Supremo Tribunal Federal

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1 Ementa e Acórdão DJe 06/03/2012 Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 14/02/2012 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO MINAS GERAIS RELATORA AGTE.(S) ADV.(A/S) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :LIDER TAXI AEREO S/A - AIR BRASIL :FERNANDA BARROS DA ROCHA SOARES E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS ICMS. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS N. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CÁLCULO POR DENTRO: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do, em Primeira Turma, sob a Presidência do Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, à unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental no agravo de instrumento, nos termos do voto da Relatora. Brasília, 14 de fevereiro de Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

2 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 14/02/2012 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO MINAS GERAIS RELATORA AGTE.(S) ADV.(A/S) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :LIDER TAXI AEREO S/A - AIR BRASIL :FERNANDA BARROS DA ROCHA SOARES E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :ESTADO DE MINAS GERAIS ADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 1. Em 24 de novembro de 2011, neguei seguimento ao agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso extraordinário interposto por Lider Taxi Aéreo S/A Air Brasil contra acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o qual assentou a constitucionalidade da inclusão na base de cálculo do ICMS do valor do próprio imposto. A decisão agravada teve a seguinte fundamentação: 6. A questão constitucional objeto do recurso extraordinário, qual seja, a ofensa ao princípio da legalidade tributária, não foi objeto de debate e decisão prévios no Tribunal de origem. Incidem na espécie vertente as Súmulas 282 e 356 do. ( ) 7. Pontuou o Desembargador Belizário de Lacerda, no voto condutor do acórdão: O impetrado não nega que o impetrante faça jus ao benefício da redução de base de cálculo do ICMS. Todavia, o que se discute no presente writ é a forma do imposto, não concordando a impetrante com o chamado cálculo por dentro (fls , grifei). documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

3 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 AI AGR / MG Quanto ao tema, a decisão recorrida não merece reforma, pois o assentou a constitucionalidade da inclusão na base de cálculo do ICMS do valor do próprio imposto, conforme apuração denominada cálculo por dentro ou para dentro. Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS ICMS. CÁLCULO POR DENTRO: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO PLENÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O assentou a constitucionalidade da sistemática de apuração do ICMS denominada cálculo por dentro (AI AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 1º ). 8. Ademais, a controvérsia sobre a alegada nulidade do acórdão em face da ocorrência de julgamento extra petita demandaria a análise do Código de Processo Civil e o reexame dos autos, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário. ( ) Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Agravante. 9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, 1º, do Regimento Interno do ) (fls ). 2. Publicada essa decisão no DJe de (fl. 657), interpõe Lider Taxi Aéreo S/A Air Brasil, em 1º , tempestivamente, agravo regimental (fls ). 3. Alega a Agravante que, apesar de não terem sido expressamente citados os artigos tido por violados no acórdão recorrido, resta clara a ocorrência de prequestionamento da matéria constitucional em discussão (fl. 664). 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

4 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 AI AGR / MG Sustenta que, ao entender que o benefício fiscal previsto no Convênio 75/91 é mero favor fiscal concedido pelo Estados às empresas relacionadas no próprio termo convenal, e não que tal norma, uma vez ratificada e incorporada pelo Estado de Minas Gerais, tem força de lei, obrigando o Fisco Estadual, violou, direta e frontalmente, o disposto no artigo 150, I, da Constituição da República, que trata do princípio da legalidade tributária (fl. 666). Assevera que o Convênio 75/91 é norma complementar que versa sobre tributo [ICMS], integrando, portanto, a chamada legislação tributária. Assim, resta claro que o referido Convênio é norma de aplicação cogente e obrigatória, notadamente pelo Estado de Minas Gerais, que o ratificou e o integrou em sua legislação, por meio do Item 11 parte 1 do Anexo IV do RICMS/2002 (fl. 667). Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do presente recurso. É o relatório. 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

5 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 14/02/2012 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO MINAS GERAIS VOTO A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à Agravante. 2. Como afirmado na decisão agravada, o princípio da legalidade tributária não foi objeto de debate e decisão prévios no Tribunal de origem. Tampouco foi objeto dos embargos de declaração opostos, de modo a se ter por provocado o necessário prequestionamento. Incidem na espécie as Súmulas n. 282 e 356 do. Nesse sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRABALHISTA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CABIMENTO DE AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE: CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que as alegações de contrariedade aos princípios da legalidade, do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação infraconstitucional, configuram ofensa constitucional indireta (AI AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe ). AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DAS QUESTÕES CONSTITUCIONAIS INVOCADAS NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. Agravo regimental a que se nega provimento (AI AgR, Rel. Min. documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

6 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 AI AGR / MG Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe ). 3. Ademais, o Tribunal de Justiça de Minas Geral decidiu: A LC 87/96 previa que o montante do ICMS integra a base de cálculo, e o Col. STF já proclamou a constitucionalidade da base de cálculo do ICMS por dentro, há previsão da Lei Estadual n 6.763/75 como no Decreto n /02. Como bem salientou a douta Procuradoria Geral de Justiça em seu parecer de fls. 472/476: Do estudo das peças que compõem estes autos, entendemos que não merece acolhida o recurso aviado, pois conforme já decidido pelo a metodologia de cálculo para dentro do ICMS é constitucional e, nesse caso, a base de cálculo do ICMS corresponde ao valor da operação somado ao próprio tributo. ( ) A redução da base de cálculo na forma prevista em Convênio Administrativo é um favor fiscal concedido pelos Estado às empresas relacionadas no próprio termo convenal (fls ). 4. O assentou a constitucionalidade da inclusão na base de cálculo do ICMS do valor do próprio imposto, conforme forma de apuração de cálculo denominada por dentro ou para dentro. Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados: EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Tributário. ICMS. Cálculo por dentro. Precedentes. 1. A Corte consolidou entendimento no sentido da constitucionalidade da inclusão do ICMS na sua própria base de cálculo. 2. Agravo regimental não provido (AI AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe ). EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS. INCLUSÃO DO TRIBUTO EM SUA PRÓPRIA BASE DE CÁLCULO. CÁLCULO POR DENTRO. CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do é firme no sentido 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

7 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 AI AGR / MG de que a sistemática de inclusão do ICMS em sua própria base de cálculo, denominada cálculo por dentro, não ofende a Constituição Federal. Precedente: RE , da relatoria do ministro Gilmar Mendes. 2. Agravo regimental desprovido (RE AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe ). EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS ICMS. CÁLCULO POR DENTRO: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO PLENÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O assentou a constitucionalidade da sistemática de apuração do ICMS denominada cálculo por dentro (AI AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe ). 5. Os argumentos da Agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

8 Decisão de Julgamento Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO PROCED. : MINAS GERAIS RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : LIDER TAXI AEREO S/A - AIR BRASIL ADV.(A/S) : FERNANDA BARROS DA ROCHA SOARES E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Unânime. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. 1ª Turma, Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Rosa Weber. Subprocurador-Geral da República, Dr. Edson Oliveira de Almeida. Carmen Lilian Oliveira de Souza Coordenadora Documento assinado digitalmente conforme MP n /2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número