usuários e empresas especializadas em operação e manutenção. Figura 1 - Ciclo da qualidade no setor da construção

Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil - 33 Implementar ações que promovam a melhoria da qualidade do setor da construção através da normalização técnica, da adoção de programas de gestão da qualidade e da certificação de produtos e sistemas da qualidade, implica em um longo e meticuloso trabalho de articulação entre esses diversos agentes do processo visando comprometêlos com a qualidade de seus processos e produtos parciais e com a qualidade do produto final, cujo objetivo é satisfazer as necessidades do usuário. A articulação de toda a cadeia produtiva coloca um grande desafio para o movimento da qualidade no setor da construção, pois vários desses agentes têm interesses muitas vezes conflitantes, devido as suas relações comerciais e contratuais. O desafio é ainda agravado em função do perfil das empresas do setor, caracterizado por um grande número de micro e pequenas empresas, e de sua distribuição espacial pelas várias regiões do Brasil. Embora o setor da construção apresente todas essas complexidades, o movimento da qualidade vem se expandindo no Brasil e gerando muitos benefícios, devido à relevância econômica do setor da construção. Dados do projeto denominado Construbusiness, conduzido pela Comissão da Indústria da Construção da FIESP, indicam que a atividade econômica da construção representa 18% do PIB ou U$99 bilhões e gera 14 milhões de empregos, considerando toda a sua cadeia produtiva. 2. OS FATORES INDUTORES DA COMPETITIVIDADE E DA QUALIDADE NO SETOR DA CONSTRUÇÃO Desde 1990, o país e o setor da construção têm passado por transformações aceleradas em seu cenário produtivo e econômico. São exemplos dessas transformações a abertura do mercado nacional, a criação do MERCOSUL, a privatização de empresas estatais, a concessão de serviços públicos, a nova lei de licitações, a concorrência acirrada e a redução dos preços praticados pelo mercado imobiliário e pelos contratantes de obras públicas, industriais e privadas. No campo econômico, depois de muitos anos de convivência com uma economia inflacionária, o País e as empresas começaram a trabalhar em uma economia estabilizada. A organização e a gestão da produção, antes relegadas a um segundo plano, pois a ênfase estava na engenharia da ciranda financeira, passaram a ter importância fundamental no controle de custos, dos desperdícios e do retrabalho dentro das empresas. Por um longo período as empresas do setor se acostumaram a uma economia em que o preço final da obra final era resultante da soma dos custos de produção da empresa e do lucro previamente arbitrado (pela inclusão do BDI - Bônus e Despesas Indiretas) sem grandes preocupações em questionar os custos, as margens de lucro e as despesas indiretas, pois tudo era repassado ao consumidor final. Ao longo destes últimos anos as empresas do setor, pressionadas pelas alterações do mercado e pela intensa competição, passaram a trabalhar com uma nova formulação de preço das obras, em que o lucro passa

34 - IV SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO DA REDE CYTED XIV.C a ser resultante do diferencial entre o preço praticado e pago pelo mercado e os custos diretos e indiretos incorridos na geração do produto. A lucratividade torna-se decorrência da capacidade da empresa em racionalizar seus processos de produção, reduzir seus custos, aumentar sua produtividade e satisfazer as exigências dos clientes. Além dessas transformações no cenário econômico, outros fatores indutores da competitividade e da qualidade no setor da construção surgiram no ambiente nacional, ao longo desta última década. No aspecto legal, entra em vigência no ano de 1990 o Código de Defesa do Consumidor que estabelece uma série de regras para as relações entre produtores e consumidores. O Código impõe sanções pesadas aos projetistas, fabricantes e construtores, no caso de o produto apresentar falhas em uso ou vícios de construção e veda à colocação no mercado de produtos e serviços em desacordo com as normas técnicas brasileiras elaboradas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Em paralelo, o perfil do consumidor brasileiro começou a passar por alterações significativas nesta década de 90 com impacto especialmente sobre os bens de consumo duráveis, tendo em vista seus altos valores de aquisição em relação à renda. Inúmeros fatores contribuem para a mudança de perfil, tais como, o maior acesso à informação de um modo geral, a evolução política para uma situação de maior participação do cidadão nas questões que afetam a sociedade, a abertura econômica que o coloca em contato com produtos, serviços e realidades culturais, tecnológicas e econômicas dos países mais desenvolvidos. Essa mudança de perfil vem trazendo paulatinamente maior grau de exigência dos consumidores finais e novas necessidades a partir de mudanças de hábitos, cultura e comportamento. Também os contratantes privados, ligados às mais diversas atividades produtivas, passaram a estabelecer novos parâmetros a serem atendidos para o projeto e execução de obras, para atender a novas necessidades de seus processos produtivos e do papel que os bens construídos passam a desempenhar, incluindo-se, por exemplo, maior preocupação com os aspectos que determinam o desempenho da obra ao longo de toda a vida útil. O Estado, no seu papel de contratante e comprador de bens e serviços da construção civil em grande escala, passou a fazer uso de seu poder de compra, estabelecendo novos parâmetros a serem atendidos, rompendo com práticas e procedimentos que exerciam um papel inibidor da melhoria da qualidade. Destaca-se, nesse sentido, a atuação da Petrobrás, Eletrobrás e Telebrás que passaram a exigir a qualificação de seus fornecedores a partir dos requisitos das normas ISO 9000. No estado de São Paulo, ressalta-se a criação em 1996 do programa QUALIHAB por parte da CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano - que estabelece termos de cooperação com as várias entidades de classe setoriais, definindo prazos e requisitos da qualidade a serem cumpridos pelas empresas projetistas, fabricantes, gerenciadoras e construtoras, que fornecem serviços à CDHU, a fim de as mesmas possam participar das licitações públicas do órgão.

Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil - 35 Destacam-se ainda, neste período, as ações das entidades de classe do setor da construção civil, que têm pautado sua atuação através de programas setoriais de melhoria da qualidade, tanto nos segmentos produtores de materiais quanto nos segmentos de empresas construtoras, com forte ênfase na conscientização setorial para a qualidade e produtividade. Na realidade interna das empresas e dos seus canteiros de obras ganhou corpo da década de 1990 o combate ao desperdício, bastante relevante na construção e um dos principais indicadores dos custos da não qualidade para as empresas do setor. O próprio conceito de desperdício foi ampliado, passando as empresas a diagnosticálo por meio da identificação de falhas nas seguintes etapas do processo produtivo: 1) falhas ao longo do processo de produção que são caracterizadas por: perdas de materiais que podem sair da obra na forma de entulho ou que podem ficar agregados à obra; retrabalho feito para corrigir serviços em não-conformidade com o especificado; e tempos ociosos de mão-de-obra e equipamentos, seja por deficiência de planejamento de obras seja por ausência de uma política de manutenção de equipamentos; 2) falhas nos processos gerenciais e administrativos da empresa, caracterizadas por compras feitas apenas na base do menor preço; deficiências nos sistemas de informação e comunicação da empresa; programas de seleção, contratação e treinamento de pessoal inadequados; perdas financeiras por deficiência de contratos e atrasos de obra; e retrabalho administrativo nas várias áreas da empresa; e 3) falhas na fase de pós-ocupação das obras, caracterizadas por patologias construtivas com necessidade de recuperação e altos custos de manutenção e operação, com prejuízo da imagem da empresa junto ao mercado. O diagnóstico desse conjunto de falhas atuando na empresa, no processo de produção e mesmo na fase de pós-ocupação das obras e sua conversão em custos da não qualidade, possibilitaram a identificação de um enorme potencial nas empresas construtoras para a introdução de programas da qualidade visando a melhoria de produtos e processos. Mas o grande indutor da competitividade e qualidade no setor da construção do Brasil é o PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Hábitat, que será mais bem detalhado na seqüência, devido sua importância estratégica para a melhoria da qualidade do setor. 3. PBQP-H - PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO HÁBITAT Em 1998, foi criado pelo governo federal o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional que é coordenado pela SEDU - Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República.

36 - IV SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO DA REDE CYTED XIV.C Em 2000, expandindo o escopo do Programa, passou-se a considerar, além da Construção Habitacional, todo o conceito de Habitat, abrangendo também as áreas de Saneamento, Infra-estrutura e Transporte Urbano, passando o Programa a ser designado como Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Hábitat. O objetivo geral do PBQP-H é incentivar o esforço brasileiro pela melhoria da qualidade e produtividade do setor da construção, procurando assim aumentar a competitividade de bens e serviços, bem como estimular projetos que melhorem a qualidade do setor. Seus objetivos específicos são: 1) estimular o inter-relacionamento entre agentes do setor; 2) promover a articulação internacional com ênfase no Cone Sul; 3) coletar e disponibilizar informações do setor e do PBQP-H; 4) fomentar a garantia de qualidade de materiais, componentes e sistemas construtivos; 5) incentivar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e mecanismos de garantia da qualidade de projetos e obras; 6) estruturar e animar a criação de programas específicos visando a formação e a requalificação de mão-de-obra em todos os níveis; 7) promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações; 8) combater a não conformidade intencional de materiais, componentes e sistemas construtivos; 9) apoiar a introdução de inovações tecnológicas; e 10) promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de projetos e obras habitacionais. Para sua implementação, o PBQP-H conta com a parceria e colaboração dos agentes da cadeia produtiva e técnica do setor, destacando-se: 1) Secretaria de Política Urbana da Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República; 2) Secretaria de Política Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Turismo; 3) Secretaria do Desenvolvimento Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia; 4) Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP; 5) Caixa Econômica Federal - CEF; 6) Associação Brasileira de COHABs - ABC; 7) Associação Brasileira de Cimento Portland - ABCP;

Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil - 37 8) Instituto Brasileiro de Siderurgia - IBS; 9) Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído - ANTAC; 10) Comitê Brasileiro de Construção Civil da Associação Brasileira de Normas Técnicas - CB-02/ABNT; 11) Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC; 12) Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE; 13) Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva - SINAENCO; 14) Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO; 15) Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica para Revestimento - ANFACER; 16) Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA; 17) Associação Brasileira dos Produtores de Cal - ABPC; 18) Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais e Equipamentos para Saneamento - ASFAMAS; 19) Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade - IBQP; 20) Associação Nacional da Indústria Cerâmica - ANICER; e 21) Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção - ANAMACO. Atualmente, o Programa está estruturado em doze grandes projetos envolvendo ações de normalização, gestão da qualidade, certificação, capacitação laboratorial, desenvolvimento e difusão de Tecnologia, que atingem todos os segmentos da cadeia produtiva, com maior ênfase em construtoras, projetistas, fabricantes de materiais e agentes financeiros (CEF - Caixa Econômica Federal) e órgãos públicos contratantes de projetos e obras. Dentre esses projetos, aquele que tem tido maior destaque e relevância no setor é o Sistema de Qualificação Evolutiva de Empresas Construtoras - SIQ-C. No âmbito deste projeto, foi aprovada uma norma de referência que define um sistema evolutivo de gestão da qualidade baseado na NBR ISO 9002:94 e que estabelece um conjunto de requisitos específicos a serem atendidos pelas empresas construtoras que executam obras de Edificações. Instituído através da Portaria Ministerial no. 67 de 21 de novembro de 2000, o SIQ - Construtoras procura estabelecer os parâmetros técnicos que orientam as empresas construtoras na implantação de seus sistemas de gestão da qualidade e as certificadoras na realização de auditorias da qualidade e concessão dos Atestados de Qualificação Evolutiva.

38 - IV SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO DA REDE CYTED XIV.C De um modo geral, as principais características do SIQ - Construtoras são: 1) os requisitos da qualidade propostos são baseados na norma NBR ISO 9002:94; 2) o Sistema da Qualidade tem um caráter evolutivo e estabelece quatro níveis progressivos de qualificação (Níveis D, C, B e A), sendo o nível D o menos abrangente e o nível A o mais completo e equivalente à norma NBR ISO 9002:94. Esses níveis são implantados ao longo do tempo, conforme ilustrado na Figura 2; Figura 2 - Níveis progressivos de qualificação 3) o SIQ-C define uma lista de 25 serviços de execução de obras que precisam ser controlados obrigatoriamente pela empresa construtora; 4) além disso, estabelece que a empresa precisa definir e controlar pelo menos 30 materiais de construção que ela utiliza em suas obras; 5) o SIQ-C abrange todo o território nacional e serve de referência para o estabelecimento de Acordos Setoriais entre a CEF - Caixa Econômica Federal e órgãos públicos contratantes de obras e as entidades de classe das construtoras. Nesses Acordos são definidos os prazos a partir dos quais a CEF e os órgãos contratantes passam a exigir os níveis evolutivos de qualificação das construtoras para que essas recebam financiamento da CEF ou participem de licitações públicas dos órgãos contratantes; 6) após implantar o Sistema Evolutivo de Gestão da Qualidade exigido pelo SIQ- C, com auxílio de uma empresa de consultoria ou por conta própria, a construtora necessita de um Atestado de Qualificação. Esse Atestado só pode ser concedido por Organismos de Certificação Credenciados (OCC) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Para conceder tal Atestado, os OCCs realizam auditorias externas para verificar a conformidade do Sistema da Qualidade da construtora aos requisitos de cada nível evolutivo (D, C, B e A). Para cada nível é emitido um Atestado.

Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil - 39 No ano de 2002, os principais estados do Brasil já haviam aderido ao PBQP-H e estabelecido Acordos Setoriais entre a CEF, os órgãos públicos contratantes de obras e os Sindicatos da indústria da construção (SINDUSCONs) representando as construtoras. Essa forte adesão do setor da construção ao Programa permitiu o desenvolvimento de um amplo movimento da qualidade, capitaneado pelas construtoras e que atingiu todo o País. 4. RESULTADOS OBTIDOS COM O MOVIMENTO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO Esse amplo movimento da qualidade que vem sendo implementado no setor da construção tem apresentado resultados significativos para as empresas construtoras, para os contratantes e para os consumidores e a sociedade. Em pesquisa realizada pelo CTE - Centro de Tecnologia de Edificações em fevereiro de 2002, junto à Coordenação Nacional do PBQP-H, à Secretaria Executiva do Programa Qualihab - SP e a mais de 600 construtoras que implantaram os sistemas evolutivos de gestão da qualidade, os seguintes resultados foram identificados: 4.1. Resultados obtidos pelas empresas construtoras 4.1.1. Certificação ISO 9000 e Qualificação Evolutiva no nível A Em fevereiro de 2002, aproximadamente 2.000 empresas construtoras haviam aderido, nos vários estados do Brasil, aos sistemas evolutivos de gestão da qualidade. Desse total, 180 delas já estavam certificadas de acordo com a ISO 9000 e 250 já estavam qualificadas no nível A do Programa Qualihab ou do PBQP-H. As demais estavam em processo de implantação e/ou qualificadas nos vários níveis do PBQP-H. A CBIC - Câmara Brasileira da Construção estima em 20.000 o número de empresas construtoras existentes no Brasil. Embora as 2.000 construtoras que aderiram ao movimento da qualidade representem 10% do total de empresas, trata-se de empresas líderes de mercado, tanto do ponto de vista financeiro como tecnológico, respondendo por mais de 50% do volume total de negócios de construção. 4.1.2. Resultados relacionados aos fatores mercado e clientes Quanto aos fatores relativos aos clientes e mercado, as construtoras identificam como relevantes a obtenção dos seguintes resultados: - imagem diferenciada da empresa em relação aos concorrentes; - maior satisfação dos clientes externos com os produtos entregues e com os serviços de atendimento prestados;

40 - IV SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO DA REDE CYTED XIV.C - melhoria e padronização do processo de entrega da obra, elaboração do Manual de Uso e Manutenção do Imóvel e assistência técnica pós-entrega; - redução do índice de reclamação de clientes; - visibilidade maior por parte da área comercial da empresa das necessidades dos clientes e do mercado, permitindo a definição de novos negócios e novas estratégias competitivas no mercado da construção; e - redução de custos de produção e de custos indiretos permitindo margens de lucratividade compatíveis com a realidade do mercado e com as necessidades dos acionistas. 4.1.3. Melhoria na relação com fornecedores Quanto aos resultados obtidos junto aos fornecedores, as empresas identificam como relevantes os seguintes resultados: - melhoria do sistema de qualificação e avaliação de fornecedores; - redução das falhas de recebimento de projetos, materiais e serviços de execução de obras; e - desenvolvimento de parcerias com os projetistas, fornecedores de materiais e equipamentos e empreiteiros. 4.1.4. Melhoria na organização da empresa e do canteiro de obras Neste aspecto, as empresas destacam os seguintes resultados positivos: - a definição de um modelo de gestão empresarial, montado a partir do sistema de gestão da qualidade com clara definição de autoridades e responsabilidades tanto dentro da empresa quanto nos canteiros de obras, permitindo aumento da eficácia do processo de gestão empresarial e gestão das obras; - a racionalização e padronização dos processos empresarias; - a integração da cadeia de fornecedores e clientes internos; e - a informatização da empresa, possibilitando a geração de indicadores de desempenho empresarial. 4.1.5. Melhoria dos processos técnicos e de produção São destacados pelas empresas em relação aos processos técnicos e de obras: obtenção de resultados de melhoria de qualidade, aumento de produtividade, redução de desperdícios e redução de custos nos seguintes processos:

Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil - 41 - suprimentos de materiais e contratação de serviços; - recebimento e armazenamento de materiais; - planejamento físico-financeiro de obras; - contratação e coordenação de projetos; - gerenciamento de obras; - planejamento e projeto do canteiro de obras e da logística das obras; - segurança do trabalho e saúde ocupacional; e - processos executivos de obras. 4.1.6. Melhoria nos aspectos de gestão de pessoas Os resultados destacados pelas empresas quanto a este aspecto dizem respeito a um aumento da percepção da importância das pessoas no desempenho do sistema de gestão da qualidade. Os seguintes resultados foram destacados pelas empresas: - maior comprometimento e motivação dos colaboradores; - implementação de programas de treinamento; - melhoria na comunicação interna e na difusão de informações; e - maior comprometimento e preocupação da alta administração e das gerências com os aspectos humanos e com a gestão das pessoas que trabalham na empresa e nas obras. 4.2. Resultados obtidos em outros segmentos da cadeia produtiva da construção A partir da implantação dos sistemas de gestão da qualidade nas construtoras, outros segmentos da cadeia produtiva passaram a se mobilizar e implementar seus programas de qualidade. As empresas de projeto de arquitetura, estruturas e sistemas prediais - instalações hidráulicas, elétricas, de telefonia e de ar-condicionado - passam a ser exigidas pelas construtoras a partir de suas ações de qualificação e avaliação de fornecedores, pois o projeto é elemento essencial para a obtenção da qualidade do produto final - a obra pronta e em funcionamento. Por iniciativa de suas entidades de classe, as empresas de projeto passam a implementar Programas de Gestão da Qualidade e Certificação ISO 9000, a partir do ano de 1999, em vários estados do Brasil. Em fevereiro de 2002, o número de empresas de projeto certificadas e em processo de certificação ultrapassava 100 empresas, havendo forte tendência de o PBQP-H aprovar o Sistema de Qualificação Evolutiva de Empresas de Projeto - SIQ - Projetistas, à semelhança do que ocorreu com as construtoras.

42 - IV SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO DA REDE CYTED XIV.C As empresas fabricantes de materiais passam também a sofrer exigências por parte das construtoras que implementam seus sistemas da qualidade na área de suprimentos, onde são definidas especificações técnicas para compra de materiais, assim como procedimentos e critérios de inspeção e recebimento de materiais nas obras, sempre em conformidade com as normas técnicas da ABNT. Em consonância com as diretrizes do PBQP-H, os sindicatos e as entidades de classe representativas dos fabricantes de materiais passam a criar, a partir de 1999, os PSQs - Programas Setoriais da Qualidade, cujo principal objetivo é definir as regras e os procedimentos para o combate à não-conformidade dos produtos fabricados por cada segmento às normas estabelecidas pela ABNT. Neste modelo, a entidade de classe de um determinado segmento de fabricantes contrata uma empresa independente que recolhe amostras do produto nas fábricas e nas revendas, ensaia tais amostras e verifica sua conformidade às normas técnicas pertinentes da ABNT. Os resultados obtidos são publicados pela entidade na forma de listas de empresas que estão em conformidade e em não-conformidade. Em fevereiro de 2002, já estavam em funcionamento 22 Programas Setoriais da Qualidade no âmbito do PBQP-H, envolvendo os principais segmentos produtores de materiais de construção. Os órgãos públicos contratantes de obras de vários estados passaram a exigir a qualificação evolutiva das construtoras para que essas participem das licitações públicas. Essa interação com os programas da qualidade das construtoras fez com que alguns órgãos públicos dos estados do Pará e da Bahia implantassem, a partir do ano de 2001, programas internos de gestão da qualidade, a fim de melhorar seus processos de licitação, contratação, gerenciamento, fiscalização e recebimento de projetos e obras. Esse movimento da qualidade nos órgãos públicos tende a se ampliar com a provável aprovação por parte do PBQP-H do Sistema de Qualificação Evolutiva de Órgãos Públicos Contratantes de Projetos e Obras - SIQ - Órgãos Públicos. Em outros segmentos da cadeia produtiva da construção - incorporadoras, imobiliárias, administradoras de condomínios, gerenciadoras, consultorias, empreiteiros, laboratórios, prestadores de serviços, fornecedores de equipamentos - também se observa a implementação de programas da qualidade, em consonância com as normas ISO 9000 e com o conceito de qualidade evolutiva, à semelhança do movimento originado nas construtoras. Como tendência futura, e como resultado desse amplo movimento pela qualidade no setor da construção, algumas empresas construtoras líderes iniciam a implantação de Sistemas de Gestão Ambiental e Certificação ISO 14000 e de Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional e Certificação OHSAS 18000.

Qualidade na cadeia produtiva da construção no Brasil - 43 REFERÊNCIAS Silva, M.A.C. Metodologia de seleção tecnológica na produção de edificações com o emprego do conceito de custos ao longo da vida útil. São Paulo, 1996. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. Souza, R. A contribuição do conceito de desempenho para a avaliação do edifício e suas partes: aplicação às janelas de uso habitacional. São Paulo, 1983. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. Souza, R. et al. Sistema de gestão da qualidade para empresas construtoras. São Paulo : Pini, 1995. 247p. CTE, SindusCon-SP, Sebrae-SP. Souza, R.; Mekbekian, G. Os entraves comportamentais e de gestão na implementação de sistemas da qualidade em empresas construtoras. In: ENTAC/95 - Qualidade e Tecnologia na Habitação, Rio de Janeiro, 1995. Anais... ANTAC/URFJ/UFF. Souza, R.; Mekbekian, G. Qualidade na aquisição de materiais e execução de obras. São Paulo : Pini, 1996. 275p. Souza, R.; Silva, M.A.C. Estudo da competitividade da indústria brasileira: nota técnica do complexo de materiais de construção. Campinas : Finep/Unicamp/UFRJ/FDC, FUNCEX, 1993. Souza, R.; Tamaki, M. Especificação e recebimento de materiais de construção. São Paulo : O Nome da Rosa, 2001. 125p.