ASPECTOS GERAIS SOBRE A PSICOPATIA

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Transcrição:

ASPECTOS GERAIS SOBRE A PSICOPATIA Ariane Maria Albuquerque Moura 1 Thiago Rego Albuquerque 2 Augusto Everton Dias Castro 3 Thayanne Albuquerque Rego 4 Aniele Maria Albuquerque Moura 5 RESUMO No presente trabalho aborda-se a personalidade psicopata. É dado enfoque ao ser humano na sociedade, a formação da sua consciência, bem com o desenvolvimento da personalidade. Procurou-se mostrar quais as características do ser humano psicopata. O ser humano com personalidade psicopata utiliza o crime como um desafio as suas habilidades de manipular e usar as pessoas. Palavras-chave: Personalidade. Psicopata. Consciência. ABSTRACT In this paper we approached the psychopathic personality. It is given focus to the human being in society, the formation of conscience, as well as personality development. Sought to show that the characteristics of the human being psycho. The human being with psychopathic personality uses crime as a challenge to their ability to manipulate and use people. Keywords: Personality. Psycho. Conscience. 1 Graduada em Direito pelo Centro Universitário UNINOVAFAPI. 2 Graduado em Enfermagem. Especialista em Enfermagem do Trabalho pela Faculdade Internacional Signorelli. 3 Graduado em Enfermagem. Mestrando em Educação pela Universidad Europea del Atlantico. 4 Graduada em Direito pelo CEUT. Especialista em Ciências Criminais pelo CEUT. 5 Aniele Maria Moura Albuquerque. Graduada em Educação Fisica pela UFPI

RESUMEN En este artículo, abordamos la personalidad psicopática. Se da atención al ser humano en la sociedad, la formación de la conciencia, así como el desarrollo de la personalidad. Buscamos demostrar las características del ser humano psicópata. El ser humano con personalidad psicopática utiliza el crimen como un desafío a su capacidad para manipular y usar a la gente. Palabras clave: Personalidad. Psicópata. Conciencia. 1. INTRODUÇÃO Com o auxilio da Psicologia Jurídica e das demais áreas de estudo do homem pode-se entender consideravelmente o ser humano que se constitui além da inteligência, por várias funções como o temperamento, à vontade, a afetividade e os valores herdados socialmente. Na sociedade contemporânea, o homem está sendo sempre analisado acerca dos seus valores e suas maneiras de agir, valores estes que podem ser adquiridos tanto pelos pais na convivência familiar, como no meio social em que vive. A personalidade do ser humano é caracterizada por suas emoções e por seu comportamento no dia-a-dia comum. O transtorno de personalidade é a mudança instável desse comportamento e destas emoções que diverge da maioria das pessoas. Dentre as pessoas que possuem estes transtornos de personalidade encontra-se as de personalidade psicótica, cujas mudanças das emoções dos valores herdados e da consciência adquirida desenvolvem alterações no comportamento perante o meio social. O presente trabalho é produto do estudo desenvolvido sobre personalidades psicóticas, onde se enfocará o desenvolvimento do ser humano no meio social, a formação da personalidade psicótica e suas características. A priori é havido ressaltar que este é um tema relevante, no qual buscase um melhor esclarecimento do assunto para a sociedade. apresentando

como o ser humano se desenvolve na sociedade, adquirindo valores, consciência e a formação da personalidade psicótica. 2. O SER HUMANO COMO SER SOCIAL E A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE PSICOPATA Atualmente, o ser humano é estudado unitariamente como um ser biopsíquico-social. Não existe mais a separação entre o corpo e a mente. O homem moderno é estudado no âmbito biológico constituído de órgãos e sistemas que compõem o corpo físico. É também estudado psicologicamente por desempenho de suas funções como afetividade, temperamento, entre outras. E como ser social, o homem é analisado no meio em que vive de acordo com as normas de condutas sociais. 2.1 O homem e o meio social O homem faz parte de uma espécie gregária, ou seja, é um animal social, entretanto diverge dos outros animais por apresentar características exclusivas da espécie humana. Ao analisar-se essas distinções, sem ater-se as diferenças biológicas que distinguem a espécie humana das demais espécies animais é notório citar algumas verdades apresentadas pela antropologia física, como o ser humano não ter resposta única para cada estimulo; possuir educabilidade extrema; linguagem articulada e capacidade de adaptar o meio social as suas necessidades. Portanto, o ser humano é um ser social capaz de desenvolver-se de acordo com suas necessidades, agindo diferente a cada situação e criando normas para a convivência comum. Como indivíduos, mantemos uma aparente relação de independência com a natureza e uma relação de autonomia quanto às estruturas sociais. Mas dependemos da natureza para sobreviver e da sociedade para nos desenvolver (CORDI, 2007, p. 130)

Cada indivíduo possui a necessidade de integrar um determinado grupo de pessoas, e manter uma rede de relações com características idênticas. Ser social é integrar grupos, é trocar experiências, é conviver com pessoas que possuem as mesmas características que você e ser diferente em outros aspectos. O ser humano necessita dessa troca de experiências, isso faz desenvolver-se, pensar e agir diferente, assim como o faz conhecer o outro e conviver com as diferenças. Tais diferenças podem ser ocasionadas pela variação de cultura e de valores herdados por cada classe social. 2.2 Valores Sociais O ser humano no seu desenvolvimento social possui características diferentes em cada cultura. O meio social de formação do homem possui como influencia marcante os valores sociais herdados. Os valores não são coisas, mas resultam das relações que os seres humanos estabelecem entre si e com o mundo em que vivem. (ARANHA, 2005, p.199). Cada indivíduo no seio familiar adquire valores herdados por seus ascendentes de acordo com a cultura da sociedade que pertence. Os valores podem ser definidos como objetos de referências que devem ser seguidos naquela sociedade. Estes objetos de referencia são transmitidos primeiramente pela família, posteriormente são regidos pela Religião, pela Escola como um meio de educação formal e por fim pelo Estado de maneira coercitiva, através das Leis. Cada sociedade possui cultura e valores próprios, que dão início ao desenvolvimento de cada individuo, e gera uma sociedade integralizada e aprimorada. O ser humano não nasce dotado de valores, nem de cidadania, mas é educado e direcionado para agir de acordo com os valores do grupo o qual pertence. Os valores sociais herdados através da cultura e dos agentes socializantes citados anteriormente formam a base de cada indivíduo, contudo,

com a interligação de diferentes culturas e a reflexão pessoal, cada indivíduo adquire um juízo de valor, que o leva a pensar e agir de acordo com sua consciência. 2.3 Consciência Moral e Violência A consciência é formada a partir dos valores adquiridos pelo ser humano no convívio com o meio social. Tais valores adquiridos são relevantes na escolha de respostas ou decisões para cada situação. O juízo de valor é o que determina os princípios morais obtidos e o fator preponderante na conduta de cada ser humano. A consciência que surge nas relações do homem com o meio social é fruto da troca de experiências do homem com diferentes culturas. O juízo de valor é a consciência da cada indivíduo, que pode ser moral, imoral ou amoral. A Consciência Moral é aquela definida como a correta, ou seja, tal conduta é a que deve ser tomada, por está de acordo com os princípios herdados. A Consciência Imoral é aquela em que o indivíduo sabe que está errado, por exemplo, uma pessoa que esquece um livro numa sala de aula e outra pessoa o encontra e o leva para casa ao invés de devolver, ele sabe que o livro não é seu, mas prefere ficar com o livro mesmo sabendo que sua atitude é errada, portanto, apesar dos valores adquiridos a conduta a ser realizada não é a correta. Consciência Amoral é aquela em que o agente não possui conhecimento do que é certo e do que é errado. O ser humano não obteve os valores necessários para fazer tal percepção. É o caso de pessoas com a capacidade mental reduzida que, por exemplo, tiram a roupa em público, por eles não possuírem o discernimento necessário de certo ou errado eles não tem o juízo de valores que orientem a conduta a ser realizada. A moral é o conjunto de regras de conduta assumidas livre e conscientemente pelos indivíduos, com a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal. (ARANHA, 2005, p.218)

Entretanto, como os valores transmitidos ao ser humano são de acordo com a cultura local existem vários tipos de valores, que fazem as sociedades se divergirem com relação à consciência moral. Portanto, há sociedades mais morais e outras menos, dependendo da maneira pela qual facilitam ou dificultam o desenvolvimento da consciência ética dos sujeitos. (ARANHA, 2005, P.219) Por existir nas sociedades a divergência de conduta definida como moral leva o ser humano a criticar os valores que herdou no seu meio social e concordar ou discordar com tais parâmetros de orientação de conduta. Apesar dos valores serem adquiridos no meio social e transmitidos como conduta moral a ser seguida, contudo ainda poder ser questionada por cada indivíduo na formação da própria consciência; os valores são o norte de orientação que por sua vez são base para o que pode ou o que deve ser feito no meio social, definidos coercitivamente pelo Estado através das Leis. Nesta crítica aos valores adquiridos o ser humano entra em conflito com as normas sociais que são definidas como Leis a serem aplicadas a todos. A Consciência Moral é o conflito existente entre os valores adquiridos pelo meio social e a crítica a estes próprios valores tendo como comparação os diferentes conceitos de moral existentes nas diversas sociedades. Portanto, o ser humano de acordo com sua crítica, busca de várias maneiras conquistar objetivos ou direitos definidos pela própria consciência, que nem sempre condizem com a norma estabelecida pelo Estado, daí surge à transgressão as regras definidas em Lei, a qual diversas vezes são violentas. A violência, atualmente, deixou de ser algo estranho aos nossos olhos, e pensar e agir em função da violência passou a ser um hábito adotado por todos. Na sociedade atual é comum noticiários de atentados violentos nas grandes cidades, hoje em dia o ser humano tende a buscar meios para se proteger cada vez mais da própria sociedade em que vive. A violência de hoje vem arraigada desde os primeiros passos do homem na sociedade, na antiguidade, os homens usavam da violência como forma de defesa de outros animais. Entretanto, nas sociedades atuais além do ser humano usar da violência como forma de defesa, esta é usada também como um meio de conseguir o

que se deseja, ou seja, a violência passou de uma defesa para sobrevivência a um meio de vida. Essa forma do homem de usar da violência como meio de vida vai de confronto com as normas sociais. O ser humano ao ser introduzido na sociedade adquire regras e normas provenientes daquele meio. A partir do momento que o homem entra em confronto com aquelas regras, ele será reprimido; e se por ventura tais regras forem definidas pelo Estado estará o homem infringindo Leis, do qual será tipificado como crime e terá as punições cabíveis. 2.4 Origem da Personalidade Psicopata A palavra personalidade deriva do vocábulo persona e se refere às máscaras usadas pelos atores em apresentações do teatro na Grécia antiga. O termo comporta o sentido da variedade de papéis desempenhados ao longo da vida, em diferentes situações, assim como a idéia de interface entre a própria pessoa e o ambiente que a cerca. (FERRARI, [s. d.], p. 5) De acordo com a Psicanálise, a personalidade começa a ser desenvolvida por volta dos 2 anos de idade, no qual o individuo começa o Complexo de Édipo. Nele o indivíduo começa a descobrir a si próprio e ao mundo em que vive conduzido pela figura mais importante da sua vida, a mãe. De acordo com Sigmund Freud, a mãe é a figura mais importante na vida do indivíduo porque parte dela, a orientação necessária para a formação da personalidade da criança. Atualmente, há divergências no posicionamento dos doutrinadores quanto à origem da personalidade psicopata, em que alguns defendem que tal distúrbio dá-se a deficiências do cérebro e outros apóiam a teoria de possíveis conflitos existidos no decorrer do desenvolvimento da criança. De acordo com Dalgalarrondo (2000, p.22) psicopatologia é o conjunto de conhecimento referentes ao adoecimento mental do ser humano.. O individuo que possui uma personalidade psicopata tem o comportamento

diferente do comum, não sendo apenas um excesso do normal, mas sim uma maneira diferente na forma de se expressar ou de buscar a realização de desejos. Contudo, faz-se necessário analisar os critérios de distúrbios psíquicos bem como correlacioná-los com a criminalidade. 2.5 Distúrbios Psíquicos e Personalidade Psicopata: características Os distúrbios psíquicos são em geral doenças adquiridas por herança psíquica, desenvolvidos no decorrer da formação do ser humano ou por meio de crenças ou conflitos familiares. Os psicopatas estão caracterizados na formação do ser humano, no qual os traumas sofridos geram um quadro patológico grave que reflete no comportamento do indivíduo, ou seja, são os fatores vivenciados que agravam a personalidade de cada um: Segundo a Classificação Internacional de Transtornos Psíquicos (CID), o que chama atenção no transtorno de personalidade dissocial é a grande discrepância entre comportamento e normas sociais vigentes. Suas principais características são: 1. Ser alheio aos sentimentos em especial ao sofrimento dos outros. 2. Clara e constante falta de responsabilidade e desacato às normas sociais, regras e obrigações. 3. Incapacidade de manter relações duradouras, mas nenhuma dificuldade em adquirir novos e múltiplos relacionamentos. 4. Pouquíssima tolerância a frustrações e tendência ao comportamento agressivo e violento. 5. Incapacidade de experimentar consciência de culpa ou de aprender com a experiência e, principalmente, com penalidades. 6. Tendência a culpar os outros e a dar explicações superficiais do próprio comportamento condenável.

Para o diagnóstico, no mínimo três das características ou modos de comportamento citados devem estar presentes. (MÜLLER, [s. d.], p. 30-33) O individuo com personalidade psicopata tem a capacidade de contar mentiras com muita facilidade, na maioria das vezes mentem sobre si mesmo, pois acredita que é a pessoa mais importante do mundo e nada pode obstruir seu caminho. Os psicopatas usam as pessoas como se fossem objetos, não sentem remorso ao enganar alguém, não tem sentimentos de amor ou de tristeza, os outros são meramente meios a serem utilizados para realização dos seus próprios desejos. A impulsividade é uma característica dos psicopatas, eles agem na medida em que têm vontade, não se importando com regras sociais. No momento que possuem o desejo agem de qualquer maneira para realizá-lo e quando não estão mais com vontade simplesmente desiste e buscam outra coisa. Muitas pessoas possuem as características psicopatas citadas, mas nem todas são capazes de cometerem crimes. Os psicopatas sentem uma necessidade enorme de correr riscos. Eles possuem uma falha na consciência moral e só respeitam as suas próprias leis. Os psicopatas têm plena consciência dos sues atos, a diferença é que por não sentirem culpa e por terem a necessidade de poder, eles utilizam o crime como um desafio e como uma necessidade imediata da realização de um desejo, pois possuem uma incapacidade de se prender a normas sociais. 3. CONCLUSÃO Diante da pesquisa realizada é ávido relembrar que a personalidade psicopata é um distúrbio de comportamento desenvolvido no decorrer da vida do ser humano, iniciado quando criança e agravado na fase adulta. REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 2005. CORDI, Cassiano et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007. DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000. FERRARI, Ana Claudia. Mergulho na Identidade. Viver Mente e Cérebro, São Paulo-SP, nº 06, p.05 [s.d.] MÜLLER, Senya. Psicopatas de escritório. Viver Mente e Cérebro, São Paulo-SP, nº 06, p.30-33 [s.d.]