DECISÃO. Recurso interposto tempestivamente, conforme despacho de fls..

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1 DECISÃO RELATOR: matrícula RELATÓRIO Trata o presente processo de auto de infração, lavrado no dia , em Porto Alegre, com fundamento no art. 302, III, n e p do Código Brasileiro de Aeronáutica, em decorrência de reclamação efetuada em , pelo passageiro CLAUDIA LIMA, por ter a empresa aérea descumprido o contrato de transporte aéreo com a passageira, ao cancelar o voo GL 1647 do dia , das 07h20min, tendo cancelado sem comunicação prévia fls. 08. Regularmente notificada, a empresa apresentou defesa esclarecendo que não obteve êxito na localização do passageiro, que somente foi informado da alteração no momento do check in. Sustenta que providenciou acomodação no voo G das 15h10min, bem como disponibilizou acomodação em hotel. Acostou cópia de correspondência encaminhada ao Hotel Continental fls. 12/13. Em , a Junta de Julgamento decide pela manutenção da multa, fixada então em R$7.000,00 (sete mil reais), com fundamento no art. 302, III, p do Código Brasileiro de Aeronáutica fls.14/15. Em , a empresa notificada apresenta recurso à Junta Recursal, postulando pela anulação da multa aplicada, reproduzindo os mesmos argumentos apresentados em sua defesa fls. 18/19. É o relatório. VOTO DO RELATOR CANCELAMENTO DE VOO. ART. 302, III, p, CBA. IAC IAC RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. Recurso interposto tempestivamente, conforme despacho de fls.. A autuação foi realizada com fundamento no art. 302, III, p, do Código Brasileiro de Aeronáutica, Lei n , de 19 de dezembro de 1986, que dispõe o seguinte: Art A multa será aplicada pela prática das seguintes infrações: Processo n /09-4/ASA Página 1

2 III infrações imputáveis à concessionária ou permissionária de serviços aéreos: p) deixar de transportar passageiro com bilhete marcado ou com reserva confirmada ou, de qualquer forma, descumprir o contrato de transporte; Com efeito, sobre a disciplina de informações prestadas aos usuários de serviços aéreos prevê a Instrução de Aviação Civil IAC : 3 RESPONSABILIDADES Da Empresa Aérea: A Empresa Aérea e seus prepostos são os responsáveis em prestar todas as informações aos usuários relativas às Condições Gerais de Transporte, no ato da compra do bilhete No caso de mudanças posteriores dessas condições, a empresa aérea deverá fornecer ao usuário todas as informações necessárias relativas ao transporte. Ademais, as empresas de transporte aéreo devem observar certos procedimentos para proceder as alterações em vôos regulares, em conformidade com o disposto na Instrução de Aviação Civil n. 1224, de Nesse sentido, dispõe o mencionado ato normativo: 3.7 Os cancelamentos eventuais de vôos ou de escalas, para atender interesse da empresa, poderão ser efetuados desde que: a) nenhum passageiro com reserva confirmada seja prejudicado; e b) o cancelamento da(s) escala(s) não desviar significativamente o itinerário previsto. A empresa, em suas razões recursais, confirma a antecipação e argumenta apenas tentou informar o passageiro sobre a alteração efetuada, porém sem êxito. Ademais, noticia que o passageiro foi acomodado no vôo imediatamente disponível. Vale acrescentar que a empresa comprovou ter proporcionado facilidade de acomodação ao passageiro, a fim de amenizar o dano provocado. Cumpre, por fim, ressaltar que o Código Brasileiro de Aeronáutico impõe, em seu art. 295 que a multa será imposta de acordo com a gravidade da infração. Nesse sentido, a Resolução n. 25, de , que dispõe sobre o processo administrativo para a apuração de infrações e aplicação de penalidades no âmbito da competência da Civil determina em seu art. 22 que sejam consideradas as circunstâncias agravantes e atenuantes na imposição da penalidade pecuniária, valendo notar que entre as últimas encontra-se a previsão de adoção voluntária de providências eficazes para evitar ou amenizar as conseqüências da infração, antes de proferida a decisão. Assim, houve, de fato, violação à legislação que regula o contrato de transporte aéreo, em especial a norma prevista no art. 302, III, p, do Código Brasileiro de Aeronáutico, razão pela qual se Processo n /09-4/ASA Página 2

3 justifica a imposição de sanção. Presente circunstâncias atenuantes. Presente, também, circunstância agravante, eis que a empresa é reincidente na prática da infração, a justificar a aplicação do art. 22, 2º da Resolução n. 25/08. Nesse sentido, deve ser mantida a multa. Quanto ao valor aplicado pela autoridade fiscal, cumpre observar que a multa foi valorada em seu grau médio, não merecendo reforma, portanto. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo conhecimento e não provimento do recurso, mantendo-se a multa aplicada pela primeira instância administrativa. É como voto. RELATORA Processo n /09-4/ASA Página 3

4 CERTIDÃO DE JULGAMENTO AUTUAÇÃO PRESIDENTE DA SESSÃO RELATOR: matrícula ASSUNTO: Antecipação de vôo art. 302, III, p, CBA e item da IAC e IAC 1224 CERTIDÃO Certifico que Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Junta, por unanimidade, conheceu do recurso, negando-lhe provimento, para que seja mantida a multa aplicada, nos termos do voto da Relatora. Os Srs. Membros Sérgio Luís Pereira Santos e Edmilson José de Carvalho votaram com a Relatora. PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL Processo n /09-4/ASA Página 4

5 DESPACHO Encaminhe-se o presente a Secretaria da Junta Recursal para as providências de praxe. PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL Processo n /09-4/ASA Página 5