Operadora: Senhoras e senhores, bom dia. Sejam bem-vindos à teleconferência da Santos Brasil Participações referente aos resultados do 1T11. Informamos que a apresentação é gravada e todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Empresa. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas exclusivamente para investidores e analistas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso alguém necessite de alguma assistência durante a conferência, por favor solicite a ajuda de um operador, digitando *0. O áudio está sendo apresentado simultaneamente na Internet, no endereço www.santosbrasil.com.br/ri, onde também se encontram os slides de suporte em formato PowerPoint. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Santos Brasil Participações, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro da Santos Brasil Participações e conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra ao Sr. Washington Cristiano Kato, Diretor Econômico-Financeiro e de Relações com Investidores, que iniciará a apresentação. Por favor, Sr. Washington, pode prosseguir. Washington Cristiano Kato: Bom dia a todos. Estão comigo hoje os senhores, Antônio Carlos Sepúlveda, Caio Morel, Mauro Salgado e Marcos Tourinho para apresentar e discutir os resultados da Santos Brasil do 1T11. Iniciamos no slide três, Indicadores Operacionais. Observamos nesse trimestre um grande salto operacional na produtividade do principal terminal da Companhia, que, aliado aos investimentos realizados ao longo dos últimos anos, permitiu à Santos Brasil aumentar seu market share no principal porto do País. No segmento de Terminais Portuários, houve um aumento significativo de 31% no volume em relação ao 1T10, sendo 79% de contêineres cheios. A movimentação verificada nesse trimestre é reflexo do forte fluxo do comércio exterior brasileiro, impulsionado pelo consumo interno e Real valorizado, o que estimula as importações, e também pelo bom desempenho de produtos de exportação, sobretudo as commodities agrícolas, que adicionam grandes volumes aos terminais da Companhia. Nesse trimestre, as importações se mantiveram vigorosas e atingiram 57% do total dos contêineres cheios de longo curso. Com isso, o volume armazenado consolidado foi de 64.618 contêineres, aumento de 32% em relação ao mesmo período do ano anterior. 1
No segmento de operações de veículos, houve uma redução de 4% em relação ao mesmo período de 2010. No entanto, devido à mudança do perfil da carga operada, com maior participação dos veículos pesados e reajuste de preços, a receita e margem com esta operação cresceu substancialmente, como veremos a seguir. Passemos ao slide quatro, por favor. Na figura um, podemos verificar o forte crescimento mensal das operações de contêineres nos terminais da Companhia em relação aos mesmos meses do ano passado. Além do bom desempenho da economia brasileira, creditamos este crescimento consistente das operações da Companhia aos investimentos realizados, e consequentemente do aumento na produtividade, que cresceu 11% neste ano. Como percebemos na figura dois, ainda que as importações apresentem uma tendência de alta, as exportações mantiveram um bom desempenho e mantêm uma importante participação no total de movimentos de longo curso. Passemos ao próximo slide, por favor. Acompanhando o forte crescimento nos volumes operados, a receita bruta cresceu 51% no 1T11 em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$290 milhões. Como destaque no período, o Terminal de Veículos obteve crescimento de 94%, o que aumenta sua participação no total de receita da Companhia. Com relação ao custo dos serviços prestados, o aumento foi de 36% no consolidado. O custo foi pressionado pelos custos variáveis, decorrentes do grande aumento na movimentação de contêineres e de itens não-recorrentes. Já as despesas operacionais mantiveram-se estáveis no período, em linha com a política de controle de gastos implementado pela Companhia durante o período da crise financeira mundial. O EBITDA do 1T11 alcançou R$103 milhões, com margem de 40% no consolidado, resultado bastante superior aos R$55 milhões e 32% de margem no 1T10. O EBITDA recorrente foi de R$107 milhões, com margem de 42%. Desta forma, o lucro líquido do trimestre foi positivamente afetado pelo resultado operacional obtido e totalizou R$43 milhões, expressivo crescimento em relação ao 1T10. Passemos ao próximo slide. Diante da melhora das margens operacionais e expansão consistente nos volumes, principalmente na armazenagem alfandegada, e com a provável continuidade deste cenário promissor até o final do ano, a Companhia está revisando seu guidance e agora espera volume de 1,640 milhão de TEU s e EBITDA de R$490 milhões, com margem de 43%. O CAPEX, sem aquisições, foi revisado para R$187 milhões, dos quais R$46 milhões já foram realizados. O aumento nos investimentos teve como principal objetivo realizar obras de reforço no cais existente no Tecon Imbituba para permitir operações compatíveis com as que serão realizadas nos novos berços de atracação. Estas, senhoras e senhores, foram as considerações iniciais que tínhamos a apresentar em relação ao 1T11. Nos colocamos agora à disposição de todos para perguntas. A todos, desde já, nosso muito obrigado. 2
Bruno Amorim, Santander: Bom dia. Eu tenho duas perguntas, a primeira com relação à modificação que vocês fizeram no guidance para 2011. Eu queria saber quais foram as premissas que mudaram e se essa mudança no guidance foi resultado da modificação do padrão do tempo de armazenagem dos contêineres que vimos no 1T, quando vimos um aumento considerável na receita de armazenagem. Eu queria saber se esse aumento na tarifa e no tempo de armazenagem é algo que podemos esperar que se mantenha nesse mesmo patamar para os próximos trimestres. E a segunda pergunta é com relação à competição no Porto de Santos. Como vocês veem o impacto no volume de vocês do aumento de capacidade esperado para 2013 e 2014. Se vocês não veem um grande impacto para vocês desse aumento de capacidade, imagino que vocês devam atingir a capacidade máxima de 2 milhões de TEUs nos próximos dois, três anos. Como vocês veem essa questão? Vocês pensam em expandir a capacidade? São essas as minhas duas perguntas. Obrigado. Bom dia, Bruno. Com relação ao guidance, o que temos é um aumento geral de volume. Estamos ainda no 1T, que normalmente é o trimestre mais fraco. Mas o principal motivo é o que você falou, o mix de armazenagem. Nós temos cargas de mais valor agregado, cargas que estão permanecendo mais tempo no terminal, e isso aumentou as receitas, principalmente no Tecon de Santos. A logística também tem os próximos trimestre promissores, temos também aumento de produtividade, estamos conseguindo cumprir nossas metas de produtividade, e acho que isso tudo cria um ambiente muito bom para a Santos Brasil agora, para os próximos trimestres do ano de 2011. Com relação à competição, acho que este é um assunto recorrente em todas as reuniões, acompanhamos isso, a evolução dos nossos concorrentes, a mudança de exigência dos nossos clientes com a chegada dos navios maiores. Como vemos isso? Tem um terminal em construção, que é o BTP. Esse terminal deve ficar pronto, segundo informações passadas por ele, por volta de 2013. Temos também um aumento significativo no tamanho dos navios, e isso aumenta muito a competitividade no Tecon de Santos. Eu acho que, com a entrada do BTP, os terminais menores perderão mais market share. E eu gostaria também de lembrar que conseguimos fazer, com os nossos clientes armadores, contratos de longo prazo, que chegam a 2015, 2016. E pretendemos agora, mais para o final do ano, fazer talvez mais um ou dois contratos com os outros clientes e conseguir levar isso a 2017, 2018. Então, seguramente haverá mais competição, mas acho que a Santos Brasil está muito bem posicionada, e nós enxergamos com otimismo o crescimento da movimentação de cargas conteinerizadas no Porto de Santos. O contêiner não crescerá somente organicamente, ele continua atraindo mais cargas. Um navio grande que já está chegando ao Porto de Santos, mas nós teremos uma proporção maior de navios grandes no Porto de Santos com a liberação do calado, que deve acontecer muito brevemente no próximo mês. 3
Com isso, o custo do frete para o armador cai, e vai possibilitar que outras commodities sejam movimentadas por contêiner. Nós temos o exemplo do açúcar, que se beneficiou muito do aumento do tamanho do navio e a consequente redução do frete. Eu acho que isso é uma tendência, a quantidade de açúcar movimentada em contêiner hoje ainda é muito pequena em relação ao açúcar exportado pelo Porto de Santos. Então, acho que tem boas oportunidades também. Temos duas variáveis aí, tem o aumento de volume de um lado e o aumento de capacidade do outro. Essa capacidade que chega é bem-vinda, é necessária, e o que temos para falar é que o Tecon está preparado para enfrentar essa competição. Bruno Amorim: OK. Obrigado. Rogério Araújo, Flow Corretora: Bom dia a todos. Parabéns pelos resultados. Eu quero falar um pouco sobre armazenagem, ainda. A primeira questão, queria saber hoje a capacidade do Tecon Santos de armazenagem e quanto está sendo utilizado dela. E a segunda questão, vimos a receita de armazenagem bem forte nesse 1T. Eu queria saber se foi um repasse de custos geral, ou se teve um mix de cargas armazenadas diferente, cargas mais valiosas, o que acabou gerando uma receita maior no 1T e que seria algo um pouco mais não-recorrente. Obrigado. Bom dia, Rogério. Com relação à armazenagem, nós temos carga permanecendo mais tempo no terminal, temos carga de maior valor agregado; e não que tenhamos aumentado o preço para o cliente, nós mexemos um pouco na forma de cobrar. O que estamos fazendo? Nós mantivemos o preço para um período de tempo que vai até sete dias aproximadamente, isso varia de contrato a contrato, depende do volume do cliente; e colocamos um aumento para quem fica mais de sete dias no porto, isso para poder estimular os importadores a retirarem a carga mais rapidamente do porto. Claro que algumas pessoas se adequaram e se beneficiaram desse formato, e se beneficiaram porque você, às vezes, sofistica sua cadeia logística e traz a carga para mais perto da fábrica, para depois desembaraçá-la. Tem várias maneiras de se fazer isso, inclusive vimos fazendo e estimulando isso através da nossa empresa de logística com excelentes resultados. Mas algumas empresas não conseguem se adaptar a isso tão rapidamente e preferem permanecer no porto. Esse conjunto de coisas fez com que a receita de armazenagem subisse acima da quantidade de contêineres movimentados. E eu acho que essa tendência permanece até o final do ano, uma vez que agora o volume de carga armazenada aumentará no porto. Nós passaremos a ter mais contêineres de importação a partir deste 2T, com um pico no 3T. 4
Com relação à capacidade, a capacidade teórica do Tecon hoje é de 2 milhões de TEUs; 2 milhões de TEUs com o ambiente que temos de permanência. O nosso guidance é de 1,64 milhão. Nós não temos uma capacidade específica para exportação ou importação para cada tipo de carga. Isso nós podemos mexer. O que vimos fazendo é transferindo o pátio de exportação, que está reduzindo relativamente, em relação à importação. Também não podemos aumentar barbaramente o market share de importação da carga armazenada no terminal porque você aumenta muito a ocupação das quadras e reduz a velocidade de descarga do navio. O terminal fica muito cheio, muito difícil de operar, e aí você perde produtividade do lado da operação portuária. Isso é uma equação complexa. Essa equação é avaliada dia a dia no terminal, o terminal tem programação de recebimento de carga, programação de expedição de carga, e depende muito do que tenhamos de navio, do que esteja esperado para aquele trimestre. Esperamos uma mudança no tamanho de navio para o 2S, porque o calado de Santos deve ser liberado, a obra já acabou. O que está se fazendo agora é negociação de calado, é conseguir as autorizações basicamente de capitania dos portos. Mas o que é importante é que, com a chegada desse navio grande, a produtividade do terminal cresce mais ainda. Um navio grande se encaixa melhor no perfil Tecon, que foi construído para isso. Então, nós temos uma possibilidade para o 2S. Então, se confirmar a chegada do navio grande e em se permanecendo tudo do jeito que está, nós ainda temos uma perspectiva de aumento de market share possivelmente dos dois lados, tanto de operação portuária quanto de armazenamento. Eu não sei se eu respondi a sua pergunta, se você teria mais alguma dúvida. Rogério Araújo: Não, eram só essas mesmas. Eu queria só complementar a pergunta. Até o novo projeto ficar pronto, que você falou em torno de 2015 e 2016, eu imagino que o aumento de movimentação no Porto de Santos deve se dar mais através da Santos Brasil, não é? Nós devemos ver ainda um aumento de market share até 2015 e 2016. Esse tem sido o histórico. Nós temos provido a maior parte da capacidade do Porto, nós temos investido mais do que os nossos concorrentes e por isso temos ganhado market share ao longo do tempo. Nós temos uma licitação da Prainha, que, para nós, se a Santos Brasil sai vencedora dessa licitação, não é uma obra muito complicada fazer imediatamente um cais. Isso aumentaria a capacidade do terminal antes desse prazo que você falou, 2014. E teremos BTP, que deve ficar pronto por volta de 2013, entrando forte em 2014. Eu acho que a equação para a Santos está montada sem muito trauma para o usuário do Porto. Nós na Santos Brasil temos capacidade de chegar até 2013, 2014. É lógico que nos beneficiaremos aí ganhando market share, porque a maior parte da capacidade disponível no porto está nos pátios da Santos Brasil. 5
Rogério Araújo: Está certo. Muito obrigado. Ricardo Alves, Morgan Stanley: Bom dia a todos. Na verdade, é só um follow up com a primeira pergunta sobre o guidance. Nós vemos um aumento de volume de 2,5%, e o guidance de EBITDA já está em 20%. Eu só queria ver se vocês podem esclarecer um pouco melhor de onde vem essa melhora do EBITDA, e mesmo a melhora da margem do EBITDA, de 39% para 43%. Se vocês pudessem só esclarecer isso. Muito obrigado. Marcos Tourinho: Bom dia, Ricardo. Essa melhora do guidance é uma combinação de vários fatores. Você tem o volume do cais, que é o que você mencionou, de quase 3% de crescimento em relação ao guidance anterior, tem um grande aumento no volume da armazenagem, que foi acima das nossas expectativas. É a tendência com esse campo como está, de continuar nesses patamares de crescimento. Você tem também, como o Antônio Carlos mencionou, a produtividade, que está crescendo um pouco acima do que projetávamos, e isso tem um impacto diretamente no custo. Eu não sei se vocês notaram, mas nosso SG&A ficou estável agora no 1T11, e o custo fixo caiu bastante. Isso termina alavancando também a margem. Tem o efeito de economia de escala. Se você tem um aumento de 30% no volume, dada a natureza do nosso custo fixo, que é muito relevante, 60% do nosso custo é fixo, você também tem essa economia de escala de diluição do custo fixo. Então, a combinação de tudo isso é que nos levou a essa revisão, ou seja, volume, produtividade. É claro que teve também reajuste de preço, nós mencionamos a questão da armazenagem, a metodologia de cobrança que mudou um pouco e terminou beneficiando também a Companhia. Então, é basicamente isso. Ricardo Alves: Está certo. Muito obrigado. Ficou muito claro. Eduardo Puzziello, Votorantim Corretora: Bom dia a todos. Minha pergunta tem a ver com relação às despesas operacionais. Na linha de despesas gerais e administrativas do segmento corporativo, vocês tiveram uma redução bastante significativa. Vocês anunciaram R$9,8 milhões de despesas em um nível que vinha vindo na casa dos R$16 milhões, R$17 milhões. Teve algum fator específico que fez com que houvesse essa redução? Foi uma coisa pontual, ou podemos começar a trabalhar com valores menores a partir de agora nessa questão de despesas do segmento corporativo? 6
Olha, não teve nada pontual mais relevante. Na verdade, no ano passado tivemos alguns gastos extras em relação a algumas publicações societárias, alguns fatos relevantes, que não se repetiram este ano. Mas de maneira geral, eu diria que esse patamar de R$10 milhões, R$11 milhões em gastos corporativos por trimestre tende a ser recorrente. Eu acho que poderíamos considerar isso daqui até o final do ano. Eduardo Puzziello: OK. Obrigado. Uma segunda pergunta, com relação à questão da disputa societária: vocês têm alguma informação nova? Quando está para sair? Vocês têm alguma definição de data? Nós não temos informação, a arbitragem corre em segredo de justiça. A única coisa que podemos dizer é que na Companhia corre tudo bem, as reuniões de Conselho vão bem. Não há nada que a administração da Companhia tenha solicitado, tenha sugerido, que não tenha sido analisada da melhor maneira possível, da maneira mais técnica possível, e na maioria das vezes atendida. Então, acho que isso corre em paralelo mas não tem afetado nosso dia-a-dia. Acho que a maior prova disso são os resultados que a Companhia vem apresentado. Mas data para acabar, prazos, não temos nenhuma informação. Eduardo Puzziello: OK. Obrigado. Operadora: Não havendo mais perguntas, passamos a palavra ao Sr. Washington Cristiano Kato para suas considerações finais. Washington Cristiano Kato: Agradecemos a todos e esperamos revê-los na apresentação de resultados do 2T11. Muito obrigado. Operadora: A audioconferência está encerrada. Desejamos a todos um ótimo dia. Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de Relações com Investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição. 7