Profa. Luciana Rosa de Souza
o Curto prazo e Longo prazo No estudo da produção, é importante que se diferencie o curto prazo do longo prazo. Curto Prazo: refere-se ao período de tempo no qual um ou mais fatores de produção não podem ser modificados. Fatores que não podem ser modificados no curto prazo são chamados de insumos fixos de produção. No curto prazo, as empresas podem variar a intensidade da utilização de uma determinada fábrica e seus equipamentos; Longo Prazo: corresponde ao período de tempo necessário para tornar variáveis todos os insumos presentes na produção. No longo prazo as empresas podem modificar a capacidade das fábricas.
Função de Produção Uma empresa pode alterar todos os fatores produtivos no longo prazo. Já no curto prazo, ao menos um fator de produção se apresentará fixo; A relação entre os insumos que compõem o processo de produção de uma empresa é apresentada na forma de uma função de produção. Uma função de produção indica o produto (volume de produção) Q que uma empresa produz para cada situação específica de insumos. Para simplificar, consideremos que há apenas dois insumos: a mão-de-obra L e o capital K. Teremos a seguinte função:
Na tabela anterior, entendemos a contribuição da mão-de-obra no processo produtivo por meio do Produto Médio do Trabalho e do Produto Marginal do Trabalho. Produto Médio do Trabalho: Produto Total / Insumo mão-deobra = Q / L Produto Marginal do trabalho: Variação do Produto / Variação do Insumo mão-de-obra = Q / L
Análise dos gráficos: o Conforme mais trabalho é empregado, a produção total (painel 1) inicialmente aumenta a uma taxa crescente por causa dos ganhos de especialização. Nessa faixa (até o ponto B), os produtos marginal e médio do trabalho crescem (Painel 2). o Quando o congestionamento de trabalhadores começa a surgir, a produção total continua a crescer, mas a uma taxa decrescente. Nessa faixa, o produto médio do trabalho permanece estagnado, mas a produtividade marginal começa a diminuir (do ponto B ao C). o Uma vez que o produto marginal cai abaixo do produto médio (a partir do ponto C), o produto médio começa a reduzir-se. Entretanto a produção total continua a crescer até que o produto marginal seja nulo (ponto D).
Análise dos gráficos: o Repare que o produto marginal é sempre positivo quando o volume de produção é crescente, e negativo quando o volume de produção é decrescente. Por uma questão de eficiência técnica, não se deve admitir produtos marginais negativos. o Assim, não é mera coincidência a curva de produto marginal cruzar o eixo horizontal justamente no ponto que corresponde ao volume máximo de produção. Isso ocorre porque o acréscimo de mais um trabalhador na linha de produção a tornará mais lenta, ocasionando um real decréscimo na produção (por meio do excessivo congestionamento de trabalhadores). Ex. Cinco pessoas podem ser mais úteis do que duas em uma linha de produção. No entanto dez pessoas podem tumultuar essa linha.
Importante: não confundir rendimentos decrescentes com retornos negativos. A Lei dos Rendimentos Decrescentes descreve um produto marginal declinante, mas não necessariamente um produto marginal negativo. o produto marginal decrescente ocorre na maioria dos processos produtivos, ocasionando a Lei dos Rendimentos Decrescentes. Lei dos Rendimentos Decrescentes : informa que à medida que aumenta o uso de um determinado fator de produção (mantendo-se fixos os demais insumos), chega-se a um ponto em que a produção adicional obtida decrescerá.
Custo Total (CT): é formado por dois componentes, o Custo Fixo (CF) e o Custo Variável (CV). Logo: CT = CF + CV. Custo Fixo (CF): é aquele custo que ocorrerá independentemente do nível de produção obtido pela empresa. Custo Variável (CV): varia conforme o nível de produção. Podem, por exemplo, estar incluídos nos Custos Variáveis gastos com mão-de-obra, matérias-primas, suprimentos de escritório e salários, típicos custos que aumentam quando o volume de produção cresce.
Custo Marginal (CMg): é o aumento de custo ocasionado pela produção de uma unidade adicional de produto. Como o Custo Fixo (CF) permanece fixo, o Custo Marginal (CMg) é apenas o aumento no Custo Variável (CV) ocasionado por uma unidade extra de produto. Custo Total Médio (CTMe): é o Custo Total (CT) dividido pelo nível de produção (CT/Q). O Custo Total Médio (CTMe) é formado por dois componentes: o Custo Fixo Médio (CFMe) e o Custo Variável Médio (CVMe). Custo Fixo Médio (CFMe): é o Custo Fixo (CF) dividido pelo nível de produção (CF/Q). Em razão do Custo Fixo (CF) ser constante, o Custo Fixo Médio (CFMe) apresenta declínio à medida que a produção aumenta. Custo Variável Médio (CVMe): é o Custo Variável (CV) dividido pelo nível de produção (CV/Q).
Análise do gráfico: o No gráfico anterior, as curvas de Custo Total (CT) e Custo Variável (CV) são paralelas porque sua diferença é o Custo Fixo (CF) que é constante, não importa o quanto é produzido. o Observamos também que a curva de Custo Fixo (CF) não varia com a produção, sendo apresentada por uma linha horizontal de R$ 50,00 por ano. Já o Custo Variável (CV) começa com valor zero e aumenta continuamente à medida que a produção cresce. A Curva de Custo Total (CT) é determinada pela adição das curvas de Custo Fixo (CF) e Custo Variável (CV).
Análise do gráfico: o No gráfico anterior, sendo o Custo Fixo (CF) R$ 50,00, a curva de Custo Fixo Médio (CFMe) apresenta uma queda continua de 50 apontando para o zero. o Uma vez que o Custo Total Médio (CTMe) é a soma do Custo Variável Médio (CVMe) e do Custo Fixo Médio (CFMe), e considerando-se que a curva do Custo Fixo Médio (CFMe) é declinante em toda a sua extensão, a distância vertical entre as curvas do Custo Total Médio (CTMe) e do Custo Variável Médio (CVMe) vai diminuindo à medida que a produção vai aumentando.
Análise do gráfico: Ainda no gráfico anterior, observa-se que a curva de Custo Marginal (CMg) intercepta as curvas de Custo Variável Médio (CVMe) e de Custo Total Médio (CTMe) em seus respectivos pontos mínimos. Isso significa que: Enquanto o Custo Marginal (CMg) está abaixo do Custo Total Médio (CTme) ou do Custo Variável Médio (CVMe), então o Custo Total Médio (CTMe) e o Custo Variável Médio (CVMe) respectivamente caem no aumentar da produção. Já quando o Custo Marginal (CMg) está acima do Custo Total Médio (CTMe) e do Custo Variável Médio (CVMe), então CTMe e CVMe respectivamente crescem no aumentar da produção. Nesse momento em que a curva de CTMe e a curva de CVMe passam a crescer, os ganhos de especialização passam a ser compensados pela Lei dos Rendimentos Decrescentes.
Análise do gráfico: A longo prazo, a empresa tem a possibilidade de variar todos os seus insumos no intuito de minimizar os custos de produção de um determinado produto; Para observar como variam os custos, à medida que a empresa percorre seu caminho de expansão a longo prazo, podemos analisar as curvas de custo médio e custo marginal a longo prazo. O mais importante determinante do formato dessas curvas são os rendimentos crescentes, constantes ou decrescentes de escala.
Retornos de Escala Retornos constantes de escala: se as quantidades dos insumos são dobradas, o total produzido dobra e o custo médio é constante. Retornos crescentes de escala: se as quantidades dos insumos são dobradas, o total produzido mais do que dobra e o custo médio é decrescente. Retornos decrescentes de escala: se as quantidades dos insumos são dobradas, o total produzido não chega a dobrar e o custo médio é crescente.
Curva de custo médio a longo prazo (CMeLP): curva que fornece o custo médio de produção para cada nível de produto quando todos os insumos, incluindo capital, são variáveis. Curva de custo marginal a longo prazo CMgLP (CMgLP): < CMeLP variação CMeLP no custo total a longo prazo quando o produto CMgLP > CMeLP CMeLP aumenta em 1 unidade. CMgLP = CMeLP CMeLP é mínimo
Custo ($ por unidade de produto) A CMgLP CMeLP Quando um empresa apresenta um nível de produção em que o CMeLP está diminuindo, o CMgLP é menor que o CMeLP. Inversamente, quando o CMeLP aumenta, o CMgLP é maior que o CMeLP. As duas curvas se cruzam no ponto A, onde a curva de CMeLP atinge seu valor mínimo. Quantidade (unidades)
o No longo prazo, a empresa pode modificar a proporção dos insumos à medida que o nível de produção se modificar. Quando são modificadas as proporções entre insumos, o conceito de rendimentos de escala não mais se aplica. Dizemos então que a empresa apresenta economias de escala quando ela é capaz de duplicar sua produção com menos do que o dobro dos custos. o Da mesma forma, existem deseconomias de escala, quando a duplicação da produção corresponde a mais do que o dobro dos custos.