Os desafios da Educação Inclusiva Artur Ramísio Paula Gonçalves Mestrado em Ensino de TIC Instituto de Estudos Superiores de Fafe Docente: Profª Doutora Maria Celeste da Silva Leal de Sousa Lopes 2010
Evolução das NEE Década de 70-80 Marcada pela característica da integração escolar Grupos que antes frequentavam estruturas especiais passaram a frequentar a escola regular, dando origem à escola integrativa
Evolução das NEE Anos 80 surge a ideia de inclusão O Movimento Regular Education Initiative defende: A integração de todos os alunos nas escolas regulares Que compete à escola regular adoptar estratégias adequadas para as necessidades educativas dos alunos A integração nas escolas regulares de professores, técnicos e recursos afectos à educação especial
Evolução das NEE Nesta perspectiva a educação inclusiva deve ser entendida como: Um sistema de apoios organizados no ensino regular para dar resposta às necessidades específicas de cada aluno dando oportunidade de todos se sentirem incluídos e de desenvolverem os seus conhecimentos nos mesmos contextos de aprendizagem
Evolução das NEE Assim, uma comunidade educativa inclusiva deve possibilitar: Alunos com mais competências e capacidades progridam ao seu ritmo Alunos com progresso mais lento potenciem as suas capacidades Alunos com mais dificuldades específicas recebam os apoios de que precisam
1990: Evolução das NEE Conferência realizada na Tailândia defende a ideia da Educação para todos 1994: Conferência de Salamanca reforça a ideia da Educação para todos Aposta no desenvolvimento de estruturas escolares inclusivas pata todos os indivíduos
Evolução das NEE Princípios em que se baseia a Educação para todos: Considera a totalidade dos indivíduos Respeito pelas diferenças de estilos e ritmos de aprendizagem A escola deve acolher e gerir a diversidade de interesses, motivações, expectativas, capacidades e ritmos de aprendizagem de todos os alunos
Evolução das NEE Princípios em que se baseia a Educação para todos: Combate aos mecanismos tradicionais assentes que fomentavam a exclusão escolar e social Hierarquização, meritocracia, etc. O sistema educativo deve organizar-se numa perspectiva sistémica Estado, comunidade, família, escola
Conclusões de estudos sobre a educação inclusiva Benefícios para todos e para a sociedade: Alunos com NEE Melhores resultados académicos e sociais Pares dos alunos com NEE Todos os alunos mesmo os que correm risco académico e social, recebem estímulos positivos no contacto com os que têm NEE, além de promover a cooperação e atitudes e valores positivos face á diversidade Professores e técnicos Incrementa o desenvolvimento profissional, reforça a confiança nas capacidades para intervir e promove atitudes mais positivas para quem tem NEE
Inclusão? Os ajustamentos nos contextos educativos sem ponderar as razões das dificuldades dos alunos (socioeconómicas, culturais, etc.) não são suficientes para que haja uma educação inclusiva Para uma escola ser inclusiva precisa de poder gerir de forma flexível para adequar às situações concretas: O planeamento Os apoios a dar Nº de alunos por turma, etc. Os recursos humanos e materiais Professores e outro pessoal com formação adequada, quantidade e qualidade dos equipamentos, etc.
Inclusão? Mastropieri e Scruggs (1995) para algumas razões que colocam em causa a inclusão: dificuldades muito específicas que podem justificar respostas educativas fora da sala Possibilidade de alguns contextos de sala de aula poderem ser estigmatizantes Falta de preparação adequada dos docentes Baixa % de professores com formação especializada Falta de recursos apropriados às necessidades Ouseja: é necessário responder com qualidade
Educação inclusiva como? Para haver bom ensino é preciso haver diferenciação: Processo utilizado pelos professores para enfrentar dificuldades e fazer progredir no currículo cada criança, no contexto de grupo e utilizando um conjunto apropriado de métodos de ensino e de estratégias de aprendizagem Este processo deve ser determinado pelas competências dos alunos e das suas motivações e perfis de aprendizagem
Educação inclusiva como? Princípios da diferenciação: Alunos da mesma faixa etária diferem nas suas capacidades, motivações, estilos, etc. As diferenças são suficientes para se reflectirem naquilo que os alunos necessitam de aprender, nos ritmos de aprendizagem e nos apoios de que precisam Os alunos aprendem melhor quando se sentem apoiados, percebem a relação do que aprendem com as suas experiências e realizam tarefas de aprendizagem naturais Os alunos têm melhores resultados quando se sentem incluídos e respeitados na sala de aula A tarefa central da escola é a de maximizar as competências de cada aluno
Educação inclusiva como? Assim, entre outros, a organização e gestão da sala de aula deve envolver cuidados ao nível de: Criação de climas positivos na sala de aula Planeamento Organização do trabalho e dos recursos Organização da sala de aula Rotinas de sala de aula Diversificação das tarefas e actividades Gestão do tempo Definição clara dos objectivos, avaliação e ritmos para a realização das tarefas Estímulos à autonomia
Proposta de modelo para a educação inclusiva Planeamento Gestão do currículo/trabalho a desenvolver Organização do trabalho dos alunos Como os alunos se organizam na aprendizagem Clima social Interacção entre alunos e entre alunos e prof. Avaliação Processos e regulação do processo de ens./aprendizagem Actividades/tarefas de aprendizagem Definição de tarefas ou situações de aprendizagem Materiais e recursos Utilização e gestão dos recursos
Preparação dos professores O professor é quem mais influencia a qualidade do trabalho, precisando de ser qualificado e de estar motivado Professores com baixas competências são inseguros e têm baixas expectativas Considera-se que há ainda grande falta de preparação dos professores, tanto no que diz respeito à formação inicial como contínua
Modelo curricular proposto para a preparação dos professores Áreas prioritárias propostas por Fox (2000) a contemplar nos programas de formação dos professores: Metodologias de diferenciação Modelos e teorias do desenvolvimento e da aprendizagem Processos psicológicos e trabalho educativo Desenvolvimento de competências em literacia Utilização diferenciada de recursos, entre os quais das TIC Modelos e dispositivos de avaliação, observação e registi dos trabalhos dos alunos
Bibliografia Morgado, J. Os desafios da educação inclusiva. Fazer as coisas certas ou fazer certas as coisas.