O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA LEILANE C. DA SILVA ALVES 1 PATRÍCIA B. RADAELLI DE OLIVEIRA 2 INTRODUÇÃO: Este artigo é o resultado de uma pesquisa realizada no 5º período do curso de pedagogia, que teve por objetivo analisar as contribuições da disciplina Introdução a Lingüística para a formação do pedagogo na Faculdade Assis Gurgacz. Para tanto, inicialmente, fez-se uma pesquisa bibliográfica e documental em autores explorados na disciplina, quando esta fora ministrada no 3º período, tais como autores Morais(2003), Wiacek(2003), Sabinson(1992). Ser pedagogo é trabalhar com questões de ensino-aprendizagem da língua, e isso exige do profissional um amplo conhecimento sobre a escrita. A Introdução a Lingüística é o estudo das áreas da lingüística que podem contribuir para que o pedagogo compreenda questões ligadas a escrita(principalmente no tocante a aquisição da escrita da alfabetização/letramento). Dentro da disciplina de Introdução a Lingüística, esta a alfabetização, que é um processo de língua social, para a alfabetização é importante que se explicite o papel do professor definindo qual a sua interferência possível e necessaria no processo.um bom trabalho de alfabetização deve ser visto como um processo relacionado aos usos sociais da língua, após a alfabetização vem o Letramento, que vai ajudar na transformação de um sujeito para se apropriar da leitura e da escrita, fazer o uso dela, por meio de placas, jornais, livros, bilhetes, internet, etc; e ainda lê e compreende diferentes tipos de textos, informáticos, lúdicos e instrucionais, persuasivos, etc. O sujeito letrado pode ou não dominar (dominar entre aspas, pois ninguém domina a leitura ou a escrita) o sistema gráfico; ele lê jornal, revista, placa, escreve requerimento, ofício, etc; ele usa o raciocínio para manter a habilidade, vive e se comunica bem na sociedade em que este inserido, ele busca e interpreta, se não entende algo, vai atrás e pesquisa. tanto na oralidade e na escrita quanto nos meios sociais. Tudo isso vai contribuir para o 1 Acadêmica - Faculdade Assis Gurgacz FAG leilane_kiss@hotmail.com 2 Mestre - Faculdade Assis Gurgacz FAG
ensino de uma ortografia correta, com a qual o aluno, de diferentes modos, raciocine sobre os textos. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Ser pedagogo/a implica trabalhar com as questões de ensino-aprendizagem da língua, especialmente na modalidade escrita. Essa modalidade requer desse profissional conhecimento sobre esse objeto que é a escrita. O rol de disciplinas na organização curricular que conduzem/discutem a questão da linguagem escrita ( Língua Portuguesa, Semiótica, Introdução a lingüística, Literatura Infanto- Juvenil, Códigos de linguagens e Metodologias de Ensino). A Introdução Lingüística é o estudo da áreas da lingüística que podem contribuir para que o pedagogo compreenda consistentemente questões ligadas a escrita ( principalmente no tocante a aquisição da escrita da alfabetização/letramento). No lugar de criar situações de ensino sistemático, a atitude de muitos educadores parece revelar mais uma preocupação em verificar se o aluno esta escrevendo corretamente, como por exemplo, nos ditados realizados na sala de aula. A partir daí temos um dos problemas da linguagem, pois o que falamos é diferente do que se escreve. Sendo que ainda uma única palavra pode ter o som semelhante á outra. Nas escolas que se preocupam em reservar horários para trabalhar ortografias, é comum encontrarmos, além dos ditados e cópias, outras situações de ensino que envolve exercícios de treino ortográfico e a recitação/memorização de regras. (...) treinos ortográficos que aparecem como exercícios ao final de cada unidade de muitos manuais didáticos e que as vezes constituem livros a parte planejados para o ensino sistemático de ortografia, livros usados em várias escolas tradicionais. (...) veja-se que nessas tarefinhas o trabalho cognitivo proposto ao aluno é muito pobre. Ele é solicitado a preencher lacunas com alternativas que já lhe foram dadas( MORAIS, p.54). O ensino de ortografia não evolui devido á falta de perspectivas de professores que se preocupam mais com acertos e erros, ao invés de discutir com os alunos porque tal palavra se escreve de tal maneira. Em algumas escolas o que predomina é a verificação que não contribui para entendimento dos alunos em relação aos erros ortográficos; nos livros didáticos que são usados em várias escolas, os exercícios encontrados são atrativos ou motivadores aos olhos das crianças, mas não contribuem para que a criança pense e reflita qual a forma correta de se
escrever. Assim o ditado, a cópia etc; levam o aluno a assumir ante a ortografia umas atitudes mecânicas, passivas, de quem aprende repetindo, imitando um modelo certo. Os erros ortográficos têm causas distintas, com isso podemos abraçar a idéia de que a superarão de erros diferentes requer estratégias de ensino aprendizagem diferentes, isto é, para avançar na superação de erros distintos, o aluno precisa ser ajudado a usar diferentes modos de raciocinar sobre as palavras. Outro método é a alfabetização que se articula com um sistema único, construído no convívio social e histórico. O processo de alfabetização é visto como um processo de língua social. Para a alfabetização é importante que se explicite o papel do professor definindo qual a sua interferência possível e necessária no processo. Nesse sentido, Cavazotti afirma: Apropriação do conhecimento socialmente produzido se efetiva por meio da interação da criança com os adultos mais experientes capazes de inserir a criança no universo dos objetivos do conhecimento(1996,p.12) Portanto, os procedimentos alfabetizadores e o próprio texto oral e a escrita da língua no interior da qual a palavra e a silaba ganham contextos. Um bom trabalho de alfabetização deve ser pré-história que é o momento progressivo de apropriação, pela criança da idéia de representação sempre tem como base a fala. O letramento também é um método de ensino-aprendizagem, e o estado de um indivíduo que se apropriou da leitura e da escrita, e a capacidade de fazer o uso da escrita. O sujeito letrado faz o uso das práticas sociais; em sua interação social, usa a escrita por meio de inúmeros meios, por placas, jornais, livros, bilhetes, internet, etc; e ainda lê e compreende diferentes tipos de textos, informáticos, lúdicos e instrucionais, persuasivos, etc. A criança letrada entende, por exemplo, o símbolo Coca-cola, que é um refrigerante e tudo mais; ela vai ler bebê, e vai compreender que é uma criança ainda pequenina, etc, não basta apenas saber ler e escrever, como nos mostra Soares: Só recentemente esse oposto se tornou necessário, porque só recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder as exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente(2002, p54). O sujeito letrado pode ou não dominar (dominar entre aspas, pois ninguém domina a leitura ou a escrita) o sistema gráfico; ele lê jornal, revista, placa, escreve requerimento, ofício, etc; ele usa o raciocínio para manter a habilidade, vive e se comunica bem na
sociedade em que este inserido, ele busca e interpreta, se não entende algo, vai atrás e pesquisa. Letramento e mais do que ler um jornal, por exemplo, é fazer uma interpretação correta, e entender o que o jornal esta dizendo aos leitores, entender o jornal esta dizendo ao leitores, entender o que esta escrito; letramento, significa mais do que simplesmente aprender a ler e a escrever como um processo de decifração de código, mas sobretudo fazer uso competente e freqüente da leitura e da escrita. Não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber fazer o uso do ler e do escrever, na escola, por exemplo, a criança vai ler uma história, vai escrever sobre ela, mas, sobretudo, ela tem que entender o que estava escrito, compreender e saber contar com suas próprias palavras; ser letrado é saber responder as exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente, segundo Soares: Uma ótima interferência que se pode tirar do conceito de letramento é que um individuo pode não saber ler e escrever, isto é, ser analfabeto, mas ser, de certa forma letrado. Assim, um adulto pode ser analfabeto, porque marginalizado social e economicamente, mas, se vive em um meio em que a leitura e a escrita tem presença forte, se interessa em ouvir a leitura de jornais feita por um alfabetizado, se recebe cartas que outros lêem para ele, se dita cartas para que um alfabetizado a escrever, se pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações afixadas em algum lugar, este analfabeto e, de certa forma letrado, porque faz uso da escrita, envolve-se em praticas sociais de leitura e escirta(2002, p.17). As práticas pedagógicas que buscam letrar além de alfabetizar ajudam a criança no seu entendimento da língua, a alfabetização, deve partir das unidades maiores e portadoras de sentido, a palavra, a frase, o texto, em direção as unidades menores. O caminho para o ensino e a aprendizagem, e a articulação de conhecimentos e metodologias fundamentadas em diferentes ciências e sua tradução em uma prática docente que integre as varias facetas, articulando a aquisição do sistema de escrita, que é favorecida por ensino direto, explicito e ordenado, compreendido como sendo o processo de alfabetização, com o desenvolvimento de habilidades e comportamentos de uso competente da língua escrita não práticas sociais de leitura e de escrita, compreendido como sendo o processo de letramento. A alfabetização deve ser feita de um jeito oposto do que vem acontecendo, não generalizando maior parte dos professores ainda usa a alfabetização, como um processo de decodificação onde o aluno só lê e escreve. tanto na oralidade e na escrita quanto nos meios sociais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A introdução a lingüística, abrange muitas áreas importantes, que contribui para que o pedagogo compreenda consistentemente questões ligadas a escrita, é através dela que compreende-se melhor a língua, passando de uma forma mais ampla para o aluno, formando um sujeito letrado e que sabe fazer o uso de sua língua na oralidade e na escrita. Um bom trabalho de alfabetização deve ser pré-história que é o momento progressivo de apropriação, pela criança da idéia de representação sempre tem como base a fala. O sujeito letrado pode ou não dominar (dominar entre aspas, pois ninguém domina a leitura ou a escrita) o sistema gráfico; ele lê jornal, revista, placa, escreve requerimento, ofício, etc; ele usa o raciocínio para manter a habilidade, vive e se comunica bem na sociedade em que este inserido, ele busca e interpreta, se não entende algo, vai atrás e pesquisa. tanto na oralidade e na escrita quanto nos meios sociais. Tendo isto como ponto de partida, podemos analisar a necessidade de que vários outros artigos e pesquisas sejam realizados, englobando estes temas, no intuito de auxiliar educadores e pais quanto a esse processo que tem a acrescentar não somente ao indivíduo, enquanto ser social, como também á sociedade, englobando os diversos setores como a educação, política, cidadania, etc, questões estas que se refletem na sociedade. REFERÊNCIAS: MORAIS, A, G.de. Ortografia: ensinar e aprender. 4. ed. São Paulo: Ática.2003. WIACEK, J. F. N. O ensino de língua materna e a questão da auditoria-( ou como a prática escolar vai silenciando o sujeito). Diálogos Pedagógicos. Cascavel, v. 2, n. 2 e 3, jan./dz. 2003, p. 55-66.