Agravo de Instrumento: 0007803-44.2014.8.19.0000 Agravante: JOAQUIM FERNANDO DE MATTOS FONSECA Advogado: Dr. Renato Salles Areas Agravada: EMDA ADMINISTRAÇÃO DE BENS LTDA Advogado: Ronaldo Maciel Figueiredo Relator: Desembargador ANDRÉ RIBEIRO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. REVELIA. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL IRREGULAR. PRAZO DE 10 DIAS CONCEDIDO PELO JUÍZO, NA FORMA DO ART. 13 DO CPC, E NÃO ATENDIDO PELO RÉU, ORA AGRAVANTE. DECRETAÇÃO DE REVELIA. DECISÃO MANTIDA. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. Réu que requereu prazo em contestação para regularizar sua representação processual. Não obstante o deferimento do prazo, deixou o réu de atender a contento a determinação, apresentando documentação irregular, posto que no instrumento de mandato não fez constar o nome do signatário da peça de defesa. Tendo em vista que o réu, além de apresentar instrumento intempestivo, não promoveu, de fato, a regularização determinada, não pode agora, em grau de recurso alegar ter cometido equívoco quando, por certo, já se encontra preclusa a oportunidade de cumprir o ato. De modo que, considerando os fundamentos lançados no decisum, e diante da inércia do réu, impõe-se a sua revelia. Precedentes desta Corte. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. DECISÃO MONOCRÁTICA Trata-se de agravo de instrumento interposto por JOAQUIM FERNANDO DE MATTOS FONSECA contra decisão de fls. 108 que, acolhendo os embargos declaratórios opostos pelo agravado, autora da ação de 1
despejo, decretou a revelia do 2 réu, ora agravante, em virtude da não regularização da representação processual, como determinado pelo juízo. Irresignado, insurge-se o agravante sustentando que apresentou contestação por meio de um de seus patronos (Dr. Renato Salles), cuja procuração somente foi outorgada a um dos sócios de seu escritório (Dr. Marcos Tadeu de Carvalho) por equívoco, gerando simples irregularidade, não podendo tal fato acarretar a revelia somente porque a procuração acostada às fls. 94 após a determinação de fls. 90 omitiu o nome do advogado signatário da contestação. Alegando que, de tal irregularidade sanável, deveria ter sido concedido prazo razoável para a regularização, e não ser decretada a revelia desde logo, pugna pela atribuição de efeito suspensivo à decisão e pelo provimento do recurso, ao final. É o relatório. Passo à decisão. Da análise dos autos verifica-se não assistir razão ao agravante. Isso porque, embora tenha apresentado contestação tempestiva, e pugnado pela concessão de prazo para a juntada de procuração e documentos, respaldado pelo do art. 37 do CPC, deixou de cumprir a determinação do Juízo (fls. 2
90), que lhe concedeu 10 (dez) dias para que regularizasse a sua representação processual, sob pena de revelia. Aduz o agravante ter cumprido o prazo determinado apresentando a procuração nos autos. Entretanto, afirma ter cometido equívoco quando não fez constar o nome do advogado subscritor da contestação no referido instrumento, e sim do seu sócio, ambos com domicílio no mesmo escritório. Alega que tal evento trata de uma mera irregularidade não podendo dar ensejo à pena de revelia. Entretanto, com base na análise dos autos, verifica-se que o réu teve oportunidade para o cumprimento da determinação, decisão esta proferida em 19/09/2013, e não o fez corretamente. A petição de juntada do instrumento de procuração data de 03/10/2013 (fls. 93/94), ou seja, já protocolizada fora do prazo estipulado pela Magistrada. Ademais, não bastasse a intempestividade do cumprimento, admite que omitiu o nome do subscritor da contestação ainda que por equívoco - o que evidencia que a sua representação processual ainda não se encontrava regular. Logo, não obstante a exceção do artigo 37 do CPC, o instrumento de mandato deve ser apresentado na primeira oportunidade em que a parte ingressa nos autos, ainda mais se tratando de contestação, cuja ausência implica a revelia. Tendo em vista que o réu não deu cumprimento à decisão no prazo estipulado, não há como alegar, em sede de recurso, mero equívoco quando, 3
de fato, não cumpriu a ordem do Juízo, restando preclusa a oportunidade de regularização de sua representação. e do STJ, neste sentido: A propósito, veja-se a orientação da jurisprudência desta Corte 0048688-71.2012.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO DES. EDUARDO GUSMAO ALVES DE BRITO - Julgamento: 05/02/2013 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL Agravo de Instrumento. Ausência de representação processual da parte ré. Decretação da revelia. Recurso voltado contra decisão que se limitou a manter a precedente. Preclusão. Pedido de reconsideração que não interfere na fluência do prazo recursal. Aplicação do verbete nº 46 da Súmula deste Tribunal de Justiça. Precedentes deste Órgão Julgador. Recurso ao qual se nega seguimento, na forma do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil. 4 0066514-47.2011.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO DES. CLAUDIA TELLES DE MENEZES - Julgamento: 11/01/2012 - QUINTA CAMARA CIVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. APLICAÇÃO DO ART. 13, II, DO CPC. PARTE RÉ QUE DEIXOU DE CUMPRIR DETERMINAÇÃO JUDICIAL DE REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO, PROVIDENCIANDO A JUNTADA DE PROCURAÇÃO APENAS APÓS DOIS MESES DA APRESENTAÇÃO DA CONTESTAÇÃO. DESPACHO QUE FIXOU PRAZO E ALERTOU QUANTO AOS EFEITOS DA PRECLUSÃO. CORRETA A DECRETAÇÃO DA REVELIA. NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO ART. 557, CAPUT, DO CPC.
PROCESSUAL CIVIL. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. REGULARIZAÇÃO. PRAZO FIXADO NO ART. 13 DO CPC. 1. O PRAZO PARA O ADVOGADO REGULARIZAR A REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL DA PARTE, QUALQUER QUE SEJA A ORIGEM DO VICIO, SEJA A FALTA INICIAL OU A PREVISTA NO ART. 37 DO CPC, SERA AQUELE ESTABELECIDO NA FORMA DO ART.13 DO CPC. FIXADO O PRAZO, E NÃO ATENDIDO O DESPACHO, SOBREVINDO SENTENÇA, RESTARA CONSUMADO O DEFEITO, NÃO MAIS PODENDO SER SANADO EM HIPOTESE ALGUMA, ANTE A PRECLUSÃO CONSUMATIVA. PRECEDENTES DA CORTE ESPECIAL. 2. RECURSO NÃO CONHECIDO. (REsp 160.130/SP, Rel. Ministro EDSON VIDIGAL, QUINTA TURMA, julgado em 03/03/1998, DJ 30/03/1998, p. 133). Isto posto, com fulcro no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, NEGO SEGUIMENTO ao recurso de Agravo de Instrumento interposto para manter a decisão que decretou a revelia do segundo réu, ora agravante. Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 2014. Desembargador André Ribeiro Relator 5