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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DA VICE-PRESIDÊNCIA

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DECISÕES» ISS. 3. Recurso especial conhecido e provido, para o fim de reconhecer legal a tributação do ISS.

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.117.258 - PR (2009/0008836-2) RELATOR RECORRENTE PROCURADOR RECORRIDO ADVOGADO : MINISTRO HERMAN BENJAMIN : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA : VALDEZ ADRIANI FARIAS E OUTRO(S) : VALDELIRIO VIAU : ANDREIA IDALENCIO E OUTRO(S) EMENTA PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ASSENTAMENTO RURAL NÚCLEO AGRÍCOLA VITÓRIA. DESPEJO. CONDUTA ABUSIVA DOS POLICIAIS MILITARES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO INCRA. 1. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária não é legítimo para atuar no pólo passivo de demanda que visa a indenizar danos materiais e morais decorrentes de despejo realizado no Núcleo Agrícola Vitória, em atendimento à ordem judicial que objetivava reintegrar na posse os antigos donos dos imóveis. Isso porque, não obstante ser responsável pelo assentamento de 36 famílias na área, a autarquia federal não ordenou nem colaborou com a abusiva atuação da Polícia Militar Estadual por ocasião da retirada dos posseiros. Ausente, portanto, nexo causal entre a atuação autárquica e o dano. Precedentes do STJ. 2. Recurso Especial provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 19 de novembro de 2009(data do julgamento). MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator Documento: 930495 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/12/2009 Página 1 de 7

RECURSO ESPECIAL Nº 1.117.258 - PR (2009/0008836-2) RELATOR RECORRENTE PROCURADOR RECORRIDO ADVOGADO : MINISTRO HERMAN BENJAMIN : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA : VALDEZ ADRIANI FARIAS E OUTRO(S) : VALDELIRIO VIAU : ANDREIA IDALENCIO E OUTRO(S) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Trata-se de Recurso Especial interposto, com fundamento no art. 105, III, "a", da Constituição da República, contra acórdão assim ementado: ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PÚBLICO. ART. 37, 6º, DA CF. EFEITOS. 1. A partir de 1946, adotou-se, no Brasil, no que concerne às entidades de direito público, a responsabilidade objetiva, com fulcro na teoria do risco administrativo, sem, no entanto, adotar a posição extremada dos adeptos do risco integral, em que a Fazenda Pública responderia sempre, mesmo presentes as excludentes da obrigação de indenizar (CF de 1946, art. 194 e seu único; CF de 1967, art. 105 e seu único; CF de 1969, art. 107 e seu único e CF de 1988, art. 37, 6º). (...) Assim restou demonstrado, a teoria do risco administrativo, adotada pelas Constituições brasileiras, a partir de 1946, não implica no reconhecimento de que a Administração Pública tenha que indenizar sempre, mesmo quando presentes as excludentes dessa responsabilidade. Realmente, no caso dos autos, restou comprovada a responsabilidade do Estado, nos termos do art. 37, 6º, da CF. Os danos sofridos pelo autor e sua família restaram evidentes. Esses residiam no assentamento Núcleo Agrícola Vitória, com apoio e incentivo do instituto ora demandado, quando foram violentamente despejados de suas moradias. O despejo decorre da decisão judicial que concedeu a reintegração de posse da área aos seus antigos proprietários. A responsabilidade do INCRA decorre do estímulo para a permanência no local, sem que as devidas providências fossem tomadas para garantir a segurança da posse dos autores. O investimento monetário, em que pese relevante para a subsistência dos assentados, se mostra insuficiente quando desassociado das medidas jurídicas capazes de assegurar a permanência dos posseiros na área controvertida. Mesmo ciente dos problemas de regularização, o demandado assentou 36 famílias, assumindo, com isso, o risco de seu despejo. Além disso, enquanto a ação de reintegração de posse tramitava, Documento: 930495 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/12/2009 Página 2 de 7

garantiu o apelante que os moradores não seriam prejudicados, pois lhes asseguraria o imediato assentamento em outro local. Contudo, novamente de forma contrárias às expectativas geradas, após o violento despejo, as famílias permaneceram durante muitos dias abrigadas em alojamentos, vítimas de condições precárias de higiene e restringidas em sua liberdade. Trata-se, portanto, de responsabilidade objetiva, na medida em que presente o nexo de causalidade entre o ato da entidade autárquica e o dano sofrido pelas famílias indevidamente assentadas, não cabendo analisar a existência de culpa ou dolo. 2. Improvimento das apelações e da remessa oficial. Foram opostos Embargos de Declaração, rejeitados pela Corte de origem (fls. 567-569). O recorrente alega violação dos arts. 267, VI, e 535 do CPC; dos arts. 206, 3º, 964 e 1.062 do Código Civil de 1916; e dos arts. 186 e 884 do CC, argumentando que: a) o acórdão permaneceu omisso, não obstante a oposição dos aclaratórios; b) "havendo pedido da parte fundamentado nos danos causados pelo ato administrativo praticado pelo Estado do Paraná, não há falar em legitimidade passiva da autarquia federal para responder por tais prejuízos" (fl. 584); c) "a prescrição do direito de agir é regulada pelo Novo Código Civil eis que, tendo em vista sua vigência a partir de 13.01.2003, aplica-se ao feito em tela instaurado em 02.05.2005" (fl. 586); e d) inexiste nexo causal a ensejar a reparação por danos materiais e morais. Não foram apresentadas contra-razões, conforme certidão de fl. 612. O Ministério Público Federal opina pelo provimento do Recurso Especial, conforme parecer de fls. 601-607. É o relatório. Documento: 930495 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/12/2009 Página 3 de 7

RECURSO ESPECIAL Nº 1.117.258 - PR (2009/0008836-2) VOTO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Os autos foram recebidos neste Gabinete em 18.6.2009. Cinge-se a controvérsia à legitimidade passiva do INCRA em ação de indenização por danos materiais e morais decorrentes do despejo realizado no assentamento Núcleo Agrícola Vitória em obediência à determinação judicial que reintegrou na posse os antigos proprietários das áreas, localizadas no Município de Espigão Alto do Iguaçu/PR. O Tribunal a quo concluiu pela legitimidade da autarquia sob o fundamento de que, com o assentamento das 36 famílias no Projeto Núcleo Agrícola Vitória, firmou-se uma relação jurídica entre os posseiros e o INCRA, tornando a autarquia responsável civilmente pela reparação dos danos oriundos da violenta retirada dos assentados. Insurge-se o ora recorrente sob a alegação de que "a reparação civil pleiteada fundamenta-se no ato de despejo do imóvel implementado pela Polícia Militar por força de decisão judicial da Justiça Estadual do Paraná. Ou seja, não há participação com o ato lesivo apontado pelo Autor, perpetrado por autoridade policial estadual" (fl. 584). A irresignação merece prosperar. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária não é legítimo para atuar no pólo passivo de demanda que busca indenizar danos materiais e morais decorrentes do despejo realizado no Núcleo Agrícola Vitória em atendimento à ordem judicial que visava reintegrar na posse os antigos donos dos imóveis. Isto porque, não obstante ser o responsável pelo assentamento das 36 famílias na área, não ordenou nem colaborou com a abusiva atuação da Polícia Militar Estadual quando da retirada dos posseiros, inexistindo, portanto, nexo causal entre a atuação autárquica e o dano. Nessa esteira: Documento: 930495 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/12/2009 Página 4 de 7

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. ASSENTAMENTOS RURAIS. DESPEJO EFETUADO POR POLICIAIS MILITARES. ORDEM JUDICIAL. INCRA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. RECURSO PROVIDO. 1. O ora recorrido ajuizou ação em face do INCRA visando à indenização por danos morais e materiais, em virtude de despejo efetuado por policiais militares, em obediência a ordem judicial. Narra o autor que 36 famílias assentadas pelo INCRA, no denominado Projeto de Assentamento Núcleo Agrícola Vitória, foram violentamente despejadas por força de ordem judicial. 2. Da análise da exordial, infere-se que o pedido de reparação de danos morais e materiais está vinculado diretamente à conduta praticada pelos agentes estatais, ao despejarem as famílias assentadas pelo INCRA, com base em ordem judicial advinda de ação possessória. O autor alega que o despejo dos assentados, realizado por policiais militares, ocorreu de maneira violenta, o que ensejou seu direito à indenização. Esta é a causa de pedir constante da petição inicial. Destarte, o ato impugnado, causador do evento danoso, não foi praticado diretamente pela autarquia federal, mas por policiais. 3. A Primeira Turma desta Corte de Justiça, julgando demanda similar à dos presentes autos, firmou orientação no sentido de que o INCRA não é parte legítima nas ações de reparação de danos, materiais e morais, decorrentes de despejo ocorrido no Assentamento Núcleo Agrícola Vitória. Isso, porque a autarquia federal "não ordenou o despejo, nem concorreu diretamente para a sua execução (...). O fato, por si só, do INCRA ter efetuado o assentamento do recorrido na área não abre espaço para ser considerado parte legítima por possíveis abusos cometidos por policiais militares na execução de ordem de despejo requisitada pelo Poder Judiciário" (REsp 957.759/PR, Rel. Min. José Delgado, DJe de 10.3.2008). 4. Recurso especial provido. (REsp 1080991/PR, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 05/08/2009) ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DESPEJO FORÇADO POR ORDEM JUDICIAL. ASSENTAMENTOS RURAIS. INCRA. 1. O Incra é parte ilegítima para figurar no pólo passivo de ação de indenização por danos materiais e morais decorrentes de despejo forçado por ordem judicial que foi executado por policiais militares. 2. O Incra, no episódio, não ordenou o despejo, nem concorreu diretamente para a sua execução. Inexistência de nexo causal entre o dano produzido e qualquer ação a omissão praticadas pelo Incra. 3. O fato, por si só, do Incra ter efetuado o assentamento do recorrido na área não abre espaço para ser considerado parte legítima por possíveis abusos cometidos por policiais militares na execução de ordem de despejo requisitada pelo Poder Judiciário. Documento: 930495 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/12/2009 Página 5 de 7

4. Recurso especial provido para acatar a preliminar de ilegitimidade passiva do Incra, extinguindo o processo sem resolução do mérito. (REsp 957759/PR, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 12/02/2008, DJe 10/03/2008) Dessa forma, não há como subsistir a presente lide, visto que proposta contra parte que não contribuiu para os prejuízos materiais e morais que se buscam indenizar. Ante o exposto, dou provimento ao Recurso Especial para extinguir o feito sem resolução do mérito haja vista a ilegitimidade passiva do INCRA. É como voto. Documento: 930495 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/12/2009 Página 6 de 7

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2009/0008836-2 REsp 1117258 / PR Número Origem: 200570050021898 PAUTA: 19/11/2009 JULGADO: 19/11/2009 Relator Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO MARTINS Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. JOSÉ FLAUBERT MACHADO ARAÚJO Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI AUTUAÇÃO RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA PROCURADOR : VALDEZ ADRIANI FARIAS E OUTRO(S) RECORRIDO : VALDELIRIO VIAU ADVOGADO : ANDREIA IDALENCIO E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Responsabilidade da Administração CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 19 de novembro de 2009 VALÉRIA ALVIM DUSI Secretária Documento: 930495 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 11/12/2009 Página 7 de 7