ANAIS DA 4ª MOSTRA DE TRABALHOS EM SAÚDE PÚBLICA 29 e 30 de novembro de 2010 Unioeste Campus de Cascavel ISSN

Documentos relacionados
Análise da demanda de assistência de enfermagem aos pacientes internados em uma unidade de Clinica Médica

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PACIENTE IDOSO INTERNADO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade neonatal: utilização do Nursing Activities Score

NURSING ACTIVIES SCORE (NAS) X ESCORE DE BRADEN EM PACIENTES COM ULCERA POR PRESSÃO

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM

ENFERMAGEM ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM. Gestão de Processos e Equipes de Trabalho Aula 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

RESOLUÇÃO COFEN Nº 0527/2016. Anexo I. Conceitos e metodologia de cálculo de pessoal de enfermagem

RESOLUÇÃO COFEN N 0543/2017. Anexo I. Conceitos e metodologia de cálculo de pessoal de enfermagem

EXIJA QUALIDADE NA SAÚDE

EXIJA QUALIDADE NA SAÚDE

O PERFIL DOS PACIENTES COM SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

RESOLUÇÃO COFEN-293/2004

A PRÁTICA DO DIMENSIONAMENTO DE RECURSOS HUMANOS DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL PÚBLICO FEDERAL DE ENSINO, EM CUIABÁ MT 1

Projeto Acolhimento ao Cuidador do Paciente Dependente em Unidade de Internação

Palavras-chave: Enfermagem; Segurança do Paciente; Enfermagem em Emergência.

CARACTERIZAÇÃO DOS COLABORADORES DE ENFERMAGEM E LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES PARA EDUCAÇÃO PERMANENTE

A DIMENSÃO QUALITATIVA E O DIMENSIONAMENTO QUANTITATIVO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO AMBIENTE DO CUIDADO/CONFORTO DA UTI.

Sistema de Classificação de Pacientes: identificação da complexidade assistencial de pacientes em diferentes clínicas de internação

CARACTERIZAÇÃO DE LESÕES DE PELE EM UM CENTRO DE TRATAMENTO INTENSIVO ADULTO DE UM HOSPITAL PRIVADO

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DAS QUEDAS EM CRIANÇAS INTERNADAS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO

HABILITAÇÃO ACADÊMICA DO ENFERMEIRO ASSOCIADA À AUTONOMIA PROFISSIONAL

Introdução RESUMO: 118 N º. 3, Dezembro/2012

QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO EM TERAPIA INTENSIVA: ANÁLISE DAS NECESSIDADES DE ENFERMAGEM DA UTI PEDIÁTRICA HU-UFGD/EBSERH

Halana Batistel Barbosa 1 Lara Adrianne Garcia Paiano 2 Anair Lazzari Nicola 3 Luciana Magnani Fernandes 4. Doi: 10.

Análise de erro de medicação sob a ótica de auxiliares/técnicos de enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva

PERFIL DE INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS A ATENÇÃO PRIMÁRIA (ICSAP) EM MENORES DE UM ANO

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Dimensionamento de pessoal de enfermagem

Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem. Profa Karina Gomes Lourenço

PRESTAÇÃO DE CONTAS NOV/2013

MANUAL DE INDICADORES ENFERMAGEM NAGEH ENFERMAGEM PESSOAS (2017)

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENFERMAGEM CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ANO ACADÊMICO º SEMESTRE PROGRAMA DA DISCIPLINA

Perfil de complexidade dos clientes hospitalizados na unidade de tratamento de doenças infecciosas, segundo a Escala de Fugulin

ANÁLISE DA CARGA DE TRABALHO E DISPONIBILIDADE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UNIDADE NEONATAL

ESTUDO EPIDEMILOGICO DO ÍNDICE DE PACIENTES IDOSOS COM TRAUMATISMO CRANIO-ENCEFÁLICO INTERNADOS EM UM HOSPITAL DO OESTE DO PARANÁ NO ANO DE 2009

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE HOSPITAL MATERNO INFANTIL PRESIDENTE VARGAS SERVIÇO DE PEDIATRIA OPERAÇÃO INVERNO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ UNIOESTE PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DE SAÚDE EM ENFERMAGEM. EDITAL Nº 024/2016 COREMU

TEMA 2 internação Mayara Ligia Rasini PROFª Letícia Peres

Impacto financeiro da ação de uma equipe multidisciplinar no gerenciamento dos custos de materiais e medicamentos em uma Unidade de Terapia Intensiva

Atuação da enfermagem no transporte e remoção de paciente em urgência e emergência. Profº. Enfº Diógenes Trevizan

Juliana de Oliveira Barros

Gilmara Noronha Guimarães 1 Rafaela Campos Emídio 2 Rogério Raulino Bernardino Introdução

EXIJA QUALIDADE NA SAÚDE

PERFIL DOS IDOSOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM CAMPINA GRANDE

Perfil epidemiológico do CTI e estrutura de atendimento

SEGURANÇA DO PACIENTE A NÍVEL HOSPITALAR: IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DOS REGISTROS EM PRONTUÁRIOS

Atraso na admissão hospitalar de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico: quais fatores podem interferir?

RESUMO SEPSE PARA SOCESP INTRODUÇÃO

Rotatividade de Pessoal

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE PREVENÇÃO DE QUEDAS DOS PARTICIPANTES DE UM CURSO DE SEGURANÇA DO PACIENTE: USO DE QUESTIONÁRIO PRÉ E PÓS-TESTE

Grau de dependência de idosos hospitalizados conforme o sistema de classificação de pacientes

SERVIÇOS DE ATENDIMENTO DE SAÚDE

EXIJA QUALIDADE NA SAÚDE. Reunião do Grupo de Indicadores de Enfermagem do Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar NAGEH

TÍTULO: O ACOLHIMENTO DO ENFERMEIRO DO SERVIÇO DE PROCURA DE ÓRGÃOS E TECIDOS AOS FAMILIARES DO POTENCIAL DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS.

Relatório Gerencial Do Perfil Epidemiológico Da Unidade Concórdia do Complexo Hospitalar São Francisco

TxOH = Total de pacientesdia em determinado período x 100 / Total de leitos-dia no mesmo período.

INDICADORES QUALITATIVOS CONTRATO nº 123/2015

Hotelaria. Reunião

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO INTERNAMENTO DO HOSPITAL REGIONAL DE PONTA GROSSA-PR

Universidade Estadual de Maringá- UEM Universidade Estadual de Maringá-UEM

Jamille Guedes Monteiro Evangelista

ATOS E FATOS: Programa de Assistência Domiciliária

PORTARIA Nº 2.352/GM Em 26 de outubro de 2004.

CULTURA DE SEGURANÇA: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL DE ENSINO

Uso da informática para a prática da Sistematização da Assistência de Enfermagem

PRESTAÇÃO DE CONTAS FEVEREIRO/ /02/2015 COMPLEXO ESTADUAL DO CÉREBRO. Relatório de gestão dos serviços assistenciais

Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um serviço de internação para

CASE HOSPITAL CARLOS FERNANDO MALZONI Matão FEHOSP Fórum Técnico Gestão de Informações

Rotatividade de Pessoal

PERFIL DE USUÁRIOS DE PSICOFÁRMACOS ENTRE ACADÊMICOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DO SUL DO BRASIL

SEGURANÇA DO PACIENTE: ATUALIZAÇÃO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS HOSPITALIZADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Dimensionamento de pessoal de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva para adultos*

##ATO Portaria nº 251/GM, Em 31 de janeiro de 2002.

TERMO TÉCNICO PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTA

IMPLANTAÇÃO DO INSTRUMENTO NAS (NURSING ACTIVES SCORE) NA ÁREA AMARELA DO PRONTO ATENDIMENTO MÉDICO DO HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL

ARTIGO ORIGINAL. Palavras-chave: Dimensionamento de Enfermagem; Classificação de Pacientes; Qualidade assistencial.

Fundação 28 de setembro de Total de Médicos 459. Clientes Mais de 56 mil. Colaboradores Diretos Mais de mil

REBEn. Revista Brasileira de Enfermagem. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital de ensino PESQUISA

Política Nacional de Atenção às Urgências. Enfª Senir Amorim

ENFERMAGEM ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM. Gestão de Processos e Equipes de Trabalho Aula 2. Profª. Tatianeda Silva Campos

UPA 24h. Unidade de Pronto Atendimento. São objetivos da UPA:

RELATÓRIO ANUAL HOSPITAL METROPOLITANO DOUTOR CÉLIO DE CASTRO

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

INDICADORES DE DESEMPENHO - Contrato 001/2015 de 28/12/2015

PRESTAÇÃO DE CONTAS JULHO/2014

PROCEDIMENTO DE CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS Nº DT 02/2016

4. RESULTADOS Características da amostra

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE ANÁLISE DO TRABALHO

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR COM DISCENTES DE UM CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: relato de experiência RESUMO

DOENÇA DE PARKINSON NA VIDA SENIL PANORAMA DAS TAXAS DE MORBIMORTALIDADE E INCIDÊNCIA ENTRE AS REGIÕES BRASILEIRAS

DRG:CASES MARCELO T. CARNIELO

CURSO DE ENFERMAGEM CICLO DAS NECESSIDADES DO CUIDADO EM SAÚDE 1 SEMESTRE EIXO CUIDADO COM A SAÚDE DA CRIANÇA MÓDULOS

PRESTAÇÃO DE CONTAS JANEIRO/2014

PRESTAÇÃO DE CONTAS OUTUBRO/2014

O hospital é uma criação da cristandade da Idade Média. Hôtel-Dieu em Paris, 651

PÓS-OPERATÓRIO DOMICILIAR: A FAMILIA COMO CUIDADOR 1

Transcrição:

CARGA DE TRABALHO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO SEGUNDO O TISS-28 Kelly Ribeiro 1 Anair Lazzari Nicola INTRODUÇÃO: A unidade de terapia intensiva (UTI) é destinada a internação de pacientes graves que necessitam de cuidados contínuos, assistência de profissionais especializados, recursos e tecnologias específicas adequadas para um diagnóstico e terapia assistencial, visando a sobrevida com qualidade desses indivíduos (BRASIL, 1998). A UTI é caracterizada como sendo um ambiente de elevada tensão o que gera sobrecarga física e mental aos membros da equipe de enfermagem, por prestarem atendimento a pacientes sujeitos a alterações hemodinâmicas bruscas e risco eminente de morte que necessitam de tomada de decisões imediata. Essas ações exigem dos profissionais de enfermagem elevada carga de trabalho, remetendo assim para a necessidade de um gerenciamento de enfermagem que aborde essas especificidades no planejamento da assistência, bem como a gravidade do paciente, para dessa forma poder adequar o quadro de funcionários (VERSA, 2008). A necessidade de caracterizar a demanda de trabalho de enfermagem em UTI considerando o quantitativo de pessoal que assegure qualidade na assistência e adequada relação custo-benefício da assistência, tem sido uma das preocupações constantes dos gestores. Uma vez que, a necessidade crescente de diminuir custos e aumentar a oferta de serviços, na área de saúde, coloca em questão o quadro de pessoal de enfermagem, que representa o maior quantitativo e maior custo na unidade (QUEIJO, 2008; FUGULIN; 2002). A utilização de uma metodologia de dimensionamento é um importante instrumento gerencial, pois com a análise dos dados sobre as condições dos pacientes pode-se tomar decisões mais acertadas sobre a distribuição dos recursos humanos, considerando que um correto dimensionamento traduz numa maior satisfação dos profissionais de enfermagem que 1 Aluna do 5º ano do Curso de Enfermagem da Unioeste, Campus de Cascavel. Rua: Chavantes, 1643 Santa Cruz. Fone: (45) 9917-1299. E-mal: kelly_kribeiroo@hotmail.com.

refletirá na qualidade da assistência, produtividade e processo orçamentário (NICOLA; ANSELMI, 2005). Diante disso, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN, 2004), órgão que regulamenta o exercício dos profissionais de enfermagem, estabeleceu por meio da Resolução 293/2004 critérios para dimensionar o quantitativo mínimo de profissionais de enfermagem para a cobertura assistencial nas instituições de saúde. E para isso recomenda a utilização de um instrumento que classifique o tempo de assistência conforme as necessidades do paciente. O instrumento utilizado para o desenvolvimento deste estudo foi o Therapeutic Intervention Scoring System-28 (TISS- 28), proposto inicialmente por Cullen e seus colaboradores em 1974, a princípio com duplo objetivo, de mensurar a gravidade dos pacientes e calcular a correspondente carga de trabalho de enfermagem na UTI, com base no tipo e quantidade de intervenções terapêuticas recebidas. Este instrumento apresenta 28 intervenções que recebem pontuações de um a oito, podendo obter um somatório total variando de 1 a 78 pontos, que permite determinar a carga de trabalho de enfermagem da seguinte forma: a cada ponto do TISS-28 equivale a 10,6 minutos do tempo de trabalho de um profissional de enfermagem em um turno de trabalho na unidade (QUEIJO; PADILHA, 2009). Este estudo mostra a caracterização dos pacientes da UTI geral adulto do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), situado na cidade de Cascavel- PR, bem como a carga de trabalho dos profissionais de enfermagem medida pelo instrumento TISS-28. Os resultados apresentados a partir da análise dos dados oferecem informações necessárias para o dimensionamento dos recursos humanos de enfermagem a fim de atender as necessidades assistenciais dos pacientes da unidade, bem como, a distribuição adequada dos profissionais evitando assim sobrecarga de trabalho e desperdício de recursos. OBJETIVO: Identificar a carga de trabalho dos profissionais da equipe de enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva Geral Adulto de acordo com os parâmetros presentes no TISS-28 e de acordo com sexo, faixa etária e diagnóstico dos pacientes. METODOLOGIA: Para o alcance do objetivo proposto, foi realizado um estudo descritivo e documental de natureza quantitativa. O local eleito para a coleta de dados foi a UTI-Geral Adulto do HUOP. A UTI Geral, conta com nove leitos destinados a atender pacientes adultos. A equipe de enfermagem, no período da coleta de dados, era constituída por seis enfermeiros, 21 técnicos de enfermagem e 18 auxiliares de enfermagem distribuídos nos três turnos diários de trabalho com seis horas no período matutino e vespertino e doze horas no período noturno. A população alvo deste estudo foram pacientes internados na unidade que apresentavam o

instrumento TISS-28 preenchido e completo, no período de julho a dezembro de 2008, com idade igual a superior a 14 anos. Os pacientes foram classificados de acordo com três diagnósticos: trauma, clínico e cirúrgico; e conforme a faixa etária: adolescentes, com idade de 14 a 19 anos; adulto jovem, com faixa etária 20 a 40 anos; adulto, com 41 a 59 anos e por fim, idoso, com idade superior a 60 anos. A amostra deste estudo foi composta por 132 prontuários. Os dados foram coletados do livro de registro da unidade UTI-Geral, o qual continha informações como: dia de internamento, desfecho, número de prontuário, data de admissão e da alta. No segundo momento foram utilizados os prontuários dos pacientes, localizados no SAME (Serviço de Atendimento Médico e Estatística) para completar as informações referentes ao desfecho, idade e diagnóstico. Para identificar a carga de trabalho, os dados foram coletados do instrumento TISS-28 que era preenchido diariamente pelo enfermeiro da unidade. RESULTADOS: A respeito da caracterização dos pacientes conforme diagnósticos, do total de 132 pacientes, 50 (38%) destes tiveram como diagnóstico trauma, 45 (34%) indivíduos com diagnóstico cirúrgico e por fim 28%, isto é 37 pacientes foram admitido na unidade devido ao diagnóstico clínico. Em relação ao sexo 67% eram do sexo masculino. Os pacientes que compuseram a amostra apresentaram uma média de idade de 43 anos, com uma variação entre 15 a 86 anos. Verificou-se que a maioria dos pacientes hospitalizados na UTI-Geral estão classificados como adulto jovem, isto é, com idade de 20 a 40 anos com 35%, seguido por pacientes adultos 28%, com a faixa etária de 41 a 59 anos; 24% dos pacientes classificados como idosos com idade acima de 60 anos e por fim em menor número os adolescentes de 14 a 19 anos que obtiveram um percentual de 13%. Sobre o desfecho desses indivíduos, 77% (102) dos pacientes que foram admitidos na UTI-Geral receberam alta. Já 23% (30) dos pacientes admitidos na unidade foram a óbito, destes 70% (21) eram do sexo masculino. Sendo a taxa de mortalidade maior no diagnóstico clínico. Sobre a carga de trabalho dos indivíduos que ingressaram na UTI Geral, com base no instrumento TISS-28, o diagnóstico de trauma apresentou o TISS Inicial, que é a quantidade de intervenções terapêuticas realizadas no internamento do paciente na unidade foi de 51 pontos para o grupo etário adulto do sexo feminino e com diagnóstico clínico, enquanto que no diagnóstico cirúrgico o grupo etário adolescente do sexo masculino obteve um escorre de 38, e por fim para o diagnóstico cirúrgico o grupo etário adolescente do sexo feminino com 44 pontos, sendo todos esses grupos classificado em classe III pacientes graves e instáveis hemodinamicamente (ELIAS, et al., 2006); e de acordo com a Resolução do COFEN

293/2004 esses grupos etários requer assistência intermediária, pois a pontuação ficou em média de 6,0 horas diária. Sobre a pontuação do TISS Médio, pontuação aproximada que estes indivíduos apresentaram em relação às intervenções e cuidados requeridos durante a internação, levando em consideração o desvio padrão (DP), o diagnóstico trauma variou de 25,82 (DP=4,4) do grupo etário adulto jovem feminino a 34,47 (DP=1,69) idoso do sexo feminino; já para o diagnóstico cirúrgico, o grupo etário que foi admitido na unidade com maior escorre foi adulto masculino com o escorre 27,46 (DP=4,88), seguido de adolescente masculino 26,38 (DP=9,04), adulto jovem feminino de 26,11 (DP=6,5) e masculino com 25,84 (DP=6,4); por fim do diagnóstico cirúrgico o grupo etário adolescente feminino apresentou pontuação de 35,6, adulto masculino 33,11 (DP=9,31) e idoso do mesmo sexo 33,11 (DP=7,61). Finalmente sobre o TISS Final, que é o último escorre apresentado pelo paciente, na circunstância tanto de alta da unidade quanto a óbito, sobre o diagnóstico trauma, o maior e o menor escorre apresentado pelos indivíduos alvo deste estudo foi 30 (DP=10,82) para o idoso do sexo masculino e 20 (DP=5,3) para adulto do sexo masculino e 20 (DP=4,53) adulto jovem do sexo feminino. Para o diagnóstico cirúrgico, os três maiores escorres foram do grupo etário adulto masculino com 25 (DP=7,31), adulto jovem feminino 21,4 (DP=7,7) e idoso feminino apresentando pontuação de 21 (DP=7,48). E por fim, do diagnóstico clínico, adulto do sexo masculino 30,12 (DP=9,86) e idoso do sexo masculino 30,12 (DP=9,09), estes dois grupos apresentaram um escorre final iguais, no entanto com desvio padrão diferentes, ainda, masculino foi de 23 (DP=1,41); idoso do sexo feminino 21,4 (DP=9,09). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O desenvolvimento avançado dos recursos terapêuticos e a necessidade de pessoal especializado para o cuidado ao paciente crítico têm gerado alto consumo dos recursos hospitalares, trazendo como conseqüência, a necessidade cada vez maior de avaliar o desempenho das UTIs. É nesse contexto que os instrumentos de medida de gravidade e de demanda de trabalho de enfermagem surgem como recursos assistenciais e gerenciais voltados à classificação de pacientes e auxílio na adequação dos recursos no âmbito da assistência intensiva na UTI. No entanto, apesar das contribuições que podem proporcionar, apenas o uso adequado dos resultados obtidos é que confirmarão sua real importância. Para isso, devem ser analisados à importância da qualidade da assistência que se tem como meta e dos preceitos éticos inerentes ao cuidado ao paciente grave internado na UTI. Diante ao exposto, a aplicação do TISS-28 ajustado às recomendações da Resolução COFEN n. 293/2004 pode contribuir para o dimensionamento adequado de trabalhadores de

enfermagem na UTI e favorecer as condições de trabalho para o alcance de uma assistência de enfermagem de qualidade e segurança. Este estudo buscou caracterizar os indivíduos admitidos na UTI-Geral do referido hospital, a fim de verificar qual a carga de trabalho dos profissionais de enfermagem de acordo com as intervenções terapêuticas realizadas e os cuidados que estas demandam, de acordo com o diagnóstico trauma, clínico e cirúrgico, conforme a idade, classificadas em adolescente, adulto jovem, adulto e idosos. Em relação a carga de trabalho, pela pontuação média do TISS- 28, a faixa etária adulto masculino com diagnóstico clínico apresentou a maior pontuação 33,11 o que representa 5,8 horas de enfermagem, segundo a Resolução COFEN 293/2004. Já para o sexo feminino encontramos o grupo etário adolescente com pontuação média do TISS-28 com 35,6, o que equivale a 6,3 horas de enfermagem, segundo a referida resolução, logo enquadrando-se na assistência intermediária. Esses dados apresentam alterações significativas quando consideramos o TISS inicial ou o final e consequentemente as horas de assistência de enfermagem também acompanha essas alterações. Para finalizar, consideramos que os dados apresentados neste estudo, podem subsidiar os enfermeiros da unidade para desencadear o processo de dimensionamento dos profissionais de enfermagem necessários para prover a assistência que garantam a segurança dos pacientes e dos trabalhadores de enfermagem. PALAVRA-CHAVES: Unidade de Terapia Intensiva; carga de trabalho; dimensionamento de pessoal; recursos humanos; cuidados de enfermagem. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 466, 4 de junho de 1998. Regulamento técnico para funcionamento dos serviços de tratamento intensivo. Brasília, DF,1998. COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 293/2004. Fixa e estabelece parâmetros para o dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas unidades assistenciais das instituições de saúde e assemelhados. Disponível em: http://www.corensp.org.br/resolucoes/resolucao293.htm. Acesso em: jul.2010. ELIAS, A.C.G.P. et al. Aplicação do sistema de pontuação de intervenções terapêuticas (TISS 28) em unidade de terapia intensiva para avaliação da gravidade do paciente. Rev Latino-am Enfermagem. v. 14, n. 3, p. 324-9, 2006. FUGULIN, F.M.T. Dimensionamento de pessoal de enfermagem: avaliação do quadro de pessoal das unidades de internação de um hospital de ensino. [tese doutorado]. [online]. São Paulo: Escola de Enfermagem da USP; 2002.

NICOLA, A.L.; ANSELMI, M.L. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital universitário. Rev Bras Enferm. v.58, n. 2, p.186-90. 2005. QUEIJO, AF. Estudo comparativo da carga de trabalho de enfermagem em unidade de Terapia Intensiva Geral e Especializada, segundo o Nursing Activities Score (NAS). 2008. Doutorado (tese). São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo. QUEIJO, A. F.; PADILHA, K. G. Nursing Activities Score (NAS): adaptação transcultural e validação para a língua portuguesa. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2009, vol.43, n.spe, pp. 1018-1025. VERSA, G.L.S. Dimensionamento de pessoal de enfermagem para assistir o paciente com traumatismo crânio-encefálico na unidade de terapia intensiva. 2008. Monografia (Especialização). Cascavel-PR, UNIOESTE.