CAPÍTULO I V FLEXÃO PURA



Documentos relacionados
CAPÍTULO VII FLEXÃO PURA

CAPÍTULO VII FLEXÃO PURA

CAPÍTULO I GEOMETRIA DAS MASSAS

Resistência dos Materiais

CINEMÁTICA DO PONTO MATERIAL

1 - RECORDANDO 2 - CENTRO NA ORIGEM 3 - EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA. Exercício Resolvido 2: Exercício Resolvido 1: Frente I

LISTA DE EXERCÍCIOS MECÂNICA DOS SÓLIDOS I

5 - ENSAIO DE COMPRESSÃO. Ensaios Mecânicos Prof. Carlos Baptista EEL

Prof. Michel Sadalla Filho

Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 14

Se a força de tração de cálculo for 110 kn, a área do tirante, em cm 2 é A) 5,0. B) 4,5. C) 3,0. D) 2,5. E) 7,5.

TRELIÇAS ISOSTÁTICAS

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Capítulo 4 Cisalhamento

Características das Figuras Geométricas Espaciais

FUNÇÕES. É uma seqüência de dois elementos em uma dada ordem. 1.1 Igualdade. Exemplos: 2 e b = 3, logo. em. Represente a relação.

ROLAMENTO, TORQUE E MOMENTUM ANGULAR Física Geral I ( ) - Capítulo 08

EXEMPLO DE PONTE DE CONCRETO ARMADO, COM DUAS VIGAS PRINCIPAIS

Escalas ESCALAS COTAGEM

Mecânica Geral. Aula 04 Carregamento, Vínculo e Momento de uma força

Professor: José Junio Lopes

Determinantes. Matemática Prof. Mauricio José

5. Derivada. Definição: Se uma função f é definida em um intervalo aberto contendo x 0, então a derivada de f

PROVA PARA OS ALUNOS DE 2º ANO DO ENSINO MÉDIO. 4 cm

Capítulo 4. Retas e Planos. 4.1 A reta

Prof. Michel Sadalla Filho

CÁLCULO DE MATRIZ PARA ELEMENTOS FINITOS

Equações paramétricas da Reta

Matrizes. matriz de 2 linhas e 2 colunas. matriz de 3 linhas e 3 colunas. matriz de 3 linhas e 1 coluna. matriz de 1 linha e 4 colunas.

Aplicações das derivadas ao estudo do gráfico de funções

INSTITUTO DE APLICAÇÃO FERNANDO RODRIGUES DA SILVEIRA 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO PROF. ILYDIO PEREIRA DE SÁ

RETA. Sumário: Manual de Geometria Descritiva - António Galrinho Reta - 1

ÁLGEBRA VETORIAL E GEOMETRIA ANALÍTICA (UFCG- CUITÉ)

Lista de Exercícios Campo Elétrico

Um espelho é uma superfície muito lisa e que permita alto índice de reflexão da luz que incide sobre ele. Espelhos possuem formas variadas:

A unidade de freqüência é chamada hertz e simbolizada por Hz: 1 Hz = 1 / s.

AULA 03 - TENSÃO E DEFORMAÇÃO

Capítulo 1 Carga axial

ESTRUTURAS DE MADEIRA

Dobramento e flexão. Imagine-se sentado à beira de uma piscina, Nossa aula. Da flexão ao dobramento

Matemática Básica Intervalos

MATEMÁTICA (11º ano) Exercícios de Exames e Testes Intermédios Equações de retas e planos

Trigonometria. Relação fundamental. O ciclo trigonométrico. Pré. b c. B Sabemos que a 2 = b 2 + c 2, dividindo os dois membros por a 2 : a b c 2 2 2

Torção - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL METALÚRGICA DE VOLTA REDONDA SALETE SOUZA DE OLIVEIRA BUFFONI

Onde: A é a matriz do sistema linear, X, a matriz das incógnitas e B a matriz dos termos independentes da equação

. B(x 2, y 2 ). A(x 1, y 1 )

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano Época especial

Metrologia Professor: Leonardo Leódido

Capítulo Bissetrizes de duas retas concorrentes. Proposição 1

Resposta Questão 2. a) O N O b) Linear

20 TRANSFORMAÇÕES DAS TENSÕES

Os eixo x e y dividem a circunferência em quatro partes congruentes chamadas quadrantes, numeradas de 1 a 4 conforme figura abaixo:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ BIBLIOTECA DE OBJETOS MATEMÁTICOS COORDENADOR: Dr. MARCIO LIMA

Definição de determinantes de primeira e segunda ordens. Seja A uma matriz quadrada. Representa-se o determinante de A por det(a) ou A.

Frente 3 Aula 20 GEOMETRIA ANALÍTICA Coordenadas Cartesianas Ortogonais

SOLUÇÕES N item a) O maior dos quatro retângulos tem lados de medida 30 4 = 26 cm e 20 7 = 13 cm. Logo, sua área é 26 x 13= 338 cm 2.

= i= Com a aplicação ou uso da primeira expressão obtém-se 18,50m 2. Area=(1*(1 5 )+ 3*(2 6)+ 5*(5 5)+ 7*(6-4) + 9*(5-2)+4*(4-1)+3*(2-2))/2= 18,50m 2.

LISTA DE EXERCÍCIOS DE GEOMETRIA ANALÍTICA. 01) Dados os vetores e, determine o valor da expressão vetorial. Resp: A=51

MÉTODOS BÁSICOS DA ANÁLISE DE ESTRUTURAS

Aula 01 TEOREMAS DA ANÁLISE DE CIRCUITOS. Aula 1_Teoremas da Análise de Circuitos.doc. Página 1 de 8

PONTO E SEGMENTO DE RETA

MATEMÁTICA PROFESSOR AMBRÓSIO ELIAS CÔNICAS

1. TORÇÃO EM BARRAS DE SEÇÃO CIRCULAR

Capítulo VI. Teoremas de Circuitos Elétricos

Medidas de Tendência Central. Introdução Média Aritmética Moda Mediana

Flexão Vamos lembrar os diagramas de força cortante e momento fletor

Movimento uniformemente variado. Capítulo 4 (MUV)

DISPOSIÇÃO DA ARMADURA PARA VENCER OS ESFORÇOS DO MOMENTO FLETOR

Centro de gravidade de um corpo é o ponto onde podemos supor que seu peso esteja aplicado.

18/06/2013. Professora: Sandra Tieppo UNIOESTE Cascavel

Escola Secundária com 3º ciclo D. Dinis 11º Ano de Matemática A Tema II Introdução ao Cálculo Diferencial I Funções Racionais e com Radicais

Dinâmica de um Sistema de Partículas

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS CONTROLE DE QUALIDADE INDUSTRIAL Aula 05 TRAÇÃO, COMPRESSÃO E CISALHAMENTO

O Método do Lugar das Raízes Parte 2. Controle de Sistemas I Renato Dourado Maia (FACIT)

O primeiro passo ao ensinar funções é destacar como deve ser lida a função.

TENSÕES DE FLEXÃO e de CISALHAMENTO EM VIGAS

Transformação de Tensão ou Análise de Tensão

UNESP DESENHO TÉCNICO: Fundamentos Teóricos e Introdução ao CAD. Parte 6/5: Prof. Víctor O. Gamarra Rosado

UNICAP Universidade Católica de Pernambuco Prof. Glauber Carvalho Costa Estrada 1. Projeto Geométrico das Estradas. Aula 5.

FUNDAMENTOS DA NAVEGAÇÃO ASTRONÔMICA TEORIA AUTOR: PROF. DR. FABIO GONÇALVES DOS REIS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS UNICAMP EDIÇÃO REVISADA

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 7

PARTE 11 VETOR GRADIENTE:

ÁLGEBRA. Aula 1 _ Função Polinomial do 2º Grau Professor Luciano Nóbrega. Maria Auxiliadora

GABARITO DA PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS REVISÃO DE TRIGONOMETRIA. Portanto, podemos usar a seguinte relação trigonométrica:

Flexão. Tensões na Flexão. e seu sentido é anti-horário. Estudar a flexão em barras é estudar o efeito dos momentos fletores nestas barras.

MÓDULO 2 ÓPTICA E ONDAS Ronaldo Filho e Rhafael Roger

TRIGONOMETRIA CICLO TRIGONOMÉTRICO

Questão 1. Questão 3. Questão 2. Resposta. Resposta. Resposta

As constantes a e b, que aparecem nas duas questões anteriores, estão ligadas à constante ρ, pelas equações: A) a = ρs e b = ρl.

f (x) = a n x n + a n - 1 x n a 0 = 0 (a n > 0)

6.2. Volumes. Nesta seção aprenderemos a usar a integração para encontrar o volume de um sólido. APLICAÇÕES DE INTEGRAÇÃO

TRIGONOMETRIA III) essa medida é denominada de tangente de α e indicada

Resolução de circuitos usando Teorema de Thévenin Exercícios Resolvidos

Resolução do exemplo 8.6a - pág 61 Apresente, analítica e geometricamente, a solução dos seguintes sistemas lineares.

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano a Fase

Aula 8 Segmentos Proporcionais

Análise de Regressão. Notas de Aula

MEMORIAL DE CÁLCULO / 1-0 TRAVA QUEDAS

Variáveis Frequências Gráficos Medidas de Posição Medidas de Dispersão Medidas Complementares Inferência

Proposta de resolução da Prova de Matemática A (código 635) 2ª fase. 19 de Julho de 2010

Transcrição:

CAPÍTULO I V FLEXÃO PURA I INTRODUÇÂO Seja um elemento linear que apresenta a característica de possuir uma das dimensões (comprimento) muito maior do que as outras duas (dimensões da seção transversal). A linha que une o centro de gravidade de todas as seções transversais constitui-se no eio longitudinal da peça, e o mesmo está submetido a cargas perpendiculares ao seu eio. Este elemento desenvolve em suas seções transversais solicitações de Momento Fletor (M) e Esforço Cortante (Q), sendo o Fletor responsável pela fleão e o Esforço Cortante responsável pelo cisalhamento da viga. O estudo da fleão é dividido da seguinte maneira: FLEXÃO PURA - Desprezado o efeito do Esforço Cortante FLEXÃO SIMPLES - Momento Fletor e Esforço Cortante considerados. Convencionando por e os eios principais centrais de inércia da seção transversal da viga (temos condições de determinar estes eios e também os momentos de inércia que à eles correspondem). Vamos chamar de Plano de Solicitações (PS) ao plano onde se desenvolvem as solicitações, que corresponde ao plano do carregamento. A posição deste plano pode ser a mais diversa possível, e devemos comparar esta posição com a posição dos eios principais centrais de inércia da seção transversal.

Podemos obter as seguintes situações: PS contém eio PS contém eio PS não contém nenhum eio principal central de inércia da seção De acordo com estas observações podemos classificar a fleão em: RETA - Ocorre quando o Plano de Solicitações contém um dos eios principais centrais de inércia da seção ( ou ), que está representada nos dois primeiros eemplos. OBLÍQUA - Ocorre quando o Plano de Solicitações é desviado em relação aos eios principais centrais de inércia da seção, representada no terceiro eemplo.

A classificação definitiva para a fleão ficaria: II. FLEXÃO PURA RETA É o caso mais simples e o mais comum de fleão. Podemos ainda dizer que na fleão o natural é o Plano de Solicitações vertical pois é o plano que contém as cargas peso. Vamos iniciar o nosso estudo por um caso simples de uma peça de seção transversal retangular, e sujeita a cargas peso, conf. abaio:, - eios principais centrais de inércia da seção retangular z - eio longitudinal da peça. Isolando o trecho compreendido entre as seções S 1 e S 2 podemos com a observação tirar diversas conclusões que nos levam a conhecer o funcionamento de uma peça sujeita à fleão. Conclusões: 1. No eemplo citado as fibras de baio se alongaram, e isso nos diz que deve haver uma tensão normal de tração capaz de provocar este alongamento. que as encurtou. 2. As fibras de cima se encurtaram e o fizeram porque houve uma tensão normal de compressão 3. Eiste uma linha na seção transversal na altura do eio longitudinal constituída por fibras que não alongaram e nem encurtaram, nos fazendo concluir que nesta linha não eiste tensão normal. Chamamos esta linha de LINHA NEUTRA (LN) e neste eemplo ela coincide com o eio, que é principal central de inércia da seção transversal retangular.

Numa fleão reta a LN é sempre um dos eios principais centrais de inércia da seção: PS contendo eio LN coincide com o eio PS contendo eio LN coincide com o eio Numa fleão reta LN e PS são sempre perpendiculares entre si. OBS: A Linha Neutra (LN) representa fisicamente o eio em torno do qual a seção gira. 4. Quanto mais afastada for a fibra da LN maior será a sua deformação e conseqüentemente maior será a tensão que lhe corresponde (lei de Hooke). A. TENSÕES NORMAIS DESENVOLVIDAS Vamos adotar para a formação da epressão que nos permite calcular as tensões normais desenvolvidas em uma seção transversal, o seguinte eemplo: - Viga de seção retangular (bh), onde os eios principais centrais de inércia são os eios de simetria (,). - Plano de Solicitações verticais (cargas peso). notações e convenções: σ - Tensões Normais : (+) tração (-) compressão - Momento de inércia da seção em relação ao eio, principal central de inércia (pci). M - Momento Fletor atuante na seção transversal devido à ação das cargas (+) traciona as fibras da parte de baio da seção transversal (-) traciona as fibras de cima Eios Principais Centrais de Inércia: O sentido convencionado para estes eios será contrário ao dos eios coordenados: - ordenada genérica da fibra considerada, ou seja, da fibra para a

qual se quer calcular as tensões normais. sinal: (+) ou (-), de acordo com a orientação convencionada para o eio. Conhecido o funcionamento da peça e as grandezas que influem em seu funcionamento à fleão podemos simplesmente montar uma equação que nos permita calcular a tensão normal desenvolvida nos diversos pontos que constituem a seção em estudo: σ = M. Observando esta epressão, podemos notar que a tensão desenvolvida depende diretamente do momento fletor que atua na seção (responsável pela tendência de giro), e é inversamente proporcional ao momento de inércia da seção, o que se eplica, pois o momento de inércia representa fisicamente resistência ao giro. A tensão também é diretamente proporcional a ordenada, que representa a distância da fibra em que se deseja calcular a tensão até a linha neutra, ficando de acordo com a lei de Hooke (proporcionalidade entre tensão e deformação), pois as deformações crescem com a distancia à Linha Neutra. OBS: 1. Esta epressão nos permite calcular a tensão normal desenvolvida devido ao momento fletor em qualquer ponto de qualquer seção da viga considerada. 2. Se tivéssemos eemplificado com o Plano de Solicitações horizontal, as seções girariam em tôrno do eio e a epressão ficaria: σ = M.

B. TENSÕES NORMAIS EXTREMAS (MÁX. E MÍN) As máimas tensões de tração e de compressão ocorrem nos pontos mais afastados da Linha Neutra, porque são nestes pontos que a deformações são máimas(lei de Hooke). Para facilitarmos o cálculo das tensões normais máimas, vamos dividir a nossa peça em duas categorias: 1. Peças Simétricas em relação ao eio : E: Seção Retangular Observe que em peças simétricas a distancia da fibra mais tracionada e da fibra mais comprimida até a Linha Neutra é igual à metade da altura total da peça (h/2) σ mát = M. mát σ mác = M. mác mát = mác = h/2 então: σmát = σmác 2. Seções não simétricas em relação ao eio : E: Seção "T" Nestes casos mác mát então: σmát σmác

OBS: Nas seções não simétricas as convenções devem ser observadas com cuidado pois a simples inversão de qualquer sentido ou sinal torna os resultados diferentes dos observados na prática. C. MÓDULO DE RESISTÊNCIA À FLEXÃO (W) Por definição, módulo de resistência à fleão é a relação entre o momento de inércia da seção em relação à um eio e a distância do ponto mais afastado da seção àquele eio. Como estamos eemplificando o caso de cargas verticais em que o eio de rotação (LN) é, teríamos: W = má Podemos substituir este conceito na epressão que nos dá a tensão máima e teríamos: σmá = M. má ou σmá = M W Note-se que não se faz distinção entre mát e mác, portanto a utilização prática desta constante se dá no cálculo da tensão máima em peças simétricas, onde eles são iguais. Muitas vezes, em peças comerciais, o valor do módulo de resistência à fleão é tabelado. Se estivéssemos tratando do caso de Momento Fletor em torno do eio (rotação em torno de ), a epressão ficaria: M W = σmá = má W ] D. SEÇÕES E POSIÇÕES MAIS CONVENIENTES A melhor forma para a seção transversal de uma viga sujeita à fleão é aquela que tem grande parte de sua área em regiões o mais afastadas possíveis de sua LN. E:

Para uma mesma seção, ou seja, para um mesmo material empregado, nós podemos aproveita-lo da melhor forma possível, ou na melhor posição possível, fazendo uma simples análise do seu módulo de resistência à fleão. E 1: Qual a forma mais conveniente para ser utilizada em uma viga sujeita à fleão, optando-se entre uma seção quadrada e outra circular, ambas de mesma área? E 2: Qual a posição mais conveniente de uma seção retangular b B, para servir como seção transversal de uma viga, sujeita à fleão (PS vertical) III. FLEXÃO PURA OBLÍQUA A. CONCEITO Uma fleão é classificada como pura quando o efeito do esforço cortante (Q) é desprezado e é oblíqua quando o Plano de Solicitações (PS) não contém nenhum eio principal central de inércia da seção(epci). E:

Numa fleão oblíqua eistem algumas grandezas que devem ser consideradas α - ângulo que o PS faz com o eio, considerado positivo quando o PS se desloca de no sentido horário α o - ângulo que a Linha Neutra faz com o eio, considerado positivo quando se desloca de no sentido horário Vimos na fleão reta que a LN era o eio em torno do qual a seção girava. Na fleão oblíqua ela representa fisicamente a mesma coisa, porém nem o PS e nem a LN são epci. Numa fleão Oblíqua LN e PS não precisam ser perpendiculares, e somente o serão quando α for igual à α o. Normalmente α é uma grandeza conhecida e α o é uma grandeza que deve ser calculada, o que veremos posteriormente. B. TENSÕES NORMAIS DESENVOLVIDAS Sabemos que o momento fletor é um vetor e que como tal pode ser representado por uma seta contida pela seção transversal (regra da mão direita). Como qualquer vetor em um plano pode ser decomposto segundo duas direções que nos interesse, podemos decompor o vetor M segundo as direções e, obtendo, trigonométricamente: M = M. cosα M = M. senα M = tg α M

Podemos então fazer com que a fleão oblíqua recaia no caso da soma de duas fleões retas, já conhecidas: σ = M. σ = M. CONVENÇÕES: M - positivo quando traciona as fibras de baio M - positivo quando traciona as fibras da esquerda OBS: A Convenção adotada para o momento fletor não tem nada à ver com a convenção adotada para os eios principais centrais de inércia da seção. Adotando-se o princípio da Superposição de efeitos podemos então calcular a tensão da resultante M somando-se algébricamente os efeitos de M e M. σ, = M. + M. Equação Geral das Tensões Esta equação nos permite calcular a tensão no ponto que quisermos da seção em estudo, bastando para isto substituirmos os valores de e pelas coordenadas do ponto (não esquecer que estas coordenadas devem ter um sinal, de acordo com a orientação convencionada para os epci). C. ESTUDO DA LINHA NEUTRA Normalmente o nosso objetivo ao projetar ou verificar uma peça está nas tensões máimas. As tensões máimas devem estar nos pontos mais afastados do eio em torno do qual a seção gira (LN) e portanto para conhecermos estes pontos precisamos estudar a LN.

Por definição a LN é a linha de tensões nulas e portanto podemos descreve-la sob a forma de uma equação, igualando a equação das tensões à zero. Então: M M σ, = 0 ou. +. = 0 mudando a maneira de escrever esta equação ficamos: = - tg α. Podemos concluir por esta equação que: - A LN é uma reta - A LN passa pelo centro de gravidade da seção(g) que é o ponto de coordenadas (0;0) - A LN não é perpendicular ao PS Conhecidas algumas particularidades da LN podemos definir a sua posição determinando o ângulo α o. tg α = tg α ο POSIÇÃO DA LN OBS: A LN é perpendicular ao PS quando α = αo, ou seja quando Isto acontece nos casos particulares de seção onde = E: seção quadrada, circular e coroa circular. D. TENSÕES MÁXIMAS = 1. Ocorrem nos pontos mais afastados da LN. Então determinada a LN podemos determinar a posição destes pontos e calcular nestes pontos as tensões máimas. 1. SEÇÕES QUAISQUER(método gráfico) 1. Determinamos a posição da LN (αo) 2. Desenhamos a seção em escala e posicionamos a LN 3. Traçamos paralelas à LN e tangentes à seção e determinamos os pontos A e B(pontos mais afastados da LN)

4. Determinamos as coordenadas destes pontos com a escala adotada no traçado da seção. 5. Calculamos as tensões nestes pontos, que deverão ser as máimas. OBS: No desenho acima foi arbitrado ser o ponto B tracionado e o ponto A comprimido, devendo isto ser determinado pelo cálculo. O importante é que, se em um destes pontos, o resultado para a tensão for positivo (σmát ) no outro obrigatoriamente a tensão será negativa(σmác ) pois a linha neutra divide a zona tracionada da zona comprimida. σa = M A A σb = B B ( ) + M ( ) M ( ) + M ( ) 2. SEÇÕES SIMÉTRICAS Para o cálculo das tensões máimas nas peças com simetria em relação à e em relação à, qualquer método pode ser utilizado, pois em uma seção simétrica as tensões máimas ocorrem sempre nos vértices, e em dois vértices opostos são sempre de mesmo módulo e sinal contrário. Devemos lembrar portanto que: σmá t = σmá c EXERCÍCIO: 1. Uma viga de seção retangular 20 30 cm suporta um momento fletor positivo de 20 kn.m. A peça é construida com material que apresenta σt = 18 MPa e σc = 32 MPa. Determine o coeficiente de segurança desta viga. R: 2,7