EDUCAÇÃO FÍSICA E PARALISIA CEREBRAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ACERCA DA INCLUSÃO ESCOLAR Gabrielle Cristina Sanchez Adriana Garcia Gonçalves São Carlos - UFSCar Eixo Temático: 9 Pesquisa e Inovação Metodológica 1Introdução A Paralisia Cerebral (PC) é uma condição motora que pode acometer muitas crianças de todos os países. Nessa perspectiva, o desempenho motor e a capacidade funcional são afetados causando um comprometimento no tocante à qualidade de vida. Um número pequeno de universidades promove a qualificação de professores de nas aulas com alunos público alvo da educação especial. Sendo somente após a Resolução n. 03/1987 do Conselho Nacional de Educação que se estabeleceu a inserção de disciplinas em suas grades, como a Adaptada(CIDADE; FREITAS, 2002). Entende-se que os alunos que estão inseridos no processo de inclusão escolar, podem apresentar níveis de qualidade de vida elevados, por terem um convívio social e uma exigência de atividades motoras maior. Ainda, essas experiências de práticas e hábitos saudáveis adquiridos na escola, podem ser passadas para a vida adulta, fazendo com que o indivíduo tenha uma boa saúde e qualidade de vida. Entretanto, essas vivências são dificultadas pela falta de serviço especializado e recursos que facilitem a locomoção e execução de atividades, principalmente por alunos com alterações motoras como no caso de alunos com PC (LEHNHARD; MANTA; PALMA, 2012). Essa oportunidade de melhoria da qualidade de vida pode ser feita, por meio de adaptações que o próprio professor deve fazer acerca de sua turma, trazendo o aluno com PC para uma rotina mais próxima de atividades, fazendo com que tenha uma fase de exercitação maior, proporcionado por aulas de esportes e exercícios em grupos, ressaltando também a aceitação do convívio social, algo muito importante, principalmente para os adolescentes que buscam o convívio com seus pares(gallahue, 2005). Com isso, podemos destacar que as aulas de Escolar são importantes por proporcionarem condições de promover uma rotina de atividades de cunho social e físico, que são a mola propulsora para uma vida mais saudável.
Desta forma, o objetivo deste estudo foi de analisar a produção científica em teses e dissertações brasileiras que tenham por assunto e Paralisia Cerebral, e verificar seus conteúdos acerca da inclusão escolar. 2 Método Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, de caráter exploratório sobre a produção científica que envolve como assunto educação física e paralisia cerebral no que se refere à inclusão escolar. O site da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações foi a fonte de dados utilizada para a coleta dos trabalhos. Foi realizada uma busca avançada, sendo os descritores e Paralisia Cerebral, cujo campo foi selecionado para as duas palavras como assunto e na correspondência da busca ficou estabelecido todos os termos. Com base nos referidos descritores, foram encontrados dez trabalhos referentes à temática abordada no assunto pesquisado, sendo nove dissertações e uma tese. Dessa forma, das dez pesquisas, foram selecionados sete trabalhos, sendo excluídos três trabalhos por não se relacionarem com a temática da inclusão escolar, atividades físicas e paralisia cerebral. 3 Resultados e Discussão A análise dos sete trabalhos selecionados pôde mostrar, que a atividade física e o convívio social, bem como os recursos tecnológicos, quando bem utilizados pelo professor, podem melhorar significativamente o cotidiano escolar de crianças com paralisia cerebral. De todos os trabalhos, é possível verificar que a região do país com universidades que mais pesquisou sobre o assunto foi a região de São Paulo, sendo dois trabalhos da UFSCar, dois trabalhos da Unicamp, um trabalho da Unesp, campus de Marília, um trabalho da UFV e um trabalho da UFRN, sendo este último uma tese, como é possível verificar no quadro a seguir: Universidade/ Programa de Pós- Graduação Universidade Estadual de Campinas - Unicamp Autor Ano de Publicação Título da Pesquisa CARVALHO, L.M.G. 1998 As atividades lúdicas e a criança com paralisia cerebral : o jogo, o brinquedo e a brincadeira no cotidiano da criança e da família
Universidade Estadual de Campinas - Unicamp Tese Educação Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Educação Especial São Carlos - UFSCar Educação Especial São Carlos - UFSCar Educação Universidade Estadual Paulista UNESP Campus de Marília Viçosa - UFV Quadro 1: Tese e dissertações selecionadas Fonte: Elaboração Própria STRAPASSON, A.M. 2005 Proposta de ensino de polybat para pessoas com paralisia cerebral. MELO, F.R.L.V. 2006 Do olhar inquieto ao olhar comprometido: uma experiência de intervenção voltada para a atuação com alunos que apresentam paralisia cerebral ALVES, A.C.J. 2009 A tecnologia assistiva como recurso à inclusão escolar de crianças com paralisia cerebral ZUTTIN, F.S. 2010 Recursos de baixa tecnologia assistiva e educação infantil: efeitos do recurso nas atividades lúdicas para crianças com paralisia cerebral SILVA, F.C.T 2014 Realidade virtual não imersiva: contribuição do jogo de videogame como recurso pedagógico nas aulas de educação física BARBOSA, J.M. 2014 Orientações sobre cuidados de crianças com paralisia cerebral para cuidadores e profissionais da saúde: um manual prático A maioria dos estudos analisados realizou intervenções educacionais, seja por meio de uma proposta de ensino de natureza esportiva (STRAPASSON, 2005), seja apresentando recursos utilizados para facilitar processo de aprendizagem e interação do aluno com paralisia cerebral (ALVES, 2009; ZUTTIN, 2010; SILVA, 2014). O aspecto lúdico esteve diretamente relacionado com dois trabalhos, sendo nos estudo de Carvalho (1998) e Zuttin (2010). O trabalho de Melo (2006) constituiu-se num trabalho interventivo junto aos professores de alunos com paralisia cerebral. Barbosa (2014) desenvolveu material instrucional para cuidadores e profissionais da saúde no que se refere aos cuidados de crianças com paralisia cerebral. Como tema específico, tem-se a abordagem da paralisia cerebral e as atividades de caráter lúdico nas aulas de. É possível verificar por meio das dissertações, que o uso de atividades físicas adaptadas no ensino regular, promove nível satisfatório de qualidade na aprendizagem e autonomia de alunos com paralisia cerebral. Não só apenas as
atividades lúdicas, como as brincadeiras tradicionais, mas também os recursos tecnológicos como os videogames, a tecnologia assistiva, e outras atividades promovem benefícios aos alunos com paralisia cerebral no contexto educacional, fator este que corrobora com a inclusão escolar. 4. Conclusão Conclui-se a importância de trabalhos científicos que realizam intervenções no contexto educacional, apresentando recursos adaptados que garantem maior autonomia de alunos com paralisia cerebral. As atividades inclusivas nas aulas de escolar oferecem grande experiência motora, tanto para os alunos com paralisia cerebral, como para qualquer criança, e esse potencial cognitivo, físico e social deve ser proporcionado por meio dos professores de classe regular de ensino. Contudo, são muito escassos os trabalhos acerca desta temática abordada e verifica-se ainda a necessidade de estudos com maior número de participantes, bem como um tempo maior para intervenções. Referências ALVES, A. C. de J. A tecnologia assistiva como recurso à inclusão escolar de crianças com paralisia cerebral. ( de Mestrado) 169p. Programa de Educação Especial, São Carlos, São Carlos, 2009. BARBOSA, J. M. Orientações sobre cuidados de crianças com paralisia cerebral para cuidadores e profissionais da saúde: um manual prático. ( de Mestrado). 100p. Programa de, Viçosa, Viçosa, 2014. CARVALHO, L. M. de G. As atividades lúdicas e a criança com paralisia cerebral: o jogo, o brinquedo e a brincadeira no cotidiano da criança e da família. ( de Mestrado). 196p. Programa de, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1998. CIDADE, R. E., FREITAS, P. S. e Inclusão: Considerações para a prática pedagógica na Escola. Rev. Integração Adaptada, [Online], v. 14, p. 27-30, 2002. Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/sobama/sobamaorg/inclusao.pdf. Acesso em: 01 de Abril 2016 GALLAHUE, D. Conceitos para maximizar o desenvolvimento da habilidade de movimento especializado. Rev da /UEM, [Online], v16, n. 2, p 197-202, 2005.
Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/reveducfis/article/view/3394/2418 Acesso em: 01 de Abril 2016 LEHNHARD, G. R.; MANTA, S. W.; PALMA, L. E. A prática de atividade física na história de vida de pessoas com deficiência física. Rev de /UEM, [Online], v.23, n.1, p.45-56, 2012. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/reveducfis/article/view/13795/9329 Acesso em: 01 de Abril 2016 MELO, F. R. L. V. Do olhar inquieto ao olhar comprometido: Uma experiência de intervenção voltada para atuação com alunos que apresentam paralisia cerebral. (Tese de Doutorado) 271p. Programa de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006 SILVA, F. Realidade virtual não imersiva: contribuição do jogo de videogame como recurso pedagógico nas aulas de educação física ( de Mestrado). 133p. Programa de Educação, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, São Paulo,2014 STRAPASSON, A. M. Proposta de ensino de polybat para pessoas com paralisia cerebral. ( de Mestrado) 85P. Programa de, Universidade Estadual de Campinas, 2005. ZUTTIN, F. da S. Efeitos dos recursos de baixa tecnologia assistiva nas atividades lúdicas para crianças com paralisia cerebral na educação infantil. ( de Mestrado) 157p. Programa de Educação Especial, São Carlos, São Carlos, 2010.