Variáveis Aleatórias. Prof. Tarciana Liberal Departamento de Estatística - UFPB

Documentos relacionados
Variáveis Aleatórias. Prof. Tarciana Liberal Departamento de Estatística - UFPB

Variáveis Aleatórias. Prof. Luiz Medeiros Departamento de Estatística - UFPB

DA PARAÍBA. Variáveis Aleatórias. Departamento de Estatística Luiz Medeiros

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA. Variáveis Aleatórias. Departamento de Estatística Luiz Medeiros

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Variáveis Aleatórias 05/14 1 / 19

Cálculo das Probabilidades e Estatística I

Variáveis Aleatórias. Esperança e Variância. Prof. Luiz Medeiros Departamento de Estatística - UFPB

F (x) = P (X x) = Σ xi xp(x i ) E(X) = x i p(x i ).

VARIÁVEIS ALEATÓRIAS e DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL

VARIÁVEL ALEATÓRIA e DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL

Estatística (MAD231) Turma: IGA. Período: 2018/2

VARIÁVEL ALEATÓRIA e DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL

Lucas Santana da Cunha de junho de 2017

Prof. Dr. Lucas Santana da Cunha de maio de 2018 Londrina

VARIÁVEIS ALEATÓRIAS 1

VARIÁVEIS ALEATÓRIAS 1

Bioestatística F. Modelo Binomial. Enrico A. Colosimo

1 Variáveis Aleatórias

Estatística (MAD231) Turma: IGA. Período: 2017/2

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula 1 04/14 1 / 35

Variáveis Aleatórias. Probabilidade e Estatística. Prof. Dr. Narciso Gonçalves da Silva

Estatística. Capítulo 3 - Parte 1: Variáveis Aleatórias Discretas. Professor Fernando Porto

PRINCIPAIS DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADE

Aula 5. Variáveis Aleatórias Discretas

Parte 4 Variáveis aleatórias

Variável Aleatória. Gilson Barbosa Dourado 6 de agosto de 2008

Avaliação e Desempenho Aula 5

AULA 15 - Distribuição de Bernoulli e Binomial

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Função de Distribuição 05/14 1 / 25

Estatística Aplicada

Cálculo das Probabilidades e Estatística I

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Estatística Planejamento das Aulas

Probabilidade. Variáveis Aleatórias e Distribuição de Probabilidades

Variáveis Aleatórias Discretas

Distribuições de Probabilidade

EST029 Cálculo de Probabilidade I Cap. 4: Variáveis Aleatórias Unidimensionais

Teoria das Filas aplicadas a Sistemas Computacionais. Aula 08

1 Noções de Probabilidade

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Variáveis Aleatórias

Variável aleatória. O resultado de um experimento aleatório é designado variável aleatória (X)

Modelos Probabilísticos Teóricos Discretos e Contínuos. Bernoulli, Binomial, Poisson, Uniforme, Exponencial, Normal

PROBABILIDADE. Curso: Logística e Transportes Disciplina: Estatística Profa. Eliane Cabariti

Confiabilidade de sistemas. Uma importante aplicação de probabilidade nas engenharias é no estudo da confiabilidade de sistemas.

Prof. Adriano Mendonça Souza, Dr. Departamento de Estatística PPGEMQ / PPGEP - UFSM

Modelos de Probabilidade e Inferência Estatística

Variáveis Aleatórias

VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE

Estatística Aplicada II. } Revisão: Probabilidade } Propriedades da Média Amostral

Daniel Queiroz VARIÁVEIS ALEATÓRIAS DISCRETAS

ESTATÍSTICA. x(s) W Domínio. Contradomínio

Professora Ana Hermínia Andrade. Período

MAE 116 Distribuição Binomial FEA - 2º Semestre de 2018

ESTATÍSTICA TÓPICO 7 VARIÁVEL ALEATÓRIA DISCRETA / DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL / DISTRIBUIÇÃO NORMAL

Modelos Probabiĺısticos Discretos

LCE Introdução à Bioestatística Florestal 3. Variáveis aleatórias

Probabilidade e Estatística

MAT 461 Tópicos de Matemática II Aula 5: Resumo de Probabilidade

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Variáveis Aleatórias

Prof. Lorí Viali, Dr.

Variável Aleatória. O conjunto de valores. Tipos de variáveis. Uma função X que associa a cada

Distribuições amostrais

Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Esperança e Variância 06/14 1 / 19

Variáveis Aleatórias Discretas 1/1

Lucas Santana da Cunha 23 de maio de 2018 Londrina

Distribuições discretas de probabilidades. Cap. 8 Binomial, Hipergeométrica, Poisson

1 Introdução. 2 Variáveis Aleatórias Discretas (VAD)

Capítulo 2. Variáveis Aleatórias e Distribuições

Probabilidade. Variáveis Aleatórias Distribuição de Probabilidade

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Estatística Básica. Variáveis Aleatórias Contínuas. Renato Dourado Maia. Instituto de Ciências Agrárias. Universidade Federal de Minas Gerais

CE Estatística I

Estatítica Descritiva e Exploratória

Introdução à probabilidade e estatística I

Unidade III ESTATÍSTICA. Prof. Fernando Rodrigues

Distribuições Discretas

PRINCIPAIS DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES

Modelos de Distribuição PARA COMPUTAÇÃO


Probabilidade I. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba. Prof. Tarciana Liberal (UFPB) Aula Distribuição Geométrica 08/14 1 / 13

3. VARIÁVEIS ALEATÓRIAS

4.1. ESPERANÇA x =, x=1

HEP-5800 BIOESTATÍSTICA. Capitulo 2

Distribuição de Probabilidade. Prof. Ademilson

Lista de Exercícios #2 Assunto: Variáveis Aleatórias Discretas

Probabilidade II. Departamento de Estatística. Universidade Federal da Paraíba

Medidas-Resumo. Tipos de Variáveis

1 Distribuição de Bernoulli

Probabilidade e Estatística

PROBABILIDADES PROBABILIDADE DE UM EVENTO EM UM ESPAÇO AMOSTRAL FINITO

Variáveis Aleatórias. Henrique Dantas Neder. April 26, Instituto de Economia - Universidade Federal de Uberlândia

BIOESTATÍSTICA. Parte 3 Variáveis Aleatórias

Variáveis Aleatórias - VA

1 Distribuições Discretas de Probabilidade

Cálculo das Probabilidades I

Estatística Descritiva e Exploratória

3 a Lista de PE Solução

Variáveis Aleatórias Discretas e Distribuição de Probabilidade

Momentos: Esperança e Variância. Introdução

Transcrição:

Variáveis Aleatórias Prof. Tarciana Liberal Departamento de Estatística - UFPB

Introdução Ao descrever o espaço amostral de um experimento aleatório, não especificamos que um resultado individual seja um número. Exemplos: (i) Jogue uma moeda três vezes e observe a sequência de caras e coroas. ={kkk,kkc,ckk,kck,kcc,ckc,cck,ccc}, em que k =cara e c =coroa. (ii) De um lote de material hospitalar com 4 peças das quais são defeituosas, peças são extraídas até as defeituosas sejam retiradas. ={DD,DPD,PDD,DPPD,...}, em que D =defeituosa e P =perfeita. (iii) Observar o sexo das crianças em famílias com três filhos. ={MMM,MMF,MFM,FMM,MFF,FMF,FFM,FFF}, em que F =feminino e M =masculino.

Introdução Contudo, em muitas situações experimentais, estaremos interessado na mensuração de algo e no seu registro como um número. Mesmo nos exemplos apresentados acima poderemos atribuir um número real a cada elemento do espaço amostral. Exemplos: (i) Seja X o número de caras. X(kkk)=3, X(kkc)=X(ckk)=X(kck)=,X(kcc)=X(ckc)=X(cck)=1 e X(ccc)=0. (ii) Seja X o número de peças retiradas. X(DD)=, X(DPD)=X(PDD)=3 e X(DPPD)=X(DPDP)=...=4. (iii) Seja X o número de meninos. X(MMM)=3, X(MMF)=X(MFM)=X(FMM)=, X(MFF)=X(FMF)=X(FFM)=1 e X(FFF)=0.

Introdução Na realização de um fenômeno aleatório, é comum termos interesse em uma ou mais quantidades. Elas são funções dos resultados que ocorreram e, em muitas situações, a própria função identidade. Nesses casos, os elementos resultantes são as quantidades de interesse. Após a realização do fenômeno teremos uma observação conhecida que, no entanto, não é mais aleatória. Podemos considerar que a observação conhecida do fenômeno aleatório produz um particular valor observado da variável aleatória. Assim, uma outra realização do fenômeno forneceria um outro valor observado da variável, na maioria das vezes, diferente do anterior.

Introdução Desejamos então atribuir um número real x a cada resultado do espaço amostral. O domínio de X é, e os números na imagem são números reais.

Introdução Como sabemos, características de interesse em diversas áreas estão sujeitas à variação. Essa variabilidade ocorre ao acaso, pois resulta de uma soma de fatores não-controlados. Toda vez que uma variável é influenciada pela aleatoriedade, diz-se que esta é uma variável aleatória. Exemplos: número de livros de uma biblioteca, peso de recém-nascidos. Usaremos letras maiúsculas para indicar variáveis aleatórias (X, Y, Z, ) Letras minúsculas representarão valores assumidos por variáveis aleatórias (x, y, z, )

Introdução

Introdução Uma variável aleatória pode ser discreta ou contínua Dizemos que uma v.a. é discreta quando seus possíveis valores podem ser dispostos em uma lista (finita ou infinita) Exemplos: Número de filhos. Número de funcionários de uma empresa. Número de tumores detectados por um exame. Número de testes defeituosos.

Introdução Um caso especial da variável aleatória discreta é quando esta pode assumir um dentre dois valores possíveis. Este tipo de variável recebe, em estatística, o nome de variável dicotômica ou binária. Exemplos: Classificar um tumor como malígno ou benígno. Determinar, através de uma imagem de satélite, se numa determinada área de floresta está ou não ocorrendo uma queimada. Em coletas de sangue, se o fator Rh é + ou.

Introdução Dizemos que uma v.a. é contínua quando ela pode assumir qualquer valor em um dado intervalo. Exemplos: Tempo até a cura de uma doença. Altura de árvores. Peso de recém-nascidos. Concentração de CO na água. Poluição sonora.

Variável Aleatória Discreta Distribuição de Probabilidades Entende-se por distribuição de probabilidades o conjunto de todos os valores que podem ser assumidos por uma v.a. discreta, com as respectivas probabilidades. A distribuição de probabilidades permite a definição de um modelo matemático apropriado a cada situação. Exemplo: considere o experimento verificar 3 peças de uma linha de produção de material hospitalar e observar se as peças são Defeituosa (D) ou Não Defeituosa (N). Temos, Ω = {NNN, NND, NDN, DNN, NDD, DND, DDN, DDD} x 0 1 3 Total P(X=x) 1/8 3/8 3/8 1/8 1

Variável Aleatória Discreta Seja X uma variável aleatória discreta, então X pode assumir os valores x 1, x,... Chamaremos de função de probabilidade da variável aleatória X a função que a cada x i associa sua probabilidade de ocorrência, ou seja, tal que: P( X x ) P( X( ) x ) p( x ) i i i a) 0 p( x i ) 1 b) i1 p( x i ) 1

Exemplo 1 Consideremos uma amostra com 4 doadores de sangue, dos quais são fator Rh +, e sorteamos ao acaso dois doadores, com reposição. Seja N = fator Rh- e P = fator Rh+. Então, ={NN, NP, PN, PP} Definindo X como sendo o número de doadores com fator Rh+, temos: {NN} {NP,PN} {PP} X() 0 1

Consideremos a variável aleatória do exemplo anterior, então: P(X = 0) = ¼, P(X = 1) = ½, P(X = ) = ¼. P(X ) = P() = 1 P(X < 0)=P() = 0 Podemos observar que ( ) 1 0 P( X i) 1, para i = 0,1, e P X i i0 Dessa forma, a distribuição de probabilidade do exemplo é: x i 0 1 P(X= x i ) 1/4 1/ 1/4

Variáveis Aleatórias contínuas A distribuição de probabilidades permite a definição de um modelo matemático apropriado a cada situação. O modelo para v.a. discretas que estudaremos será o Modelo Binomial. No caso de v.a. contínuas a distribuição de probabilidades dá lugar à função densidade de probabilidade que depende de conceitos matemáticos um pouco mais complexos e não será abordada nesse curso. Lidaremos com o modelo para v.a.'s contínuas denominado modelo Normal, o qual é apropriado a diversas situações nas mais diferentes áreas.

Variável aleatória Contínua

ESPERANÇA E VARIÂNCIA Nos modelos matemáticos aleatórios, parâmetros podem ser empregados para caracterizar a distribuição de probabilidade. Logo, a cada distribuição de probabilidade podemos associar certos parâmetros os quais fornecem informações sobre a distribuição. MÉDIA (Esperança) VARIÂNCIA OBJETIVO: Definir medidas para as variáveis aleatórias que sintetizem características relevantes de uma distribuição de probabilidade.

ESPERANÇA (VALOR MÉDIO) DEFINIÇÃO: Dada uma Variável aleatória discreta X, assumindo os valores x 1,x,...,x n, o valor esperado, a esperança matemática de X, denotado por E(X) é definida por E( X i1 x p( x ), i i se x i.p(x i ) < (se a série convergir) ) NOTAÇÃO: E(X )

Exemplo 1 Considere a variável aleatória discreta X: x i 0 1 p(x i ) 1/4 1/ 1/4 Temos que, E( X ) 3 i1 x p( i x i ) 1 0. 4 1. 1 1. 4 1

VARIÂNCIA DEFINIÇÃO: Seja X uma variável aleatória com esperança dada por E(X). A variância de X é definida por Var E( ) ( X ) E( X ) X OBSERVAÇÃO: A variância nos dá a dispersão dos valores da variável em relação ao valor esperado. NOTAÇÃO: Var ( X ) Notamos que se uma variável aleatória é medida em certa unidade, a variância dessa variável é expressa no quadrado dessa unidade. Para fins de comparação e facilidade de interpretação introduz-se o conceito do desvio padrão da variável aleatória, denotado por ( X ), que é definido como a raiz quadrada positiva da variância, isto é, ( X ) ( X ).

Exemplo 3 Considere a variável aleatória discreta X: Calcule a Var(X) x i 0 1 p(x i ) 1/4 1/ 1/4 3 1 1, 4 1. 1 1. 4 1 0. ) ( ) ( i i x i p x X E 3 1, 3 4 1. 1 1. 4 1. 0 ) ( ) ( i i x i p x X E 1 3 1 3 (1) 3 )] ( [ ) ( ) ( X E X E X Var