DO Ó CATÃO E MARIA JOSÉ LOURENÇO DA SILVA

Transcrição

1 GOVERNO DA PARAÍBA Secretaria de Estado da Receita Conselho de Recursos Fiscais Processo nº Acórdão 401/2013 Recurso VOL/CRF- nº102/2013 Recorrente: GLOBAL VILLAGE TELECOM LTDA Recorrida: GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS Preparadora: RECEBEDORIA DE RENDAS DE JOÃO PESSOA Autuante: MARISE DO Ó CATÃO E MARIA JOSÉ LOURENÇO DA SILVA Relator: CONS. JOÃO LINCOLN DINIZ BORGES RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. CRÉDITO INDEVIDO. APROPRIAÇÃO COMPROVADA PELO LIVRO CIAP. REFORMADA DA DECISÃO RECORRIDA. AUTO DE INFRAÇÃO IMPROCEDENTE. Diante da apresentação do Livro CIAP - Controle de Créditos do ICMS do Ativo Permanente comprovou-se a lisura na apropriação dos créditos fiscais oriundos das operações de aquisição de bens destinado ao ativo imobilizado da empresa, confirmando equivoco na premissa fática que motivou a acusação inicial. Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc... A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, a unanimidade, e, de acordo com o voto do relator pelo recebimento do RECURSO VOLUNTÁRIO, por regular e tempestivo, e no mérito pelo seu PROVIMENTO, para modicar a sentença exarada na instância monocrática que julgou PROCEDENTE e julgar IMPROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento n.º / , de , lavrado contra a empresa GLOBAL VILLAGE TELECOM LTDA, inscrita no CCICMS sob nº , devidamente qualificado nos autos, exonerando-o de quaisquer ônus decorrentes desta medida fiscal. Em tempo, cancelo por indevida a importância de R$ ,84, sendo R$ ,28 de ICMS e R$ ,56 de multa por infração.

2 Continuação do Acórdão nº 401/ Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do artigo 730, 1, inciso II, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº /97. P.R.E. Sala das Sessões Pres. Gildemar Pereira de Macedo, em 29 de novembro de JOÃO LINCOLN DINIZ BORGES CONS. RELATOR

3 Continuação do Acórdão nº 401/ GOVERNO DA PARAÍBA Secretaria de Estado da Receita Conselho de Recursos Fiscais Processo nº Recurso VOL Nº 102/2013 Recorrente Recorrida Preparadora Autuante Relator : GLOBAL VILLAGE TELECOM LTDA : GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS : RECEBEDORIA DE RENDAS DE JOÃO PESSOA : MARISE DO Ó CATÃO E MARIA JOSÉ LOURENÇO DA SILVA CONS. JOÃO LINCOLN DINIZ BORGES RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. CRÉDITO INDEVIDO. APROPRIAÇÃO COMPROVADA PELO LIVRO CIAP. REFORMADA DA DECISÃO RECORRIDA. AUTO DE INFRAÇÃO IMPROCEDENTE. Diante da apresentação do Livro CIAP - Controle de Créditos do ICMS do Ativo Permanente comprovou-se a lisura na apropriação dos créditos fiscais oriundos das operações de aquisição de bens destinado ao ativo imobilizado da empresa, confirmando equivoco na premissa fática que motivou a acusação inicial. Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc... R E L A T Ó R I O Trata-se de Recurso VOLUNTÁRIO, interposto pela empresa autuada em face da decisão monocrática, que julgou PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº / , lavrado em 15 de outubro de 2012, contra GLOBAL VILAGE TELECOM LTDA, que é acusada da seguinte irregularidade: Falta de recolhimento do imposto estadual, decorrente do fato de o contribuinte ter aproveitado de crédito indevido do imposto relativo à aquisição de bens para o Ativo no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, sem a apresentação à fiscalização do Controle de Créditos do ICMS do

4 Continuação do Acórdão nº 401/ Ativo Permanente CIAP, mesmo depois de reiteradas notificações, conforme demonstrativo às fls. 05 dos autos. De acordo com a denunciação acima, os autuantes constituíram o crédito tributário na quantia de R$ ,64 sendo, R$ ,28 de ICMS, por infringência aos arts. 106 do RICMS/PB, e R$ ,56 de multa por infração, com fundamento no artigo 82, V, h, da Lei nº 6.379/96. A irregularidade teria ocorrido no período de janeiro/2010 a dezembro/2011, conforme assentamento na própria peça acusatória. Documentos introdutórios encontram-se presentes às fls. 12 dos autos contendo uma mídia em CD-R dos exercícios fiscalizados. Devidamente cientificada da lavratura da peça exordial, em 18/10/2012 e decorrido o prazo regulamentar sem apresentação de reclamação ou recolhimento do imposto lançado de ofício, a autuada tornou-se REVEL, consoante lavratura do Termo de Revelia às fls. 014 dos autos. Com informações de inexistência de reincidência fiscal, foram os autos conclusos à Gerência de Julgamento de Processos Fiscais, com devida distribuição à Julgadora Fiscal Gílvia Dantas Macedo, que declinou seu entendimento pela procedência do auto de infração em face do estado de revelia, conforme decisão exarada às fls. 018/19 dos autos. A empresa autuada foi notificada do julgamento singular em 07/01/2013, consoante prova de Aviso de Recebimento (fl. 022), impetrando, de forma tempestiva, recurso voluntário contrário à decisão monocrática, com apresentação de arguições sintetizadas abaixo, senão vejamos: - que a presente autuação não merece prosperar visto haver idoneidade no creditamento de ICMS efetuada pela empresa com referência a apuração do CIAP, de acordo com os registros efetuados e constante no Livro CIAP (doc. 04) dos exercícios de 2010 e 2011 em que se originam das notas fiscais de aquisição de ativo imobilizado, onde o não atendimento das notificações deveu-se as dificuldades internas da empresa em apresentara documentação solicitada em tempo hábil; - diante da apresentação da documentação que ampara e comprova a idoneidade dos créditos lançados pelas aquisições constantes no registro do CIAP não há mais o que se falar em falta de pagamento de ICMS, não podendo prosperar a exigência fiscal em face de premissa equivocada; - que deve operar os efeitos de declarar a inaplicabilidade da multa cominada em face da inexistência de falta de recolhimento do imposto, além de seu gravame confiscatório, requerendo, assim, a procedência do recurso com o cancelamento do crédito tributário consubstanciado na infração fiscal epigrafada.

5 Continuação do Acórdão nº 401/ Consta às fls. 068 dos autos mídia digital (CD-R) contendo o Livro CIAP da recorrente e arquivos das notas fiscais das aquisições de bens destinados ao ativo imobilizado referente aos exercícios de 2010 e Convocado a se pronunciar, as autoras do feito manifestaram seu entendimento acerca dos fatos que motivaram a medida fiscal, informando que diante da apresentação da documentação, em especial do Livro CIAP, conforme mídia digital às fls. 068, evidencia-se razões de insubsistência do lançamento de ofício frente às provas documentais, requerendo a extinção do crédito tributário por falta de objeto. É o relatório. V O T O A denúncia formulada na peça exordial versa sobre utilização de crédito fiscal indevido, tendo em vista a falta de apresentação do Livro CIAP que pudesse conferir regularidade na apropriação de créditos fiscais oriundos de aquisições de bens para o ativo imobilizado da recorrente. Em preâmbulo, necessário atestar que o recurso voluntário interposto atende ao requisito de tempestividade, haja vista ter sido interposto no prazo previsto no art. 721 do RICMS/PB, de forma que passaremos a enfrentar as suas razões juntamente com os fundamentos da sentença singular. questão. Neste sentido, passo, pois, à apreciação das razões meritórias de decidir a A matéria em questão decorre da constatação da fiscalização de a empresa encontrava-se utilizando créditos fiscais que não encontravam respaldo em livro CIAP que controla o usufruto creditício das operações oriundas de aquisições de bens para o ativo fixo do estabelecimento, fato que veio ganhar contornos iniciais de veracidade quando a empresa deixou de atender 03(três) notificações fiscais para apresentação do Livro CIAP, ambas sem sucesso de cumprimento das solicitações realizadas. Porém em sede de recurso neste colegiado, a recorrente veio a demonstrar que o não atendimento inicial da notificação deveu-se as dificuldades internas para cumprimento da solicitação fiscal em tempo hábil, apresentando como prova material da insubsistência da pretensão fiscal ante a existência do Livro CIAP, devidamente registrado com os lançamentos das operações fiscais que respaldaram a apropriação dos créditos fiscais oriundos das aquisições de bens do ativo imobilizado da empresa nos exercícios de 2010 e Tal constatação foi devidamente demonstrada em Mídia Digital (CD-R) que foi juntada pela recorrente às fls. 068 dos autos, contendo os registros pertinentes ao Livro CIAP, fato que foi analisado pela fiscalização, assegurando a existência de legitimidade nas razões recursais apresentadas, em face de comprovação dos lançamentos tempestivos no Controle de Créditos do ICMS do Ativo Permanente CIAP.

6 Continuação do Acórdão nº 401/ Em face desta realidade, esta relatoria entende que a fiscalização foi induzida ao erro de apreciação dos fatos, diante da falta de entrega do Livro CIAP para efeito de legitimidade das operações de créditos fiscais oriundos de bens do ativo fixo, tendo em vista a obrigatoriedade legal de existência de controle dos créditos na razão de 1/48 avos, na forma disciplinada pelo artigo 78 do RICMS, aprovado pelo Dec. n /97. Assim, com a apresentação do Livro CIAP comprovou-se lisura na conduta da recorrente em apropriar seus créditos fiscais oriundos das aquisições de bens do ativo imobilizado, levando a derrocada da exigência fiscal, por falta de objeto para sua execução, dando como indevido o lançamento indiciário e a improcedência do auto de infração em analise. Diante dessa realidade, resta-me, apenas, modificar a sentença de procedência proferida na instância prima de julgamento, em face da falta de repercussão tributária que caracterizaria a premissa de utilização indevida de crédito fiscal, ante a existência de lançamento e existência do Livro CIAP. Pelo exposto, V O T O pelo recebimento do RECURSO VOLUNTÁRIO, por regular e tempestivo, e no mérito pelo seu PROVIMENTO, para modicar a sentença exarada na instância monocrática que julgou PROCEDENTE e julgar IMPROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento n.º / , de , lavrado contra a empresa GLOBAL VILLAGE TELECOM LTDA, inscrita no CCICMS sob nº , devidamente qualificado nos autos, exonerando-o de quaisquer ônus decorrentes desta medida fiscal. Em tempo, cancelo por indevida a importância de R$ ,84, sendo R$ ,28 de ICMS e R$ ,56 de multa por infração. novembro de Sala das Sessões Pres. Gildemar Pereira de Macedo, em 29 de JOÃO LINCOLN DINIZ BORGES Conselheiro Relator