UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO. Faculdade de Ciências e Letras FCLar Araraquara

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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Faculdade de Ciências e Letras FCLar Araraquara PROJETO DE PESQUISA : em Macroeconomia Aberta da Argentina referente aos anos de 2006-2012 Coordenador: Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande Pesquisadores: Bruno Gomes Oliveira; Murilo Panzuto; Bruna Roccia; Lucas Ferreira; Adib Francisco Marques Pinto; Renan Gustavo Alves Silva

1. Introdução Nosso trabalho visa apresentar a situação macroeconômica da Argentina por meio da análise da balança de pagamentos de 2006 a 2012, variáveis explicativas-chave da economia, juntamente com a criação das retas IS-LM-BP com o intuito de analisar o desenvolvimento do país supracitado. 2. Análises 2.1 Balança de Pagamentos Durante quase todos os anos analisados da balança de pagamentos pudemos observar que na parte de Transações Correntes o país obteve superávit, com exceção do ano de 2011. Assegura-se esse fato pela observação na parte da Balança Comercial, onde as exportações sempre superaram as importações. Com base no ano de 2009 (dados no apêndice), vemos que a Balança Comercial na parte de exportações se baseia em produtos primários e, nas importações por produtos de tecnologia. Tendo isso em vista, garante-se que o déficit decorrente de Serviços e Rendas, derivados de importação de serviços e envio de renda ao exterior, não acarrete em déficit nas Transações Correntes. A conta capital apresentou grande variação durante os anos do estudo, ora positiva, ora negativa. Porém, não temos como tirar outras conclusões sobre essa parte da balança de pagamentos, pois a mesma não possui informações necessárias a essa tarefa. 2.2 PIB e Moeda em Circulação Durante os anos de 2006 a 2012 percebemos um aumento significativo do PIB argentino. Observa-se também, nesse período, que a moeda em circulação do país aumentou devido ao aumento da renda, uma vez que não houve aumentos proporcionais de moeda em circulação em relação ao PIB. Podemos afirmar, portanto, que não houve política monetária expansionista durante os anos em análise. 2.3 Taxas de Inflação e Juros A taxa de inflação nos anos em estudo tiveram queda significativa de 2006 até 2009, tendo um aumento discrepante em 2010 e caindo novamente até 2012. A taxa de juros, por sua vez, cresceu de 2006 até 2009, caindo vultosamente em 2010, voltando a crescer nos anos posteriores. A conclusão que tiramos desses dados é de que a taxa de juros vem sendo usada como instrumento para conter a inflação a níveis menores; justamente no ano de 2010, em que a taxa de juros é reduzida de 14,23% para 9,53%, observamos um aumento da inflação, que até então vinha caindo.

2.4 Taxas de Inflação e Desocupação: A curva de Philips A curva de Philips estabelece uma relação (trade-off) entre inflação e desemprego; é possível diminuir a taxa de desemprego aceitando um aumento da inflação como consequência. Nos anos em análise não é possível estabelecer essa relação, já que a taxa de desocupação vem diminuindo desde 2006, e a inflação apresentou queda de 2006 a 2009 ( deixando de estabelecer o trade-off). 2.5 Taxa de Câmbio, Balança Comercial, Reservas Internacionais Nos anos em análise a Argentina vem aumentando suas reservas internacionais (até 2011), ao mesmo tempo em que a taxa de câmbio tem sido depreciada em todos os anos. Esse fato mostra que o governo interveio no intuito de manter o câmbio depreciado (já que um aumento das reservas internacionais sem uma ação do governo resultaria em apreciação cambial) para manter o nível de exportações, evidenciando a parte da Balança Comercial que apresentou superávit em todos os anos analisados. Adendo: A taxa de juros elevada pode ser um atrativo de capital externo para a Argentina, entretanto, taxas de juros elevadas apreciam a taxa de câmbio. Esse seria outro fator para mostrar que o governo intervém para depreciar a taxa de câmbio. 3. IS-LM-BP O modelo IS-LM-BP é uma extensão do modelo IS/LM aplicado a uma economia aberta com governo, por meio da introdução da curva BP (Balança de Pagamentos). O modelo trata da relação de curto prazo entre a taxa de câmbio real e o produto Y da economia. A curva IS relaciona o nível de demanda agregada com o nível de taxa de juros, permanecendo constantes todas as outras variáveis, como gastos do governo e tributos. Um aumento da taxa de juros reduz a demanda agregada em virtude de seu efeito sobre o consumo e investimento. Quando representamos essa relação graficamente, encontramos uma curva com inclinação decrescente. Um aumento na demanda por moeda pressiona os juros para cima, o que movimenta a IS para a direita; A curva LM é assim designada pelo fato de representar o conjunto de combinações entre taxas de juro e níveis de produto para as quais a procura de moeda iguala a oferta de moeda. A curva LM assume no gráfico do modelo IS-LM a forma crescente da esquerda para a direita pelo fato de o aumento do produto majorar a procura de moeda, que, por sua vez, pressupondo uma oferta de moeda fixa, implica a necessidade de suportar maiores taxas de juros.

O a diminuição da quantidade de moeda, a elevação dos juros e do preço da moeda desloca a curva LM para a esquerda; O aumento da quantidade de moeda, a queda do preço da moeda e dos juros desloca a LM para a direita; O ponto de equilíbrio do modelo IS-LM é o ponto de interseção entre as curvas IS e LM e representa uma situação em que os mercados de despesa e monetários se encontram em equilíbrio. Assim sendo, apenas nesse ponto de equilíbrio existe uma oferta monetária suficiente para que seja gerada uma taxa de juros que equilibre a poupança planejada e o investimento planejado. BP é o Balanço de Pagamentos, o registro contábil de todas as transações de natureza econômica de um país com o resto do mundo. É formado pela soma do saldo das transações correntes com a conta capital e financeira. A variação do BP é igual à soma do saldo de transações comerciais mais a conta capital. Os erros e omissões são desconsiderados. O gráfico demonstra que não houve política monetária expansiva, devido ao fato de que o aumento da oferta de moeda não ultrapassou o aumento da renda em termos proporcionais. O deslocamento da IS demonstra o aumento da renda de 2006 a 2012, acompanhado pelo sutil deslocamento de LM, representando esse aumento da oferta de moeda devido ao aumento da renda. Em ambos os casos a BP demonstra um superávit na balança de pagamentos.

Apêndice 2.1 Balança de Pagamentos

2.2 PIB e Moeda em Circulação

2.3 e 2.4 Taxa de Inflação, Taxa de Juros e Taxa de Desocupação

2.5 Taxa de Câmbio e Reservas Internacionais