4. POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA

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Transcrição:

81 4. POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA Jose Caio Racy INTRODUÇÃO A arrecadação no primeiro trimestre de 2007 comparado com o de 2006 apresenta um crescimento em função aumento de diversas rubricas das contas da Receita. A primeira delas consiste no aumento do Imposto de Importação em função do aumento das importações tributadas (bens de consumo) e, também, do IPI (elevação das vendas de ônibus e caminhões que cresceram 120%, e dos laminados de aço que tiveram aumento nas vendas de 64%), além do recolhimento do Imposto de Renda, por causa dos ganhos de capital e da bolsa de valores. As despesas do Tesouro Nacional também apresentaram crescimento no período considerado em decorrência do crescimento das Transferências a Estados e Municípios e do FAT (Fundo de Amparo ao Consumidor). Enquanto isso, o resultado primário do Governo Federal apresentou um crescimento, embora o saldo da Previdência Privada tenha apresentado déficit nominal, em decorrência do aumento dos salários mínimos realizado em abril de 2006. Assim como houve aumento no resultado primário, o déficit nominal no início do ano de 2007 apresenta um resultado menos negativo do que em 2006, em função da redução dos desembolsos com os juros nominais. Embora a dívida fiscal líquida tenha aumentado, se analisada em termos de participação do PIB, percebe-se um comportamento quase constante. O governo federal apresenta uma participação significativa do total da dívida líquida (31% do PIB), notadamente em função da participação da dívida mobiliária do Tesouro Nacional. A dívida liquida mobiliária apresenta um crescimento relativo da dívida interna em relação à dívida externa. Deriva-se deste resultado um crescimento dos títulos

82 pré-fixados e a redução dos títulos pós-fixados atrelados ao Câmbio e à Taxa Selic (até por causa das expectativas de redução da taxa de juros). A arrecadação nominal administrada pela Secretaria da Receita Federal, no ano de 2006, aumentou em termos nominais 6,37% em relação a 2005, enquanto que a arrecadação em termos reais cresceu 3,13%, conforme a Tabela abaixo. As demais receitas no mesmo período cresceram 13,05% em termos nominais e 9,60% em termos reais para o mesmo período. Estes aumentos se devem ao aumento do recolhimento do Imposto de Renda Pessoas Físicas, o que pode ser explicado pelo aumento no nível dos empregos com carteira assinada; do Imposto de Importação, que pode ser explicado pela valorização do Real frente ao Dólar, com incidência sobre produtos taxados com maiores alíquotas (bens de consumo); Imposto de Renda Pessoas Jurídicas, pelo aumento das remessas de pagamento de juros sobre o capital próprio; e, do IPI, principalmente pelo aumento das vendas de automóveis. Tabela 23 Arrecadação das Receitas Federais (a preços correntes de dezembro/06 IPCA/IGP-DI) Período Janeiro a Dezembro 2006/2005 Arrecadação (R$ Mi) Var. (%) RECEITA 2006 2005 dez/06 dez/06 Jan-Dez/06 Dez Nov Jan-Dez Dez Jan-Dez nov/06 dez/05 Jan-Dez/05 Receita Administrada NOMINAL 38.117 29.984 372.267 35.834 343.371 27,13 6,37 8,42 Pela SRF (A) IPCA 38.117 30.127 377.055 36.959 362.248 26,52 3,13 4,09 IGP-DI 38.117 30.061 380.054 37.194 356.799 26,80 2,48 6,52 NOMINAL 914 890 20.276 808 17.312 2,71 13,05 17,12 Demais Receitas (B) IPCA 914 894 20.556 834 18.302 2,22 9,60 12,32 IGP-DI 914 892 20.729 839 17.991 2,44 8,91 15,22 NOMINAL 39.031 30.873 392.542 36.642 360.682 26,42 6,52 8,83 Total (A)+(B) IPCA 39.031 31.021 397.611 37.793 380.550 25,82 3,28 4,48 IGP-DI 39.031 30.953 400.783 38.033 374.790 26,10 2,62 6,94 Fonte: Receita Federal

83 Já em relação ao período de janeiro a março de 2007, a arrecadação administrada pela Receita cresceu 14,37% em termos nominais e 11,05% em termos reais em relação ao mesmo período do ano anterior, e as demais receitas decresceram 4,21% e 6,97% entre março de 2007 e março de 2006, em termos nominais e reais, respectivamente. O aumento da receita administrada pela Receita se refere ao aumento da arrecadação do Imposto de Importação, por causa do aumento das importações tributadas; do IPI dos ônibus e caminhões que tiveram suas vendas aumentadas em 120%, segundo a Anfavea, e dos laminados de aço (+64%); e, do Imposto de Renda, por causa do aumento com ganhos de capital na alienação de imóveis (aquecimento do mercado imobiliário), dos ganhos em bolsa de valores e depósitos judiciais. Tabela 24 Arrecadação das Receitas Federais (a preços correntes de dezembro/06 IPCA/IGP-DI) Período Janeiro a Dezembro 2007/2006 Arrecadação (R$ Mi) Var. (%) RECEITA 2007 2006 Mar/07 Mar/07 Jan-Mar/07 Mar Fev Jan-Mar Mar Jan-Mar Fev/07 Mar/06 Jan-Mar/06 Receita Administrada NOMINAL 32.837 29.984 98.500 28.336 86.126 10,18 15,88 14,37 Pela SRF (A) IPCA 32.837 29.914 98.901 29.174 89.061 9,77 12,55 11,05 IGP-DI 32.837 29.869 98.727 29.611 89.709 9,94 10,90 10,05 NOMINAL 763 786 4.268 859 4.456-2,92-11,14-4,21 Demais Receitas (B) IPCA 763 789 4.293 885 4.615-3,28-13,70-6,97 IGP-DI 763 788 4.282 898 4.638-3,14-14,97-7,67 NOMINAL 33.601 30.590 102.768 29.196 90.583 9,84 15,09 13,45 Total (A)+(B) IPCA 33.601 30.703 103.194 30.059 93.676 9,44 11,78 10,16 IGP-DI 33.601 30.657 103.009 30.509 94.347 9,60 10,13 9,18 Fonte: Receita Federal Em termos de participação do PIB, a receita bruta do Tesouro em relação ao ano anterior pode ser vista na tabela a seguir:

84 Tabela 25 Receita Bruta do Tesouro Nacional Brasil JAN-MAR (% do PIB) Discriminação 2006 2007 Imposto 7,62% 8,24% Imposto de Renda 5,73% 6,24% IPI 1,18% 1,23% Outros 0,71% 0,78% Contribuições 8,62% 8,79% COFINS 4,03% 3,99% CPMF 1,37% 1,44% CLSS 1,38% 1,53% Cide Combustíveis 0,33% 0,32% Outras 1,52% 1,52% Demais 2,26% 2,39% Cota parte 0,76% 0,70% Diretamente Arrecadada 0,61% 0,71% Dividendos da União 0,41% 0,47% Outras 0,49% 0,50% Total Bruto 18,50% 19,43% Fonte: STN Com relação às despesas do Tesouro Nacional, em termos nominais houve um acréscimo 10,71% de janeiro a março de 2007 em relação ao mesmo período de 2006, onde se destaca um aumento relativo da participação das Transferências a Estados e Municípios e uma leve queda relativa com Custeio e Capital.

85 Tabela 26 - Despesas do Tesouro Nacional (Valores nominais em R$ milhões) Acumulado Jan-Mar 2006 Acumulado Out- Dez/2006 Acumulado Jan- Mar/2007 Transferências a Est. e Municípios 22.071 25.096 24.675 Pessoal e Encargos 26.028 30.608 28.821 Custeio e Capital 25.552 43.215 28.052 Transf. Do TN ao Bacen 125 238 132 Total 73.776 99.157 81.680 Fonte: BCB O aumento das despesas do Tesouro Nacional, entre janeiro e março de 2007 se deve a um aumento relativamente maior das Transferências a Estados e Municípios (11,80%), que, em parte, pode ser explicado pelo crescimento das receitas tributárias compartilhadas, e pelos fundos constitucionais (FPE e FPM Fundos de Participação do Estados e Municípios, respectivamente); aumento com Pessoal e Encargos (10,73%), em grande parte por causa do plano de reestruturação de carreiras e remunerações dos servidores civis e militares; e, finalmente pelo aumento com Custeio e Capital (9,78%), como resultado de um maior dispêndio com o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) da ordem de 19,1%, que pode ser explicado pelo aumento do salário-mínimo (16,67% em termos nominais, em abril de 2006), e pela elevação do emprego formal.

86 1 6,0 1 4,0 1 2,0 1 0,0 % PIB 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2003 2004 2005 2006 ANOS Transferências a est. e municípios Pessoal e encargos Custeio e capital Total Figura 19 Despesas do Tesouro Nacional conceito acima da linha fluxos acumulados em 12 meses - % PIB Fonte: STN A figura anterior mostra que as despesas com custeio e capital têm crescido relativamente mais do que as demais na composição das despesas do Tesouro nacional. Além disso, apesar de um aumento nominal relativamente maior das contribuições em relação aos benefícios da Previdência, o déficit primário apresentou um resultado negativo em termos de percentual do PIB ainda maior entre janeiro e março de 2007, em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme a tabela 27 a seguir, o que pode ser explicado pelo aumento do salário mínimo acima citado:

87 Tabela 27 Resultado da Previdência - Brasil JAN-MAR (% do PIB) Discriminação 20 06 20 07 2007/2006 R$ bi % R$ bi % Contribuição 26,7 4,95% 30,4 5,22% 14,0% Benefícios 38,6 6,79% 41,6 7,14% 13,7% Resultado Primário -9,9-1,84% -11,1-1,92 13,0% Fonte: STN Com isto, o resultado primário do Governo Federal apresentou um aumento percentual, em termos nominais, no primeiro trimestre de 2007 em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, da ordem de 29,2% (Tabela 28), elevando sua participação em relação ao PIB de 2,75% em 2006, para 3,29% em 2007. Tabela 28 Resultado Primário e Nominal do Governo Federal R$ milhões Resultado Primário /1 Jan- Mar/2006 (1) Out- Dez/2006 (2) Jan- Mar/2007 (3) Var. (3/1) Var. (3/2) I. RECEITA TOTAL 125.588,4 147.110,6 142.938,7 13,8% -2,84% I.1. Receitas do Tesouro 98.519,3 108.489,6 112.163,7 13,8% 3,39% I.1.1 Receita Bruta 99.793,9 113.585,7 113.203,8 13,4% -0,34% - Impostos 41.085,8 51.002,9 48.044,4 16,9% -5,80% - Contribuições 46.496,6 51.103,0 51.241,8 10,2% 0,27% - Demais (1) 12.211,5 11.479,8 13.917,6 14,0% 21,23% I.2. Receitas da Previdência Social 26.716,2 38.120,1 30.448,0 14,0% -20,13% I.3. Receitas do Banco Central 352,9 500,9 327,0-7,3% -34,71% II. TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E MUNICÍPIOS 22.071,3 25.096,2 24.675,1 11,8% -1,68% II.1. Transferências Constitucionais (IPI, IR e outras) 17.205,7 18.080,2 18.960,6 10,2% 4,87% II.4. Demais 3.971,8 4.124,7 4.256,4 7,2% 3,20% III. RECEITA LÍQUIDA TOTAL (I-II) 103.517,1 122.014,4 118.263,7 14,2% -3,07% IV. DESPESA TOTAL 88.661,1 120.680,6 99.073,4 11,7% -17,90% IV.1. Pessoal e Encargos Sociais (1) 26.028,1 30.608,1 28.821,3 10,7% -5,84% IV.2. Benefícios Previdenciários 36.613,5 46.105,0 41.631,0 13,7% -9,70%

88 IV.3. Custeio e Capital 25.552,4 43.215,7 28.051,8 9,8% -35,09% IV.3.1. Despesa do FAT 2.472,3 4.431,7 2.943,4 19,1% -33,58% IV.3.2. Subsídios e Subvenções Econômicas (3) 2.652,2 4.878,4 1.212,9-54,3% -75,14% IV.3.3. Benefícios Assistenciais (LOAS e RMV) (4) 2.565,6 3.102,4 3.148,6 22,7% 1,49% IV.3.4. Outras Despesas de Custeio e Capital 17.862,4 30.803,2 20.746,9 16,1% -32,65% IV.4. Transferência do Tesouro ao Banco Central 124,4 237,4 132,5 6,5% -44,20% IV.5. Despesas do Banco Central 342,8 514,4 436,8 27,4% -15,08% V. RESULTADO PRIMÁRIO GOVERNO CENTRAL (III - IV) 14.856,0 1.333,8 19.190,2 29,2% 1338,76% V.1. Tesouro Nacional 24.743,3 9.332,3 30.483,1 23,2% 226,64% V.2. Previdência Social (RGPS) (5) -9.897,3-7.985,0-11.183,0 13,0% 40,05% V.3. Banco Central (6) 10,1-13,5-109,8-1.186,3% 713,08% VI. AJUSTE METODOLÓGICO (7) 746,7 319,8 614,9-17,7% 92,29% VII. DISCREPÂNCIA ESTATÍSTICA -3.406,5 273,8-1.269,3-62,7% -563,60% VIII. RESULTADO PRIMÁRIO DO GOVERNO CENTRAL (8) 12.196,3 1.927,4 14.465,2 18,6% 650,52% Resultado Nominal IX. JUROS NOMINAIS /8-35.324,5-25.975,6-18.791,5-46,80% -27,66% X. RESULTADO NOMINAL DO GOVERNO CENTRAL (VIII+IX) 8/ -23.128,2-24.048,2-4.326,3-81,29% -82,01% Memo: Parcela patronal da CPSS (1) 1.433,3 2.400,4 1.853,2 29,29% -22,80% RMV (4) 446,1 477,3 466,5 4,58% -2,26% Fonte: Banco Central do Brasil Elaboração do NACE. (*) Dados revistos, sujeitos a alteração. Não inclui receitas de contribuição do FGTS e despesas com o complemento da atualização monetária, conforme previsto na Lei Complementar nº 110/2001. (1) Exclui da receita de CPSS e da despesa de pessoal a parcela patronal da Contribuição para o Plano de Seguridade Social (CPSS) doservidor público federal, sem efeitos no resultado primário consolidado. Os dados de 2005 ainda não estão disponíveis. (2) Lei Complementar nº 87/1996 (até 2003) e Auxílio Financeiro a Estados decorrente da Lei Complementar nº 115/2002 (de 2003 a 2006). (3) Inclui despesas com subvenções aos fundos regionais e, a partir de 2005, despesas com reordenamento de

89 passivos. (4) Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) e Renda Mensal Vitalícia (RMV) são benefícios assistenciais pagos pelo Governo Central. (5) Receita de contribuições menos benefícios previdenciários. (6) Despesas administrativas líquidas de receitas próprias (inclui transferência do Tesouro Nacional). (7) Recursos transitórios referentes à amortização de contratos de Itaipu com o Tesouro Nacional. (8) Pelo critério "abaixo-da-linha", com desvalorização cambial. Como se pode verificar, a comparação do resultado primário do governo central, entre o primeiro trimestre de 2007 e o primeiro trimestre de 2006, mostra um aumento mais que proporcional das receitas brutas e líquidas em relação às despesas, revertendo o quadro verificado em 2006. Tabela 29 Evolução do Resultado Primário do Governo Central Fim do Período Receitas Despesas Resultado do Governo Federal Resultado Resultado do Gov. do Bacen Central 2001 270 442 248 703 22 427-690 21 737 2002 320 055 288 343 32 490-777 31 713 2003 356 657 317 366 39 486-195 39 291 2004 419 615 370 250 49 701-336 49 365 2005 488 376 435 561 53 129-314 52 815 2006 543 253 493 450 49 973-170 49 803 Fonte: STN

90 600 000 500 000 400 000 R$ milhões 300 000 200 000 100 000 0-100 000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Anos Receitas Despesas Resultado do Governo Federal Resultado do Bacen Resultado do Gov. Central Figura 20 Evolução do Resultado Primário do Governo Central Final do Período Fonte: STN Com esta melhora no resultado primário do governo central e uma queda no pagamento dos juros nominais (de R$ 35,2 bilhões em 2006 para R$ 18,8 bilhões em 2007), ocorreu uma queda substancial do déficit nominal (de R$ 23,1 em 2006 para R$ 4,3 bilhões em 2007). A despeito deste resultado, a dívida fiscal líquida, que em termos nominais tem aumentado, em termos de participação do PIB tem-se mostrado praticamente constante, situando-se num patamar muito próximo de 35%. A maior parte da dívida líquida total pertence ao governo federal, que incorre em aproximadamente 31% do PIB, e praticamente metade dela corresponde à dívida mobiliária do Tesouro Nacional.

91 Tabela 30 Dívida Fiscal Líquida do Setor Público R$ milhões Discriminação Dez/2005 Dez/2006 2007 Jan Fev Março Saldos % PIB Saldos % PIB Saldos % PIB Saldos % PIB Saldos % PIB Dívida fiscal líquida (G=E-F) 763 347 35,4 833 230 35,1 833 699 34,8 838 029 34,8 844 807 35,0 Ajuste metodológico s/dívida interna (F) 121 472 5,6 119 249 5,0 119 161 5,0 119 118 5,0 118 664 4,9 Dívida fiscal líq. com câmbio (E=A-B-C-D) 884 819 41,0 952 479 40,1 952 860 39,8 957 147 5,0 963 471 39,9 Ajuste metodológico s/dívida externa (D) 80 080 3,7 79 723 3,4 81 776 3,4 84 024 5,0 89 060 3,7 Ajuste patrimonial (C) 103 021 4,8 102 646 4,3 100 743 4,2 102 619 5,0 103 407 4,3 Ajuste de privatização (B) -65 436-3,0-67 485-2,8-67 485-2,8-67 485 5,0-67 485-2,8 Dívida Líquida Total (A) 1002 485 46,5 1067 363 44,9 1067 894 44,6 1076 305 5,0 1 088 453 45,0 Governo federal 660 186 30,6 727 319 30,6 739 729 30,9 747 649 31,1 750 320 31,1 Banco Central do Brasil 4 038 0,2 8 481 0,4-4 510-0,2-4 194-0,2 5 831 0,2 Governos estaduais 305 714 14,2 316 864 13,3 316 460 13,2 317 158 13,2 316 163 13,1 Governos municipais 44 341 2,1 47 073 2,0 46 447 1,9 46 653 1,9 46 478 1,9 Empresas estatais -11 794-0,5-32 373-1,4-30 233-1,3-30 961-1,3-30 338-1,3 Dívida interna líquida 952 185 44,1 1130 902 47,6 1143 601 47,8 1174 433 48,8 1 202 125 49,7 Governo federal 488 154 22,6 591 211 24,9 604 970 25,3 613 441 25,5 621 593 25,7 Dívida mobiliária do Tesouro Nacional 1/ 951 315 44,1 1070 187 45,0 1064 659 44,5 1094 904 45,5 1 116 858 46,2 Banco Central do Brasil 129 277 6,0 191 592 8,1 188 606 7,9 209 471 8,7 230 147 9,5 Governos estaduais 292 734 13,6 304 318 12,8 304 099 12,7 304 767 12,7 304 228 12,6 Governos municipais 42 191 2,0 45 139 1,9 44 561 1,9 44 739 1,9 44 633 1,8 Empresas estatais - 171 0,0-1 359-0,1 1 365 0,1 2 014 0,1 1 524 0,1 Federais -29 767-1,4-26 936-1,1-23 561-1,0-23 027-1,0-23 200-1,0 Estaduais 26 324 1,2 22 132 0,9 21 468 0,9 21 582 0,9 21 278 0,9 Municipais 3 271 0,2 3 445 0,1 3 457 0,1 3 459 0,1 3 447 0,1 Dívida externa líquida 50 300 2,3-63 538-2,7-75 707-3,2-98 128-4,1-113 672-4,7 Governo federal 172 032 8,0 136 108 5,7 134 759 5,6 134 207 5,6 128 727 5,3 Banco Central do Brasil 8/ -125 238-5,8-183 111-7,7-193 116-8,1-213 665-8,9-224 316-9,3

92 Governos estaduais 12 979 0,6 12 545 0,5 12 361 0,5 12 391 0,5 11 935 0,5 Governos municipais 2 150 0,1 1 934 0,1 1 886 0,1 1 914 0,1 1 845 0,1 Empresas estatais -11 623-0,5-31 015-1,3-31 597-1,3-32 976-1,4-31 863-1,3 Federais -15 732-0,7-35 595-1,5-36 860-1,5-37 503-1,6-36 230-1,5 Estaduais 4 109 0,2 4 580 0,2 5 263 0,2 4 527 0,2 4 368 0,2 Municipais 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 PIB 9/ 2 158 072 0,0 2 376 513 0,0 2 393 343 0,0 2 405 813 0,0 2 416 473 0,0 FMI - Meta indicativa Dívida líquida total 703 492-1046 863 - - - - - - - Fonte: BCB 1/ Posição de carteira. 2/ Inclui fundos constitucionais e outros fundos e programas do governo federal. 3/ Inclui Aviso MF-30, BIB, e outros. 4/ Inclui royalties, recebíveis e dívida agrícola. 5/ Dívida mobiliária emitida menos títulos em tesouraria. 6/ Inclui royalties, Fundef e outros. 7/ Inclui créditos securitizados, CFTs, LFTs, e outros. 8/ Líquida de reservas internacionais. 9/ PIB dos últimos 12 meses a preços do mês assinalado. Deflator IGP-C centrado (média geométrica das variações do IGP-DI no mês e no mês seguinte). * Dados preliminares. Em relação à dívida líquida do Tesouro Nacional, pode-se verificar um aumento relativo da dívida interna em relação à dívida externa, revelando a preocupação em isolar o país de ataques especulativos externos, conforme a tabela abaixo.

93 Tabela 31 - Dívida Líquida do Tesouro Nacional em Poder do Público: Brasil: 2006/2007 Discriminação 2006 2007 MAR Fev MAR I. Dívida Interna Líquida 401588 478675 499643 Dívida Mobiliária em Poder do Público¹ 1019527 1128418 1151278 Dívida Contratual da STN -450573-460444 -461406 Dívida Contratual de Fundos, Autarquias e Fundações -167365-189300 -190230 II. Dívida Exterma Líquida 151723 137301 132276 Dívida Mobiliária em Poder do Público 126066 107652 104049 Títulos Depositados em Garantia -3030 0 0 Dívida Contratual 28995 29937 28506 Disponibilidades -308-288 -280 III. Dívida Líquida Total (I+II) 553311 615976 631919 IV. Dívida Líquida Total/PIB 25,20% 26,20% 26,70% Fonte: STN (1) Inclui Dívida Securitizada, Dívda Agrícola e TODA Sinal negativo (-) indica haveres líquidos. Isto pode ser verificado na modificação da composição dos títulos públicos federais entre os anos de 2001 e 2007 das figuras a seguir:

94 Préfixado 8% Câmbio 29% Over/Selic 52% TR 4% Ind.Preços 7% Câmbio TR Ind.Preços Over/Selic Préfixado Figura 21 Composição dos Títulos Públicos Federais em 2001, por Indexador Fonte: BCB Câmbio 1% Indices 23% Préfixado 37% TR 2% Over/Selic 37% Câmbio Indices TR Over/Selic Préfixado Figura 22 - Composição dos Títulos Públicos Federais em 2007, por Indexador Fonte: BCB

95 Como consequência desta troca de títulos pode-se verificar um gradativo aumento do prazo médio da dívida: 60 50 40 Meses 30 20 10 0 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 Período vida média prazo médio Figura 23 Prazo Médio da DPMFi do Tesouro Nacional em Poder do Público Fonte: STN Finalmente, com estes resultados, as necessidades de financiamento do setor público mostram uma tendência a se reduzir como proporção do PIB, conforme a tabela a seguir:

96 Tabela 32 - Necessidades de Financiamento do Setor Público - % PIB Discriminação 2005 2006 2007 Jan-Mar Ano Jan-Mar Ano Jan-Mar Nominal 2,06 2,96 4,30 3,01 1,99 Governo central 2,05 3,41 4,64 3,21 2,13 Governo federal 1/ 2,27 3,45 3,92 2,83 1,75 Bacen -0,23-0,04 0,72 0,38 0,38 Governos regionais 0,08 0,25 0,28 0,71-0,16 Governos estaduais 0,26 0,22 0,20 0,59-0,06 Governos municipais -0,18 0,03 0,08 0,12-0,10 Empresas estatais -0,06-0,70-0,62-0,91 0,01 Empresas estatais federais 0,06-0,66-0,47-0,77 0,18 Empresas estatais estaduais -0,12-0,04-0,16-0,15-0,17 Empresas estatais municipais 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 Juros nominais 7,65 7,32 8,19 6,89 6,67 Governo central 5,65 6,01 6,90 5,42 5,28 Governo federal 1/ 5,88 6,06 6,18 5,05 4,92 Bacen -0,23-0,05 0,72 0,37 0,36 Governos regionais 1,58 1,24 1,38 1,56 1,49 Governos estaduais 1,31 1,02 1,14 1,30 1,32 Governos municipais 0,27 0,22 0,24 0,27 0,17 Empresas estatais 0,42 0,06-0,09-0,09-0,11 Empresas estatais federais 0,30-0,05-0,16-0,19-0,19 Empresas estatais estaduais 0,11 0,10 0,06 0,09 0,08 Empresas estatais municipais 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Primário -5,59-4,35-3,89-3,88-4,68 Governo central -3,60-2,60-2,26-2,21-3,15 Governo federal -5,33-4,36-4,09-4,03-5,09

97 Bacen 0,00 0,01 0,00 0,01 0,02 INSS 1,73 1,75 1,84 1,81 1,92 Governos regionais -1,50-0,99-1,10-0,85-1,64 Governos estaduais -1,05-0,80-0,94-0,70-1,38 Governos municipais -0,45-0,19-0,16-0,14-0,26 Empresas estatais -0,48-0,77-0,53-0,82 0,12 Empresas estatais federais -0,25-0,61-0,32-0,58 0,37 Empresas estatais estaduais -0,23-0,15-0,22-0,24-0,24 Empresas estatais municipais -0,01 0,00 0,00 0,00-0,01 Fonte: BCB 1/ Inclui o INSS. * Dados preliminares. (+) déficit (-) superávit