DECISÃO AI: 030/CF-2/2007 DATA: 12/01/07 PROC.: 60830.006874/2007-12 REC: 625.783/10-6 AUTUADO: TAM LINHAS AÉREAS S.A.



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Transcrição:

DECISÃO JR Agência Nacional de Aviação Civil Brasil AI: 030/CF-2/2007 DATA: 12/01/07 PROC.: 60830.006874/2007-12 REC: 625.783/10-6 AUTUADO: TAM LINHAS AÉREAS S.A. VOO JJ3854 21/12/06 20h05min RECORRENTE: TAM LINHAS AÉREAS S.A. MATÉRIA: CBA, art. 302, III, u atraso RECLAMANTE: ELIANE TASSINI ISR: 129/ANAC-BH RELATOR: Carlo André Leite - Especialista em Regulação de Aviação Civil - SIAPE 1764225 RELATÓRIO Trata-se do recurso n o 625.783/10-6, interposto pela TAM LINHAS AÉREAS S.A. com base nos art. 16 e seguintes da Resolução n o 25/08, em face da decisão proferida no Processo Administrativo n o 60830.006874/2007-12, originado do Auto de Infração n o 030/CF-2/2007, lavrado em 12/01/07. No Impresso de Sugestões e Reclamações ISR n o 129/ANAC-BH (fl. 01), o(a) usuário ELIANE TASSINI em companhia da filha e do neto reclama do atraso do voo JJ3854, de 21/12/06 (com saída prevista para as 20h05min), contratado com a Reclamada para a realização do trecho Belo Horizonte/Brasília. Reclama, ainda, que as informações não foram prestadas adequadamente e que a solução só veio com a chegada da Polícia Federal. A decolagem do voo JJ3854 acabou por ocorrer, segundo a reclamante, às 05h00min, depois de 11 horas e 30 minutos de espera no aeroporto. Junta cópia de bilhete à fl. 02. Em resposta à solicitação de informações feita por essa Agência em 02/01/07 (fl. 03), a reclamada alega problemas no centro de operações (CINDACTA) para explicar o atraso em sua chegada no aeroporto de Confins. Afirma ter adotado plano de contingência e providenciado as facilidades. Conclui, afirmando que a passageira seguiu no voo, que decolou às 05h13min para o destino (fl. 04). Junta cópia do voucher de alimentação à fl. 05. No seu Relatório, o fiscal atesta o atraso do voo superior a quatro horas, e que a Empresa ofereceu as facilidades de alimentação e comunicação (fl. 07 e 08). O Auto de Infração n o 030/CF-2/2007 foi lavrado em 12/01/07, capitulando a conduta da Empresa inicialmente na alínea n do inciso III do art. 302 do Código Brasileiro de Aeronáutica CBA, para depois, em despacho à fl. 19, ser promovida sua alteração para a alínea u do inciso III do art. 302 do Código Brasileiro de Aeronáutica CBA, por atrasar, sem justa causa, a decolagem do voo JJ3854, das 20h05min do dia 21/12/06, causando transtornos à reclamante (fls.09). Antes da alteração na capitulação do Auto de Infração, a Empresa apresentou defesa às fl. 10 e seguintes. Nessa, afirma que a passageira se apresentou no aeroporto de Belo Horizonte para o voo JJ3854, das 20h05min. Afirma que tal voo atrasou por motivos operacionais. Faz referência genérica sem relacionar diretamente ao evento ocorrido e objeto do presente processo à popularização do serviço de transporte aéreo, ao aumento de demanda no período natalino, ao Página 1/6

fechamento temporário de aeroportos por falta de condições meteorológicas, à queda do sistema de transmissão de dados no aeroporto do Galeão, à operação de sequenciamento por parte do Controle de Voos; situações em que, segundo a empresa, foram fornecidas todas as facilidades aos usuários, reacomodados os passageiros no voo imediatamente disponível e oferecido o reembolso integral das passagens, buscando minimizar os efeitos causados. Junta ao processo (i) cópia do voucher de alimentação, e (ii) cópia da lista de passageiros embarcados no voo JJ3854, com o nome da reclamante à fl. 13. Após a notificação da mudança da capitulação do Auto de Infração em 15/01/07 (fl. 16), a Empresa não apresentou nova defesa, pelo que foi certificada sua revelia quanto à mudança, em termo no parecer do analista à fl. 21. O parecer, entretanto, relata e analisa a defesa anteriormente apresentada. Em 18/10/10, a autoridade competente decidiu pela aplicação de multa no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) em razão do atraso, sem justa causa, do voo JJ3854, de 21/12/06 fls.21 e 22. Tendo tomado conhecimento da decisão em 27/12/10 (fl.23 a 25), a Empresa protocolizou recurso em 30/12/10 nesta Agência (fl.26 e 27), por meio do qual solicita recurso e consentimento de anulação ou revogação total da decisão. Na peça, repete, em linhas gerais, os argumentos apresentados quando de sua defesa à autuação tais como o fechamento temporário de aeroportos, queda do sistema de transmissão de dados no Aeroporto do Galeão, e de operação de sequenciamento (espaçamento entre voos). Não junta documentos. É o relatório. VOTO DO RELATOR Recurso interposto tempestivamente, conforme despacho de fl. 28. No mérito, a autuação teve fundamento na alínea u do inciso III do art. 302 do Código Brasileiro de Aeronáutica CBA, in verbis : CBA - 7.565/86 Art. 302. A multa será aplicada pela prática das seguintes infrações: (...) III - infrações imputáveis à concessionária ou permissionária de serviços aéreos: (...) u) infringir as Condições Gerais de Transporte, bem como as demais normas que dispõem sobre os serviços aéreos; Pelo relato dos autos, a Empresa teria realizado o voo com mais de quatro horas de atraso em relação ao horário contratado, e sem motivo justificável, não reacomodando o reclamante no prazo adequado, pelo que estaria sujeita às Providências Administrativas previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica. Nesse momento, é importante noticiar de que o mesmo fato gerador da autuação objeto desse processo administrativo (atraso do voo JJ3854, de 21/12/06) deu também origem a processo Página 2/6

administrativo distinto, instaurado no âmbito dessa Agência. É que à época do ocorrido estava em vigor o art. 65 das Condições Gerais de Transporte aprovadas pela Portaria 676/GC-5, de 13 de novembro de 2000, que determinava que os bilhetes de passagem seriam considerados isoladamente para efeito de aplicação de sanção, ainda que em se tratando de grupo de passageiros. Na sequência dos acontecimentos, em 25/04/08 a ANAC editou a Resolução n o 25, a qual, em seu artigo 10 passou a dispor que para cada infração constatada pelo agente da autoridade de aviação civil deveria ser lavrado um único Auto de Infração. A existência de mais de uma reclamação quanto à infração processada passou a ser considerada para efeito de agravamento da pena. Assim, desde a edição da Resolução n o 25/08, todas as reclamações resultantes de uma única infração têm de ser processadas em conjunto, só sendo capaz de gerar, ao fim desse processo administrativo, uma única providência administrativa. Dentro do mesmo espírito, a Resolução n o 34/08 revogou o mencionado artigo 65 da Portaria, pondo um fim formal ao preceito que considerava isoladamente cada bilhete de passagem para efeito de aplicação de sanção. Em observância ao princípio administrativo da retroatividade da norma mais benéfica, as Resoluções n o 25 e n o 34 devem ser consideradas como normas regentes do caso, ainda que tenham entrado em vigor em data posterior à dos fatos relatados nos autos. Acontece que esse processo do qual se trouxe notícia aos autos chegou ao conhecimento dessa Junta Recursal por meio do recurso n o 620.129/09-6, já analisado na 23ª Sessão de Julgamento, realizada no dia 18 de junho de 2009, relatado pelo Membro Sra. Alexandra da Silva Amaral, da qual restou aplicada pena pecuniária de R$ 7.000,00 (sete mil reais), publicado no sítio desta ANAC (http://www.anac.gov.br/biblioteca/juntarecursal/decisoes/rec620129096.pdf). Assim, dado o fato de que essa Junta Recursal já confirmou a aplicação de multa em decorrência da mesma conduta apreciada no presente processo, entendo que deve ser anulada a multa aplicada pelo órgão de primeira instância administrativa e ora impugnada pela recorrente, com fundamento no parágrafo único do art. 10 da Resolução n o 25/08, que ora se transcreve: Res. ANAC 25/08 Art. 10. Para cada infração constatada pelo agente da autoridade de aviação civil será lavrado um AI e instaurado o respectivo processo administrativo. Parágrafo único. No caso de infração decorrente do transporte aéreo público regular, da qual resulte reclamação de mais de um passageiro com reserva confirmada para o mesmo vôo, poderá ser aberto um único processo administrativo para todas as reclamações, considerando-se para efeitos de agravante o número de reclamações recebidas. Ressalte-se que, ainda que o pedido de anulação da sanção fundamentado na ofensa ao princípio do non bis in idem não tenha sido objeto do presente recurso, a essa instância é dado conhecer da matéria ex officio, em observância ao princípio da autotutela, o qual confere à Administração o poder-dever de controlar seus próprios atos, conforme disposto na Lei n o 9.784/99 em seu art. 53. O mesmo já foi objeto de dois enunciados do Supremo Tribunal Federal: Página 3/6

STF Enunciado nº 346 - A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. STF Enunciado nº 473 A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo conhecimento e PROVIMENTO do recurso, anulando-se a decisão prolatada e cancelando-se a multa aplicada pela autoridade competente da primeira instância administrativa. Rio de Janeiro, 31/01/11 CARLO ANDRÉ LEITE Membro da Junta Recursal da ANAC Especialista em Regulação de Aviação Civil SIAPE 1764225 Página 4/6

Agência Nacional de Aviação Civil Brasil CERTIDÃO DE JULGAMENTO JR AUTUAÇÃO Nº AI: 030/CF-2/2007 LAVRATURA: 12/01/07 REC.: 625.783/10-6 AUTUADO: TAM LINHAS AÉREAS S.A. VOO JJ3854 21/12/06 20h05min RECORRENTE: TAM LINHAS AÉREAS S.A. MATÉRIA: CBA, art. 302, III, u atraso RECLAMANTE: ELIANE TASSINI ISR: 129/ANAC-BH RELATOR: Carlo André Leite - Especialista em Regulação de Aviação Civil - SIAPE 1764225 PRESIDENTE DA SESSÃO: Sra. Ângela Onzi Rizzi CERTIDÃO Certifico que Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Junta, por unanimidade, concedeu PROVIMENTO ao recurso, cancelando a multa aplicada pelo órgão decisório de primeira instância administrativa e arquivando o presente processo, nos termos do voto do Relator. O Membro Julgador, Sr. Sérgio Luís Pereira Santos, e a Presidente da Junta Recursal, Sra. Ângela Onzi Rizzi, votaram com o Relator. Rio de Janeiro, 31/01/11 Ângela Onzi Rizzi PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL Página 5/6

DESPACHO JR Agência Nacional de Aviação Civil Brasil Nº AI: 030/CF-2/2007 LAVRATURA: 12/01/07 Nº REC.: 625.783/10-6 AUTUADO: TAM LINHAS AÉREAS S.A. VOO JJ3854 21/12/06 20h05min RECORRENTE: TAM LINHAS AÉREAS S.A. MATÉRIA: CBA, art. 302, III, u atraso RECLAMANTE: ELIANE TASSINI ISR: 129/ANAC-BH RELATOR: Carlo André Leite - Especialista em Regulação de Aviação Civil - SIAPE 1764225 PRESIDENTE DA SESSÃO: Sra. Ângela Onzi Rizzi Encaminhe-se a Secretaria da Junta Recursal para providências de praxe. Rio de Janeiro, 31/01/11 Ângela Onzi Rizzi PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL Página 6/6

DADOS DO PROCESSO (Processo) (Recurso) 60830.006874/2007-12 625.783/10-6 (ISR) (Reclamante) (folha) 129/ANAC-BH ELIANE TASSINI 01 (Voo) (data) (hora) JJ3854 21/12/06 20h05min Belo Horizonte/Brasília (trecho) (Aeroporto) de Belo Horizonte Sol. inf. (fl.) (data) 03 02/01/07 04 Resposta Relatório (fl.) ISR (fl.) 07 e 08 (AI) (Data lav.) (Data not.) 030/CF-2/2007 12/01/07 15/01/07 09 (fl.) Nome da autuada TAM LINHAS AÉREAS S.A. Capitulação no AI CBA, art. 302, III, u (resumida) Capitulação no AI (completa) Matéria atraso Defesa (Data) (fl.) 06/02/07 10 e 11 Revelia (Data) (fl.) 11/10/10 21 alínea u do inciso III do art. 302 do Código Brasileiro de Aeronáutica CBA Decisão (valor) (Data) (fl.) R$ 7.000,00 (sete mil reais) 18/10/10 21 e 22 Not. (Data) (fl.) Cópia (Data) (fl.) 27/12/10 23 a 25 /\/ ** ** Recurso (nome) (Data) (fl.) TAM LINHAS AÉREAS S.A. 30/12/10 26 e 27 Certidão Temp. (fl.) 28 Número total de paginas 7 Juntado (Pr) (ISR) (AI) (Data) (fl.) ** ** ** ** ** Processo de bis in idem ** Recurso de bis in idem 620.129/09-6 Sessão Julgamento completa (ou folha da cert. de intemp.) Relator Pena (R$) Endereço no site Data Sessão Julgamento 31/01/11 Título Presidente Sessão Artigo partícula nome Membro votante da Junta 23ª Sessão de Julgamento, realizada no dia 18 de junho de 2009 Alexandra da Silva Amaral R$ 7.000,00 (sete mil reais) http://www.anac.gov.br/biblioteca/juntarecursal/decisoes/rec620129096.pdf PRESIDENTE Presidente a Sra. Ângela Onzi Rizzi Sr. Sérgio Luís Pereira Santos Página 7/6