ESTUDO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS DOS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE PALMAS
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1 26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas ESTUDO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS DOS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE PALMAS Nome dos autores: Jemima Santos Pessoa 1 ; Aurélio Pessôa Picanço 2 1 Aluna do Curso de Engenharia Ambiental; Campus de Palmas; jemima.spessoa@hotmail.com PIBIC/UFT 2 Orientador do curso de Engenharia Ambiental; Campus de Palmas; aureliopicanco@uft.edu.br RESUMO Sabe-se a necessidade de se tratarr a água destinada ao consumo humano, pois alterações nas características físicas, químicas e/ou microbiológicas têm sido associadas a diversos problemas de saúde, além disso, a qualidade da água destinada para consumo humano deve atender aos padrões de qualidade estabelecidos pela Portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde. Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa foi estudar as condições sanitárias dos reservatórios de água potável das escolas públicas do município de Palmas. Foram selecionadas, 4 escolas, sendo elas, duas municipais e duas estaduais, em cada uma das unidades escolares, foram colhidas 3 amostras de água, 12 no ponto de entrada da rede e 12 da torneira da cozinha, totalizando 24 amostras. As amostras foram avaliadas para os seguintes parâmetros: determinação de ph, presença de coliformes totais, turbidez, cor e cloro residual livre. As análises microbiológicas em sua totalidade se mostraram satisfatórias, o que indica que não há contaminação tanto para coliformes totais quanto para coliformes termotolerantes, isso significa que os parâmetros analisados, estão de acordo com a legislação vigente. As análises físico-químicas também se mostraram satisfatórias, pois estão dentro dos padrões de potabilidade, de acordo com a portaria nº 2.914/2011. Portanto, é importante a constante vigilância da qualidade da água das comunidades escolares, principalmente no tocante a limpeza do reservatório, limpeza com descarga de rede; manter regularmentee a manutenção, realização de palestras para o esclarecimento e conscientização da direção da escola e conscientização do uso racional da água. Palavras-chave: Qualidade da água; escolas; água potável; comunidade escolar; coliformes INTRODUÇÃO A água é necessidade primordial para a vida, recurso natural indispensável ao ser humano e aos demais seres vivos, além de ser suporte essencial aos ecossistemas. Utilizadaa para o consumo humano e para as atividades socioeconômicas, é retirada de rios, lagos, represas e aquíferos, tendo
2 influência direta sobre a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento das populações (SOUZA, 2000). Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus países membros, todas as pessoas, em quaisquer estágios de desenvolvimento e condições socioeconômicas têm o direito de ter acesso a um suprimento adequado de água potável e segura. Segura, neste contexto, refere-se a uma oferta de água que não represente um risco significativo à saúde, que tenha quantidade suficiente para atender a todas as necessidades domésticas, que seja disponível continuamente e que tenha um custo acessível (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE, 2009). A qualidade da água é definida por sua composição química, física e bacteriológica. As características desejáveis de uma água dependem de sua utilização. Para consumo humano há a necessidade de uma água pura e saudável, isto é, livre de matéria suspensa visível, cor, gosto e odor, de quaisquer organismos capazes de provocar enfermidades e de quaisquer substâncias orgânicas ou inorgânicas que possam produzir efeitos fisiológicos prejudiciais (SILVA, 2008). Já foram detectados cerca de contaminantes diferentes na água, sendo, aproximadamente, 700 deles encontrados em água potável, o que dificulta determinar quais tipos de análise devem ser feitas e por causa disso os Ministérios da Saúde e Ministério da Agricultura, Agência Nacional da Água (ANA), ou internacional, entendem que a qualidade da água deve ser avaliada por análises de grupos representativos da qualidade, com a finalidade de ser monitorada, de maneira que as metodologias analíticas para determinação dos parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e de radioatividade devem atender ás especificações de entidades nacionais e, ou, internacionais (ANDRADE, 2008). Doenças de veiculação hídrica representam uma séria ameaça a saúde humana, por isso, de acordo com Casalli (2007) existem preocupações com as águas oferecidas nas escolas, uma vez que, é local de concentração de crianças que passam pelo menos metade do dia nas escolas. Além disso, as crianças são mais propensas à aquisição de doenças devido a menor imunidade. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi fundamentado nos parâmetros de qualidade da água disponíveis na Portaria 2.914/2011 e seguiu metodologia APHA 2005 (tabela 1). Tabela 1- Parâmetros Analisados ITEM PARÂMETRO TÉCNICA REFERENCIA (VMP) Parâmetros Portaria Nº 2.914/ ph Instrumental/pHmetro APHA (2005) 6 a 9,5 2 Turbidez Instrumental/Turbidímetro APHA (2005) 5uT 3 Cor aparente Espectrofotometira APHA (2005) 15 uh 4 Coliformes totais Colimetria/colilert APHA (2005) Ausência em 100 ml 5 Cloro livre Espectrofotometria APHA (2005) 0.2mg/L - 5mg/L
3 As coletas foram realizadas em 4 unidades escolares da cidade de Palmas-TO, as quais são: CEM (Centro de Ensino Médio) Castro Alves, localizado na região norte, o CEM Santa Rita de Cássia, na região sul além de duas escolas de tempo integral municipais, a saber: Vinícius de Moraes na 706 sul e Padre Josimo Tavares localizado na 301 norte. Na primeira etapa foi feita a caracterização e coleta de dados das unidades escolares escolhidas. A ETI Padre Josimo Tavares possui um poço tubular profundo desativado, portanto, todas as unidades escolares recebem água potável fornecida pela companhia de saneamento do Tocantins SANEATINS/FOZ. Verificou-se em loco que os sistemas de abastecimento das unidades estudadas são compostos por uma captação, um reservatório elevado e a rede de distribuição interna. A rede de distribuição interna das unidades escolares atende as salas de aula, secretaria, sala de professores, refeitório, cozinha, banheiros, bebedouro etc. Os pontos escolhidos para coleta de amostras foram na saída do reservatório e na cozinha de cada unidade escolar. Após a coleta as amostras foram conservadas e transportadas para o laboratório para análise imediata seguindo metodologia APHA 2005 dos parâmetros especificados na Tabela 01. Foram realizadas 3 coletas em cada unidade escolar,uma amostra foi coletada na entrada do reservatório, e uma coletada na torneira da cozinha, a fim de estudar as condições sanitárias dos reservatórios de água, e identificar se há alguma contaminação da água e se a possível contaminação é proveniente da fonte ou do próprio reservatório, totalizando 12 análises da água da entrada do reservatório e 12 da torneira da cozinha. As escolas foram identificadas com letras, o CEM Castro Alves foi identificado com a letra A, a ETI Padre Josimo Tavares com a letra B, o CEM Santa Rita de Cássia com a letra C e a ETI Vinícius de Moraes com a letra D. Para as análises microbiológicas foram utilizados frascos de 10 ml devidamente esterilizados, lacrados e identificadas, para as analises físico-químicas foram usadas garrafas plásticas de 2000 ml previamente lavadas e identificadas. As amostras foram coletadas após um descarte de água de cinco minutos no ponto de coleta. RESULTADO E DISCUSSÃO ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Para as análises selecionadas observou-se a concentração de cloro residual livre, condição ácida ou alcalina (ph), temperatura variante, turbidez e cor aparente, dentro dos padrões aceitáveis, como mostra as Tabelas 2 e 3.
4 Tabela 2. Análise físico-química das amostras coletadas na entrada do reservatório Escolas/Número da amostra Cloro (mg/l) A1 A3 A5 B1 B3 B5 C1 C3 C5 D1 D3 D5 0,43 0,45 0,41 0,46 0,48 0,49 0,39 0,33 0,32 0,47 0,41 0,45 ph 7,59 7,49 7,52 7,89 7,96 7,43 7,43 7,39 7,41 7,28 7,18 7,24 Temperatura (Cº) Cor aparente (uh) Turbidez (ut) 23,4 22,4 24,1 22,1 21,9 23,1 21,9 24,2 22,8 23,7 24,2 22, ,43 0,41 0,39 0,65 0,61 0,64 0,34 0,35 0,32 0,65 0,63 0,64 Tabela 3. Análise físico-química das amostras coletadas na torneira da cozinha Escolas/Número da amostra Cloro (mg/l) A2 A4 A6 B2 B4 B6 C2 C4 C6 D2 D4 D6 0,67 0,61 0,66 0,63 0,69 0,62 0,59 0,61 0,58 0,62 0,59 0,67 ph 7,21 7,32 7,59 8,57 8,21 7,43 7,53 7,47 7,39 7,86 7,96 7,75 Temperatura (Cº) Cor aparente (uh) Turbidez (ut) 22,4 21,7 23,9 22,1 24,2 21,9 21,9 23,6 24,1 23,7 22,6 23, ,34 0,41 0,39 0,60 0,64 0,64 0,43 0,38 0,35 0,56 0,64 0,63 De acordo com os dados das Tabelas 3 e 4 acima, verifica-seque a água de todas as amostras das escolas A, B, C e D, estão dentro dos padrões de potabilidade, pode-se observar, que não há amostras acima dos valores padrões, de acordo com a portaria nº 2.914/2011, na qual determina que as concentrações mínima e máxima. Através dos resultados apresentados nas tabelas 3 e 4 e comparando-os com os valores máximos permitidos na portaria nº 2.914/2011 (tabela 1) verificouse que todos os parâmetros estão dentro do que preconiza a referida portaria atendendo plenamente aos padrões de potabilidade. ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS As análises microbiológicas em sua totalidade se mostraram satisfatórias, pois não há
5 contaminação tanto para coliformes totais quanto para coliformes termotolerantes (tabela 4), isso significa que os parâmetros analisados, estão de acordo com a legislação vigente. Tabela 4. Analise microbiológica Amostras (entrada de rede/ A1,A2,A3, B1,B2,B3, C1,C2,C3, D1,D2,D3, torneira da cozinha) A4, A5,A6 B4, B5,B6 C4, C5,C6 D4, D5,D6 Coliformes totais Ausente Ausente Ausente Ausente Coliformes Termotolerantes Ausente Ausente Ausente Ausente Observando-se a tabela acima, percebe-se que,o resultado foi negativo para a presença de coliformes totais e termotolerantes em todas as amostras analisadas, o que indica que todas as amostras estão dentro do padrão de potabilidade. LITERATURA CITADA ANDRADE, Nélio José de. Higiene na Indústria de alimentos: uma avaliação e controle da adesão e formação de biofilmes bacterianos. São Paulo: Livraria varela, APHA Standard methods for the examination of water and wastewater. 21 ed.apha/awwa/wef. Washington, USA pp. CASALLI. C.A. Qualidade da água para consumo humano ofertada em escolas e comunidades rurais da região central do Rio Grande do Sul. Dissertação (Mestrado em Ciências do Solo) Universidade Federal de Santa Maria, 173p, fevereiro MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011 ANVISA. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE. Água e Saúde. Disponível em: < opas.org.br/ambiente/uploadarq/água.pdf >. SOUZA, D. A. Desenvolvimento de metodologia analítica para determinação de multiresíduos de pesticidas em águas de abastecimento de São Carlos SP f. Dissertação (Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, SILVA, Henrique E. B. da.determinação do teor de cloro residual livre na água consumida no campus do Paricarana pela comunidade da UFRR, Boa Vista RR AGRADECIMENTOS Ao programa PIBIC pelo financiamento do projeto de pesquisa, à UFT pela concessão da bolsa de Iniciação Científica e aos membros do Laboratório de Resíduos Sólidos. O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.
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