Avaliação Atuarial de Banco de Dados



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Transcrição:

Avaliação Atuarial de Banco de Dados ASSOCIAÇÃO POLICIAL DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SP São José dos Pinhais, 12 de Junho de 2007.

Índice 1. Introdução---------------------------------------------------------------------------------------------------3 2. Perfil Estatístico dos Beneficiários-----------------------------------------------------------------3 2.1 Número de Beneficiários por Faixa Etária e Sexo-------------------------------------------3 2.2 Beneficiários conforme Acomodação -----------------------------------------------------------4 2.3 Beneficiários conforme Regulamentação ------------------------------------------------------5 2.4 Beneficiários conforme Segmentação-----------------------------------------------------------6 2.5 Beneficiários conforme Contratação-------------------------------------------------------------6 2.6 Beneficiários conforme Co-participação -------------------------------------------------------7 3. Análise da Utilização ------------------------------------------------------------------------------------7 4. Análise das Despesas Assistenciais e Receitas (Sinistralidade)------------------------9 5. Considerações Finais --------------------------------------------------------------------------------- 11 2

1. Introdução A Avaliação Atuarial é uma ferramenta de diagnóstico empresarial que tem se mostrado eficaz na gestão de custos com saúde. Ela permite identificar dentre seus planos, os beneficiários com alto ou baixo risco, bem como as ramificações onde demandam maior atenção. De forma geral, a análise consiste na avaliação técnica do histórico de gastos e utilização dos recursos disponíveis pelos planos de saúde. Segundo a Saúde Business Web, pesquisas recentes demonstram que conhecer detalhadamente os usuários de uma carteira e adotar medidas de prevenção customizadas podem reduzir em até 46% o gasto com o tratamento médico desta população. Sendo assim, neste estudo, é apresentado o perfil da Carteira de beneficiários da Associação Policial de Assistência a Saúde de São João da Boa Vista SP, considerando as diferentes classificações que influenciam diretamente nos riscos que envolvem os planos de saúde. Outros fatores observados são índices comparativos, utilização dos recursos pela massa específica e demonstrações de resultados de sinistralidade no período. Para obtenção dos resultados dispostos neste relatório, utilizamos dados concernentes aos beneficiários, eventos, receitas e despesas da Carteira de planos de saúde desta Operadora, compreendendo o período de Dezembro de 2005 a Novembro de 2006. 2. Perfil Estatístico dos Beneficiários A análise do Perfil dos Beneficiários permite a Operadora observar como seus beneficiários estão distribuídos entre as variáveis faixa etária, sexo, acomodação, regulamentação, segmentação, contratação e co-participação. 2.1 Número de Beneficiários por Faixa Etária e Sexo Para avaliação da distribuição da massa de beneficiários da Operadora, utilizamos o gráfico de Pirâmide Etária. Este é adotado por vários institutos de pesquisa para mensurar a proporção de indivíduos por faixa etária e sexo de uma determinada população. 3

Analisando o gráfico 2.1., observamos a distribuição dos beneficiários ativos em Novembro de 2006. Verificamos que a massa de beneficiários é jovem, pois é observada maior proporção na base da pirâmide. Esta situação é considerada favorável para a Operadora, visto que a 1ª faixa etária, teoricamente, dispõe de despesas inferiores às demais e através do princípio do mutualismo** garante a sustentação e equilíbrio da Carteira. 2.1. Pirâmide Etária dos Beneficiários 59 Anos ou + 54 a 58 Anos 49 a 53 Anos 44 a 48 Anos 39 a 43 Anos 34 a 38 Anos 29 a 33 Anos 24 a 28 Anos 19 a 23 Anos 0 a 18 Anos 400 300 200 100 0 100 200 300 400 Masculino Feminino **Mutualismo constitui-se do grupo de pessoas com interesses comuns constituindo uma reserva econômica para dividir o custo do risco de um acontecimento incerto. 2.2 Beneficiários conforme Acomodação A acomodação conta com risco considerável nos planos de saúde. Por este motivo ela é estudada quando da necessidade de precificar um plano. Os tipos de acomodação atualmente admitidos pela ANS são: Coletiva e Individual. Dentre os planos que possuem esta cobertura, a acomodação coletiva envolve menos custos, pois se trata de acomodação com mais de um leito e, assim, seus custos, tanto de diárias como de serviços e honorários, são menores do que a da acomodação individual. 4

Através do gráfico 2.2, observamos que 95,28% dos beneficiários ativos em Novembro de 2006 da Carteira desta Operadora possuíam planos com acomodação Coletiva. 2.2. Beneficiários segundo a Acomodação 95,28% 4,72% Coletiva Individual 2.3 Beneficiários conforme Regulamentação De acordo com a ANS, dentre os beneficiários do país que têm planos de saúde, 56,5% possuem planos com contratação posterior a Lei 9.656/98. Podemos observar no gráfico 2.3. que, em Novembro de 2006, data base da análise, 90,52% dos beneficiários ativos da Operadora possuíam planos posteriores a Lei 9.656/98. Este número tende a aumentar, uma vez que planos antigos não podem mais ser comercializados. 5

2.3. Beneficiários segundo a Regulamentação 90,52% 9,48% Planos Novos Planos Antigos 2.4 Beneficiários conforme Segmentação A Segmentação de um plano de saúde contempla as coberturas asseguradas pelo mesmo, sendo que a Ambulatorial cobre procedimentos de consultas, exames, terapias e atendimentos ambulatoriais (procedimentos eletivos caracterizados como urgência e/ou emergência), enquanto a Segmentação Hospitalar cobre atendimentos em unidade hospitalar e procedimentos necessários durante o período de internação. Lembramos que a ANS permite a combinação destas coberturas para a composição da Segmentação do plano. Nesta Avaliação, observamos que, no período da análise, todos os beneficiários ativos desta Operadora possuíam planos com Segmentação Ambulatorial + Hospitalar com Obstetrícia. 2.5 Beneficiários conforme Contratação De acordo com o 1º do artigo 2º da RN 137, de 14/11/2006: As entidades de autogestão só poderão operar plano privado de assistência à saúde coletivo. Sendo assim, constatamos que, na Carteira desta Operadora, 100% dos beneficiários ativos em Novembro de 2006, data base da análise, possuía planos com Contratação Coletiva por Adesão. Ressaltamos ainda, que a aplicação de reajustes anuais para planos coletivos, sem patrocínio, operados por Autogestões sem mantenedoras e que tenham sido contratados 6

após 1º de Janeiro de 1.999 ou adaptados à Lei 9.656, dependerão de prévia autorização da ANS. 2.6 Beneficiários conforme Co-participação A Co-participação é um mecanismo de regulação importante para reduzir o uso em procedimentos dispendiosos, pois o beneficiário terá que pagar uma parte do serviço utilizado, reduzindo assim custos com despesas assistenciais e freqüência de utilização. Todos os planos da Carteira desta Operadora utilizavam co-participação como mecanismo de regulação. Conseqüentemente, a massa total de beneficiários estava vinculada a planos co-participativos. 3. Análise da Utilização Neste tópico avaliamos os indicadores de freqüência média anual de utilização, custo médio por evento e custo médio per-capita com o objetivo de identificar alguma anormalidade na utilização e/ou custos. Na Tabela 3., apresentamos a freqüência média anual de utilização por grupo de procedimentos. Tabela 3. Freqüência Média Anual de Utilização Planos Coletivos Por Adesão Procedimentos Freqüência de Utilização Consultas 3,5865 Exames 2,4955 Atend. Ambulatorial 0,2462 Terapias 0,7213 Internações 0,2072 Verificamos que, em Consultas e Atendimento Ambulatorial, é alto o índice de utilização dos procedimentos se comparado à segmentação Hospitalar, que evidencia utilização em menores proporções. Entretanto, na segmentação Hospitalar, os custos dos procedimentos são geralmente superiores. 7

Na Tabela 3.1. observamos o custo médio por grupo de procedimentos. Nota-se que as Internações apresentaram os maiores custos. Tabela 3.1. Custo Médio por Evento Planos Coletivos Por Adesão Procedimentos Custo Por Evento Consultas R$ 43,56 Exames R$ 74,20 Atend. Ambulatorial R$ 249,90 Terapias R$ 74,75 Internações R$ 2.349,16 A Tabela 3.2, a seguir, apresenta comparação entre a freqüência média anual de utilização e os custos médios por evento, com a média de mercado, usando como base os valores constantes no Caderno de Informação da ANS, de Março de 2007 : Grupo de Procedimentos Tabela 3.2 Freqüência Anual de Utilização e Custo Por Evento APAS - São João da Boa Vista Freqüência de Utilização Consultas 3,5865 R$ 43,56 4,7400 R$ 27,28 Exames 2,4955 R$ 74,20 5,7033 R$ 26,19 Atend. Amb. 0,2462 R$ 249,90 0,7033 R$ 76,45 Terapias 0,7213 R$ 74,75 0,6600 R$ 88,55 Internações 0,2072 R$ 2.349,16 0,1767 R$ 1.577,59 *Fonte: Caderno de Informação da ANS de MARÇO de 2007. Custo/Evento Dados de Mercado* Freqüência de Utilização Custo/Evento Observamos na tabela 3.2., que a freqüência de utilização desta Operadora apresentou-se abaixo da média de mercado nos grupos de procedimentos de Consultas, Exames e Atendimento Ambulatorial. No entanto, na comparação dos valores de custos por eventos, notamos que os custos destes procedimentos apresentaram-se maiores que às médias do mercado. Em relação a Internações, tanto a freqüência de utilização da Operadora quanto o custo por evento são maiores que a média do mercado. 8

A tabela 3.3. mostra o custo médio assistencial por beneficiário segundo grupo de procedimentos, onde podemos observar que a segmentação Ambulatorial da Operadora representou 48,41% dos custos assistenciais por grupo de procedimentos e Internações, 51,59%. Procedimentos Tabela 3.3. Custo Médio Per-capita Custo Médio Operadora Custo Médio Mercado* Consultas R$ 13,02 R$ 10,78 Exames R$ 15,43 R$ 12,45 Atend. Ambulatorial R$ 5,13 R$ 4,48 Terapias R$ 4,49 R$ 4,87 Internações R$ 40,56 R$ 23,23 TOTAL R$ 78,63 R$ 55,80 *Fonte: Caderno de Informação da ANS de MARÇO de 2007. Observamos que o custo médio assistencial per-capita da Operadora, no período analisado, foi de R$ 78,63, ou seja, apresentou-se em torno de 41% maior que a média do mercado. 4. Análise das Despesas Assistenciais e Receitas (Sinistralidade) Com objetivo de analisarmos as receitas e despesas assistenciais desta Operadora, adotamos gráfico de colunas e linhas, que possibilita o estudo do equilíbrio financeiro da Carteira de planos no período de Dezembro/2005 a Novembro/2006. 9

4. Receitas e Despesas Assistenciais 300.000,00 250.000,00 200.000,00 150.000,00 100.000,00 50.000,00 - dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 Despesas Receitas Através do gráfico 4., observamos que os valores referentes às Receitas da Operadora mantiveram-se constantes ao longo do período utilizado para Avaliação Atuarial, enquanto que as Despesas Assistenciais apresentou oscilações, com destaque para os meses de Junho e Outubro de 2006, onde observamos as maiores despesas. Na análise dos planos, divididos plano a plano, consideramos Carregamento de 8,00% de Despesa Administrativa e lembramos que o plano com número 999.999.999, na tabela abaixo, indica a junção de todos os planos antigos, que possui registro anterior à Lei 9.656/98. 4. APAS SÃO JOÃO DA BOA VISTA - ANÁLISE PLANO A PLANO PLANO CONTRATAÇÃO RECEITA INFORMADA DESPESAS ASSISTENCIAIS DESPESAS CARREGADAS DÉFICIT / SUPERAVIT 435618017 Adesão - Coletivo 1.909.431,20 1.964.118,15 2.134.911,03 225.479,83 436089013 Adesão - Privativo 205.309,14 281.564,63 306.048,51 100.739,37 999999999 Adesão - Coletivo 140.034,74 105.222,50 114.372,28 25.662,46 TOTAL 2.254.775,08 2.350.905,28 2.555.331,83 300.556,75 10

Observa-se na tabela 4., que, na avaliação da Carteira desta Operadora, dois planos apresentaram déficit, com destaque maior para o plano 435.618/01-7 (Coletivo por Adesão com acomodação Coletiva). Considerando a Despesa Administrativa informada pela Operadora nas últimas atualizações de Nota Técnica (8,00%) verificamos, no geral, déficit de R$ 300.556, ou seja, o total das receitas acumulado no não ano foi suficiente para cobrir o total das despesas assistenciais mais despesas administrativas. Observamos ainda que, o índice de sinistralidade, sem os carregamentos, da Carteira da Operadora apresenta-se no percentual de 104,3%. Sendo que, considerando despesa administrativa da mesma, o limite de sinistralidade máxima para equilíbrio financeiro seria de 92,0%. De acordo com o Caderno de Informações da ANS, de Março de 2007, a sinistralidade observada em operadoras classificadas como Autogestão, no ano de 2006, foi de 81,2%. Ressaltamos que, para esta avaliação, não foram consideradas as Receitas de Repasse da Cruz Azul. 5. Considerações Finais O presente parecer tem como objetivo apresentar as conclusões constantes da Avaliação Atuarial, no período de 12 meses (Dezembro/2005 a Novembro/2006), mediante avaliação geral dos resultados obtidos através das demonstrações gráficas e explanações contidas dentre os tópicos do estudo desta Carteira de planos. O gráfico de Pirâmide Etária, apresentado no item 2.1., demonstra que a maior concentração de beneficiários encontra-se na primeira faixa etária, a qual teoricamente dispõe de custos e utilização mais baixos que as demais faixas etárias, contribuindo assim, para o equilíbrio da Carteira. Verificamos no item 3 que, além dos custos por eventos, também o custo médio assistencial por beneficiário (R$ 78,63), no período observado, foram maiores que os custos médios por 11

eventos e beneficiários apresentados pelo mercado, segundo Caderno de Informações da Agência Nacional de Saúde ANS. No item 4, verificamos que alguns planos apresentaram resultado operacional negativo no período utilizado para avaliação. Sendo assim, orientamos que, quando da renovação dos contratos, estes sejam alvos de análise criteriosa por parte desta Operadora com relação aos percentuais de reajustes a serem negociados, desde que, respeitando as cláusulas contratuais pactuadas entre as partes. Concluímos que a Carteira de planos desta Operadora não apresentou solvência no período analisado, pois foi observado déficit de R$ 300.556,75. Salientamos que, para futuras avaliações, a Operadora deverá enviar dados referentes às Receitas com Repasse da Cruz Azul, pois assim será possível apresentar análise mais coerente com a realidade da Operadora. Por fim, vale lembrar que a tecnologia tem aumentado cada vez mais a perspectiva de vida da população mundial. Em especial, os brasileiros têm prolongado seus anos de vida zelando pela saúde e corpo, através de cuidados com alimentação, exercícios físicos e desenvolvendo trabalhos para aliviar tensões e stress do cotidiano. As Operadoras, em busca de redução de despesas assistenciais, estão utilizando ferramentas, como a prevenção a doenças através de exames preventivos, campanhas antiobesidade, anti-tabagismo, atividades físicas, entre outras. Num primeiro momento poderiam onerar os custos, porém, futuramente, reduziriam os custos assistenciais desta Operadora. Outro ponto importante para diminuir despesas desnecessárias é o uso de mecanismos de regulação, como a Co-participação, pois o beneficiário terá que pagar uma parte do serviço utilizado, reduzindo assim custos com despesas assistenciais e freqüência de utilização. Salientamos ainda que os resultados desta avaliação atuarial são extremamente sensíveis às variações das informações fornecidas, premissas e hipóteses utilizadas para o estudo e que, modificações futuras destes fatores, bem como adesões e exclusões de beneficiários, poderão implicar variações substanciais nos resultados atuariais apresentados. 12

Solicitamos avaliação dos resultados obtidos neste estudo, no intuito de aprovação desta Operadora no que concerne às características e particularidades demonstradas na análise. Permanecemos solícitos a quaisquer esclarecimentos que se façam necessários. Atenciosamente, Denise Tomaz de Souza Departamento Atuarial CTS Consultoria Técnica Atuarial e Seguros Ltda 13