GISELLE DOS SANTOS ANÁLISE DA INSERÇÃO DO SEGMENTO DE TURISMO EDUCATIVO NA EMPRESA DIGITUR TRANSPORTES E TURISMO



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Transcrição:

GISELLE DOS SANTOS ANÁLISE DA INSERÇÃO DO SEGMENTO DE TURISMO EDUCATIVO NA EMPRESA DIGITUR TRANSPORTES E TURISMO Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior Itajaí 2006

1 GISELLE DOS SANTOS ANÁLISE DA INSERÇÃO DO SEGMENTO DE TURISMO EDUCATIVO NA EMPRESA DIGITUR TRANSPORTES E TURISMO Monografia apresentada ao curso de Turismo como requisito necessário à obtenção do grau de Bacharel em Turismo. Orientadoras: Profª MSc. Cláudia M.C.B. Rech Profª Esp. Vivian M. Floriani Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior Itajaí 2006

2 TERMO DE ISENÇÃO E RESPONSABILIDADE Declaro para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando o INSTITUTO CENECISTA FAYAL DE ENSINO SUPERIOR, a Coordenação do Curso de Turismo, a Banca Examinadora e os Professores Orientadores de toda e qualquer responsabilidade sobre o seu conteúdo. Itajaí (SC), 20 de novembro de 2006 Giselle dos Santos Graduanda

3 ANÁLISE DA INSERÇÃO DO SEGMENTO DE TURISMO EDUCATIVO NA EMPRESA DIGITUR TRANSPORTES E TURISMO Este trabalho de conclusão de curso foi julgado aprovado para a obtenção do grau de Bacharel em Turismo do Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior IFES Itajaí, 20 de novembro de 2006 Prof. Wilson Reginatto Jr Coordenador de estágios Banca Examinadora Profª. Cláudia M. C. B. Rech Orientadora de Metodologia Profa. Vivian Mengarda Floriani Orientadora de Conteúdo Profª. Kênya Naoe de Oliveira Examinadora Prof. Anderson de Assunção Examinador

Dedico este trabalho a meus pais Getúlio dos Santos e Célia Ignácio dos Santos. 4

5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela vida; À minha família que sempre me deu apoio nas horas difíceis; Às orientadoras que nunca mediram esforços.

6 RESUMO O turismo exige cada vez mais especialização, com a utilização de meios de transportes eficientes, roteiros rentáveis e lucrativos. Atuando na facilitação da comercialização turística, as agências atuam como intermediadoras de viagens. Este estudo buscou analisar a importância da inserção do segmento de turismo educativo, com intuito de diversificar os serviços prestados pela Digitur Transporte e Turismo. A pesquisa foi realizada no Colégio Energia junto a 60 alunos de Ensino Médio, visando a obtenção de informações a respeito de viagens de estudo. Sendo essa uma das vertentes de turismo educativo, observou-se o interesse destes alunos buscando a interação agência de viagem, conteúdo administrado na escola e viagem realizada. A pesquisa utilizou o método qualitativo, aplicando-se de entrevistas aos quesitos levantados. Observou-se que os alunos gostam das viagens de estudo e percebem a relação com os conteúdos ministrados. Em sua maioria acham bem organizados e com qualidade. Sugerem a inclusão destes pacotes junto à mensalidade escolar e o prazo de pagamento oferecido. Foi esboçado um roteiro para ser utilizado pelos estudantes de acordo com conteúdo ministrado no momento. Concluiu-se que a empresa Digitur invista no segmento de turismo educativo para jovens a partir da alteração de sua documentação para agência de viagem aumentando sua participação no mercado. Palavras-chave: turismo, turismo educativo, viagem de estudo.

7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...12 2 JUSTIFICATIVA...14 3 OBJETIVOS...15 3.1 Objetivo geral...15 3.2 Objetivos específicos...15 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...16 4.1 Origem e evolução histórica do turismo...16 4.2 Turismo...18 4.3 Tipos de turismo...18 4.4 Oferta turística...20 4.4.1 Hotelaria...21 4.4.2 Alimentos e bebidas...22 4.4.3 Transporte turístico...23 4.5 Agências de Viagens e Turismo...27 4.5.1 Histórico e conceitos...27 4.5.2 Tipologia...29 4.6 Pacotes turísticos...31 4.7 Segmentação de mercado...32 4.7.1 Turismo educativo para jovens...33 5 METODOLOGIA...36 6 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA...38 6.1 Evolução histórica da empresa até sua organização atual...40 6.2 Infra-estrutura física atual...42 6.3 Organograma...43 6.4 Quadro de recursos humanos...43

8 6.5 Serviços prestados no mercado turístico...44 6.6 Missão...44 6.7 Visão...44 6.8 Segmento de mercado...44 6.9 Principais concorrentes...44 6.10 Relacionamento organização x fornecedor...45 6.11 Relacionamento organização x cliente...46 6.12 Relacionamento dos funcionários x direção;tecnologia da informação...46 7 RESULTADOS...47 7.1 Pesquisa de opinião...47 8 ASPECTOS LEGAIS PARA A ABERTURA DE AGÊNCIA DE VIAGENS...61 9 MODELO DE PACOTE PARA O SEGMENTO DE TURISMO EDUCATIVO...67 10 CONCLUSÃO...69 REFERÊNCIAS...72 APÊNDICE...74 ANEXOS...76

9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Tipos de turismo...20 Figura 2 - Tipologia dos transportes...25 Figura 3 Organograma da pesquisa...37 Figura 4 Mapa de localização da empresa Digitur Transporte e Turismo Itajaí/SC...41 Figura 5 - Organograma da empresa...43 Figura 6 - Distribuição funcional dos empregados...43 Figura 7 - Relação de fornecedores...45 Figura 8 Distribuição dos respondentes quanto ao sexo...47 Figura 9 Distribuição dos respondentes quanto a idade...48 Figura 10 Distribuição dos respondentes quanto a cidade onde reside...49 Figura 11 Distribuição dos respondentes quanto a série do Ensino Médio em que estuda...49 Figura 12 Distribuição dos respondentes quanto a sua renda familiar...50 Figura 13 Distribuição dos respondentes quanto a realização de alguma viagem de estudo...51 Figura 14 Distribuição dos respondentes quanto a freqüência de viagens por ano...52 Figura 15 Distribuição dos respondentes quanto ao meio de transporte utilizado nas viagens de estudo...53 Figura 16 Distribuição dos respondentes quanto a existir alguma relação entre os conteúdos ministrados em sala de aula e as viagens de estudo...54

10 Figura 17 Distribuição dos respondentes quanto a contribuição desta viagem para o ensino-aprendizagem...55 Figura 18 Distribuição dos respondentes quanto a indicação da visita para outra turmas...56 Figura 19 Distribuição dos respondentes quanto a conhecer empresas que oferecem pacotes de turismo de estudo...58 Figura 20 Distribuição dos respondentes quanto a diferencial em empresa conhecida...59

11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição dos respondentes quanto ao sexo...47 Tabela 2: Distribuição dos respondentes quanto a idade...48 Tabela 3 Distribuição dos respondentes quanto a cidade onde reside...48 Tabela 4 Distribuição dos respondentes quanto a série do Ensino Médio em que estuda...49 Tabela 5 Distribuição dos respondentes quanto a sua renda familiar...50 Tabela 6 Distribuição dos respondentes quanto a realização de alguma viagem de estudo...51 Tabela 7 Distribuição dos respondentes quanto a freqüência de viagens por ano...52 Tabela 8 Distribuição dos respondentes quanto ao meio de transporte utilizado nas viagens de estudo...53 Tabela 9 Principais atrativos visitados...53 Tabela 10 Distribuição dos respondentes quanto a existir alguma relação entre os conteúdos ministrados em sala de aula e as viagens de estudo...54 Tabela 11 Distribuição dos respondentes quanto a contribuição desta viagem para o ensino-aprendizagem...55 Tabela 12 Distribuição dos respondentes quanto a indicação da visita para outra turmas...56 Tabela 13 Distribuição dos respondentes quanto a classificação das viagens...57 Tabela 14 Distribuição dos respondentes quanto a conhecer empresas que oferecem pacotes de turismo de estudo...58 Tabela 15 Distribuição dos respondentes quanto a diferencial em empresa conhecida...59

12 1 INTRODUÇÃO O turismo contribui para a geração de riquezas de muitas nações. Várias são as formas de interagir com o sistema turístico, seja ao ramo de hotéis, transportes, agenciamento, entretenimento, atrativos naturais, culturais entre outros. O fato é que o turismo tem gerado muitos empregos e exigido das empresas e profissionais maior profissionalismo e especialização. O Brasil, desde o plano de Metas de Juscelino Kubitschek, vem investindo em infra-estrutura, entre eles o sistema viário. Sendo assim, o transporte rodoviário foi impulsionado, tornando-se fonte de renda e riqueza para o país, com transportes de carga e passageiros, turistas ou não. Considera-se, ainda, que 60% dos produtos de exportação e importação circulam no país pelas rodovias. Vários são os meios de transporte que podem ser utilizados para o turismo. Tanto o transporte rodoviário, aéreo ou marítimo tem o mesmo objetivo, transportar as pessoas e turistas para a realização de suas necessidades de deslocamento de uma origem para um destino. É importante destacar que o transporte pode ser o próprio atrativo turístico, como o expresso oriente ou o trem-bala japonês. Com as mais diversas paisagens, o turismo no Brasil vem despontando como destino turístico recebendo turistas domésticos e internacionais, principalmente da Europa e dos Estados Unidos. Nesse sentido, empresas como a Digitur ajudam a transportar esses turistas para os atrativos turísticos da região. Para a realização deste estudo foi escolhida a empresa Digitur, localizada em Itajaí SC, por estar inserida no mercado turístico com atuação no transporte rodoviário de passageiros. Desde a sua fundação, a empresa vem se especializando e atualizando sua frota para melhor satisfazer sua clientela, por meio de treinamentos com seus funcionários e atualização dos equipamentos com a aquisição de novos modelos de veículos. Estudando a capacidade desse tipo de empresa e a viabilidade de seu suporte ao turismo são preponderantes para o entendimento sobre a inserção de empresas similares ao mercado turístico brasileiro e regional. Nesse contexto, percebeu-se a oportunidade de estudar a inserção da empresa Digitur no mercado turístico fornecendo pacotes envolvendo o público

13 jovem através do turismo educativo. Este estudo propiciará maneiras de exploração de um novo nicho de mercado possibilitando novas fontes de rendimento para a empresa. O método utilizado neste trabalho é o qualitativo, onde foram aplicadas entrevistas com estudantes de ensino médio objetivando melhor entendimento sobre o tema proposto. Com a realização deste trabalho, a empresa poderá beneficiar-se de uma nova possibilidade de atuação junto ao mercado, maximizando sua rentabilidade e lucratividade.

14 2 JUSTIFICATIVA O turismo vem acompanhando o processo de globalização, as inovações tecnológicas e, também, a disseminação de culturas e respeito pelas civilizações. Alicerçando este turismo, as agências de viagem têm produzido resultados satisfatórios observando o comportamento dos turistas e as novas oportunidades de mercado introduzindo roteiros diferenciados. O meio de transporte é essencial no estabelecimento desses novos roteiros tendo em vista que são vinculados preço, tempo de viagem e conforto desejado pelos clientes. A segmentação de mercado tem sido importante para manter os níveis de satisfação fazendo com que os turistas sejam atraídos pelo que realmente possam fazê-los felizes, com todas as suas necessidades realizadas. Sendo assim, o estudo se justifica por sua relevância na empresa Digitur mostrando como uma empresa voltada para o transporte rodoviário, dotada de infraestrutura, pode diversificar suas atividades inserindo pacotes turísticos específicos para o turismo educativo. Para tanto, podem ser trabalhados diretamente junto a escolas proporcionando viagens de fim de ano, pacotes de estudo ou passeios interclasses. Houve uma motivação pessoal para esta investigação, o fato de estar ligada diretamente à empresa que, sendo familiar, integram-se os problemas da estagiária com os problemas enfrentados pela empresa. Investiga-se, portanto, a possibilidade da Digitur em diversificar sua atuação mantendo sua frota operante e reduzindo a hora ociosa. Analisando o cenário apresentado pela empresa questiona-se: Pacotes turísticos voltados para o público jovem, principalmente estudantes de ensino médio, podem ser incrementados na empresa Digitur? Quais benefícios o novo segmento de mercado proporcionará à empresa Digitur? Este trabalho torna-se relevante para aprofundar os conhecimentos da estagiária sobre o funcionamento da empresa estudada e do turismo em que está inserido, além de proporcionar oportunidade para a empresa diversificar sua atuação no mercado turístico.

15 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Analisar a importância da inserção do segmento de turismo educativo, com intuito de diversificar os serviços prestados pela Digitur Transporte e Turismo. 3.2 Objetivos específicos a) Caracterizar os serviços prestados pela Digitur; b) Identificar o processo legal de abertura de uma agência de viagem; c) Verificar o interesse dos estudantes no segmento de turismo educativo; d) Elaborar um modelo de pacote turístico voltado para o segmento.

16 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.1 Origem e evolução histórica do turismo O turismo há muito tempo tem ocasionado o deslocamento de grande massa de pessoas, com diversos objetivos e propósitos. Estes deslocamentos aparecem registrados na Grécia antiga, através das visitações ao oráculo de Delfos, precursor do turismo religioso. Estas peregrinações envolviam algum tipo de infra-estrutura de alojamento, alimentação que, embora incipiente, continham os elementos que definem o turismo. (DIAS, 2005, p. 32). As quase 200.000 pessoas que se agrupavam em época de jogos chegavam a esgotar o estoque de água e comida da cidade. (BELTRÃO, 2001). Os romanos eram um pouco mais evoluídos em termos de turismo principalmente na construção de vias ligando as cidades e transportes. Como possuíam grande curiosidade histórica, freqüentemente se deslocavam para conhecer e se reconhecer na história através de cidades e monumentos. A precariedade das estradas e dos meios de locomoção restringiram a movimentação da elite mais abastada. (BELTRÃO, 2001; DIAS, 2005). Estas movimentações poder ser conferidas, conforme Dias (2005, p. 33), pelas depedrações em antigos monumentos através de inscrições em grego e latim do tipo Eu estive aqui. Durante a Idade Média, com as cidades reclusas em feudos, houve uma retração dos movimentos turísticos sendo retomado mais ativamente após o século XV, quando das Grandes Navegações, gerando viagens por motivos religiosos e comerciais. (BELTRÃO, 2001). Dias (2005) remonta a Thomas Cook 1 em 1841 o início da época moderna do turismo. Foi entre os séculos XVII e XVIII que surgiram as viagens de estudo 1 Thomas Cook nasceu em 22 de novembro de 1808 em Melbourne, Derbyshire, Inglaterra. Faleceu em 1892 com 84 anos. Abandonou a escola muito jovem, quando só tinha 10 anos. Desde essa época desempenhou vários ofícios até 1828, quando tornou-se missionário Batista. Após a primeira viagem teve seu salário como missionário aumentado, mas optou por abandonar os fiéis para se dedicar exclusivamente ao turismo, o que fazia pessoalmente.(http://www.sdr.com.br/ historiasdasmarcas/41.htm)

17 (educativas), principalmente entre a nobreza inglesa, que incluía destinos como Europa, além da Grécia e Oriente Médio, considerados berço da civilização. Estas viagens eram acompanhadas, normalmente, por instrutores, que mostram ao pupilo o que deveria ser aprendido. (DIAS, 2001). Em fins do século XVIII, com a decadência da nobreza, os plebeus começaram a fazer os mesmos roteiros que antes era privilégio de poucos. Nesta época surgiram as viagens de cunho científico e tecnológico, ou seja, conhecer o que estava sendo feito em países envoltos na Revolução Industrial, principalmente a Inglaterra, com suas máquinas a vapor. (DIAS, 2005). A Revolução Industrial trouxe consigo revoluções em muitas outras áreas, como a fiação. Contudo, o que mais estimulou o turismo foram os trens e os navios a vapor. Esta revolução nos transportes foi o que propiciou o rápido deslocamento, para a época, entre os pontos emissores e receptores, com maior volume de visitantes. Foi a partir da metade do século XIX que o turismo tomou proporções globais. Nesta mesma época que os trens tomaram conta de diversos pontos do Brasil por iniciativa pioneira do Barão e Visconde de Mauá, em 1854. (BELTRÃO, 2001). Segundo a Organização Mundial de Turismo OMT (2001), estimulado pela produção em massa de automóveis de Henry Ford, o turismo de circuito tomou força fazendo com que as pessoas utilizassem mais os automóveis por ser mais rentável que o trem. A partir da década de 60, a utilização do avião permitiu que as distâncias ficassem bem menores, fortalecendo o desejo de viajar e conhecer novos lugares. A década de 70 marcou um declínio do fluxo turístico devido, principalmente, ao aumento do preço do petróleo que encareceu o produto turístico. (DIAS, 2005). A década de 90 foi marcada pelo ecoturismo. Houve um aumento nas exigências dos turistas, [ ] cobrando qualidade em todos os sub-produtos que utilizam durante a viagem. (DIAS, 2005, p. 40). Atualmente o movimento turístico reflete a necessidade constante de reduzir os níveis de estresse, tão receitado por cardiologistas e especialistas em comportamento humano.

18 4.2 Turismo Quando se estuda turismo, surge a necessidade de conceituar algumas de suas variáveis como viagem, que nada mais é do que o deslocamento de pessoas a outra localidade; os turistas, sendo as pessoas que efetuam viagens a lugares que possuem atrações culturais, científicas ou de interesse específico, ou atrações especiais de lazer e diversão, distantes fisicamente de sua origem. (CAMPOS; GONÇALVES, 1998). Tem-se, portanto, que turismo é o conjunto de relações e fenômenos produzidos pelo deslocamento e permanência de pessoas fora de seu lugar de domicílio, desde que esses deslocamentos e permanência não estejam motivados por uma atividade lucrativa. (DIAS, 2005, p. 17). Posteriormente, a OMT (2001) ampliou este conceito dizendo que o turismo é descrito como as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos de seu entorno habitual (trajeto em que a pessoa faz no seu cotidiano, mesmo que por pontos turísticos), por períodos inferiores há um ano, objetivando lazer, negócios ou outros motivos. Nesta estrutura, a unidade básica para estudo é o visitante que é qualquer pessoa que faz parte do turismo. (DIAS, 2005). Beni (1998) mostra que a definição das Nações Unidas inclui a definição de visitantes temporários que são aquelas pessoas que permaneçam pelo menos vinte e quatro horas no país visitado. O importante nesta distinção é que turista não é aquele que está dentro de seu roteiro habitual e sim os que se deslocam com objetivos específicos, em busca de turismo. 4.3 Tipos de turismo O turismo pode ser classificado de acordo com sua tipologia, sendo elas conforme Dias (2005): a) Turismo interno (ou doméstico): São aquelas realizadas dentro do seu próprio país; ex: férias de fim de semana em uma praia;

19 b) Turismo receptivo: Movimento turístico orientado às coisas do país, mas visto por pessoas de fora; ex: praias do nordeste vista pelos europeus; c) Turismo emissor (ou emissivo): Movimento turístico orientado às coisas fora do país; ex: Disney; d) Turismo interior: Combina o turismo doméstico com o turismo receptivo; ex: visita a Nova Trento (Santuário de Madre Paulina) e) Turismo nacional: é a soma do turismo doméstico com o turismo emissor; ex: Oiapoque ao Chuí de motocicleta; f) Turismo internacional: é o movimento de visitantes entre os diferentes países. Nota-se que existe uma gama de conceitos que servem para demonstrar que tanto em movimento de interiorização ou exteriorização, o turista sempre existe (nacional ou estrangeiro), disposto a visualizar as belezas existentes nas cidades, sejam elas culturais, gastronômicos, naturais ou arquitetônicos. Cada qual tem sua colocação no mercado de turismo. Outros autores citam tipologias referindo-se ao objetivo e características do turismo, como é o caso de Beltrão (2001) que seleciona algumas formas de turismo, ressaltando que existem outras de menor expressão não relacionadas em sua classificação, conforme a figura 1: Turismo lúdico Turismo cultural Turismo de compras Turismo hoteleiro Turismo gastronômico Turismo de saúde Turismo gay Apenas para diversão, em lugares como parques temáticos, clubes ou simples passeios a pontos turísticos; Engloba museus, monumentos, peças de teatro, shows, espetáculos e tudo mais que possa se relacionar com a cultura em particular ou de um povo; Voltado apenas para o comércio, o objetivo é a melhor loja com o melhor preço, ou a diversidade de produtos; Desfrutar de tudo o que uma estrutura hoteleira pode oferecer; Conhecimento sobre a culinária de um povo ou região; Voltado para o público que cultua o corpo como forma de prazer; Voltado ao público GLS, onde sentem-se a vontade com tudo voltado e estruturado para eles (as);

20 Turismo de natureza Turismo ecológico Turismo religioso Faz com que o contato com a natureza seja o mais agradável possível, em convivência harmônica com a biodiversidade; Na busca do seu ecológico, confunde-se com o de natureza, mas o objetivo é interagir com o ecossistema em busca de conhecimento; Podendo estar ou não permeada de uma experiência mística, o turismo religioso tem carregado cada vez mais pessoas ao encontro com Deus; Turismo da melhor idade Voltado especialmente para as pessoas acima dos 50 anos, aproximadamente, está circundado de elementos que cativam este público-alvo; Turismo rural Turismo de observação Turismo didático/educativo Turismo científico Turismo de negócios Figura 1 - Tipos de turismo Fonte: Beltrão (2001) Um retorno ao campo, faz com que o contato com animais, fazendas, rios, natureza reacenda a vontade de conservar as cidades; Objetiva a observação de fenômenos naturais ou não entre outros; Com fins educativos, seja observando eventos, participando deles ou permitindo-se conhecer; Centra-se na pesquisa de determinado evento, fenômeno ou estudo; Normalmente voltado a feiras, eventos ou afins, gerando contatos e conseqüentemente lucros; Nesse contexto, as características inseridas nos pacotes ou roteiros escolhidos, podem variar também a classificação. Cada uma delas deve conter os elementos específicos que a caracterizam. 4.4 Oferta turística A oferta turística pode ser entendida como um conjunto de empresas que oferecem aos turistas os mais variados serviços, tais como: hotéis, alimentação, transportes, agências ou infra-estrutura, além dos atrativos naturais e artificiais de uma região. As atrações que a natureza oferece, sem a necessidade de atuação do homem, como o sol, as praias, as montanhas, as paisagens, são as fontes de atração que sustentam os deslocamentos de pessoas com

21 finalidades especificamente turísticas. Para complementá-la surge à necessidade de se formar uma infra-estrutura de bens e serviços turísticos, como os meios de transporte, de hospedagem, os restaurantes, o comércio e outros equipamentos, de maneira que a atividade turística seja viável. (BARROS, 2002, p.14). Os atrativos turísticos, lugares, objetos ou acontecimentos de interesse turístico, podem ser destacados como sendo atrativos naturais (geografia, hidrografia, flora e fauna); atrativos histórico-culturais (monumentos, sítios, festas, comemorações, entre outros); realizações técnicas e científico-contemporâneas (exploração de minério, exploração industrial, obras de arte, entre outros) e acontecimentos programados (congressos e convenções, feiras e exposições). (BARROS, 2002). Visando caracterizar os principais itens que compõem a oferta turística: hotelaria, alimentos e bebidas (A & B) e transportes. 4.4.1 Hotelaria Ao considerar a definição de turismo como sendo a pessoa que passa pelo menos uma noite no destino desejado, para que o turismo possa acontecer há de se preocupar com aspectos importantes tanto para o turista como para o local que está recebendo-o: como: alojamento, alimentação e transporte. Conforme a OMT (2001, p. 79), é óbvio que a necessidade primordial de todo ser humano, independente de onde se encontre, é dispor de um lugar para se abrigar e passar a noite, bem como de buscar alimentos. Continuando as conceituações, a hotelaria surge como o sistema nacional de bens materiais e inatingíveis dispostos para satisfazer às necessidades básicas de descanso e alimentação dos usuários fora de seu domicílio. (OMT, 2001, p. 79). Neste ponto, os conceitos vão se acomodando, dando cabo da necessidade de satisfação do turista, e fazendo-se entender de que a hotelaria sub-divide-se em alojamentos, alimentos e bebidas, além de existir alimentação ofertada através de restaurantes comerciais. A OMT (2001) mostra como ponto fundamental a certificação de qualidade dada ao estabelecimento para centrá-lo na demanda turística, pois facilita a sua inserção em pacotes.

22 O não conhecimento de determinadas instalações é suprido por esta classificação que presume determinado padrão de satisfação do cliente. Os alojamentos podem ser classificados em hoteleiro (hotéis, motéis, aparthotel) e não-hoteleiro (acampamentos, vilas e pousadas), sujeitos a regulamentos próprios e variando em termos de acomodações e objetivos específicos, como lazer, convenções, cassino ou multi-propósito. A OMT denomina como alojamento turístico toda e qualquer instalação que regularmente (ou ocasionalmente) ofereça vagas para que um turista possa passar a noite, seja esta um hotel, pousada, motel ou similar. Oliveira (2002) mostra que são considerados itens constantes da oferta turística inclusive o próprio recurso turístico, locadoras (bens móveis e imóveis), atendimento a veículos (postos de abastecimento e oficinas) e estabelecimentos comerciais. Quando o destino turístico está suportado por estruturas de apoio ao turista, este tende a aumentar sua permanência, fazendo com que o estabelecimento faça parte do recurso turístico, como é o caso de turismo em praias em dia de chuva, a praia torna-se secundária e o sucesso depende dos acessórios. A OMT (2001, p. 90) diz que a grande base do alojamento turístico internacional tem sido, durante décadas, o hotel. Este modelo produz uma habitação cercada de itens que fazem com que o turista tenha mais tempo para usufruir de sua estada no destino. 4.4.2 Alimentos e bebidas Existem algumas vertentes com relação aos alimentos e bebidas (A e B) o destino, cultura, movimentos demográficos, economia nacional e internacional ou estilo de vida. A OMT (2001) subdivide este setor em alimentação social ou coletiva, são fornecedoras de alimentação para hotéis, hospitais, centros de eventos; ou restaurante comercial, o que é aberto ao público em geral e proporciona a opção de escolha por parte do cliente, seja pela alimentação familiar, monoproduto (churrascaria, pizzaria), rotisseria, restaurante temático, cibercafé, entre outros.

23 Nota-se que existe também a tendência das empresas de alimentação se adaptarem aos hábitos e costumes gastronômicos do cliente através da oferta de variedade de produtos, ou mostra a cultura local, oferecendo alimentação típica, como nas especializações (comida mineira, baiana, alemã, árabe ou japonesa). A alimentação pode variar conforme o tipo de turismo ou o tempo de visita, pois quanto menor o tempo de estada tende a ser menor o tempo gasto com alimentação optando-se pelos fast food, enquanto que o inverso faz com que o tempo de alimentação aumente, optando-se por serviço à la carte ou buffets. A OMT (2001) afirma que os cardápios também podem variar de acordo com a necessidade de mercado, oferta de alimento e tipo de turismo, ou seja, não se espera que seja oferecido caviar em época de alta de preço no mercado internacional para o turismo rural. A alimentação é um item importante, considerando-se níveis elevados de higiene e limpeza, pois qualquer problema existente com ela durante a época de turismo, pode encurtar a estada gerando perdas para toda a cadeia turística. 4.4.3 Transporte turístico O transporte no turismo, desde a antiguidade, mostrou-se importante. Quando ainda era utilizado o cavalo e as cidades eram distantes e de difícil acesso, o desenvolvimento marítimo foi base para a integração entre elas, proporcionando subsídios às Grandes Navegações. O transporte foi o que também delimitou o raio de ação do turista, pois ele define o tempo e a distância percorrida para se alcançar o objetivo. Atualmente se fala em turismo no espaço, onde milionários voam em foguetes para a estação espacial internacional, dão voltas pela lua ou simplesmente vão e voltam do espaço. Esta é, sem dúvida, a mais nova fronteira do turismo rompida. [ ] Atualmente está sendo estudada a possibilidade de trasladar a vida a outros planetas; portanto, é possível que no futuro0 esses esforços do homem em encontrar outros espaços para viver sejam coroados com sucesso; assim, o transporte espacial se reafirmará como a oitava maravilha do século XXI. (DE LA TORRE, 2002, p. 265). O transporte é conceituado pela OMT (2001, p. 103) como sendo o meio de

24 condução ao destino saindo da região de origem, portanto, representa o movimento de viajantes de uma origem para o destino. O autor também enfatiza o fato de que o próprio transporte pode ser uma atração turística por si só, como a ligação férrea entre Curitiba (PR) e Paranaguá (PR) ou o acesso ao Corcovado, ligação férrea a partir do bairro Tijuca (RJ). Sem dúvida as linhas férreas favoreceram o desenvolvimento dos primeiros balneários e resorts da costa. O automóvel propiciou o desenvolvimento do turismo nacional em países industrializados. O avião e seus avanços tecnológicos permitiram aproximar fronteiras e provocaram a expansão do turismo internacional, trazendo consigo novas e revolucionárias formas de turismo [ ] (OMT, 2001, p. 104-105). Conforme Paolillo; Rejowski (2002, p. 13), o sistema de transporte turístico é composto por serviços e equipamentos de um ou mais meios de transportes, entre um núcleo emissor e receptor e dentro dos mesmos. De La Torre (2002) ressalta o fato de que o turismo existe por si só como fenômeno socioeconômico e que o conjunto não foi criado em função do traslado turístico. Junto com o transporte, alguns valores podem ser elencados como a importância econômica, social e política desta atividade. A primeira se destaca pela função propiciadora da geração de riquezas, transporte de matéria-prima e produtos acabados ou semi-acabados; a segunda demonstra que o contato entre as diversas civilizações tornou-se uma realidade cada vez mais constante, com o contato entre diversas etnias miscigenando e proporcionando trocas entre diversas sociedades; por último, em decorrência da globalização, as fronteiras praticamente se extinguiram, fazendo com que o transporte reduza a distância entre governantes e gere maior transparência em suas gestões facilitando possíveis intervenções. (DE LA TORRE, 2002) São equipamentos descritos por Paolillo; Rejowski (2002): Modal Marítimo, fluvial e lacustre Ferroviário Equipamento Navios e outras embarcações (balsas, hidrofoils, ) Trens, automotrizes e outras composições (bondes, teleféricos, )