Validação da medida de controle água ozonizada

Documentos relacionados
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO E PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS NA CADEIA PRODUTIVA DE ÁGUAS ENVASADAS

CONTROLE MICROBIOLÓGICO DE GARRAFÕES DE 10 E 20 LITROS E SUA IMPORTÂNCIA NA SEGURANÇA ALIMENTAR

Sistemas de segurança na produção de alimentos

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

Implementação de BPF e APPCC Responsabilidade

RELATORIO DE ENSAIO A_ _AMi_22_1

Sistemas da Qualidade

10) Implementação de um Sistema de Gestão Alimentar

AS NOVAS EXIGÊNCIAS PARA AS INDÚSTRIAS EM RELAÇÃO À GESTÃO DA SEGURANÇA DOS ALIMENTOS

HACCP UM EXEMPLO PRÁTICO

PPHO. Profª Me. Tatiane da Silva Poló

10º ENTEC Encontro de Tecnologia: 28 de novembro a 3 de dezembro de 2016 QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE ÁGUA MINERAL DO TRIANGULO MINEIRO

Controle/Garantia da Qualidade nas matérias primas

Por que investir em certificação? Virginia Mendonça Junho 2018

Programa Analítico de Disciplina TAL460 Gestão da Segurança de Alimentos

MÓDULO VI. O Sistema HACCP. Formador: Anabela Portela. Data:16/02/15 18/02/15

AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS PRÉ REQUISITOS E IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA APPCC EM UMA INDÚSTRIA LATICINISTA DO ESTADO DE GOIÁS

07/06/2015 Imprimir Sistemas de Gestão da Segurança Alimentar Introdução à... Interessante Naturlink

HACCP AVANÇADO FORMAÇÃO DE AUDITORES INTERNOS

Mudança na certificação de segurança dos alimentos FSSC 22000

adota a seguinte Consulta Pública e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

SeminárioIACA "O CONTROLO DA QUALIDADE NA FILEIRA DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL: APPCC E DIOXINAS. 17 dejunho2011. Laura Carvalho

BPF BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO PARA EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS. RDC nº 34/2015 ANVISA

APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO LEGISLAÇÃO ORIGEM 27/05/2013 SISTEMA DE ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE - APPCC

Introdução. Graduando do Curso de Nutrição FACISA/UNIVIÇOSA. 3

QUALIDADE DE ÁGUA DE POÇO DE ABASTECECIMENTO DA CIDADE DE DELTA-MG

CERTIFICAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA DE ALIMENTOS. Parte II: Requisitos para Certificação

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Maria Adelaide Teles

PROGRAMAS DE SEGURANÇA E HORTALIÇAS. Dilma Scala Gelli

BPFs / HACCP 1 BOAS PRÁTICAS DE FABRICO HACCP (HAZARD ANALYSIS AND CRITICAL CONTROL POINTS) João Gusmão Lisboa, Dezembro 2003

LISTA DE VERIFICAÇÃO. AUDITORIA DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Auditados. Tipo de Auditoria: Auditoria Interna: Data Realização: Responsável:

Lista de Verificação - Empacotadora Produção Integrada de Citros PIC Brasil (Elaborada a partir da Instrução Normativa Nº 42, DE 07 DE JULHO DE 2008)

Módulo 5 Requisito 8 Validação, verificação e melhoria do Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos Etapas para implementação do APPCC e da ISO

Monitoramento de patógenos em alimentos de origem animal em estabelecimentos com SIF. Nelmon Oliveira da Costa DIPOA/SDA/MAPA

ATIVIDADE DAS ENZIMAS FOSFATASE E PEROXIDASE COMO INSTRUMENTO DE VERIFICAÇÃO DA EFICÁCIA DA PASTEURIZAÇÃO LENTA DE LEITE PREVIAMENTE ENVASADO

Como escolher o esquema ou norma a se certificar?

ISO 22000:2005 SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA DE ALIMENTOS FORMAÇÃO DE AUDITOR LÍDER

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE MANTEIGAS COMERCIALIZADAS EM VIÇOSA (MG) 1. Introdução

RESOLUÇÃO Nº 310/MS/ANVS, DE 16 DE JULHO DE 1999 DOU DE 19/07/99

Pesquisa de microrganismos indicadores de condições higiênico sanitárias em água de coco

SEGURANÇA ALIMENTAR Sistema HACCP

Aula 9: PPHO e APPCC. Disciplina: Higiene, Vigilância e Controle de Alimentos

Módulo Contexto da organização 5. Liderança 6. Planejamento do sistema de gestão da qualidade 7. Suporte

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

6) Desenvolvimento das etapas para elaboração e implantação do plano de APPCC

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

A segurança de alimentos está relacionada à presença de perigos veiculados pelos alimentos no momento do consumo (pelo consumidor).

Transição para o Novo Referencial NP EN ISO 22000:2018

RESOLUÇÃO N 10, DE 22 DE MAIO DE 2003

ANÁLISE DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF): APLICAÇÃO DE UM CHECK-LIST EM DOIS FRIGORÍFICOS NO MUNICÍPIO DE SALGUEIRO-PE.

Relatório de Ensaio Nº 26085/ Proposta Comercial Nº 2256/2016

LAUDO N.º ANO:2014

Sistema de Gestão da Qualidade

Boletim Epidemiológico VIGIAGUA

Nova versão da ISO 22000: visão geral das principais mudanças propostas e seus impactos. Cíntia Malagutti 28/05/18

Art. 2º As empresas têm o prazo de 180(cento e oitenta) dias, a contar da data da publicação desta Resolução, para se adequarem ao mesmo.

INVESTINDO EM QUALIDADE NA ÁREA DE ALIMENTOS

Jornadas da Alimentação

Diretor da Unidade de Microbiologia

DIREÇÃO DE COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DIREÇÃO DE PRODUTOS DE SAÚDE DIREÇÃO DE INSPEÇÃO E LICENCIAMENTO. Soluções para Lavagem Nasal

CRITÉRIOS MICROBIOLÓGICOS PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ALIMENTOS. Denise Hentges

CHECK-LIST ISO 14001:

Qualidade e segurança alimentar. Ação de capacitação 2017

RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N 24, DE 08 JUNHO DE 2015

Análise da qualidade no processo produtivo de leite pasteurizado do tipo C em um laticínio de pequeno porte

IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NAS FÁBRICAS DE RAÇÕES

25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN

ESTUDO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS DOS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE PALMAS

Água para Consumo Humano Águas Minerais Água para Piscicultura Água de Recreação... MAPA MS, ANVISA,...

PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE NA PASTEURIZAÇÃO DO LEITE EM MICROUSINAS

Grupo: Andressa, Carla e Thalita. Sequência lógica de aplicação do sistemas de APPCC

PORTARIA Nº 40 DE 20 DE JANEIRO DE 1997 MAPA Diário Oficial da União de 21/01/1998.

PALAVRAS-CHAVE Ensino Técnico. Engenharia de Alimentos.

Introdução ao HACCP Higiene e Segurança Alimentar

A QUÍMICA PRESENTE NAS INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS

WORKSHOP PARA USUÁRIOS Convênio FNS/USP 2209/2008

Controle de pragas: um fator decisivo em segurança alimentar

Para que serve a ISO na segurança dos alimentos

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. CONSULTA PÚBLICA Nº 541, DE 17 DE JULHO DE 2018 D.O.U de 18/7/2018

Sistema de Gestão Segurança e Saúde Ocupacional (SGSSO) ESTRUTURA ISO :2016

FORMAÇÃO DE AUDITORES INTERNOS DE GESTÃO DA QUALIDADE PARTE 1

BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE E MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS. Profa. Simone de Carvalho Balian Depto Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal - VPS?

A Implantação do Sistema do Sistema da Qualidade e os requisitos da Norma ISO NBR 9001:2000

WORKSHOP. Certificação de produtos, empresas e serviços

Proposta de REGULAMENTO DO CONSELHO

1.2. Quais os principais agrupamentos de boas práticas/requisitos que devem ser considerados?

DETERIORANTES E INDICADORES DE HIGIENE AROMAS

MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE (SANITIZAÇÃO)

MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE (SANITIZAÇÃO) 1

MNISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO PORTARIA N 46, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1998

VALIDAÇÃO DE SISTEMA DE ÁGUA. Carlos A Trevisan Setembro 2016

AVALIAÇÃO DE COLIFORMES EM ÁGUA MINERAL COMERCIALIZADA NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN

Os Mitos e as Verdades da Validação de Sistema de Água para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Ricardo Marinho R.

Relatório de Ensaio Nº 26018/ Proposta Comercial Nº 2256/2016

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini /

Relatório de Ensaio Nº 15368/ Proposta Comercial Nº 1148/2018

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO. Determinação de dureza total pelo método titulométrico por EDTA LQ: 2,39 mg/l

Global Standard for Food Safety Issue 5 - BRC

ATA DA REUNIÃO DE ANÁLISE CRÍTICA PELA DIREÇÃO (SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO QUALIDADE E MEIO AMBIENTE)

Transcrição:

Validação da medida de controle água ozonizada Franciele Faustino Neiva franquimica_@hotmail.com MBA Engenharia de produção e gestão da qualidade Instituto de Pós-Graduação e Graduação IPOG Goiânia, GO, 17 de setembro de 2012 Resumo Este artigo apresenta o estudo da validação de uma industria de água mineral do estado de Goiás, que está em processo de certificação em FSSC22000, baseado na medida de controle determinada no plano APPCC. A medida de controle é estabelecida após a realização do estudo da etapa do processo, sendo avaliados os perigos físicos, químicos e microbiológicos, onde são definidos limites aceitáveis para os perigos considerados significativos. A validação consiste em levantar dados históricos e realizar pesquisar estatísticas sobre o perigo que a medida de controle pretende prevenir ou eliminar. A ozonização da água de reuso foi definida como sendo a medida de controle para reutilização da água usada na lavagem das garrafas, ou seja, água usada no rinser é ozonizada e retorna para lavar novamente as embalagens, a preocupação neste caso era se que a reutilização da água iria proporcionar a contaminação do produto final. Portanto neste estudo estão presentes os resultados de análises microbiologicas da água de reuso, água ozonizada, embalagens vazias, embalagens pós-rinser, bem com a concentração da água ozonizada e as análises microbiologicas do produto acabado que foram realizadas em laboratório externo. O objetivo de estudo é comprovar que a medida estabelecida ozonização da água de reuso é eficaz para prevenir ou eliminar o perigo microbiologico de microrganismos patogênicos e deteriorantes. Analisando os microbiológicos frente às concentrações de ozônio na água ozonizada no rinser, observou que o uso da água de reuso da lavagem das embalagens não diminui o poder desinfetante o ozônio, como comprova os resultados microbiológicos do laboratório externo dos produtos acabados sem contaminações. Palavras-chave: Água. Mineral. Sistema. FSSC2200.Validação. 1. Introdução As águas minerais naturais são águas obtidas por fontes naturais ou artificiais, caracterizadas pela presença constante e definida de sais minerais específicos. A industria de água mineral no Brasil em 1995 produziu cerca de 1,5 bilhões de litros de água mineral. Dez anos depois em 2005 houve o um salto para 5,6 bilhões de litros e, em 2007, a produção alcançou a marca de 6,8 bilhões de litros. O Brasil em 2009 chegou a 4 posição no ranking mundial de produtores de água mineral, conforme dados da Associação Internacional de Águas Engarrafadas. Consumindo mais água engarrafada que países como Itália, Alemanha, França e Espanha. E fica atrás dos Estados Unidos, México (que crescem, em média, 8,5% ao ano) e da China, cuja demanda aumenta 17,5% a cada ano. A taxa média de crescimento mundial é de 7,6% ao ano. Em 2007, por exemplo, foram consumidos 206 bilhões de litros de água vendida em garrafa. O mercado faturou cerca de US$ 100 bilhões naquele ano. Um fator que propicia o aumento do consumo da água mineral é a preocupação da população com à qualidade da água disponibilizada pela rede pública, o consumidor de água mineral visa qualiade de vida, os quais pagam por um produto de qualidade que beneficia a sua saúde.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece pela Resolução da diretoria Colegiada - RDC n 274, de 22 de setembro de 2005, que as etapas pelas quais devem ser submetidas a água mineral natural e água natural não devem produzir, desenvolver e/ou agregar substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloquem em risco a saúde do consumidor e/ou alterem a composição original, devendo obedecer a legislação vigente de Boas Práticas de Fabricação. Assim sendo a água mineral envasada deve ter a mesma qualidade da água mineral captada, não podendo ter alterações no decorrer do processo de envase. Para conseguir números cada vez maiores e valores mais expressivos as industrias de alimentos, não só a de água mineral vem apostando em ferramentas de qualidade que proporcione a segurança de seus alimentos. A principal finalidade da segurança de alimentos é garantir que o consumo de alimento não provoque nenhum dano ao consumidor, tendo por objetivo a proteção e a preservação da saúde humana dos riscos representados por perigos passíveis de ocorrer nos alimentos. É indispensável a implementação de um Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos, visto que o processo de envase de água mineral compreende várias etapas produtivas, nas quais a qualidade deve ser mantida, a indústria envasadora diferente dos outros seguimentos das industrias de alimento não possui processos de conservação do produto, tornando água mineral um produto extremamente sensível as contaminações do processo. O Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos é fundamentada na aplicação de um conjunto de atividades através das Boas Práticas de Fabricação BPF, para identificar e controlar perigos para a segurança de alimentos na cadeia de fornecimento. O APPCC Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle ou em inglês (HACCP Hazard Analysis And Critical Control Points) é uma metodologia que estuda a análise de perigos relacionando os pontos críticos nos quais existem perigos, e define as reais situações nas quais o controle deve ser realizado para que possa vir a ser controlado, configurando uma verdadeira segurança no produto e nos processos produtivos. Para que o Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos seja efetivo e eficaz, é importante partimos de premissas básicas de higiene, como as Boas Práticas de Fabricação e o PAS 220 bem como de um Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle APPCC. A ISO 2200 tem como base o Codex Alimentarius que é o comitê para padronização da higiene de Alimentos. A ISSO 22000 é de extrema importância na padronização dos critérios de avaliação de Sistemas de Gestão da Segurança de Alimentos em toda a cadeia produtiva de alimentos devido ao seu alcance global e alinhamento com do BPF, APPCC e os PAS aplicados a cada área de atuação da cadeia produtiva. A norma oferece mecanismos que atingem desde os produtores de insumos, matérias-primas, indústria alimentícias, fabricantes dos equipamentos, embalagens, transportes, armazenamento, distribuidores, mercados, até o consumidor final. O Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos deve planejar, implementar, operar, manter e atualizar o seu processo, demonstrando que os alimentos produzidos sejam seguros ao consumo de acordo com o uso pretendido para os consumidores, sempre respeitando os requisitos regulamentares aplicáveis. Deve avaliar e julgar os requisitos dos clientes em conformidade com a segurança de alimentos, visando à necessidade do cliente com a segurança de alimentos. Da mesma forma deve existir uma comunicação efetiva com os seus fornecedores, consumidores e as partes interessadas, assegurando que a política de alimentos está de acordo com a atuação da empresa. Estabelecendo uma equipe de APPCC/Segurança de Alimentos. Nomeando um Coordenador da equipe, sendo que todos os integrantes devem ser identificados e conscientes dos papéis e de suas responsabilidades. A equipe de segurança de alimentos/appcc deve ser informada a tempo sobre

qualquer mudança que possa afetar a segurança de alimentos (exemplo, introdução de novos produtos, mudanças em matérias-prima, ingredientes, equipamentos, programas de limpeza e sanitização, embalagens, requisitos legais, reclamações relacionadas com produtos, etc.). Todo processo produtivo deve ser descrito de forma clara em fluxo. Desenvolvendo medidas de controle, para os parâmetros de processo e criando procedimentos que afetam a segurança de alimentos. Identificando e registrando os perigos de segurança de alimentos com razoável probabilidade de ocorrência (identificação de perigos). Realizando uma avaliação dos perigos, provendo uma seleção e avaliação das medidas de controle. Os programas de pré-requisitos deve ser identificados, documentados e implementados. Os PCCs devem ser identificados adequadamente, sendo os limites de controle identificados para cada PCC s. Estabelecendo procedimentos de monitoramento para os PCC S. Fazendo atualização quando necessários aos planos dos PPR s, PPRO s e do HACCP. Das normas de Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos, hoje a mais nova e atual é a norma FSSC22.000, a qual trata de uma norma certificável, podendo ser certificado organizações da cadeia de alimentos que processados, fabricantes de produtos alimentícios, ingredientes, aditivos ou embalagens. O processo de certificação de sistema de gestão de segurança dos alimentos FSSC22000 é um esquema robusto, é baseado nas normas ISSO 22000 e ISSO 22003 juntamente com e as especificações técnicas dos programas de pré-requisitos PPR s do setor de atuação da empresa de alimentos. Sendo aceita internacionalmente para auditoria e certificação de toda a cadeia de suprimentos. Alguns benefícios do plano de certificação FSSC são nitidamente conhecidos, como o enfoque da cadeia de suprimentos baseada nas normas ISO. Por usar padrões internacionais é uma norma aceita pela Iniciativa Global para Segurança de Alimentos e reconhecido pela European cooperation for Accreditation (EA). A FFSC22.000 é acredita pela ISO/IEC 17021 de abordagem sobre os sistemas e processos. Todas as partes interessadas e envolvidas no processo de fabricação dos alimentos são aprovadas é compromissadas com a segurança de alimentos, sendo abordada toda cadeia de suprimentos. Auditorias de Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos são profundas e rigorosas, nas quais são checados atendimentos dos requisitos da norma. A gestão do esquema é independente não é necessária ser certificados em outras normas ISO. Tornando o Sistema de Gestão de Segurança de alimentos transparente. O objetivo principal deste estudo é validação da medida de controle estabelecida pelo sistema de gestão de segurança de alimento de uma indústria envasadora de água mineral, localizada no estado de Goiás, a qual está passando por processo de certificação da FSSC22000. Desenvolveu-se o plano APPCC das linhas de produção, um ponto considerado foram as etapas de rinsagem das embalagens plásticas das linhas de garrafas, Galão de 5L, que nesta planta optou-se por reutilizar a água usada na lavagem das embalagens e tornando com entrada no processo de ozonização. A água ao sair do rinser é armazenada em tanque intitulado de tanque de água de reuso, como etapa subconsequente a água passa por processo de ozonização no momento de ser usada novamente na lavagem das garrafas. A análise da etapa de ozônização da água de reuso foi considerada com significativa estabelecida como PCC, medidas foram criadas esperando alcançar o controle do perigo de Segurança de Alimentos, atendendo os níveis aceitáveis definidos como se vê nesta validação.

2. Análise de Perigo Figura 1 Fluxograma da etapa de rinsagem Fonte: Documento interno da empresa O fluxograma da empresa foi desenvolvido pela Equipe de Segurança de Alimentos, que fez a verificação in loco dos dados apresentados. O fluxograma representa de forma esquemática a sequência ordenada de cada operação, tendo a finalidade de fornecer a base para a análise de perigos de alimentos. As entradas foram definidas em verde e as saídas em amarelo, lembrando que a água de reuso é saída da etapa de rinsagem e a entrada no tanque de reuso. A análise de perigos das etapas do processo foi desenvolvida também pela Equipe de Segurança de Alimentos com o objetivo de determinar quais perigos necessitam ser controlados e qual combinação de medidas de controle é requerida. Avaliação do perigo é identificado os agentes físicos, químicos ou biológicos, que tenham probabiliade razoável de ocorrer em cada etapa do processo, sendo determinado o nível aceitável deste perigo no produto final. Para cada perigo à Segurança de Alimentos identificado é realizada a avaliação da severidade dos seus efeitos adversos e da probabilidade de sua ocorrência, de acordo com a metodologia indicada a seguir: SEVERIDADE ALTA (A) MÉDIA (M) BAIXA (B) NS NS S S NS NS S S NS NS NS S INSIGNIFICANTE BAIXA (B) MÉDIA (M) ALTA (A) Risco do perigo: NS não significativo S significativo Tabela 1 Probabilidade de ocorrência Fonte: Documento interno da empresa.

Severidade: A severidade é característica do agente (físico, químico e biológico) e independe da probabilidade de ocorrência. Probablilidade: É caracteristica do processo e independente da severidade do perigo. Risco: Risco, no contexto de Segurnaça de Alimentos, siginfica a função da probabilidade de ocorrência de um efeito à sáude e aseveridade deste efeito quando há exposição a este perigo específico. Tabela 2 Plano APPCC Análise de perigos etapa central de ozônio, ozonização da água de reuso. Fonte: Documento interno da empresa Na avaliação da etapa de ozonização da água de reuso foi identificado o perigo microbiológico de microrganismos patogênicos e deteriorantes, proveniente do insumo de entrada desta etapa. A água ao ser usada na rinsagem das embalagens plásticas acarreta consigo uma demanda microbiológica vinda do processo de lavagem. O Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM é o órgão publico que autoriza a produção de água mineral no Brasil, propôs na Portaria n 374 de 01 de setembro de 2009, a Norma Técnica que dispõe sobre as especificações técnicas para o aproveitamento de água mineral destinadas ao

envase, declara que as empresas envasadoras devem se preocupar com uso racional da água, onde toda água proveniente do enxágue final usada no rinser, deve ser reaproveitada para lavagens intermediárias ou em outras utilizações no complexo industrial. E que a rinsagem das embalagens descartáveis deve ser realizada com substância de comprovada eficiência. A indústria de água mineral segue as normas da ANVISA que estabeleceu a RDC n 275 de 22 de setembro de 2005 o Regulamento técnico das características microbiológicas para água mineral, a resolução estabelece limites aceitáveis dos microrganismos patogênicos, os quais podem causas danos à saúde do consumidor. Medida de controle Método Limite crítico Frequência Ozonização Concentração da água ozonizada 0,2 ppm - 0,5ppm (ou mg/l) Duas vezes pela manhã e duas vezes pela tarde (conforme a produção) Tabela 3 Plano de monitoramento Fonte: Documento interno da empresa No plano de monitoramento de PCC foi estabelecido como medida a ozonição da água de reuso, verificando a concentração de ozônio presente na água ozonizada dentro de um limite de 0,2 a 0,5 ppm ou mg de ozônio por um litro de água. A geração de ozônio ocorre quando se produz uma descarga de corrente alternada de alta voltagem na presença de oxigênio, por meio da descarga elétrica ocorre à aceleração dos elétrons, resultando na quebra das moléculas de oxigênio. Os átomos de oxigênios livres reagem entre se formando o ozônio O3. O gás ozônio é conhecido como instável é quando aplicável na água sua meia vida a é de 1,25 minutos a temperatura ambiente de 26 C, de forma que o odor característico de ozônio desaparece rapidamente. O 2 O + O O + O 2 O 3 Desinfetantes Potencial de Oxidação(Volts) Poder relativo de Oxidação* Desinfetantes Ozônio 2,07 1,52 Ozônio Peróxido de hidrogênio 1,77 1,30 Peróxido de hidrogênio Hipoclorito 1,49 1,10 Hipoclorito Cloro 1,36 1,00 Cloro * Baseado no cloro como referência (=1,00) Tabela 4 Poder de oxidação de substância desinfetante. Fonte: Snatural (2012) 3. Desenvolvimento da Validação

Depois de estabelecida a medida de controle ozonização da água de reuso para o PCC da etapa central de ozônio, o próximo passo foi desenvolver a validação da medida, demonstrando se as mesmas são capazes de alcançar o controle esperado do perigo de Segurança de Alimentos, para obter produtos finais que atendam os níveis aceitáveis definidos. O processo de validação pode incluir, literatura cientifica, dados históricos, como por exemplo, reclamações de clientes, ensaios experimentais para simular condições de processo, dados coletados sobre os perigos físicos, químicos e biológicos durante condições normais de operações, pesquisas estatísticas e modelos matemáticos. Para este trabalho foi estabelecidas duas validações, análise microbiológica do produto acabado e a concentração de ozônio na água ozonizada, dados foram coletados e estudos desenvolvidos buscando evidencias na aplicação correta das validações. No período cinco dias de condições normais de produção foram monitorados três diferentes pontos estratégicos da etapa de rinsagem das embalagens plásticas, sendo eles o tanque de água de reuso, local destinados para o armazenamento da água de reuso que sai do rinser, ponto de coleta da água ozonizada no rinser linha Pet e ponto de coleta da rinser linha galão 5L. As amostras para análises microbiológicas foram coletas no momento das análises de concentrações de ozônio. Somente no primeiro dia de monitoramento percebeu-se concentração de ozônio no tanque de água de reuso diferente de 0.00ppm de ozônio, sendo possível encontrar moléculas de ozônio na água que passou pelo processo de ozoniação, após ela realizar o processo de rinsagem das embalagens. Nos pontos de coleta dos rinser todas as concentrações encontradas estavam dentro do padrão estabelecido. Observou-se que todos os resultados de concentração para água ozonizada do rinser linha pet e linha galão de 5L estavam dentro do parâmetro de 0.2 a 0,5ppm. Foram encontrados concentração nos limites máximo de 0.50ppm do dia 16 de março no ponto do rinser linha galão de 5L e mínimo de 0.20ppm no dia 14 de março no ponto do rinser linha pet, se comparados com as análises microbiológicas destes pontos no mesmo dia conforme a tabela-6, percebe-se que as concentrações máximas e mínimas de ozônio oferecem resultados microbiológicos muito próximos, tornando o parâmetro de trabalho confiável. Nas amostras do tanque de reuso os resultados foram bem maiores do que nos demais pontos, como no visto do dia 14 de março com 440 UFC (unidades formadoras de colônias) para bactérias heterotróficas e 18 UFC de leveduras, o que ocorreu e que a água de reuso recebe uma carga microbiológica no processo de lavagem das embalagens e com o armazenamento pode propiciar ainda mais o crescimento microbiológico. As análises de microrganismos deteriorantes são avaliadas como parâmetro de limpeza e boas práticas de fabricação, todos os resultados não ultrapassaram o limite de 500UFC estabelecido pela Portaria da ANVISA 2.914 de portabilidade de água potável. Mesmo com valores maiores nas amostras do tanque não se observou contaminação por microrganismos patogênicos indo de encontro com a RDC n 275 da ANVISA que determina ausência de patógenos no produto acabado, fazendo que a etapa rinsagem seja seguro para este padrão. Vale ressaltar que ao passar pelo processo de ozonização a água agora ozonizada apresentou com resultados menores determinação de deteriorantes, o máximo encontrado de 13 UFC no dia 13 de março no rinser na linha do galão 5L. Data Ponto de coleta Horário Concentração Ozônio 13/03/12 Tanque de água de reuso 11:20 0,05ppm

13/03/12 Rinser linha Galão 5L 11:25 0,22ppm 13/03/12 Rinser linha garrafa 11:30 0,24ppm 14/03/12 Tanque de água de reuso 09:20 0.00ppm 14/03/12 Rinser linha Galão 5L 09:30 0.23ppm 14/03/12 Rinser linha garrafa 09:40 0.20ppm 15/03/12 Tanque de água de reuso 11:00 0.00ppm 15/03/12 Rinser linha Galão 5L 10:50 0.26ppm 15/03/12 Rinser linha garrafa 11:10 0.24ppm 16/03/12 Tanque de água de reuso 08:45 0.00ppm 16/03/12 Rinser linha Galão 5L 08:50 0.50ppm 16/03/12 Rinser linha garrafa 09:30 0.21ppm 17/03/12 Tanque de água de reuso 09:35 0.00ppm 17/03/12 Rinser linha Galão 5L 09:25 0.36ppm 17/03/12 Rinser linha garrafa 10:00 0.21ppm ppm: Parte por Milhão Tabela 5 Concentração de ozônio nos pontos de coleta Fonte: Documento interno da empresa Data Ponto de coleta Coliforme total Coliforme fecal Bactéria heterotrófica Pseudomonas Enterococus Clostriduim Fungos Leveduras 13/3 Tanque de água de reuso ø ø 250 ø ø ø ø ø 13/3 Rinser linha Galão 5L ø ø 13 ø ø ø ø ø Rinser linha garrafa 13/3 ø ø Ø ø ø ø ø ø 14/3 Tanque de água de reuso ø ø 440 ø ø ø ø 18 14/3 Rinser linha Galão 5L ø ø 8 ø ø ø ø ø 14/3 Rinser linha garrafa ø ø 4 ø ø ø ø ø 15/3 Tanque de água de reuso ø ø 60 ø ø ø 10 7 15/3 Rinser linha Galão 5L ø ø 3 ø ø ø ø ø 15/3 Rinser linha garrafa ø ø ø ø ø ø ø ø 16/3 Tanque de água de reuso ø ø 56 ø ø ø ø ø 16/3 Rinser linha Galão 5L ø ø 1 ø ø ø ø ø 16/3 Rinser linha garrafa ø ø 4 ø ø ø ø ø 17/3 Tanque de água de reuso ø ø 96 ø ø ø ø ø 17/3 Rinser linha Galão 5L ø ø 12 ø ø ø ø ø Rinser linha garrafa 17/3 ø ø 5 ø ø ø ø ø Ø = Ausente Tabela 6 Resultados das análises microbiológicas no ponto de coleta Fonte: Laboratório interno. A indústria envasadora de água estudada sopra suas próprias embalagens dentro da mesma planta produtiva. Para esta validação foram analisadas as embalagens vazias antes de passarem pelo processo de limpeza, ou seja, de rinsagem. A etapa intermediária do sopro à rinsagem das embalgens é a de despaletização, onde ocorre o abastecimento das garrafas à linha de envase. Na despaletização as garrafas são armazenadas em bluk s de acordo com a linha produtiva. Conforme a

demanda das linhas de envase, as garrafas devem ser introduzidas para alimentar a demanda de produção, as garrafas quando preciso são estocadas formando palete de garrafas vazias, os quais tem atenção quando a limpeza das bandejas usadas na estocagem, assim como filmagem dos bluk s. Devido às condições estabelecidas na etapa de despaletização armazenagem e abastecimento das garrafas, optou-se monitorar amostras das embalagens nesta etapa, foram coletas amostras das embalagens vazias das linhas garrafa pet e galão 5L no período de dois de maio a vinte e cinco de junho de 2012, cujos resultados estão descrito na tabela -7. A validação busca evidências em pontos antes da aplicação da medida, neste caso análise microbiológica das embalagens vazias a entrada do processo, e após a realização da medida ozonização da água usada na rinsagem das embalagens, nas amostras das embalagens pós-rinser que é a saída, ou o produto final desta etapa. Os dados são analisados, interpretando os resultados da entrada e da saída, buscando evidência que comprovem a eficácia da ozonização da água de reuso. Na tabela 8 estão os resultados das análises das embalagens após rinsagem, foram coletas duas amostras de cada linha de produção nos mesmos dias das análises das amostras vazias. O que se observou comparando os resultados das tabelas 7 e 8 foi que as amostras após a rinsagem apresentou valores menores de bactérias, fungos e leveduras se comparados com as garrafas vazias. A amostra vazia de galão de 5L do dia 14 de maio foi amostra vazia com o maior valor de bactérias heterotróficas com 55 UFC, neste mesmo dia as duas amostras do galão pós-rinser tiveram resultados ausente para todos os microrganismos analisados. Também neste dia a amostra vazia da garrafa pet foi a que apresentou com valor maior para fungos 23 UFC, já as duas amostras pósrinser da garrafa pet não apresentou nenhum resultado para fungos, apenas bactérias heterotróficas, 3 UFC na primeira amostra e 7 UFC na segunda. Em muitas amostras das embalagens pós-rinser apresentaram ausente em todas as análises microbiológicas, e que em nenhuma amostra ultrapassou o limite estabelecido para o produto acabado, ausente para microrganismos patogênicos (Pseudomonas, Coliforme totais e fecais) menor que 500UFC para bactérias heterotróficas, para fungos e leveduras estabeleceu-se como parâmetro da empresa que seja menor que 25 UFC para amostra pós-rinser. Data Produto Coliforme total Coliforme fecal Bactéria heterotrófica Pseudomonas Enterococus Clostriduim Fungos Leveduras 2/5 ø Ø 30 Ø ø Ø 5 15 2/5 ø Ø 10 Ø ø Ø ø 1 7/5 ø Ø 25 Ø ø Ø 2 2 7/5 ø Ø ø Ø ø Ø 3 ø 14/5 ø Ø 44 Ø ø Ø 23 6 14/5 ø Ø 50 Ø ø Ø 7 12 28/5 ø Ø 25 Ø ø Ø 9 ø 28/5 ø Ø 38 Ø ø Ø 10 3 20/6 ø Ø 43 Ø ø Ø 7 4 20/6 ø Ø 54 Ø ø Ø 8 2

25/6 25/6 ø Ø 42 Ø ø Ø ø 11 ø Ø 38 Ø ø Ø 5 ø Ø = Ausente Tabela 7 Resultado das análises microbiológico de embalagens vazias Fonte: Laboratório interno Data Produto Coliforme total Coliforme fecal Bactéria heterotrófica Pseudomonas Fungos Leveduras 2/5 ø ø 2 Ø ø ø 2/5 ø ø Ø Ø ø 1 2/5 ø ø 4 Ø ø ø 2/5 ø ø 5 Ø ø ø 7/5 ø ø Ø Ø ø ø 7/5 ø ø Ø Ø ø ø 7/5 ø ø 5 Ø ø ø 7/5 ø ø Ø Ø ø ø 14/5 ø ø 3 Ø ø ø 14/5 ø ø 7 Ø ø ø 14/5 ø ø Ø Ø ø ø 14/5 ø ø Ø Ø ø ø 28/5 ø ø 3 Ø ø ø 28/5 ø ø 2 Ø ø ø 28/5 ø ø Ø Ø ø ø

28/5 20/6 20/6 20/6 20/6 25/6 25/6 25/6 25/6 ø ø Ø Ø 1 ø ø ø 4 Ø ø ø ø ø Ø Ø 3 ø ø ø Ø Ø 1 ø ø ø Ø Ø 1 ø ø ø Ø Ø ø ø ø ø Ø Ø ø 1 ø ø 1 Ø ø ø ø ø Ø Ø ø ø Ø = Ausente Tabela 8 Resultado da análises microbiológico de embalagens pós rinsagem Fonte: Laboratório interno. A indústria estudada estabeleceu em seu plano de amostragem a realização de análises microbiológicas em laboratório terceiro a cada trimestre para que comprovasse a conformidade com a RDC n 275 de 22 de setembro de 2005. A empresa contrata é idônea estabelecida no mercado há muito anos, a qual segue os padrões nacionais e internacionais para realização de análise microbiológica, sendo habilitada pela ANVISA e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para realização de análise em alimentos. A tabela abaixo apresenta os resultados de análises microbiológicas realizadas no primeiro trimestre do ano de 2012, dos produtos produzidos nas linhas garrafa (1,5 Litros Sem Gás, 350 ml Sem Gás, 500 ml Sem Gás, 1,5 Litros Com Gás, 350 ml Com Gás, 500 ml Com Gás) e linha galão 5L. Onde todos os produtos analisados estão em conformidade com a legislação vigente RDC n 275 da ANVISA e os resultados analíticos de bactérias heterotróficas estão abaixo do estabelecido pela Portaria da ANVISA n 2.914 para portabilidade da água de 500UFC. No período de coleta das amostras para análise, já estava estabelecido a ozonização da água de reuso na etapa de rinsagem das embalagens plásticas. Contudo os resultados microbiológicos dos produtos acabados foram favoráveis, sendo que a ozonização da água de reuso manteve a qualidade microbiológica do produto. Amostra Parâmetros Unidade LQ 1,5 Litros Sem Gás Resultados Analíticos RDC 275 VMP Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas UFC/mL 1,00x10 00 <1 Pseudômonas aeruginosa UFC/100mL <1 1,0 Resolução RDC 275 22/09/05 Coliformes Totais NMP/100mL 1 <1 1,1 Enterococos UFC/100mL <1 1,0 Coliformes Termotolerantes P/A em 100mL Ausente Ausente Ausente (E.Coli)

Clostridium Sulfito Redutores NMP/100mL <1 1,1 350mL Sem Gás Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas UFC/mL 1,00x10 00 <1 Pseudômonas aeruginosa UFC/100mL <1 1,0 Resolução RDC 275 22/09/05 Coliformes Totais NMP/100mL 1 <1 1,1 Enterococos UFC/100mL <1 1,0 Coliformes Termotolerantes P/A em 100mL Ausente Ausente Ausente (E.Coli) Clostridium Sulfito Redutores NMP/100mL <1 1,1 500mL Sem Gás Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas Pseudômonas aeruginosa UFC/mL 1,00x10 00 <1 UFC/100mL <1 1,0 Resolução RDC 275 22/09/05 Coliformes Totais NMP/100mL 1 <1 1,1 Enterococos UFC/100mL <1 1,0 Coliformes Termotolerantes P/A em 100mL Ausente Ausente Ausente (E.Coli) Clostridium Sulfito Redutores NMP/100mL <1 1,1 1,5 Litros Com Gás 350mL Com Gás Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas Pseudômonas aeruginosa UFC/mL 1,00x10 00 <1 UFC/100mL <1 1,0 Resolução RDC 275 22/09/05 Coliformes Totais NMP/100mL 1 <1 1,1 Enterococos UFC/100mL <1 1,0 Coliformes Termotolerantes (E.Coli) Clostridium Sulfito Redutores Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas Pseudômonas aeruginosa P/A em 100mL Ausente Ausente Ausente NMP/100mL <1 1,1 UFC/mL 1,00x10 00 <1 UFC/100mL <1 1,0 Resolução RDC 275 22/09/05 Coliformes Totais NMP/100mL 1 <1 1,1 Enterococos UFC/100mL <1 1,0 Coliformes Termotolerantes (E.Coli) Clostridium Sulfito Redutores P/A em 100mL Ausente Ausente Ausente NMP/100mL <1 1,1 500mL Com Gás Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas Pseudômonas aeruginosa UFC/mL 1,00x10 00 <1 UFC/100mL <1 1,0 Resolução RDC 275 22/09/05

5L Sem Gás Coliformes Totais NMP/100mL 1 <1 1,1 Enterococos UFC/100mL <1 1,0 Coliformes Termotolerantes P/A em 100mL Ausente Ausente Ausente (E.Coli) Clostridium Sulfito Redutores NMP/100mL <1 1,1 Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas Pseudômonas aeruginosa UFC/mL 1,00x10 00 <1 UFC/100mL <1 1,0 Resolução RDC 275 22/09/05 Coliformes Totais NMP/100mL 1 <1 1,1 Enterococos UFC/100mL <1 1,0 Coliformes Termotolerantes (E.Coli) Clostridium Sulfito Redutores Legenda: P/A: Produto acabado UFC: Unidade Formadora de Colônias. LQ: Limite de quantificação P/A em 100mL Ausente Ausente Ausente NMP/100mL <1 Tabela 9 Resultado das análises microbiológicas dos produtos acabados e laboratório externo Fonte: Laboratório terceiro contratado. A empresa estabeleceu canais de comunicação como ao consumidor, SAC (serviço de atendimento ao cliente) e o site oficial da empresa, dos meses de janeiro a junho do ano de 2012, período de representação do estudo, onde não foram registradas reclamações que fizessem referência ao perigo microbiológico de patogênico ou de deteriorantes. Não evidenciadas reclamações de consumidores após ingerir o produto viessem a se sentir mal, de produtos com sabores alterados decorrentes da multiplicação de microrganismos descritos como sabor de terra, peixe, ou odor característico de mofo proveniente de contaminação por fungos e leveduras. A ausência de reclamações pelos consumidores também é uma resposta à medida de controle estabelecida ozonização da água de reuso para os perigos microbiológicos de patogênicos e deteriorantes. 6. Conclusão Quando se propôs que a água usada na lavagem das embalagens, seria reutilizada no processo de rinsagem, se pensou que água de reuso seria uma fonte de contaminação para embalagens como consequência para o produto acabado. Mas comparando as analises microbiológicas na água ozonizada e água de reuso frente aos resultados de concentração de ozônio da água ozonizada do rinser, observa-se que a reutilização da água do rinser como entrada da etapa de ozonização não elimina ou diminui o poder desinfetante do ozônio. Os resultados microbiológicos das garrafas vázias mostram que as garrafas são expostas uma demanda biológica devido as condições do processo, as qual elas se submentem, mas a lavagem com água ozonizada diminuiu ou eliminou a presença de deteriorantes nas embalagens pós-rinser, como apresentado nos resultados microbiológicos do laboratório externo dos produtos acabados sem contaminações. Todos os estudos propostos tiveram resultados positivos a ozonização da água de reuso, sendo que a 1,1

validação comprova a eficácia da medida de controle estabelecida pelo Plano APPCC desenvolvido na indústria de água mineral. A medida de controle ozonização eliminou e reduziu o perigo microbiológico de deteriorante e patogênico, tornando o Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos confiável, garantindo produção de produtos seguros aos consumidores. A ozonização mostrou-se seguro no limite aceitável estabelecido de 0.2 a 0.5 ppm, um ponto a se pensar que demandaria outra validação é a redução do parâmetro para valores inferiores a 0.2ppm, visto que os resultados com o padrão inferior 0.2ppm mantiveram de igual forma aos resultados do limite máximo. Referências ABINAM, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INDÚSTRIA DE ÁGUA MINERAL. Revista Água e Vida. Preços caem, mas mercado mundial de águas continua em expansão. Disponível em:http://www.abinam.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=48. Acesso em 02 de março de 2012. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 2200: Sistema de gestão da segurança de alimentos. Rio de Janeiro, 2006. ALMEIDA, Edna. ASSALIN, Márcia Regina; ROSA, Maria Aparecida. Tratamento de Efluentes Industriais por Processos Oxidativos na Presença de Ozônio. Química Nova Vol. 27, N 5, 818-824. São Paulo, 2004. ANVISA, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. PORTARIA Nº 2.914:. Procedimentos de Controle e de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano e seu Padrão de Potabilidade. Brasil, 2011. ANVISA, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC N 274:. regulamento técnico para águas envasadas e gelo. Brasil, 2005. ANVISA, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC N 275: Regulamento Técnico de Características Microbiológicas para Água Mineral Natural e Água Natural. Brasil, 2005. ANVISA, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC N 54: regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de água mineral natural e água natural. Brasil, 2000. AZEREDO, Denise Rosane Perdomo. Proposta de Plano para Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) para o Processo de Industrialização da Água Mineral. Rio de janeiro. Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/arquivo_san/volume_13_6_ 2011/4-Gomeset-al-agua-mineral_13-062011.pdf?PHPSESSID=1ba44bf76d4dc84 6b04e5ddb1b8db166 Acesso em: 24 de junho de 2012. CERTIFICATIOM 22000, Food Safety System. FSSC 22000. Disponível em: http://www.fssc22000.com/downloads/brochurefssc22000_po.pdf> Acesso em: 25 de julho de 2012.

DNPM, DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL, PORTARIA N 374: Norma Técnica que Dispõe Sobre as Especificações Técnicas para o Aproveitamento de Água Mineral Destinadas ao Envase. Brasil, 2009 GOMES, Tatiane Vidal Dias; SILVA, Marina Rennó; CONCEIÇÃO, Caetano da, LIMA, Camila Carvalho. Industralização da Água Mineral. Goiânia, 2003. Disponível em : <http://www.snatural.com.br/pdf_arquivos/potavel-agua-mineral.pdf>. Acesso em 01 de agosto de 2012. SNATURAL & NATURALTEC remediação ambiental. Disponível: <http://www.snatural.com.br/>. Acesso em: 05 de agosto de 2012.