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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA CONSULTORIA GERAL 018 PROCESSO Nº: REC-12/00060226 UNIDADE GESTORA: Polícia Militar do Estado de Santa Catarina RESPONSÁVEL: Alvir Antonio Schneider INTERESSADO: Eliésio Rodrigues ASSUNTO: Recurso de Reconsideração da decisão exarada no processo -TCE-07/00673172- Tomada de Contas Especial, instaurada pela PMSC, referente à anulação de 24 (vinte e quatro) autos de infração de trânsito PARECER Nº: COG - 1133/2012 Recurso de Reconsideração Tomada de Contas Especial Aplicação de multa Conhecer e negar provimento Irregularidade na anulação de autos de infração de trânsito Código de Trânsito Brasileiro Autoridade de Trânsito - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada Competência do Delegado Regional de Polícia para anulação de autos de infração de trânsito Sr Consultor, 1 INTRODUÇÃO Trata-se de Recurso de Reconsideração da decisão exarada no processo -TCE-07/00673172- Tomada de Contas Especial, instaurada pela PMSC, referente à anulação de 24 (vinte e quatro) autos de infração de trânsito 2 RELATÓRIO O Recurso é interposto pelo Sr Alvir Antônio Schneider, Comandante do 8º BPM de Joinville à época dos fatos, em face do Acórdão nº 1974/2011, nos autos do processo TCE 07/00673172, proferido nos seguintes termos: VISTOS, relatados e discutidos estes autos, relativos à Tomada de Contas Especial instaurada pela Polícia Militar do Estado de 1

Santa Catarina, por meio da Portaria n 002/TCE/PMSC/2005, para apuração de irregularidades acerca da anulação de 24 (vinte e quatro) autos de infração de trânsito Considerando que o responsável foi devidamente citado, conforme consta nas fls 947 e 950 dos presentes autos; Considerando que as alegações de defesa e documentos apresentados são insuficientes para elidir a totalidade das irregularidades apontadas pelo Órgão Instrutivo, constantes do Relatório DCE n 156/2011 ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões apresentadas pelo Relator e com fulcro nos arts 59 da Constituição Estadual e 1 da Lei Complementar n 202/2000, em: 61 Julgar irregulares, sem imputação de débito, na forma do art 18, III, alínea "b", c/c o art 21, parágrafo único, da Lei Complementar n 202/2000, as contas pertinentes à presente Tomada de Contas Especial, que trata de irregularidades verificadas na anulação de autos de infração de trânsito, praticada no âmbito da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina 62 Aplicar ao Sr Alvir Antônio Schneider, - Comandante do 8º BPM de Joinville à época dos fatos, CPF n 442205709-00, multa prevista no art 69 da Lei Complementar nº 202/2000 c/c o art 108, parágrafo único, do Regimento Interno, no valor de R$ 2500,00 (dois mil e quinhentos reais), em face da anulação de autos de infração de trânsito, contrariando o disposto no art 281 do Código de Trânsito Brasileiro Lei n 9503/97 (item 21 do Relatório DCE), fixando-lhe o prazo de 30 dias, a contar da publicação deste Acórdão no Diário Oficial Eletrônico - DOTC-e, para comprovar ao Tribunal de Contas o recolhimento ao Tesouro do Estado da multa cominada, sem o que, fica desde logo autorizado o encaminhamento da dívida para cobrança judicial, observado o disposto nos arts 43, II, e 71 da citada Lei Complementar 63 Determinar à Polícia Militar do Estado de Santa Catarina que: 631 comunique ao Tribunal de Contas quando da instauração de Tomada de Contas Especial, na forma preconizada pelo art 11, inciso I, do Decreto n 1977, de 09 de dezembro de 2008 (estadual) (item 22 do Relatório DCE); 632 quando do encaminhamento de tomada de contas especial a este Tribunal de Contas, remeta a nota de conferência, conforme determina o disposto no art 12, 5º da Instrução Normativa n TC-03/2007 ( item 24 do Relatório DCE) 64 Dar ciência deste Acórdão, do Relatório e Voto do Relator que o fundamentam, aos Srs Eliésio Rodrigues e Ricardo Alcebiades Broering ex-comandantes Gerais da PMSC, e Alvir Antônio Schneider - Comandante do 8º BPM de Joinville à época dos fatos e à Polícia Militar do Estado de Santa Catarina Irresignado com o teor do Acórdão, o Senhor Alvir Antônio Schneider, Comandante o 8º BPM de Joinville à época dos fatos apurados na TCE 2

019 07/00673172, ingressou com recurso de reconsideração, buscando a reforma da decisão do E Tribunal Pleno 3 ANÁLISE 31 Pressupostos de admissibilidade O artigo 77 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina 1 disciplina o Recurso de Reconsideração nos seguintes termos: Art 77 Cabe Recurso de Reconsideração contra decisão em processo de prestação e tomada de contas, com efeito suspensivo, interposto uma só vez por escrito, pelo responsável, interessado ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de trinta dias contados da publicação da decisão no Diário Oficial do Estado (gn) Desta forma, diante dos dispositivos supracitados, os pressupostos de admissibilidade do Recurso de Reconsideração são: cabimento, adequação, legitimidade, tempestividade e singularidade No que se refere ao cabimento e adequação, verifica-se que o ato impugnado é um acórdão proferido em processo de tomada de contas especial, portanto, o Recurso de Reconsideração foi interposto corretamente No que diz respeito ao requisito de singularidade, observa-se que o recurso em análise cumpriu a exigência legal pertinente, pois foi interposto uma única vez Quanto ao requisito da legitimidade para o manejo do recurso, constata-se a condição de responsável do recorrente Comandante do 8º BPM de Joinville à época dos fatos apurados na TCE-, em conformidade com o disposto no art 133, 1º, do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina 2 que, assim dispõe: Art 133 Em todas as etapas do processo de julgamento de contas, de apreciação de atos sujeitos a registro e de fiscalização de atos e contratos será assegurada aos responsáveis ou interessados ampla defesa 1 Para efeito do disposto no caput, considera-se: a) responsável aquele que figure no processo em razão da utilização, arrecadação, guarda, gerenciamento ou administração de dinheiro, bens, e valores públicos, ou pelos quais o Estado ou o Município respondam, ou que, em nome destes assuma 1 Lei Complementar Estadual nº 202/2000 2 Resolução TC-06/2001 3

obrigações de natureza pecuniária, ou por ter dado causa a perda, extravio, ou outra irregularidade de resulte prejuízo ao erário; b) interessado o administrador que, sem se revestir da qualidade de responsável pelos atos objeto de julgamento ou de apreciação pelo Tribunal de Contas, deva se manifestar nos autos na condição de atual gestor (gn) O recorrente apresenta-se na condição de responsável e de acordo com a alínea a do dispositivo legal supracitado é parte legítima da presente peça recursal Por fim, em relação ao requisito de tempestividade, o Recurso de Reconsideração deve ser interposto dentro do prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação da decisão no Diário Oficial 3 O Acórdão nº 1974/2011 foi publicado no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina nº 875, em 29/11/2011 Por força da Resolução TC-56/2011, o prazo foi suspenso no período de 20/12/2011 a 06/01/2012 Considerando esse período de suspensão, o prazo para interposição do Recurso de Reconsideração encerrou no dia 16/01/2012 O recurso em análise foi protocolado nesta Casa em 10/01/2012, caracterizando a sua tempestividade apreço Portanto, preenchidos os requisitos para propositura do recurso em 32 Análise do mérito O recorrente insurge-se contra a multa de R$ 2500,00 (dois mil e quinhentos reais), que lhe foi aplicada nos autos do processo TCE 07/00673172, em face da anulação de autos de infração de trânsito, contrariando o disposto no art 281 do Código de Trânsito Brasileiro Lei n 9503/97 Alega que a aplicação de multa com fundamento no art 69 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas de Santa Catarina 4, revela-se numa interpretação desconcatenada com o posicionamento da LEI, da DOUTRINA, da JURISPRUDÊNCIA e da ORIENTAÇÃO ESPECIALIZADA 3 Art 77 da LCE 202/2000 4 LCE 202/2000 4

020 Invoca seu poder discricionário para anulação dos autos de infração, bem como, a ausência de determinação legal de que os mesmos devessem ser enviados ao Delegado Regional de Polícia situação paradigma Colaciona artigo doutrinário 5 que, segundo o recorrente, é afeito à Afirma, por derradeiro, que agiu dentro da mais absoluta legalidade, dentro de sua competência e primando pela observância dos PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ADMINISTRATIVOS Não foram carreadas novas provas Expostas as justificativas do recorrente, passa-se a sua análise O artigo doutrinário citado pelo recorrente como argumento para alterar o decisum em discussão intitula-se O policial militar fora da atividade de policiamento ostensivo e sua competência para lavrar o auto de infração de trânsito Da leitura do artigo depreende-se que autor discorre sobre a competência da Polícia Militar para autuar autos de infração de trânsito Outrossim, defende o autor que a confecção de auto de infração de trânsito prescinde o policiamento ostensivo e o fardamento do agente Estando esse fora de atividade, segundo o autor, perde a competência para lavratura do AIT e diante de prática contrária, a autoridade deve invalidar o auto de infração e declarar a sua consistência e irregularidade Em que pese o recorrente ter citado o artigo como argumento para defesa, nada foi dito que contrarie a decisão prolatada neste Tribunal É de se ressaltar que não se trata de apuração quanto à aplicação da multa pelo agente de trânsito, bem como, condições que a cercaram, oportunidade e finalidade O que se apurou, isto sim, foi a anulação dos autos de infração de trânsito por pessoa que não detinha competência para tal prática, segundo o CTB Quanto à argumentação do responsável de que estava imbuído de poder discricionário para anular os autos de infração de trânsito, há de ser observado o que determina o Código de Trânsito Brasileiro 6 Art 281 A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível 5 Artigo de autoria de Pedro Paulo Pereira Alves 6 Lei Federal nº 9503/1997 5

Parágrafo único O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente: I - se considerado inconsistente ou irregular; II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação (Redação dada pela Lei nº 9602, de 1998) Como se verifica, incumbe à autoridade de trânsito a decisão quanto ao arquivamento ou não do auto de infração Em relação à autoridade de trânsito, o próprio CTB faz a definição no anexo I, nos seguintes termos: AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada Restou amplamente demonstrado na Tomada de Contas Especial promovida pela Polícia Militar de Santa Catarina e autuada nesta Casa sob nº 07/00673172 que a autoridade de trânsito é sim o Delegado Regional de Polícia Pelo que ficou computado nos autos, o recorrente não estava credenciado expressamente para praticar atos inerentes à autoridade máxima Nesse sentido, a anulação por conta do recorrente de 24 (vinte e quatro) autos de infração de trânsito, demonstrou-se prática de ato irregular e contrário à norma legal, qual seja, o Código de Trânsito Brasileiro, justificando a multa em função do julgamento irregular das contas do Sr Alvir Antônio Schneider na Tomada de Contas Especial nº 07/00673172 Por outro lado, conforme explanado nos relatórios da área técnica 7, o valor correspondente aos 24 (vinte e quatro) autos de infração, se efetivados, em monta de R$ 2894,31 (dois mil oitocentos e noventa e quatro reais e trinta e um centavos) não correspondem a prejuízo ao erário Como sequer houve notificação, não correspondem à receita presumida Nesse diapasão, não houve imputação de débito Desta feita, conclui-se que a decisão no processo TCE 07/00673172 merece prosperar e os argumentos trazidos a lume pelo recorrente são insuficientes para modificá-la 7 Relatório 002/2008 fls 934-939 e Relatório 156/2011 1031-1039 6

021 4 CONCLUSÃO Diante do exposto, a Consultoria Geral emite o presente Parecer no sentido de que o Conselheiro Julio Garcia proponha ao Egrégio Tribunal Pleno decidir por: 41 Conhecer do Recurso de Reconsideração, nos termos do artigo 77 da Lei Complementar Estadual nº 202/2000, interposto contra o Acórdão nº 1974/2011 exarado na Sessão do dia 14/11/2011, nos autos do processo nº TCE 07/00673172 e no mérito negar-lhe provimento, mantendo na íntegra a decisão recorrida 42 Dar ciência da decisão ao Sr Alvir Antônio Schneider e à Polícia Militar de Santa Catarina Consultoria Geral, em 18 de setembro de 2012 ADRIANA REGINA DIAS CARDOSO AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO De acordo: JULIANA FRITZEN COORDENADORA Encaminhem-se os Autos à elevada consideração do Exmo Sr Relator Julio Garcia, ouvido preliminarmente o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas HAMILTON HOBUS HOEMKE CONSULTOR GERAL 7