26 29 de novembro de 2013 Cmpus de Plms EFEITO DE NÍVEIS DE ENERGIA NA DIETA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO CICLÍDEO ORNAMENTAL ACARÁ-BANDEIRA Ttine de Sous Cruz 1, Wllce Henrique de Oliveir 2 1 - Alun do Curso de Zootecni; Cmpus de Arguín; e-mil: ttiinee@hotmil.com; PIBIC/UFT 2 Orientdor do Curso de Medicin Veterinári; Cmpus de Arguín; e-mil: wllceho@uft.edu.br RESUMO O objetivo deste trblho foi identificr o nível de energi brut mis dequdo pr limentção de juvenis de crá-bndeir (Pterophyllum sclre), com idde entre 30 e 90 dis de vid, mntidos à tempertur mbiente e sem utilizção de erção rtificil. Form utilizdos 128 juvenis dest espécie, todos irmãos, que form distribuídos em 16 quários. Cd quário representou um unidde experimentl e os peixes form mntidos durnte 60 dis, limentdos com diet isoproteic, 32% de proteín brut (PB) e níveis crescentes de energi brut (EB): 2700; 2900; 3100 e 3300 Kcl/kg. O delinemento esttístico utilizdo foi inteirmente csulizdo, com qutro trtmentos (níveis de energi) e qutro repetições. Durnte o período experimentl, os peixes form mntidos à tempertur mbiente, limentdos dus vezes o di, com troc prcil de 20% d águ. Os prâmetros hidrológicos (tempertur e oxigênio dissolvido) form medidos em dis lterndos, observndo-se tempertur médi d águ igul 27,33 ºC e níveis mínimos de oxigênio dissolvido iguis 3,74 mg/l. Form nlisdos os prâmetros de crescimento (gnho de peso e comprimento), conversão limentr prente e tx de sobrevivênci e os resultdos indicm que juvenis de crá bndeir mntidos com diets formulds com 2700 3300 Kcl de EB/Kg, com 32% de PB, presentm desempenho semelhnte. Plvrs-chve: Crescimento; energi brut; gnho de peso; nutrição; peixe ornmentl. INTRODUÇÃO A produção e comércio de peixes ornmentis é um setor lucrtivo d piscicultur que vem se expndindo nos últimos nos. Embor o Brsil sej um dos principis exportdores de peixes ornmentis, em termos de biodiversidde, muitos dos peixes de águ doce e mrinh exportdos são ind cpturdos d nturez (CARDOSO, 2011). O estdo do Tocntins pode se destcr neste setor, em função de sus condições climátics fvoráveis à produção. Dentre s espécies brsileirs mis comercilizds, destc-se o crá-bndeir (Pterophyllum sclre), um ciclídeo d Região Amzôni, em função de su convivênci
26 29 de novembro de 2013 Cmpus de Plms pcífic com outrs espécies, formto do corpo e nddeirs peculires (IKEDA, 2009). Segundo CHAPMAN et l (1997) est espécie foi um ds oito mis importds pelos Estdos Unidos. Fujimoto et l. (2006) crescentm que su fcilidde de dptção o ctiveiro, bo ceitção às diets processds, docilidde e significtivo vlor de mercdo justificm o interesse comercil pelo crá-bndeir. Por outro ldo, estudos nutricionis utilizndo peixes ornmentis são escssos. Gerlmente, limentção desses peixes tem como bse recomendções de resultdos obtidos com peixes de corte, de mior interesse comercil (SALES & JANSSENS, 2003; RODRIGUES & FERNANDES, 2006). Segundo Sores et l. (2002), o desconhecimento de técnics de mnejo e limentção é um ds dificulddes enfrentds pelos cridores. É nesse contexto que este trblho foi relizdo, com o objetivo de se identificr os níveis de energi n diet mis dequdos pr o desenvolvimento de juvenis crá-bndeir, colborndo ssim pr o desenvolvimento d piscicultur de peixes ornmentis. MATERIAL E MÉTODOS A pesquis foi conduzid no lbortório de piscicultur, peixes ornmentis, d Escol de Medicin Veterinári e Zootecni d Universidde Federl do Tocntins (EMVZ/UFT), em Arguín/TO, no período de gosto de 2012 setembro de 2013. Utilizou-se um delinemento inteirmente csulizdo, com qutro trtmentos e qutro repetições, com durção de 60 dis, fim de vlir o desempenho de 128 juvenis de crábndeir, com 45 dis de idde, submetidos um diet isoproteic, com 32 % de proteín brut e níveis crescentes de energi brut: 2700, 2900, 3100 e 3300 Kcl/kg. Os peixes form pesdos, em blnç nlític digitl e fotogrfdos sobre plc de petri e ppel milimetrdo, pr obtenção dos ddos biométricos individuis, d form menos estressnte possível. Form então distribuídos em 16 quários, cpcidde individul de 7,7 litros e densidde de estocgem de 0,96 peixes por litro, mntidos à tempertur mbiente, sem erção rtificil e com sifonmento, limpez e reposição de 20% d águ, dirimente. Form medidos tempertur, ph e oxigênio dissolvido n águ, semnlmente e os mesmos procedimentos biométricos form repetidos os 45 dis e no finl do período experimentl. Os resultdos obtidos form submetidos à nálise de vriânci pelo teste F e s médis comprds pelo teste de Tukey, 5%, relizdo pelo softwre SISVAR 4.3 (Ferreir, 2000).
26 29 de novembro de 2013 Cmpus de Plms RESULTADOS E DISCUSSÃO A composição centesiml ds diets experimentis e bromtológic de lguns nutrientes utilizdos estão descrits ns tbels 1 e 2. Tbel 1. Composição centesiml clculd d diet experimentl, n mtéri nturl Alimento Trtmento (Kcl de EB/Kg) Soj, proteín texturizd 48,1 45,2 42,2 39,3 Ovo integrl em pó 4,0 8,7 13,3 18,0 Óleo de soj 0,5 2,2 3,8 5,5 Milho, fubá 10,0 14,8 19,6 24,4 Trigo, frinh 1,0 1,0 1,0 1,0 Avei, frinh 13,0 10,3 7,7 5,0 Trigo, frelo 13,5 9,9 6,4 2,8 L-Lisin HCL 2,3 1,5 0,8 0,0 DL-Metionin 0,7 1,2 1,6 2,1 Inerte 6,0 4,3 2,7 1,0 B H T 0,02 0,02 0,02 0,02 Sl comum 0,50 0,50 0,50 0,50 VITCRE-PEIXE 0,40 0,40 0,40 0,40 Totl 100 100 100 100 Tbel 2: Composição bromtológic dos limentos utilizdos n formulção d diet experimentl n mtéri nturl Alimento MS MO PB EB Cinzs Soj, proteín texturizd 89,92 83,8 46,02 4419,6 6,10 Ovo integrl em pó 92,91 88,9 55,99 6387,3 4,06 Milho, fubá 87,21 86,6 5,77 3898,6 0,57 Trigo, frinh 86,78 86,3 10,80 3920,7 0,46 Análises relizds no lbortório de Bromtologi, do curso de Pós-grdução em ciênci Animl Tropicl, d Universidde Federl do Tocntins. Tods s uniddes experimentis form exposts à mesm tempertur mbiente e mntids sem erção ou quecimento rtificiis. Observou-se que não houve diferenç n tempertur médi d águ dos quários, que oscilou entre 27,2 e 27,5ºC, considerd idel pr reprodução dest espécie. O oxigênio dissolvido n águ tmbém não foi limitnte pr os juvenis de crá-bndeir, mntendo-se n concentrção médi de 3,8 mg/l, com mínim e máxim de 3,1 e 6,6 mg/l, respectivmente. Em médi, o ph d águ dos quários foi 6,34, com ph mínimo e máximo de 6,02 e 6,57, respectivmente.
26 29 de novembro de 2013 Cmpus de Plms Os nimis inicirm o experimento com peso inicil igul 0,11 g e comprimento inicil de 1,43 cm. N biometri finl, observou-se peso médio finl de 0,29 g e comprimento médio finl de 1,93 cm, sendo os gnhos de peso e de comprimento observdos durnte este período, respectivmente, iguis 0,17 g/peixe e 0,51 cm/peixe. Não observou-se diferenç significtiv (P>0,05) entre diets, com relção os prâmetros de crescimento (Tbel 3). Tbel 3: Médis, erro pdrão e coeficiente de vrição (CV) de prâmetros biométricos de juvenis de crá-bndeir (Pterophyllum sclre), limentdos com níveis crescentes de energi brut n diet. Prâmetro Trtmento Médi Erro pdrão Peso Inicil (g) 0,10 0,12 0,12 0,11 0,11 0,01 16,82 Peso intermediário (g) 0,20 0,20 0,21 0,21 0,21 0,01 7,28 Peso finl (g) 0,25 0,34 0,28 0,29 0,29 0,03 20,25 Gnho de peso intermediário (g) 0,10 0,09 0,10 0,10 0,10 0,01 18,88 Gnho de peso finl (g) 0,15 0,22 0,17 0,18 0,17 0,03 35,38 Comprimento inicil (cm) 1,43 1,46 1,41 1,42 1,43 0,02 2,11 Comprimento finl (cm) 1,89 1,96 1,95 1,93 1,93 0,04 4,33 Crescimento finl (cm) 0,47 0,51 0,55 0,51 0,51 0,04 16,71 Médis n mesm linh, com letrs iguis, não diferem entre si (Tukey, P>0,05). Qundo o nível energético é muito lto, o consumo de limentos é inibido e os peixes não consomem proteín suficiente pr tender sus necessiddes de minoácidos, reduzindose o crescimento (WEBSTER; LIM, 2002). Entretnto, observou-se consumo médio diário de 6,68 mg de rção/peixe e consumo médio totl de 380 mg de rção/peixe (Tbel 4), demonstrndo que teores de energi brut entre 2700 e 3300 Kcl/kg não fetm o consumo em juvenis de crá-bndeir. CV Tbel 4: Médis e coeficiente de vrição (CV) dos prâmetros de consumo, em função de níveis crescentes de Energi Brut n limentção de juvenis de crá-bndeir (Pterophyllum sclre) Prâmetro Trtmento Médi Erro pdrão Consumo totl (g) 0,37 0,38 0,37 0,39 0,38 0,02 8,3 Consumo médio diário (mg/cb) 6,55 6,73 6,55 6,91 6,68 0,29 8,28 Conversão limentr 3,00 1,79 2,48 2,42 2,46 0,56 43,93 Médis n mesm linh, seguids com letrs iguis, não diferem entre si (Tukey, P>0,05). A conversão limentr prente observd foi 2,46 mg de rção/mg de peixe, tmbém não diferindo entre trtmentos (P>0,05). Este desempenho é superior o observdo com CV
26 29 de novembro de 2013 Cmpus de Plms juvenis de Prcheirodon xelrodi (3,66 mg de rção/mg de peixe), limentdos com diet semelhnte, em trblhos relizdos n EMVZ/UFT. Os resultdos indicm que juvenis de crá bndeir mntidos com diets formulds com 2700 3300 Kcl de EB/Kg, com 32% de PB, presentm desempenho semelhnte. LITERATURA CITADA CARDOSO, R. S. Crcterizção d quicultur ornmentl n Zon d Mt Mineir. Belo Horizonte, Escol de Veterinári UFMG, 2011. 56 p. (Dissertção de mestrdo). CHAPMAN, F. A.; FITZ-COY, S.A.; THUNBERG, E.M. United Sttes of Americ trde in ornmentl fish. Journl of the World Aquculture Society, v.28, n.1, p.1-10, 1997. FERREIRA, D. R. Análises esttístics por meio do Sisvr pr Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45, 2000, São Crlos. Anis... São Crlos: UFSCr, 2000. p.255-258. FUJIMOTO, R. Y.; VENDRUSCOLO, L.; SCHALCH, S. H. C.; MORAES, F. R. Avlição de três diferentes métodos pr o controle de monogenéticos e Cpillri sp. (nemtod: cpillriide), prsitos de crá-bndeir (Pterophyllum sclre Liechtenstein, 1823). Boletim do Instituto d Pesc, v.32, n.2, p.183-190, 2006. IKEDA, A. K. Desempenho produtivo e tolerânci térmic de juvenis de crá-bndeir (Pterophyllum sclre) limentdos com diferentes fontes de lipídeos.viços, Universidde Federl de Viços, 2009. 50 p. (Dissertção de Mestrdo). RODRIGUES, L. A.; FERNANDES, J. B. K. Influênci do processmento d diet no desempenho produtivo do crá-bndeir (Pterophyllum sclre). Act Scientirum Animl Sciences, Mringá, v.28, n.1, p.113-119, 2006. SALES, J.; JANSSENS, G. P. J. Nutrient requeriments of ornmentl fish. Aqutic Living Resources, Lês Ulis, EDP Sciences, v.16, n.6, p.533-40, 2003. SOARES, C.M.; HAYASHI, C.; MEURER, F.; SCHAMBER, C.R. Efeito d Densidde de Estocgem do Quinguio, Crssius urtus L. 1758 (Osteichthyes, Cyprinide), em sus Fses Iniciis de Desenvolvimento. Act Scientirum, Mringá, v.24, n.2, p. 527-532, 2002. WEBSTER, C. D.; LIM, C. E. Nutrient Requirements nd Feeding of Finfish for Aquculture. New York: CABI Publishing, 2002. 448 AGRADECIMENTOS O presente trblho foi relizdo com o poio d UFT e do curso de Pós-grdução em ciênci Animl Tropicl, d Universidde Federl do Tocntins.