CRESCIMENTO ANIMAL. Crescimento: mudança no peso, na altura, na circunferência e no comprimento

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Transcrição:

CRESCIMENTO ANIMAL Ana Maria Bridi ambridi@uel.br Professora dodepartamento de Zootecnia da UEL Crescimento: mudança no peso, na altura, na circunferência e no comprimento Desenvolvimento: mudanças na conformação corporal e das funções do organismo Peso corporal Fase de desaceleração Ponto de inflexão Peso corporal Fase de aceleração Concepção Nascimento Puberdade Maturidade CURVA TEÓRICA DE CRESCIMENTO 1

Crescimento Alométrico Ondas de crescimento Primeira onda: começa com a cabeça e passa ao longo da coluna vertebral Segunda onda: começa nos membros e passa da parte inferior dos membros para a parte superior Terceira onda: união das ondas anteriores e posteriores Crânio Primeira onda Ondas de crescimento Proximal Primeira onda: A começa região pélvica com a é a cabeça e passa ao longo da coluna mais vertebral tardia de maturidade Segunda onda: começa nos membros e passa da parte inferior dos membros para a parte superior Terceira onda: união das ondas anteriores e posteriores Caudal Segunda onda Distal 2

Cérebro e sistema nervoso central Ossos Músculo Gordura Placenta e feto Peso dos tecidos Músculo Gordura Osso Gráfico diferença entre raças mostrando as carcaças Entre g~enero PESO DE CARCAÇA 3

Peso de gordura (kg) Porcentagem de gordura (%) Porcentagem de osso, músculo e gordura em diferentes pesos de carcaças de ovelhas Peso de músculo (kg) Porcentagem de músculo (%) Peso de carcaça Osso Músculo Gordura 15 16 61 24 20 14 58 28 30 12 55 33 Peso de osso (kg) Porcentagem de osso (%) Peso de carcaça kg ESCORES DE ACABAMENTO 60,0 56,5 Rendimento de carcaça % de carne comestível 54,0 Ausente Escassa Mediana Uniforme Excessiva > 1 mm 1, 2 e 3 mm 3, 4, 5 e 6 mm 6, 7, 8, 9 e 10 mm < 10 mm 180 360 500 Peso vivo kg 4

Precocidade Composição da carcaça de diferentes grupos genéticos É a velocidade em que o animal atinge a PUBERDADE, ocasião onde ele completa o crescimento ósseo e a maior parte do conjunto muscular Ganho de peso Idade Efeito da raça bovina nas características de carcaça Idade Raça Peso de abate kg PC kg ET mm AOL cm 2 Charolês 429,7 223,6 3,1 90 Chianina 419,4 217,9 3,1 84 Limousin 400,9 210,9 3,2 86 Hereford 399,7 205,1 5,7 73 Angus 379,2 190,2 4,4 76 Fonte: MORRIS et al., 1990 Aumenta a deposição de gordura após a puberdade Ordem de deposição: Gordura interna Cavidade abdominal Cavidade pélvica Cavidade torácica Gordura intermuscular Gordura subcutânea Gordura de Intramuscular (marmoreio) 5

Gordura intermuscular Influencia da idade e da alimentação no teor de gordura intramuscular Gordura intramuscular Gordura subcutânea Gênero Seleção genética e crescimento Aumento nos níveis de gordura em carcaças de machos castrados e fêmeas em relação aos MACHOS INTEIROS (gramas por quilo) Peso vivo ao abate kg Machos castrados Fêmeas Bovinos 400-500 28-32 38-42 Suínos 80-90 56-64 47-53 Ovinos 35-40 25-35 35-45 Fonte: LAWRENCE & FOWLER, 2002 Genética Dieta Peso 42 dias CA RC% Atual Atual 2,30 2,0 69,8 Atual Antiga 1,88 2,19 68,5 Antiga Atual 680 2,45 63,5 Antiga Antiga 538 2,93 61,0 Fonte: Havenstein et al., 1994 Nos bovinos, para a mesma idade, as fêmeas acumulam mais gordura que os machos castrados, por atingirem a flexão da curva sigmóide antes 6

Influência do peso vivo sobre a eficiência do ganho de peso de taurinos Por que a eficiência alimentar decresce com o avançar da idade Peso vivo kg 350-400 450-500 500-550 Consumo de ração kg 431 727 1.320 Eficiência alimentar 8,6 14,6 26,4 Em cada fase ganhou 50 kg Influência do peso vivo sobre a eficiência do ganho de peso de suínos Dias de vida CA 21-60 1,95 60-120 2,7 120-160 3,0 Para ganhar os primeiros 40 kg consumiu 78 kg de ração Para ganhar os próximos 40 kg consumiu 108 kg 7

Processo de Miogênese (É desenvolvimento embrionário do tecido muscular) Aumento dos requerimentos de mantença Células mesênquima O tecido adiposo é mais caro energeticamente para ser depositado Tecido adiposo = 10% de água (8,3 kcal/g de tecido) Mioblastos (células uninucleadas que sofrem mitose) Miotubos (multinucleadas) Tecido magro = 78% de água (1,2 kcal/g tecido) Células Musculares (primárias, secundárias e satélites) Miogênese Células satélite: Fibras Durante primárias o período pós-natal pode haver - células Originam localizadas mudança células de entre um oxidativas tipo a miofibrila de fibra de para e contração o sarcolema o outro lenta em mamíferos devido e em a aves desafios três ambientais tipos de células - são mitoticamente ativas durante o crescimento - se Fibras fundem secundárias com células musculares para aumentar o número de núcleos Originam células glicolíticas de contração rápida - maior síntese protéica Células satélites Miogênese Toda a fase de hiperplasia (multiplicação de células) Hipertrofia ocorre no período fetal Após o -nascimento Aumento no comprimento: do animal só aumento ocorre do número hipertrofia de sarcômeros (crescimento do comprimento e diâmetro - Aumento das fibras no diâmetro: musculares) aumenta o número de miofibrilas e o diâmetro das miofibrilas O controle dos processos regulatórios da miogênese para aumentar o número de fibras musculares é uma estratégia importante para aumentar a massa muscular 8

Fibras musculares de bovinos ao nascimento Coeficiente de correlação genética em suínos O aumento do músculo se dá pela hipertrofia muscular Nº de fibras Diâmetro das fibras Ganho de peso diário g/dia 0,46 0,03 ET mm -0,05-0,12 Porcentagem de carne 0,38 0,52 ph inicial 0,13-0,37 Drip loss -0,05 0,64 Fibras musculares de bovinos aos 24 meses Fonte: Wegner et al., 2000 Correlação entre características de carne e carcaça e número de fibras do músculo Semitendinosus. Fatores Regulatórios da Miogênese Característica 1 Característica 2 Correlação Peso Vivo N de Fibras 0,80 Peso de Carcaça N de Fibras 0,86 Profundidade Músculo N de Fibras 0,67 Área do Músculo N de Fibras 0,60 São proteínas que se ligam ao DNA através de sítios de ligação conhecidos como E-box, onde controlam os eventos da miogênese por regulação da expressão gênica. (Hoshi, 2004) 9

Fatores Regulatórios da Miogênese Somatomedinas (IGF): Fatores de Crescimento Semelhante a Insulina Células mesênquima MyoD e Myf5 Mioblastos (células uninucleadas que sofrem mitose) Atuam induzindo a ação dos fatores regulatórios da miogênese (MyoD e a Miogenina) Miotubos (multinucleadas) Miogenina e MRF4 Consequentemente, aumentam a expressão gênica estimulando a proliferação das células musculares Células Musculares (primárias, secundárias e satélites) Inibe a MIOSTATINA Animais de Musculatura Dupla Miostatina Ocorre em maior freqüência nas raças Charolês, Belgican Blue e Piemontês Mutação do gene MIOSTATINA (gene recessivo) A função da MIOSTATINA no embrião é bloquear a multiplicação celular (controle negativo da miogênese) Animais mutantes a miostatina tem a sua função reduzida Ocorre retardo na atuação da miostatina resultando no aumento da diferenciação e multiplicação celular Provoca hiperplasia Animais com até 20% a mais de massa muscular Charolês Belgican Blue Piemontês 10

Influencia da raça no nº de fibras musculares Efeito do melhoramento no nº de células musculares e desempenho de suínos Raças N. de Fibras no Músculo Semitendinosus (milhões) Angus 1,85 Holandesa 1,65 Belgican Blue 3,55 Tratamento Nº de células CA ETmm Sem genética 236.489 3,04 28,27 Genética melhorada 319.670 2,50 13,3 Borosky et al., 2008 Efeito do melhoramento no nº de células musculares e desempenho de aves Porcentagem de músculo pectoralis Área do músculo pectoralis Densidade de fibras (mm 2 ) LGDP LDN LEGHORN 10,1a 8,73b 6,13c 547,7a 489,9b 155,6c 379b 389b 549a Nº total de fibras 207a 188b 85,83c Peso corporal g 203,7a 210,4a 97,9b Fibras de menor diâmetro Frango de corte Galinha de postura Fonte: Scheuermann et al., 2004 LGPD = linhagem com grande deposição de peito LDN = linhagem com deposição normal de peito 11

Gene Callipyge em ovinos Herança não mendeliana sobre dominância: o valor dos heterozigotos é maior que os dos homozigotos Provoca HIPERTROFIA MUSCULAR Efeito proporcional do gene callipyge no crescimento de ovelhas Caraterísticas Peso ao nascimento Peso a desmama Efeito Zero Zero Conversão alimentar pós desmame + 0,12 Produção de lã - 0,21 Peso na maturidade Zero Gordura subcutânea na 12 ª costela - 0,17 a 0,54 Conteúdo de músculo na carcaça Peso de carcaça Peso vísceras Aumenta Aumenta Decresce Fonte: SNOWDER & CARPENTER, 1998. Incremento na proporção do peso muscular de ovinos normais e portadores do gene Callipyge Músculo Incremento M. adductor 0,32 M. gluteus 0,36 M. quadriceps 0,12 M. biceps femoris 0,41 M. semitendinosus 0,29 M. longissinmus dorsi 0,39 M. psoas major 0,31 M. supraspinatus 0,03 É Possível manipular o número de fibras musculares? Fonte: SNOWDWE et al., 1998 12

É Possível manipular o número de fibras musculares? Aporte nutricional na gestação Somatomedinas (IGF): Fatores de Crescimento Semelhante a Insulina) São estimulados por outros hormônios e nutrição Melhora o suprimento de aminoácidos e glicose para a placenta e feto Estimulação hormonal (IGF) Atuam induzindo a ação dos fatores regulatórios da miogênese (MyoD e a Miogenina) Melhora o desenvolvimento placentário Consequentemente, aumentam a expressão gênica estimulando a proliferação das células musculares Quanto mais desenvolvida a placenta maior o número de fibras do feto Aporte nutricional na gestação Melhora o suprimento de aminoácidos e glicose para a placenta e feto Estimulação hormonal (IGF) FETAL Efeito direto sobre a proliferação e diferenciação dos MIOBLASTOS Quais são as conseqüências da manipulação do número de fibras Animais que nascem com maior número de fibras apresentam: Maior produção de tecido magro Maior ganho de peso diário (velocidade de crescimento) Melhor conversão alimentar (menor consumo) Idade de abate reduzida Maior número de fibras no feto 13

Efeito da ractopamina na nutrição materna sobre o número de fibras fetal Tratamento Nº de células Peso CA final kg Controle 396.596 92,7 2,43 Ractopamina 25 a 50 dias de gestação 423.778 100,83 2,36 Fonte: Hoshi et al., 2006 7,23% mais células 5% mais ganho Influencia dos hormônios no crescimento Hormônio do crescimento (SOMATOTROPINA) Hormônio protéico Promove Ganho de peso Aumento da massa muscular Retarda o desenvolvimento do tecido adiposo Ação direta Somatotropina Ação indireta Resultados de pesquisa Provoca LIPÓLISE no tecido adiposo pela ação da LIPASE SENSÍVEL AO HORMÔNIO Bloqueia a ação das enzimas lipogênicas (Acetil CoA carboxilase) Mais energia para a síntese protéica Via IGF (Somatomedina) Estimula síntese e inibe a degradação protéica Resultados Aves: não melhoram é eficiente com a idade Suínos: Melhora em 15 a 20% a CA Aumenta de 20 a 30% a quantidade de músculo Provoca Redução diminuição de 25 a 30% no dos rendimento lipídios de carcaça Bovinos Melhora em 10 a 20% a CA Problemas de resíduos na carne?????? Aumenta de 10 a 15% o ganho de peso Redução de 10 a 15% da gordura 14

Ractopamina Hormônio β-adrenérgico Liga-se aos receptores da membrana celular Hormônio Receptor Estimula a produção de AMPc (monofosfato de adenosina cíclico) Ativação da Lipase sensível ao hormônio Aumenta a lipólise e a glicogenólise Redução da lipogênese Mais energia para a síntese protéica Resultados de pesquisa Aves: Melhora 4% o ganho de peso Incremento de 5% na CA Tempo curto de uso 6% a mais de proteína na carcaça Suínos: Redução de 10 a 17% de gordura na carcaça 9 a 15% de AOL Aumento de 4 a 8 % de proteína Uso da ractopamina em suínos em terminação Tratamento Peso final Espessura de toucinho (mm) Rendimento de carne na carcaça Controle 93,86 14,44 57,32 10 ppm ractopamina 93,79 13,59 57,83 Bridi et al., 2004 (ZOT-UEL) 15

Herdabilidade estimada de algumas variáveis em OVINOS Herdabilidade estimada de algumas variáveis em BOVINOS Raças de lã Raça Mista Peso ao nascer 0,13 0,19 Peso ao desmame 0,33 0,20 Espessura de gordura (vivo) 0,28 0,26 Espessura de gordura (carcaça) 0,31 0,28 Área de olho de lombo (carcaça) 0,29 0,29 Fonte: FOGARTY, 1995 Herdabilidade Gordura subcutânea 0,46 Peso de carcaça 0,23 Relação carne:osso 0,63 Porcentagem de carne na carcaça 0,55 Taxa de marmoreio 0,41 Área de olho de lombo 0,41 Fonte: KOOTS et al., 1994 16