PEDAGOGIA HOSPITALAR: as politícas públicas que norteiam à implementação das classes hospitalares.
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- Célia Gusmão Gonçalves
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1 PEDAGOGIA HOSPITALAR: as politícas públicas que norteiam à implementação das classes hospitalares. Marianna Salgado Cavalcante de Vasconcelos Jadiel Djone Alves da Silva Heloisa Flora Brasil Nóbrega Bastos RESUMO As primeiras experiências em hospitais, com enfoque para a intervenção escolar, ocorreram quando o Francês Henri Sellier, em 1935, inaugurou a primeira classe hospitalar, nos arredores da cidade de Paris, entretanto, essa nova área de atuação do pedagogo só foi introduzida no Brasil em 1950, com o Hospital Municipal Menino Jesus, no município do Rio de Janeiro. Porem as politícas públicas direcionadas para ás crianças atendidas pela classe hospitalar até meados dos anos 90 no Brasil, eram direcionadas apenas para crianças com alguma deficiência. Esse senário começa à ser redefinido com a Declaração de Salamanca, em 1994, que garante o direito às crianças e adolescentes sem nenhuma deficiência.. PALAVRAS-CHAVE: politícas públicas, classe hospitalar, pedagogia hospitalar. 1 INTRODUÇÃO Este artigo apresenta um pesquisa em desenvolvimento no Hospital Regional Dom Moura da cidade de Garanhuns, que visa atender à legislação em rigor, tendo como finalidade implementar à primeira classe hospitalar naquele estabelecimento. As primeiras experiências em hospitais, com enfoque para a intervenção escolar, ocorreram quando o Francês Henri Sellier, em 1935, inaugurou a primeira classe hospitalar, nos arredores da cidade de Paris, entretanto, essa nova área de atuação do pedagogo só foi introduzida no Brasil em 1950, com o Hospital Municipal Menino Jesus, no município do Rio de Janeiro, (VASCONCELOS, 2004). 1
2 Em 24 de dezembro de 1986 o Estado de São Paulo, através da Portaria Conjunta CENP/CEI/COGSP/DAE, é apontada como uma das primeiras políticas públicas no Brasil para a classe hospitalar, porem ela restringia esse seguimento educacional apenas para crianças e jovens com deficiências físicas em idade escolar. Alguns anos depois à Declaração de Salamanca, em 1994, uma das primeiras do mundo a afirmar a importância do processo de escolarização de crianças e adolescentes que estejam internos sem nenhum tipo de deficiência, e os profissionais poderiam utilizar espaços físicos como um processo mediador na escolarização dos mesmos. Com a influência da Declaração de Salamanca, no mesmo ano, o Ministério da Educação (MEC) publicou a Política Nacional de Educação Especial, que define que o Ambiente hospitalar possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internos que necessitem de Educação Especial e que estejam em tratamento hospitalar (BRASIL, 1994, P. 10). Porém, essa política mais uma vez, só dava suporte ás crianças com algum tipo de deficiência, não atingindo aquelas crianças que não possuem nenhuma deficiência física ou metal em idade de escolarização. Já no ano seguinte, 1995, a Série Diretrizes, Subsídios para Organização e Funcionamento de Serviços de Educação Especial, lançando pelo MEC, vinha afirmar a classe hospitalar como alternativa de atendimento apenas para deficientes metais, auditivos e múltiplos, restringindo novamente o atendimento pedagógico apenas para as pessoas com necessidades especiais. Com mobilização da sociedade para politícas educacionais que favorecessem as crianças e adolescentes internos em idade escolar outra declaração foi lançada pelo Ministério da Saúde, a Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizado, em 1995, que em um dos seus artigos define o: direito de usufruir de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar. Esta declaração abrange qualquer criança ou adolescente hospitalizado, tanto à educação, como o tratamento clínico, enquanto estiverem internas. Alguns anos após, foi lançado o Estatuto Nacional Pró-Atendimento Pedagógico-Educacional Hospitalar, no ano de 2000, que visa divulgar a modalidade 2
3 de atendimento pedagógico hospitalar como um direito das crianças e jovens internos. Tendo em vista os novos campos em que o pedagogo pode atuar, é cada vez mais necessário que à formação desse profissional seja voltada para esses novos perfis de atuação. São mais frequentes os espaços físicos dentro de hospitais, destinados á educação das crianças hospitalizadas, que por causa da patologia tiveram que interromper seus processos de escolarização. A Lei Federal /2005 regulamenta a implantação de espaços físicos destinados ao processo de escolarização e socialização, em todos os serviços de saúde que ofertem atendimento pediátrico. Mesmo nos dias atuais, essas novas classes hospitalares ainda são pouco difundidas no país, como afirma Silva (2012), em levantamento recente realizado em todo Brasil. A partir dessa regulamentação, houve uma movimentação das classes hospitalares para atenderem ás exigências, o que ocorreu no hospital regional Dom Moura, que destinou um espaço físico para à implementação e para a formação continuada, porém a equipe hospitalar está em processo de implementação na instituição. Diante dessa realidade encontrada, surgiu à ideia de investigar quais são os procedimentos administrativos que devem ser tomados pela instituição para à implementação da equipe pedagógica hospitalar. Para responder a esse questionamento, o objetivo geral construído foi: analisar as exigências da legislação vigente para formar a equipe multidisciplinar, que vai conduzir o trabalho ligado à pedagógica hospitalar. Já os objetivos específicos, foram: identificar quais são os trâmites burocráticos necessários á implementação da equipe multidisciplinar e identificar os impactos que ocorrem para a instituição com essa implementação. 2 METODOLOGIA A pesquisa que será realizada terá caráter de pesquisa-ação, em que, além de observarmos o cotidiano dos envolvidos, também iremos intervir nessa realidade como afirma Xavier (2010, p. 47) é aquela em que o pesquisador faz intervenções diretas na realidade social que se apresenta com algum problema., portanto, propõe 3
4 que o pesquisador aja para tentar mudar a realidade dos sujeitos envolvidos na pesquisa. Os sujeitos envolvidos nesta pesquisa são: representante do hospital, representante do(s) convênio(s) estabelecido(s), representante clinico do hospital, paciente, representante dos pacientes. A pesquisa está dividida em duas etapas, a primeira etapa foi o levantamento bibliográfico sobre surgimento das politícas públicas da classe. A segunda etapa que está sendo implementada consiste na coleta de dados, em que, iremos até o Hospital Regional Dom Moura, entraremos em contato com a pessoa responsável para que seja adotados os procedimentos necessários para à implementação da classe hospitalar. Assim iremos analisar os dados obtidos através de entrevistas, observações, conversais informações e implementação da classe hospitalar. Para tanto, será utilizada a fundamentação teórica para nortear esta pesquisa. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa em andamento nos trás dados preliminares sobre a aplicação das politícas públicas nas classes hospitalares, em especial da Lei Federal /2005 visto que a partir dessa houve uma mobilização dos hospitais em atender as exigências, entretanto, o que podemos perceber é que muitos estabelecimentos de saúde não atendem à legislação em vigor, um dos motivos para o não cumprimento e não avanço dessas politícas públicas pode ser os trâmites burocráticos encontrados pelos hospitais para à implementação, já que, uma vez que essas coordenações pedagógicas hospitalares, quando instaladas, suas coordenações, avaliações e controles competem ás Secretárias Estaduais e Municipais, como também o acompanhamento no atendimento domiciliar. Um outro fator à ser considerado é que em geral, a população não tem conhecimento da legislação e das politícas públicas, portanto não sendo pouco difundido entre à sociedade e também falta de interesse dos gestores em enfrentar os trâmites necessários á implementação. A efetivação da segunda fase desse projeto no Hospital Regional Dom Moura, terá um grande impacto em toda região, pois não só atendera crianças e 4
5 adolescentes da cidade, mais também de toda a região agreste do estado de Pernambuco, já que, a única classe hospitalar do estado está instalada na cidade do Recife, fazendo que esse público alvo não precise de desloca da sua região para ter um atendimento adequado. Sendo assim, à efetivação dessas politícas públicas em classes hospitalares faz-se necessário, visto que, será através delas que as práticas pedagógicas no ambiente hospitalar será cada vez mais difundida, assim beneficiando mais crianças e adolescentes internos em idade de escolarização, é relevante falar da carência acadêmica de pesquisas na pedagogia hospitalar, está e apenas o começo de outras pesquisas necessitam ser desenvolvidas nessa área, para que à pedagogia hospitalar passe a ser uma realidade, reconhecida por todos como um direito que precisa ser efetivado. Portanto, alguns questionamentos ficam a ser respondidos em futuras pesquisas, como: para os pais e acompanhantes quais foram as melhoras que as crianças apresentam ao frequentarem à classe hospitalar? como as classes hospitalares contribuiu para à humanização nos hospitais? como a atuação de um pedagogo pode contribuir para atender às necessidades cognitivas, afetivas e sociais de crianças hospitalizadas? Todas essas questões ficam como propostas para o desenvolvimento de pesquisas posteriores na temática de pedagogia hospitalar e classe hospitalar. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Politíca Nacional de Educação Especial. Brasília, MEC/SEESP, MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados. Resolução nº 41, D.O.U. nº 199, SILVA, M.B. da. Hospitalar: atuação do pedagogo para atender ás necessidades de crianças hospitalizadas f. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Licenciatura em pedagogia. Universidade federal Rural de 5
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