Degradação normal dos glóbulos vermelhos Hemoglobina. ferro protoporfirina aminoácidos

Documentos relacionados
A N E M I A S H E M O L Í T I C A S

ANEMIAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS. Prof. Dr. David Cavalcanti Ferreira

Doença dos Eritrócitos

Anemias hemolíticas. Lâmina de reticulócitos com reticulocitose.

Doença dos Eritrócitos

Hematologia Geral. Anemias Classificação Morfológica das Anemias NORMOCÍTICAS MICROCÍTICAS E E MACROCÍTICAS NORMOCRÔMICAS HIPOCRÔMICAS SIDEROBLÁSTICA

DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS BILIRRUBINAS (BILIRRUBINÉMIA) BILIRRUBINA. * Catabolismo do Heme e produção de Bilirrubina

Bilirrubinemia indireta icterícia esplenomegalia Hemólise extravascular icterícia Hemólise intravascular haptoglobina hemoglobinúria

Classificação das Anemias

MECANISMOS GERAIS DAS ANEMIAS

Eritrócitos: Morfologia e função

UNISALESIANO. Profª Tatiani

Anemia hemolítica autoimune

Docente: Disciplina: Curso: Ano: Regime: Categoria: Horário Semanal: Enquadramento e Objectivos da Disciplina: Sistema de avaliação:


ENFERMAGEM. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

I SEMINÁRIO. Tema: DESIDROGENASE DA GLICOSE-6-FOSTATO. Subtemas: Acção enzimática e regulação Deficiência da desidrogenase e anemias hemolíticas

Morfologia dos eritrócitos. Profa. Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes

Síndrome Hemolítica. Fisiopatologia e Clínica. Classificação

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS ANEMIAS: ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS

18/08/2016. Anemia e Policitemia Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo

Sangue: funções gerais

ANEMIAS HEMOLÍTICAS: CLÍNICA, DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA UMA REVISÃO CRÍTICA

ANEMIAS parte III. Profª Carolina Garrido Zinn

ANEMIAS HEMOLÍTICAS. Prof. Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria

ACADEMIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Anemias Microcíticas e Hipocrômicas ADC e Talassemias. Profa. Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes

As porfirinas são sustâncias orgânicas cíclicas e nitrogenadas, formadas por formadas por quatro anéis pirrolicos ligados por ligação de metileno.

Avaliação laboratorial do paciente com Anemia Hemolítica

ANEMIAS HEMOLÍTICAS HEREDITÁRIAS. Prof. Dr David Cavalcanti Ferreira

Aulas e discussão dos casos.

HEMATOLOGIA. 3ºAno. Prof. Leonor Correia

MOBILIZAÇÃO E DEPOSIÇÃO DE FÓSFORO CORPORAL E SUA IMPORTÂNCIA NA RESISTÊNCIA OSMÓTICA DE ERITRÓCITOS EM VACAS LEITEIRAS

3/15/2013 HIPERSENSIBILIDADE É UMA RESPOSTA IMUNOLÓGICA EXAGERADA A DETERMINADO ANTÍGENO. O OBJETIVO IMUNOLÓGICO É DESTRUIR O ANTÍGENO.

TECIDO HEMATOPOIÉTICO E SANGUÍNEO

A PRODUÇÃO DE ERITRÓCITOS

Vinícius Reis Batista Acadêmico do 4 período de Medicina Orientador: Wanderson Tassi

Peculiaridades do Hemograma. Melissa Kayser

Sessão televoter anemias. Joana Martins, Manuel Ferreira Gomes António Pedro Machado

Sangue Periférico. morfologia usual SÉRIE VERMELHA. May-Grunwald-Giemsa

Outras Anemias: Vamos lá? NAC Núcleo de Aprimoramento científico Hemograma: Interpretação clínica e laboratorial do exame. Jéssica Louise Benelli

INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO HEMOGRAMA

Escola: Nome: Turma: N.º: Data: / / FICHA DE TRABALHO 1A. leucócitos figurados dissolvidas. água eritrócitos nutrientes. plasma plaquetas metabolismo

Ciências Naturais, 6º Ano. Ciências Naturais, 6º Ano FICHA DE TRABALHO 1A. Escola: Nome: Turma: N.º: Escola: Nome: Turma: N.º: Conteúdo: Sangue

Avaliação Hematológica, Interpretação e Importância em Nutrição

Faculdade de Imperatriz FACIMP

Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES. Diabetes Mellitus Tipo I

ERITROGRAMA HEMOGRAMA 24/09/2010 INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS EM NEONATOLOGIA E PEDIATRIA HEMOGRAMA HEMATOPOIESE HEMATOPOIESE

Doença dos Eritrócitos

03/08/2016. Patologia Clínica e Análises Laboratoriais Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo

ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

Epidemiologia das hemoglobinopatias: variabilidade genética da hemoglobina e de enzimas eritrocitárias no Bengo, Angola.

Imunidade Humoral. Células efectoras: Linfócitos B. (Imunoglobulinas)

TECIDO HEMATOPOIETICO E SANGUÍNEO

BIOLOGIA. Moléculas, células e tecidos. Estudo dos tecidos Parte. Professor: Alex Santos

Parte I ABORDAGEM LABORATORIAL DAS ANEMIAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS CIARLINI, PC LCV - FMVA. Prof. Adjunto Paulo César C

PLANO DE APRENDIZAGEM. CH Teórica: 40h CH Prática: 20h CH Total: 60h Créditos: 03 Pré-requisito(s): Período: IV Ano:

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO FIGADO Silvia Regina Ricci Lucas

Sugerimos manter-se a grelha proposta

Recomendações do ICSH para a Padronização da Nomenclatura e da Graduação das Alterações Morfológicas no Sangue Periférico. Int J Lab Hematol.

Nelson Hamerschlak, Dirceu Hamilton Cordeiro Campêlo

Metabolismo de glicogênio. Via das pentose-fosfatos. Prof. Dr. Henning Ulrich

Avaliação Nutricional - Profa. Raquel Simões

D I S C I P L I N A D E S E M I O L O G I A U N I V E R S I D A D E D E M O G I D A S C R U Z E S FA C U L D A D E D E M E D I C I N A

DÉFICE DA GLICOSE-6-P DESIDROGENASE

TOXICOCINÉTICA TOXICOCINÉTICA TOXICOLOGIA -TOXICOCINÉTICA

TOXICOLOGIA -TOXICOCINÉTICA. Profa. Verônica Rodrigues

Diagnóstico Laboratorial em Hematologia. Marcos K. Fleury Laboratório de Hemoglobinas Faculdade de Farmácia - UFRJ

CLINICA MÉDICA HEMATOLOGIA SANGUE

SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS ESPECIAIS ÍNDICES ERITROCITÁRIOS

Hemoglobina. Prof. Archangelo Fernandes Profa Alessandra Barone

QBQ-0230 Bioquímica do Metabolismo Biologia Noturno

GCD_16_Doenças_e_Perturbações_do_Sangue/Órgãos_Hematopoiéticos_e_Doenças_Inumológicas

Tópicos de Imunologia Celular e Molecular (Parte 2)

DIOCÉLIA FORTUNATO GOMES

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA CURSO DE FARMÁCIA RAULY DE BARROS PINTO FILHO

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Capítulo 07: O SANGUE. CIÊNCIAS Profa. Jéssica 2019

Principais Doenças do Sistema Hematológico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS (CIPHARMA) IMUNO-HEMATOLOGIA. Doutoranda Débora Faria Silva

Conhecendo a G6PD e a Deficiência de G6PD. Nilza Silva de Castro Fundadora do Grupo Mães G6PD

Anemia x agentes infecciosos ANEMIA HEMOLÍTICA. Manifestações clínicas. Anemia hemolítica imunomediada. Anemia hemolítica imunomediada

ENFERMAGEM. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

II Workshop Internacional de Atualização. em Hepatologia. Hemocromatose Genética. Diagnóstico. e Tratamento. Dominique Muzzillo

PORFIRINAS DISCIPLINA: BIOQUÍMICA PROFESSOR: Dra. Selene Babboni

GABARITO PROVA ENADE MATUTINO

ANEMIAS HEMOLÍTICAS. Hye,

Doença Hemolítica Perinatal. Ranuce Ribeiro Aziz Ydy

Anemias Tipos e Como Iniciar a Investigação

Bioquímica Metabólica

DISCIPLINA DE HEMATOLOGIA HEMATÓCRITO

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes

O SANGUE HUMANO. Professora Catarina

IMUNOGENÉTICA. Sistemas Sangüíneos Eritrocitários

FACULDADE PITÁGORAS TÓPICOS ESPECIAIS EM NUTRIÇÃO I SOLICITAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS

SANGUE Funções (transporte):

Perfil Hepático FÍGADO. Indicações. Alguns termos importantes

AVALIAÇÃO DE UM HEMOGRAMA COMPLETO - SÉRIE VERMELHA

Transcrição:

ANEMIAS NORMOCÍTICA NORMOCRÓMICA A DESTRUIÇÃO DOS GV OCORRE NORMALMENTE APÓS 120 DIAS Remoção pelos macrófagos do sistema reticuloendotelial t li l (na medula óssea, fígado e baço) Degradação das enzimas e sem reposição Libertação de ferro que sofre recirculação via transferrina plasmática para os eritroblastos da medula óssea Degradação da protoporfirina a bilirrubina, indo para o fígado onde é conjugado a glucuronídeos que são excretados pelo intestino via bílis e convertido em estercobilinogénio e estercobilina (excretada nas fezes) Excreção renal de urobilinogénio Hemoglobina-haptoglobulina removido do plasma pelo sistema RE Hemólise intravascular é pouco significativa ANEMIAS NORMOCÍTICA NORMOCRÓMICA Degradação normal dos glóbulos vermelhos Hemoglobina Heme globina ferro protoporfirina aminoácidos transferrina CO bilirrubina (livre) ar expirado fígado (conjugação) eritroblastos glucoronídeos de bilirrubina bile urobilin(ogénio) estercobilin(ogénio) urina fezes

ANEMIAS NORMOCÍTICA NORMOCRÓMICA - anemias hemolíticas ANEMIAS HEMOLÍTICAS (anemia de causa extramedular) É definida como uma anemia que resulta do aumento da destruição dos eritrócitos no sangue periférico Existe hiperplasia eritróide e extensão anatómica da m.o., logo poderá haver um grande aumento na destruição dos GV antes de se fazer sentir a anemia (doença hemolítica compensada) Reticulócitos aumentados (casos de eritropoiese eficiente) - esferocitose hereditária é eficaz - β-talassemia major Estudos dos eritrócitos marcados radioactivamente com 51 Cr podem ser necessários para confirmar a hemólise e determinar os locais de destruição ANEMIAS NORMOCÍTICA NORMOCRÓMICA - anemias hemolíticas CLASSIFICAÇÃO HEREDITÁRIAS - defeito corpuscular (os glóbulos l já nascem doentes mas têm um bom ambiente de vida) - Membrana (esferocitose hereditária, eliptocitose hereditária) - Metabolismo (deficiente G6PD ou piruvato cinase) - Hemoglobina (HbS, HbC) ADQUIRIDAS - defeito extracorpuscular (os glóbulos nascem normais mas têm um ambiente adverso) Imunológico (anticorpos) - Imunológico (anticorpos) - Químicos e agentes físicos - Infecções - Fragmentação - Hemoglobinúria nocturna paroxística (os glóbulos nascem doentes mas a hemólise também é provocada pelo ambiente)

ANEMIAS NORMOCÍTICA NORMOCRÓMICA - anemias hemolíticas COMO DIFERENCIAR SE A CAUSA DA ANEMIA É CORPUSCULAR OU EXTRACORPUSCULAR? TESTE DE COOMBS DIRECTO POSITIVO - causa extracorpuscular INTRODUÇÃO NUM RECEPTOR DE CR MARCADO ( 51 Cr) 51 Cr Doente Transfundido a um indivíduo normal GV dura 120 dias Causa extraglobular 51 Cr Doente Transfundido a um indivíduo normal GV menos que 120 dias Causa globular ANEMIAS NORMOCÍTICA NORMOCRÓMICA - anemias hemolíticas Resultante t da degradaçãod aumentada dos eritrócitos Bilirrubina aumentada, não conjugada e ligada à albumina Extra-vascular Urobilinogénio aumentado Estercobilinogénio aumentado Intra-vascular Haptoglobulina ausente (ligado à hemoglobina e removido pelo RE) Resultante do aumento da produção de eritrócitos Reticulocitose Hiperplasia eritróide da medula óssea Resultante dos eritrócitos danificados Morfologia - microesferócitos, eliptócitos, fragmentos,... Fragilidade osmótica, autohemólise, etc. Tempo de vida do GV diminuído (estudo com 51 Cr)

ANEMIAS NORMOCÍTICA NORMOCRÓMICA - anemias hemolíticas DESTRUIÇÃO ERITROCITÁRIA AUMENTADA EXTRAVASCULAR (acelerando os mecanismos normais de destruição) BNC (bilirrubina não conjugada) aumentada Urobilinogénio aumentado resultam do metabolismo da bilirrubina Estercobilinogénio aumentado Resulta: -anemia - icterícia esferócitos - esplenomegalia INTRAVASCULAR (de forma súbita dentro da corrente sanguínea) Hemoglobinémia Hemoglobinúria esquisócitos Hemosiderinúria (ferro na urina) Resulta: - febre com dores musculares (principalmente lombares) - estado de choque e hemoglobinúria ANEMIAS NORMOCÍTICA NORMOCRÓMICA - anemias hemolíticas DESTRUIÇÃO ERITROCITÁRIA AUMENTADA

ANEMIAS HEMOLÍTICAS HEREDITÁRIAS 1. Defeito membranar ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA normalmente é devida a um defeito (redução) na principal proteína estrutural (espectrina) da membrana dos eritrócitos a m.o. produz GV com a forma bicôncava normal, mas vão perdendo membrana à medida que circulam pelo baço e resto do sistema RE A relação área de superfície/volume diminui - GV esféricos (osmoticamente mais fá frágeis) Os esferócitos são incapazes de passar através da microcirculação do baço, acabando por morrer prematuramente Esferocitose ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA Esfregaço: - presença de microesferócitos - reticulócitos entre 5-20% Testes especiais: Teste da fragilidade osmótica - por vezes necessita de incubar a 37ºC, durante 24 horas mg/10 ml de NaCl

ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA Testes especiais: Auto-hemólise - aumentada e corrigida pela adição de glicose - células são incubadas no seu próprio plasma com e sem adição de glicose, durante 48 horas e depois é medida a hemólise Interpretação Sem glicose Com glicose Normal 2-5% 08% 0,8% Esferocitose hereditária 5-40% 1-2% Anemia hemolítica não esferocítica 5-40% 5-60% (sem correcção) ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA Testes especiais: Teste de coombs directo - negativo (exclui as anemias hemolíticas autoimunes) + + Anticorpo Anti-grupo sanguíneo Eritrócitos Eritrócitos sensibilizados Anti-anticorpo Aglutinação visível Estudos com 51 Cr - estudar a severidade da anemia TRATAMENTO A principal forma de tratamento é a esplenectomia (risco de infecção)

ELIPTOCITOSE HEREDITÁRIA (OVALOCITOSE HEREDITÁRIA) -similar il à esferocitose hereditária i excepto naaparência dos GV no esfregaço - normalmente não causa grande anemia - defeito na interacção entre os dimeros de espectrina, entre a espectrina e outras proteínas da membrana - Como se distingue num esfregaço uma verdadeira de uma falsa eliptocitose? Na eliptocitose o maior eixo dos glóbulos não é paralelo à direcção do esfregaço 2. Deficiências enzimáticas DEFICIÊNCIA DE G6PD (Glucose-6-fosfato f desidrogenase) Normalmente é assimptomática G-6-PD reduz NADP (nicotinamide-adenine-dinucleotide phosphate) a NADPH. NADPH reduz glutationa oxidada (GSSH) à sua forma reduzida GSH. GSH previne a oxidação das membranas dos GV e hemoglobina. A deficiência é dependente do sexo (M>F) Os principais sintomas ocorrem em resposta a stress oxidativo (são anemias hemolíticas agudas) causado por drogas (anti-malária, sulfonamidas) ou infecções - hemólise intravascular Nas mulheres heterozigoticas G6PD mostram uma maior resistência ao P. falciparum

2. Deficiências enzimáticas DEFICIÊNCIA DE G6PD (Glucose-6-fosfato f desidrogenase) DADOS LABORATORAIS Entre as crises a contagem de glóbulos é normal Dosear a enzima no hemolisado dos GV (fora da fase aguda, devido à presença de GV jovens com níveis normais de enzima) Durante a crise, no esfregaço: Células fragmentadas Corpos de Heinz (hemoglobina oxidada, desnaturada) - coloração supravital (azul brilhante de cresil) TRATAMENTO Parar de tomar a droga Transfusões 2. Deficiências enzimáticas DEFICIÊNCIA DE PIRUVATO CINASE (PK) Os glóbulos vermelhos tornam-se rígidos devido à redução da formação de ATP Origina poucos sintomas dado haver um deslocamento da curva de dissociação da hemoglobina-o 2 para a direita, causado por aumento da 2,3-DPG Auto-hemólise não corrigida por adição de glicose Doseamento da enzima Esfregaço: poiquilócitos (qualquer célula com uma forma anormal) TRATAMENTO Esplenectomia (doentes que necessitam de frequentes transfusões)

ANEMIAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS 1.Anemias hemolíticas imunes ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES (AHAI) Estas anemias caracterizam-se pela produção de anticorpos pelo organismo contra os seus próprios glóbulos vermelhos - positivo no teste de Coombs directo (DAT) CLASSIFICAÇÃO Anemias hemolíticas associadas a anticorpos quentes (mais frequente) - Tipo IgG (temperatura óptima de actuação 37ºC) Anemias hemolíticas associadas a anticorpos frios - Tipo IgM (temperatura óptima de actuação 4ºC) 1. Anemias hemolíticas imunes ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES (AHAI) Na AHAI o anticorpo ligado à membrana do GV é removido aos poucos, normalmente no baço. Assim as células vão-se tornando esféricas mantendo essencialmente o mesmo volume. A esplenomegalia está normalmente presente. AHAI ASSOCIADAS A ANTICORPOS QUENTES CAUSAS: Idiopática Secundária SLE (lupus eritomatoso sistémico) Linfoma Drogas (ex.: metildopa)

1. Anemias hemolíticas imunes ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES (AHAI) AHAI ASSOCIADAS A ANTICORPOS QUENTES Esfregaço: esferocitose Teste de coombs directo positivo Anticorpos (á superfície do GV ou livre no soro são melhor detectados a 37ºC) TRATAMENTO Remoção da causa (ex.: metildopa) Corticosteróides Esplenectomia 1. Anemias hemolíticas imunes ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES (AHAI) AHAI ASSOCIADAS A ANTICORPOS FRIOS CAUSAS: Idiopática Secundária Mononucleose infecciosa Linfoma Hemoglobinúria paroxística a frio - A AHAI fria, causada por anticorpos IgM mais activos a <30 o C, é uma anemia hemolítica caracterizada pela aglutinação dos GV e hemólise nas extremidades corporais mais frias. O complemento da IgM fixa o anticorpo ao GV a 28-31 o C. O complemento fixado causa hemólise intravascular. - Como os GV estão aquecidos nos órgãos centrais o IgM é perdido deixando apenas ligado o C3 (prova de Coombs directa positiva apenas para o C3) - podem ser destruídas no sistema RE.

1. Anemias hemolíticas imunes ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES (AHAI) AHAI ASSOCIADAS A ANTICORPOS FRIOS Esfregaço: - esferocitose menos marcada - aglutinação dos GV principalmente se o esfregaço éfeitoafrio Teste de coombs directo positivo (revela C3, com anti-anticorpo específico) Anticorpos IgM normalmente presentes em elevada concentração (são melhor detectados a 4ºC) TRATAMENTO Manter a pessoa quente e tratar a causa adjacente 1. Anemias hemolíticas imunes ANEMIAS HEMOLÍTICAS ALOIMUNES Nestas anemias o anticorpo produzido por um indivíduo reage com o GV de outro indivíduo Exemplo: doença hemolítica do recém-nascido devido a incompatibilidade no sistema Rhesus; transfusões de sangue sem compatibilidade no sistema ABO. Anemia intravascular ANEMIA HEMOLÍTICA INDUZIDA POR DROGAS Três mecanismos diferentes: Três mecanismos diferentes: 1.Complexo droga-gv - síntese de anticorpos 2.Deposição do complexo droga-proteína-anticorpo na superfície do GV 3.Anemia hemolítica autoimune (exemplo: α-metildopa) - produção de um anti-anticorpo

2. HEMOGLOBINÚRIA NOCTURNA PAROXÍSTICA É um defeito raro da stem cell da medula óssea que produz um GV com um defeito membranar que a torna susceptível à lise pelo complemento causando uma hemólise intravascular crónica É diagnosticado pela demonstração da lise dos GV no soro a um ph baixo (activa o complemento pela via alternativa)