CAPACITAÇÃO EM ANÁLISE E PLANEJAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO EM SAÚDE Rio de Janeiro, 8-13 de Agosto de 2011 Atividade: Elaboração do Projeto de Pesquisa Grupo Verde: Alessandra Javoski Gama SESAI/AS Ana Luíza Gibertoni Cruz SGTES/MS Ana Paula Cavalcante Ramalho Brilhante SES/CE Lídice Maria Silva de Araújo SGTES/MS Marcia Cristina Marques Pinheiro CONASEMS Miraci Mendes da Silva Astun SGTES/MS Nelson Bezerra Barbosa ESP/GO Nilza Rosa de Almeida Salgado SES/AP Rosangela Maria Regis Duarte SES/BA Título do projeto Uma estimativa da necessidade de técnicos em radiologia no SUS capacitados para operar mamógrafos.
Introdução A importância epidemiológica do câncer de mama no Brasil, haja vista suas incidências crescentes, tornaram a criação de programas integrados de detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos, quando necessários, uma contingência na abordagem desta que é principal causa oncológica de morte de mulheres em nosso país (em 1998 foram registrados 7.987 óbitos contra 11.060 em 2007; em 2008, a taxa de incidência foi de 50,71/100.000) 1. Tomando como referências o Pacto pela Saúde 2006, a Política Nacional de Atenção Básica, a Política Nacional de Atenção Oncológica (com destaque para o Plano de Ação para o Controle dos Cânceres de Mama e do Colo do Útero 2005-2007), a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher e a Política Nacional de Humanização no SUS, o Ministério da Saúde estabelece a mamografia como uma das principais estratégias para o diagnóstico precoce e monitorização de doença. Segundo o Ministério da Saúde, o total de mamógrafos no SUS é suficiente para atender mulheres na faixa etária estipulada pelos protocolos de conduta. O Instituto Nacional do Câncer (INCA/MS) recomenda um aparelho para cada 240 mil habitantes. No entanto, a oferta universal do exame não ocorre devido à concentração dos aparelhos em regiões metropolitanas e à baixa produtividade destes aparelhos, segundo o Ministério da Saúde. Uma auditoria realizada por ele em 2010 revelou que de 1.514 equipamentos, cerca de 15% (223) estão sem uso. Este índice de equipamentos ociosos é um dos principais fatores que contribuem com a perda da eficácia do papel da mamografia no rastreamento do câncer de mama. Além disso, outros problemas logísticos como instalação de aparelhos em locais sem demanda ou sem profissional capacitado para operá-los, e a não-instalação do mamógrafo por falta de suporte técnico, constituem outros agravantes. Os motivos para o uso inapropriado destes 223 aparelhos variam de baixa produtividade (111 aparelhos) a mau funcionamento e mesmo falta de instalação (respectivamente, 85 e 27 aparelhos), aspectos resultantes de uma rede de assistência técnica falha para a instalação e manutenção dos aparelhos e para o planejamento de recursos humanos (técnicos em radiologia, segundo portaria 453 MS/SVS, de 1/6/1998) 2. Este problema apresenta ampla distribuição geográfica; praticamente todos os estados são atingidos. A região Norte é a região com o menor número de equipamentos e com o maior percentual de aparelhos sem uso. Dos 86 mamógrafos existentes, 20 estão parados (23,3%), sendo 14 por causa de defeitos. O estado do Acre, por exemplo, dispõe de três aparelhos, mas somente um é usado. Os outros dois ainda estão na caixa, a maior proporção de equipamentos sem uso em todo o país, o equivalente a 66,7%. A Região
Sudeste tem 669 dos mamógrafos disponíveis no SUS, sendo que o estado de São Paulo é responsável por 335 (309 em funcionamento). Em Minas Gerais, dos 211 aparelhos, 36 estão inoperantes o maior número absoluto de equipamentos fora de operação em todo o país. Dos equipamentos em funcionamento, 44% ficam em unidades de saúde dos estados da Região Sudeste; Roraima (2) e Santa Catarina (64) são os únicos estados em que todos os mamógrafos estão funcionando. Objetivo Estimar a necessidade de técnicos em radiologia para atendimento da demanda de exames de mamografia para o período 2010-2020. Metodologia Análise de projeção da necessidade de técnicos em radiologia para suprir a demanda do SUS em todo território brasileiro, utilizando como ano de referência 2010 e realizando uma projeção para os próximos 10 anos. As fontes de dados serão as bases de dados oficiais do IBGE, Ministério da Saúde (INCA, DATASUS, CNES) e o Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia. Os indicadores utilizados para esta análise serão população-alvo, número de exames, produtividade e total de técnicos necessários. Atualmente no Brasil, existem 23.969 técnicos em radiologia registrados, distribuídos em 30.804 postos de emprego. A maioria deles concentrados na região sudeste (13.389 nos setores públicos e privados na região sudeste; 4.196 na nordeste, 1.414 na norte, 3.121 na sul e 1.849 na centro-oeste) 3. O número de escolas de radiologia capazes de formar técnicos, por regiões do país: 11 (CO), 14 (NE), 6 (N), 10 (S) e 18 (SE); total de 59 escolas. A jornada de trabalho destes profissionais é de 24h semanais (lei 7.394/ 85) 4. O número de mamógrafos disponibilizados pelo SUS é 2.190, sendo que cada aparelho tem capacidade potencial de produção de 550 exames/ mês, representando portanto, um total de 1.204.500 exames/ mês para o conjunto dos equipamentos. A população-alvo para realização de exames constitui-se por mulheres de 50 a 69 anos, configurando um grupo de 14.929.124 pessoas (Datasus, 2009) 5. A população-alvo foi determinada de acordo com o documento "Controle do Câncer de Mama: Documento do Consenso. INCA/MS, 2004" 6 : 1. Mulheres entre 40-49 anos: mamografia somente quando exame clínico de mama apresentar alteração: 2. Mulheres entre 50-69 anos: mamografia em intervalo máximo de dois anos para todas as mulheres;
3. Mulheres a partir de 35 anos com risco elevado (mulheres com história familiar de câncer de mama em pelo menos um parente de primeiro grau antes dos 50 anos; história familiar em pelo menos um parente de primeiro grau com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário em qualquer idade; história familiar de câncer de mama masculino e diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ: mamografia a cada ano. Em relação ao terceiro grupo, o número de mulheres de 35 a 49 anos que apresentam fatores de risco deve ser estimado em vista do conhecimento da prevalência de casos nessa faixa etária. Resultados esperados/ recomendações A depender dos resultados encontrados pela projeção, diferentes recomendações poderão ser feitas, tais quais: - reorganização dos processos de trabalho; - organizar sistemas de educação permanente; - organizar sistemas de manutenção preventiva e corretiva dos aparelhos; - aumentar a oferta de vagas para formação de técnicos de radiologia; - monitoramento de processos e avaliação das intervenções/ mensuração do impacto. Cronograma ATIVIDADES/MÊS ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 ELABORAÇÃO DO PRÉ-PROJETO
LEVANTAMENTO DE DADOS ORGANIZAÇÃO E SISTEMARIZAÇÃO DE DADOS ANÁLISE DOS DADOS ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO
Referência Bibliográfica http://w3.datasus.gov.br/siscam/siscam.php?area=3009a4b17005 47C2D0E0F3009G402HIJd2L52M0N&VInclude=MapaSismama.php http://www.saude.mg.gov.br/atos_normativos/legislacaosanitaria/estabelecimentos-de-saude/radiodiagnostico/portaria_453.pdf http://cnes.datasus.gov.br/lista_prof_nome_sus.asp http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viw_identific acao/lei%207.394-1985?opendocument http://w3.datasus.gov.br/siscam/siscam.php?area=3009a4b17005 47C2D0E0F3009G402HIJd2L52M0N&VInclude=MapaSismama.php http://www.inca.gov.br/publicacoes